Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Sinfonias Nº 36 “Linz”, 33 & 27 (Capella Istropoltana / Wordsworth)

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Sinfonias Nº 36 “Linz”, 33 & 27 (Capella Istropoltana / Wordsworth)

The Guardian sentenciou: “Absolutamente de primeira linha… entre as performances mais frescas e lindamente tocadas que você pode encontrar em qualquer lugar, maravilhosamente gravadas.” Este é o disco mais leve dos cinco das Sinfonias de Mozart com Wordsworth. Ele destaca as virtudes de sua abordagem. As articulações superprecisas e despojadas, embora estimulantes nas sinfonias maiores, ficariam arrogantes com peças lúdicas como a Sinfonia nº 27. uma qualidade de Wordsworth reside em sua disposição de deixar a música respirar. O movimento de abertura da Nº 33 é lento o suficiente para exibir o gracioso senso da obra: nada melancólico, mas majestoso (isso vale também para o fantástico primeiro movimento adagio-come-allegro da Nº 36). Os movimentos lentos têm a alegria suave e pensativa da famosa pintura de uma jovem e seu livro de Fragonard. E os alegres movimentos finais giram em alegria. A combinação de instrumentos modernos e a presença de câmara da Capella Istropolitana ajudam muito a tornar esta música perfeita.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Sinfonias Nº 36 “Linz”, 33 & 27 (Capella Istropoltana / Wordsworth)

Symphony No.36 in C Major ‘Linz’, K. 425
1 Adagio. Allegro Spiritoso 10:42
2 Poco Adagio 6:55
3 Menuetto 3:34
4 Presto 8:07

Symphony No.33 in B Flat Major, K. 319
5 Allegro Assai 7:55
6 Andante Moderato 4:32
7 Minuetto 2:54
8 Finale. Allegro Assai 4:49

Symphony No.27 in G Major, K. 199/K. 161b
9 Allegro 4:43
10 Andante Grazioso 5:48
11 Presto 4:47

Capella Istropolitana
Barry Wordsworth

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

O Fragonard que cito.

PQP

Robert Schumann (1810-1856): Obras Completas para Sopros e Piano (Drucker / Kuyper / Robinson / Shapiro)

Robert Schumann (1810-1856): Obras Completas para Sopros e Piano (Drucker / Kuyper / Robinson / Shapiro)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um CD extraordinário de obras não tão divulgadas de Schumann. Afinal, Schumann não parece combinar muito com trompas, clarinetes e oboés, certo? Bom, eu acho que as pessoas pensam assim, em sua maioria. O único problema é que as peças foram ordenadas por qualidade descrescente. Ou seja, o disco inicia com uma absoluta obra-prima — sem exagero, o Andante e Variações é isso mesmo, uma obra-prima –, segue com (muito) boas peças e termina meio combalido. O CD tem 66 minutos, mas cansa no final. Experimente!

Robert Schumann (1810-1856): Obras Completas para Sopros e Piano (Drucker / Kuyper / Robinson / Shapiro)

1 Andante und Variationen, Op. 46 20:07

2 Adagio und Allegro, Op. 70: Langsam – mit innigem Ausdruck 04:07
3 Adagio und Allegro, Op. 70: Rasch und feurig 04:46

4 Phantasiestücke, Op. 73: Zart und mit Ausdruck 03:01
5 Phantasiestücke, Op. 73: Lebhaft – Leicht 03:16
6 Phantasiestücke, Op. 73: Rasch und mit Feuer 03:40

7 Drei Romanzen, Op. 94: Nicht schnell 03:15
8 Drei Romanzen, Op. 94: Einfach – innig 03:47
9 Drei Romanzen, Op. 94: Nicht schnell 04:07

10 Märchenerzählungen, Op. 132: Lebhaft – nicht zu schnell 02:50
11 Märchenerzählungen, Op. 132: Lebhaft – und sehr markirt 03:22
12 Märchenerzählungen, Op. 132: Ruhiges Tempo – mit zartem Ausdruck 04:18
13 Märchenerzählungen, Op. 132: Lebhaft – sehr markirt 04:24

Stanley Drucker, clarinete
L. William Kuyper, trompa
Joseph Robinson, oboé
Hetch & Shapiro, duo de pianistas

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Bob Schumann era bem apessoado, não acham?

