BELÍSSIMO !!!
Repostagem com novo e atualizado link.
Mais uma inestimável contribuição do musicólogo Prof. Paulo Castagna!
A música mexicana cada dia mais me espanta (favoravelmente) e me encanta!
E hoje apresentamos para vocês dois compositores importantíssimos daquele país fascinante: Francisco Delgado e Ignacio de Jerusalem, que estariam para o México como José Maurício Nunes Garcia e José Joaquim Lobo de Mesquita estão para o Brasil.
Francisco Delgado era, provavelmente, mexicano nato. Foi primeiro-violinista da Capela da Catedral da Cidade do México já na época pós-independência. Dedicou este Te Deum a São Felipe de Jesus, frei franciscano do século XVI martirizado no Japão, que viria a ser o primeiro santo nascido em terras mexicanas (canonizado em 1862). Sua obra possui muitas influências do período que se chamou de “classicismo novo-hispânico”, com muitas características da ópera e da música barroca napolitana, mas já com uma orquestração mais vertical, ou seja, com maior preponderância do tema desenvolvido pelo instrumento/naipe principal. Segundo alguns estudiosos, sua orquestração é bastante refinada e aproxima-se a compositores do classicismo,especialmente de Haydn.
Já a segunda parte do álbum dedica-se a um compositor mais gravado e conhecido: Ignacio de Jerusalem. Este já era napolitano mesmo: nasceu en Lecce, no Reino de Nápoles, e bem sabemos, depois de tantas postagens aqui neste auspicioso blogue, que a música italiana, especialmente napolitana, influenciou sobremaneira as coroas ibéricas, Espanha e Portugal e, por isso, cruzou o Atlântico, dando o tom a muitos compositores locais e outros que de lá vieram para cá. Jerusalem foi mestre de capela da Catedral da Cidade do México e sua música, positivamente comparada muitas vezes com as de Pergolesi, Scalatti e Bocherini, compositores que trabalharam para a corte madrilenha. Ele foi tido em seu tempo como um “milagre musical” e influenciou imensamente toda a cena sonora mexicana, a ponto de traços napolitanos serem encontrados em compositores mais recentes, como é o caso do nosso amigo acima, Francisco Delgado.
Mas a beleza dessas obras não seria tão evidente se a interpretação não fosse grande coisa…Mas é! É grande e precisa! Benjamín Echenique e seu Conjunto de Cámara de la Ciudad de México lograram evidenciar todo o colorido e a beleza da música desses dois compositores, numa execução primorosa (o que são os agudos límpidos dessa soprano, meu Deus!). Vale cada segundo da audição!
Ouça! Ouça ! Deleite-se sem dó nem piedade!
Uma noção da beleza que vos aguarda,o Te Deum de Francisco Delgado (faixa 1):
México Barroco
Francisco Delgado (Mexico, ca.1790-1849)
1. Te Deum para el Señor Felipe de Jesús
Ignacio de Jerusalem y Stella (Lecce, itália, 1707 – Cidade do México, 1769)
2. Magnificat a dos Voces
3. Gran Misa en Sol Mayor a Ocho Voces, I. Kyrie
4. Gran Misa en Sol Mayor a Ocho Voces, II. Gloria
5. Gran Misa en Sol Mayor a Ocho Voces, III. Credo
6. Gran Misa en Sol Mayor a Ocho Voces, IV. Sanctus
Conjunto de Cámara de la Ciudad de México
Benjamín Juárez Echenique, regente
Ciudad de México, 1996
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Bisnaga