Alfred Schnittke (1934-1998): Concerto Grosso Nº 1, Quasi una sonata, Moz-Art à la Haydn

No tempo em que comprei este CD, em 1991, Schnittke era “o mais celebrado compositor soviético”. Assim como seu país mudou, Schnittke mudou muito como compositor ao longo da vida. Antes influenciado por Shostakovich, depois adotou o poli-estilismo — uma coisa divertidíssima que pode ser ouvida neste Concerto Grosso de cordas enlouquecidamente vivaldianas e tangos de um Piazzolla que veio do frio — e depois adotou um estilo bem mais tímido e sério.

O carro-chefe do CD é o Concerto Grosso — casualmente, o Avicenna irá dançar um tango barenboiniano amanhã –, mas Quasi una sonata e Moz-Art à la Haydn são de primeira linha. Há um certo parentesco, nada mais do que isso, entre Quasi una sonata e Sonâncias III, de Marlos Nobre, obra que não lembro ter sido postada aqui. Daqui alguns dias, postarei a ópera Life with an Idiot, de Schnittke. Aguardem com a habitual paciência.

Schnittke: Concerto Grosso Nº 1, Quasi una sonata, Moz-Art à la Haydn

Concerto Grosso No.1, for 2 violins, harpsichord, prepared piano & 21 strings (1976-77)
1. Prelude: Andante
2. Toccata: Allegro
3. Recitativo: Lento
4. Cadenza [without tempo marking]
5. Rondo. Agitato
6. Postludio. Andante – Allegro – Andante
Tatjana Grindenko e Gidon Kremer, violinos
Yuri Smirnov, cravo e piano preparado
Heinrich Schiff, regência

7. Quasi una sonata, for violin & chamber orchestra (1987)
Yuri Smirnov, piano
Gidon Kremer, violino e regência

8. Moz-Art à la Haydn, for 2 violins & 11 strings (1987)
Tatjana Grindenko, violino
Gidon Kremer, violino e regência

Chamber Orchestra of Europe (nas 3 obras)

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PQP

11 comments / Add your comment below

  1. Schnittke é um dos meus compositores russos favoritos! Adoro este concerto grosso! uma de suas obras primas! o começo sombrio do piano preparado, evoca a sensação de um filme de terror… mas a minha parte favorita é na cadenza com toda as dissonâncias e berros, a orquestra parece que grita, gerando uma tensão deliciosa e que por fim resolve-se num rondó bem ao estilo barroco, vivaldiano como definiu muitissimo bem PQP Bach. Acho que o “gozo” desta música estão nestas duas partes!
    Quero agradecer também pela edição completa de Shostokovich outro gde. compositor russo; e caso não saibam neste domingo saiu uma matéria sobre Shostokovich na Folha de SP Falndo de sua visita em Londres, essa almentou ainda mais minha paixão por Shostokovich!
    Большое спасибо П.K.П. Бах!

  2. Esse post é um bálsamo para os ouvidos, depois do ultra-kitsch Malmsteem anterior. (Um post histórico, eu diria: nunca antes este PQP havia afundado tanto no abismo do mau gosto. Só espero que a coisa não termine em André Rieu.)

    O Schnittke é repetido – esse disco já tinha sido postado antes neste mesmo blog – mas não tem problema. Essas obras merecem mesmo ser ouvidas mais e mais vezes.

    (O Concerto grosso no. 2, também fenomenal, pode ser encontado em: http://musicoclasico.blogspot.com/2007/06/alfred-schnittke.html E o Concerto grosso no. 5, bem diferente, está em: http://avaxhome.ws/music/classical/B000001GH8.html)

  3. Pra quem ficou intrigado com a última faixa, eis o que encontrei:

    The piece was sparked by Schnittke’s fascination with a Mozart fragment of 1783, which he took as a starting point before putting it through what the booklet writer calls ‘the compositional equivalent of a food processor’. The result is an inventive collage of sounds, melodies, quotations, all piled on top of one another and blended together. It was presented at the Berlin festival of 1988 as a ‘play with music’, the piece accompanying a masked performance in the style of an Italian carnival. It ends (or rather collapses) with the musicians leaving the stage one by one, still playing, in the manner of Haydn’s Farewell Symphony, while the conductor directs an invisible orchestra and only the bass player remains.

  4. Bom dia pessoal. Super legal essa postagem. Um dos comentários me lembrou que poderíamos tentar postar algumas (ou todas) as sonatas para piano de Haydn. Embora muitas ainda tenham sido compostas como divertimentos, as mais elaboradas contem o germe que ajudaria a inspirar toda uma geração de compositores. Um abraço a todos.

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