PQP

Hermann Goetz (1840-1876): Concertos para Piano Nº 1 & 2 (Banfield / Albert)

Hermann Goetz (1840-1876): Concertos para Piano Nº 1 & 2 (Banfield / Albert)

Fechando esta dupla de postagens dedicadas a românticos obscuros — a outra é esta –, lá vai um CD verdadeiramente excelente. Goetz, sim, Goetz. Quando você quiser impressionar alguém, diga que você é fascinado pelo sabor mendelssohniano de seu primeiro concerto e com o caráter lírico e nostálgico do segundo que, como disse um comentarista, parece prenunciar o fim do romantismo. Se a pessoa não conhecer Goetz, faça cara de surpresa e sugira que quem não conhece o compositor… Bem, o que importa é ter saúde, né? Diga também que Goetz é uma mistura de Beethoven, Mendelssohn e Schumann e não esqueça da cara de louco de Goetz (veja abaixo).

Hermann Goetz (1840-1876): Concertos para Piano Nº 1 & 2

Concerto No.1 in E flat
01. Andante – Allegro 7:06
02. Adagio – Tempo I 12:18

Concerto No.2, Op.18
03. Massig bewegt 14:46
04. Massig langsam 11:05
05. Langsam – Belebter 11:14

Volker Banfield, piano
Radio Philarmonie Hannover des NDR
Werner Andreas Albert

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Goetz tinha um ar meio songamonga, não?

PQP

Sylvius Leopold Weiss (1687-1750): Concertos para Alaúde (Richard Stone / Tempesta Di Mare)

Sylvius Leopold Weiss (1687-1750): Concertos para Alaúde (Richard Stone / Tempesta Di Mare)

Um bom disco! Uma namorada minha — isso há várias décadas, porque éramos adolescentes –, foi a um concerto de música barroca e veio me contar que tinha assistido um Concerto para ATAÚDE. Ela era muito bonita e eu, que sabia do erro, fiquei bem quieto porque queria beijá-la — o máximo que fazíamos na época. Dias depois, com a relação mais estável, perguntei-lhe o que eles faziam com um ataúde no palco… Bem, como essas obras só sobreviveram na parte solo de alaúde, este disco representa um impressionante esforço de Richard Stone, que reorquestrou de forma convincente tudo o que é ouvido aqui. E como ele deu vida a essas peças há muito perdidas! Weiss compôs alguns concertos para alaúde e cordas, mas as partes para cordas não chegaram até nós. Aí é que entra Mr. Stone. Weiss era reconhecido em sua época principalmente por suas improvisações fantásticas e suas suítes para alaúde solo, mas também deve ter sido um bom solista em concertos. Um bom disco!

Sylvius Leopold Weiss (1687-1750): Concertos para Alaúde (Richard Stone / Tempesta Di Mare)

Concerto A Cinque In C Major, SC 90 (9:46)
1 I. Allegro 4:50
2 II. Andante 2:29
3 III. Tempo Di Minuetto 2:28

Concerto In D Minor, SC 58 (15:16)
4 I. Largo 2:59
5 II. Allegro 4:51
6 III. Largo 3:24
7 IV. Allegro Assai 4:02

Concerto For Lute And Flute In F Major, SC 9 (11:36)
8 I. Adagio 1:28
9 II. Allegro 2:15
10 III. Amoroso 3:21
11 IV. Allegro 4:31

Concerto Grosso In B Flat Major, SC 57 (11:07)
12 I. Allegro 4:59
13 II. Largo 2:55
14 III. Allegro 4:12

Concerto In F Major, SC 53 (14:29)
15 I. Largo 2:35
16 II. Allegro 4:24
17 III. Largo 3:09
18 IV. Allegro 4:22

Concerto For Lute And Flute In B Flat Major, SC 6 (12:16)
19 I. Adagio 2:51
20 II. Allegro 4:06
21 III. Grave 1:59
22 IV. Allegro 3:20

Bass – Anne Peterson
Cello [Violoncello] – Eve Miller, Vivian Barton Dozor
Ensemble – Tempesta Di Mare
Flute – Gwyn Roberts (2)
Harpsichord – Barbara Weiss
Lute – Richard Stone
Viola – Fran Berge
Viola [Da Gamba] – Ann Marie Morgan
Violin – Cynthia Roberts, Daniel Elyar, Dongmyung Ahn, Emlyn Ngai, Mark Zaki, Sara De Corso

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Esse era alaudista!

