Publicado originalmente em 28.04.2010
Alguns podem até achar monótono. Eu acho perfeito. Até hoje é o único Chopin solo do qual posso ouvir mais de 20 minutos sem enjoo. Mais: consigo ouvir horas em estado de sereno porém efetivo deleite.
Todo mundo acha que a marca de Chopin é o rubato (o acelera-retarda-acelera-retarda) – mas parece que Madame Novaes discorda. Ela o toca praticamente clássico, pulsação quase constante, apenas sutilmente elástica. E aí a sentimentalidade transparece límpida, não afetada: para que “interpretar” o que já é evidente, sublinhar o que já é intenso por si?
Nobreza. Se essa palavra faz sentido em algum caso, desconfio que o Chopin de Guiomar será necessariamente um dos exemplos.
Frédéric François CHOPIN (1810-1849)
NOCTURNES/NOTURNOS – gravação integral
Noc 01 Nocturne nº 1 em si bemol menor, op.9 nº 1
Noc 02 Nocturne nº 2 em mi bemol, op.9 nº 2
Noc 03 Nocturne nº 3 em si, op.9 nº 3
Noc 04 Nocturne nº 4 em fa, op.15 nº 1
Noc 05 Nocturne nº 5 em fa sust., op.15 nº 2
Noc 06 Nocturne nº 6 em sol menor, op.15 nº 3
Noc 07 Nocturne nº 7 em do sust. menor, op.27 nº 1
Noc 08 Nocturne nº 8 em sol bemol, op.27 nº 2
Noc 09 Nocturne nº 9 em si, op.32 nº 1
Noc 10 Nocturne nº 10 em la bemol, op.32 nº 2
Noc 11 Nocturne nº 11 em sol menor, op.37 nº 1
Noc 12 Nocturne nº 12 em sol, op.37 nº 2
Noc 13 Nocturne nº 13 em do menor, op.48 nº 1
Noc 14 Nocturne nº 14 em fa sust. menor, op.48 nº 2
Noc 15 Nocturne nº 15 em fa menor, op.55 nº 1
Noc 16 Nocturne nº 16 em mi bemol, op.55 nº 2
Noc 17 Nocturne nº 17 em si, op.62 nº 1
Noc 18 Nocturne nº 18 em mi, op.62 nº 2
Noc 19 Nocturne nº 19 em mi menor, op.72 nº 1
Noc 20 Nocturne nº 20 em C sust. menor, op. posth.
PIANO SONATA nº 2, op.35, em si bemol menor
1. Grave – doppio movimento
2. Scherzo
3. Marche Funèbre: Lento
4. Finale: Presto
Piano: Guiomar Novaes (1894-1979)
Gravado na década de 1950, gravadora VOX
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Ranulfus
“Guiomar Novaes is known throughout the world as one of the foremost pianists of our time. […] Her art was recently summed up perfectly by Goldberg in the Los Angeles Times when he wrote, “Her fingers are as fluent as they ever were, and she still has the strength of a giant and the fairy-like delicacy of an Oberon. Most amazing of all – and it was always like that – is the utter spontaneity of her music-making. She does things in her own way, with an apparently complete lack of calculation, and she makes her way seem the right way and the only way. It is a gift possessed by a chosen few, and it is one of the things that makes Novaes a great pianist as distinguished from the many very good pianists.”
(Nota de Recital em Wayne, Pennsylvania, 1970, no qual Novaes tocou Gluzk-Sgambati, Beethoven, Chopin e Schumann)