PQP

Maurice Ravel (1875-1937): Complete Orchestral Works (3 CDs) (Abbado)

Maurice Ravel (1875-1937): Complete Orchestral Works (3 CDs) (Abbado)

Adquiri esse cd numa leva de 21 que comprei de uma só vez. Bons tempos aqueles, pois era desprovido de dívidas e obrigações mensais, gastava tudo do jeito que bem entendia. Os preços eram verificados através de selos e somente quando cheguei em casa, percebi que esse cd triplo tinha saído pelo preço de duplo, pois estava, erroneamente, com apenas dois selos. Como tinha comprado uma quantidade razoável, não me senti culpado…

A partir desse álbum triplo pude ter um contato mais próximo com a obra orquestral de Ravel, pois até antes dele, só conhecia o Bolero e a orquestração para Quadros de uma Exposição de Mussorgsky. Aqui pude apreciar e me encantar à primeira audição, o que Stravinsky considerava uma das mais belas obras do século XX, o bailado Daphnis et Chloé, considerado por muitos sua obra-prima, uma verdadeira sinfonia coreográfica.

Fiquei igualmente extasiado ao ouvir, também pela primeira vez, a obra “neobarroca” Le Tombeau de Couperin e suas sutilezas orquestrais, é notório à todos a genialidade orquestral do compositor francês. Sem falar em uma das melodias mais lindas de todos os tempos, Pavane pour une infante défunte é sublime.

A chocante La Valse, com seus acordes dissonantes, foi encomendada por Diaghilev que acabou por não apreciá-la, recusando-se a chamar a obra de balé. Cinco anos depois Ravel, ainda magoado, recusou-se a apertar a mão de Diaghilev, o que motivou o russo a desafiá-lo a um duelo. Um episódio ridículo e evitado por muito pouco. Mais tarde Diaghilev viria a se retratar devido a persuasão de amigos comuns.

Francês de nascença, mas com descendência espanhola por parte de mãe, Ravel revela seu lado ibérico através de obras como Bolero, Rapsodie Espagnole e Alborada Del Gracioso.

Espero que apreciem e se encantem tanto quanto eu. Boa audição!

.oOo.

Maurice Ravel (1875-1937): Complete Orchestral Works (3 CDs) (Abbado)

CD1

1. BoleroTempo di Bolero moderato assai (14:26)

Rapsodie Espagnole
2. I. Prélude à la nuit: Très modéré (4:26)
3. II. Malagueña: Assez vif (2:03)
4. III. Habanera: Assez lent et d’un rythme las (2:41)
5. IV. Feria: Assez animé (6:00)

Ma Mère L’oye – Orchestral version
6. Prélude: Très lent (3:25)
7. 1er Tableau: Danse du rouet et scène – Allegro (3:32)
8. 2e Tableau: Pavane de la Belle au bois dormant – Lent – Allegro – Mouvement de Valse modéré (2:47)
9. 3e Tableau: Les entretiens de la Belle et de la Bête – Mouvement de Valse modéré (5:15)
10. 4e: Petit Poucet  – Très modéré (4:45)
11. 5e Tableau: Laideronnette, Impératrice des Pagodes – Mouvement de Marche – Allegro – Très modéré (4:48)
12. Apothéose: Le jardin féerique – Lent et Grave (3:43)

13. Pavane pour une infante défunteLent (6:37)

CD2

Daphnis et Chloé – Ballet en 3 parties (complete)

Première partie
1. Introduction. Lent – Entrent des jeunes gens – Très modéré (3:31)
2. Danse religieuse. Modéré (2:35)
3. Tout au fond – Chloé le rejoint – Un peu plus lent – Emotion douse (3:13)
4. Vif – Les jeunes filles attirent Daphnis (0:50)
5. A ce moment, elle est entraînée dans la danse des jeunes gens (0:56)
6. Danse générale – Beaucoup moins vif (0:43)
7. Vif – Plus modéré – Très modéré – Pesant – qui termine (2:37)
8. Assez lent – Tous invitent Daphnis – Vif (2:54)
9. Lent – Moins lent – Très libre (1:42)
10. Très modéré – Plus lent – 1er Mouvement (1:35)
11. Modérément animé – Au second plan – Un peu plus animé – Elle se jette – Très animé – Lent – Très agitè (1:35)
12. Modéré – La 2e Nymphe – La 3me Nymphe – Plus lent (1:54)
13. Lent et très souple de mesure – 1er Mouvement – Plus lent – 1er Mouvement – Peu à peu  (3:30)

Deuxième partie
14. Même mesure – Des appels de trompes – Une lueur sourde (2:52)
15. Animé et très rude – (Au camp des pirates) (2:00)
16. Un peu moins animé (1:54)
17. Très rude – Bryaxis lui ordonne – Modéré – Animé – Assez lent – Animé – Lent (3:31)
18. Assez animé – Le chef l’emporte (0:29)
19. Lent – Modére – Par endroits – Cà et là – Les chèvres-pieds (2:09)

Troisième partie
20. Lent – Peu à peu – Un autre berger – Entre un groupe (4:49)
21. Le vieux berger – Lent – Daphnis: Pan apparaît – Au Mouvement – Désepéré, il arrache (2:01)
22. Très lent – En animant toujours (4:08)
23. Lent – Animé – Lent – Animé (1:01)
24. Danse générale – Danse de Daphnis et Chloé – Danse de Dorcon (3:36)

Valses Nobles et Sentimentales
25. I. Modéré – très franc (1:18)
26. II. Assez lent – avec une expression intense (1:52)
27. III. Modéré (1:31)
28. IV. Assez animé (1:10)
29. V. Presque lent – dans un sentiment intime (0:59)
30. VI. Assez vif (0:43)
31. VII. Moins vif (2:53)
32. VIII. Épilogue (Lent) (3:15)

CD3

Le tombeau de Couperin – Orchestral version
1. I. Prélude: Vif (3:01)
2. II. Forlane: Allegretto (5:32)
3. III. Menuet: Allegro moderato (4:36)
4. IV. Rigaudon: Assez vif (3:03)

5. Alborada del GraciosoAssez vif (7:16)

6. Shéhérazade – Ouverture de féerie – Modéré (13:33)

7. Menuet Antique – for Orchestra – Maestoso (6:17)

8. Une barque sur l’océan – Très souple de rythme (7:15)

9. Fanfare from “L’Eventail de Jeanne”Allegro moderato (1:49)

10. La Valse – Choreographic poem, for Orchestra – Mouvement de valse viennoise (12:28)

London Symphony Orchestra
Claudio Abbado

CD 1 – BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE
CD 2 – BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE
CD 3 – BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Saudades de Abbado!

Marcelo Stravinsky

Johann David Heinichen (1683-1729): Galant Court Music (Il Fondamento / Paul Dombrecht)

Johann David Heinichen (1683-1729): Galant Court Music (Il Fondamento / Paul Dombrecht)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Lembram dos dois sensacionais álbuns de Reinhard Goebel de algumas décadas atrás? Goebel e sua turma ganharam todos os prêmios anuais disponíveis. Querem conhecê-los? O primeiro está aqui, o segundo aqui. Na época Goebel estava colocando na roda alguém que era desconhecido do grande público. Heinichen escreveu algumas obras-primas que soam como os grandes concertos de J.S. Bach. Suas aberturas soam como Telemann. Quando Goebel descobriu este compositor, era tudo muito surpreendente e alegre. Aqui, “Il fondamento” mantém este espírito com muito entusiasmo e beleza trazendo outras obras do grande Heinichen, com  uma exceção, o Sieble 214. Este CD é obrigatório. A música é sublime e os músicos são muito talentosos!

Johann David Heinichen (1683-1729): Galant Court Music (Il Fondamento / Paul Dombrecht)

Concerto A 7, G Major, Seibel 214
1 Vivace 2:34
2 Largo 2:02
3 Allegro 3:24

Concerto G Minor, Seibel 237
4 Allegro 4:32
5 Andante 2:08
6 Vivace 2:31

Ouverture G Major, Seibel 206
7 Ouverture 3:49
8 Entrée 1:48
9 Menuet 1:01
10 Gavotte 0:45
11 Bourée 1:17
12 Loure 2:32
13 Rondeaux 0:37
14 Menuet 1:02

Concerto A Major, Seibel 228
15 Allegro Assai 3:51
16 Affettuoso 5:14
17 Allegro 3:32

Concerto D Major, Seibel 224
18 Allegro 2:19
19 Affettuoso 1:39
20 Presto 1:46

Ouverture G Major, Seibel 205
21 Ouverture 4:30
22 Air 1:41
23 Bourré Alternativ 2:03
24 Air 1:41
25 Rigadon Alternativ 1:56
26 Air Viste 1:15

Composed By – Johann David Heinichen
Directed By – Paul Dombrecht
Orchestra – Il Fondamento

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

O talentoso dito cujo.

PQP

Henry Purcell (1659-1695): Fantasias para Violas (Hespèrion XX / Jordi Savall)

Henry Purcell (1659-1695): Fantasias para Violas (Hespèrion XX / Jordi Savall)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Há muito tempo, tanto em apresentações públicas como em gravações, Jordi Savall e o seu grupo têm caminhado para um estilo de interpretação cada vez mais meditativo. Com esta gravação, em colaboração com Wieland Kuijken, eles alcançam um estado de abstração raramente experimentado na música. É quase desnecessário dizer que a sua forma de tocar é sempre extremamente bonita: a música assim o exige. Mas qualquer necessidade de ser retórico foi superada e descartada. É tudo muito sutil e convincente — desde a primeira faixa o ouvinte é transportado para uma atmosfera auditiva rarefeita. Embora eu não tenha tido a oportunidade de comparar, a impressão desta versão é que poucos ousariam tocar tão lentamente. A seção lenta da Quarta Fantasia, por exemplo, está quase paralisada. E, ainda assim, a música mais do que sobrevive. São performances que iluminam a partitura de Purcell. Não deixe de ouvir!

Henry Purcell (1659-1695): Fantasias para Violas (Hespèrion XX / Jordi Savall)

Fantasia em uma nota
1 Fantasia em uma nota 3:06

3 fantasias em 3 partes
2 Fantasia eu 3:15
3 Fantasia II 2:40
4 Fantasia III 3:38

3 fantasias em 4 partes
5 Fantasia IV, 10 de junho de 1680 3:49
6 Fantasia V, 11 de junho de 1680 3:32
7 Fantasia VI, 14 de junho de 1680 4:05

In Nomine em 6 partes
8 In Nomine em 6 partes 1:51

3 fantasias em 4 partes
9 Fantasia VII, 19 de junho de 1680 4:24
10 Fantasia VIII, 22 de junho de 1680 16:00
11 Fantasia IX, 23 de junho de 1680 5:08

3 fantasias em 4 partes
12 Fantasia X, 30 de junho de 1680 4:05
13 Fantasia XI, 18 de agosto de 1680 3:08
14 Fantasia XII, 31 de agosto de 1680 3:35

In Nomine em 7 partes
15 In Nomine em 7 partes 3:45

Hespèrion XX:
Viol [Basse De Viole] – Marianne Müller * , Philippe Pierlot (2) , Wieland Kuijken
Viol [Dessus De Viole] – Jordi Savall
Viol [Hautecontre De Viole] – Sophie Watillon
Viol [Ténor De Viole] – Eunice Brandão , Sergi Casademunt
Direção: Jordi Savall

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

O genial Henry Purcell.

PQP

Reubke (1834-1858) e Schunke (1810-1834): Obras para piano (Patuzzi)

Reubke (1834-1858) e Schunke (1810-1834): Obras para piano (Patuzzi)

Ambos viveram 24 anos. Schunke foi amigo de Schumann e não teve tempo de amadurecer. Reubke tem uma obra importante para órgão, a Sonata sobre o 94º Salmo. E só. Morreram cedo os dois jovens românticos. Este CD não é nenhuma maravilha, mas também não é o horror descrito pelo único comentarista que escreveu a respeito na Amazon. Pode ser sem brilhantismo, mas é simpático. Julguem aí.

Reubke (1834-1858) e Schunke (1810-1834): Obras para piano

J. Reubke: Sonata in B flat minor (1857)
01. Allegro maestoso – Sostenuto – Quasi recitativo – Dolce e con espressione –
Animato – Allegro appassionato – Sostenuto – Quasi recitativo – Dolcissimo
con espressione – Animato – Allegro con fuoco – Maestoso 12:29

02. Andante sostenuto – Animato – Più lento – Adagio 7:22

03. Allegro assai – Allegro agitato – Meno mosso – Grave – Quasi recitativo –
Tempo primo – Presto – Allegro maestoso – Grave 8:26

04. Mazurka in E Major (1856)* 3:23

05. Scherzo in D minor (1856)* 5:24

C. L. Schunke: Grande sonata in G minor Op.3 (1832)
06. Allegro 7:42
07. Scherzo: Molto allegro 2:35
08. Andante sostenuto 4:48
09. Finale: Allegro 7:33

Mario Patuzzi, piano

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Destino desgraçado: a única imagem de Ludwig Schunke já o representa morto.

PQP

Jean-Marie Leclair (1697-1764): Ouvertures Et Sonates En Trio (Christophe Rousset, Les Talens Lyriques)

Jean-Marie Leclair (1697-1764): Ouvertures Et Sonates En Trio (Christophe Rousset, Les Talens Lyriques)

Este CD consiste de três Ouvertures e três Trio Sonatas que aparecem aqui pela primeira vez em disco. A coleção foi publicada em 1753, quando o Mercure de France registrou que seu conteúdo era “na verdade superior a todas as grandes coisas que o compositor fez até agora”. As aberturas são do tipo francês. A estas Leclair acrescentou em cada caso um movimento intermediário lento e um final animado. As três sonatas estão em quatro movimentos seguindo o padrão lento-rápido-lento-rápido. Dois deles são arranjos do próprio Leclair de sonatas para violino solo de suas duas primeiras coleções impressas, enquanto o terceiro foi originalmente publicado como um trio em uma publicação de 1728. As aberturas, por outro lado, começaram como peças de teatro; na verdade, uma deles, como o próprio Leclair observou, funcionou como abertura para sua única ópera Scylla et Glaucus (1746), enquanto seus dois movimentos restantes e a música das outras duas aberturas talvez tenham servido como música teatral para o duque de Gramont, que contratou Leclair como líder de orquestra no final da década de 1740.

Jean-Marie Leclair (1697-1764): Ouvertures Et Sonates En Trio (Christophe Rousset, Les Talens Lyriques)

Ouvertura I En Sol Majeur
1 Staccato, Allegro
2 Dolce Andante
3 Minuetto, Altro, Dolce

Sonata I En Ré Majeur
4 Adagio
5 Allegro
6 Sarabande
7 Allegro Assai

Ouvertura II En Ré Majeur
8 Grave Allegro
9 Andante Dolce
10 Allegro

Sonata II En Si Mineur
11 Largo
12 Allegro
13 Largo
14 Allegro

Ouvertura III En La Majeur
15 Grave
16 Allegro
17 Largo
18 Allegro Assai

Sonata III En Sol Mineur
19 Adagio
20 Allegro Ma Non Troppo
21 Aria Gratioso
22 Allegro

Les Talens Lyriques
Christophe Rousset

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Parece mesmo um herói de romance do século XVIII.

PQP

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 3 (Sado)

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 3 (Sado)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

É um gosto altamente pessoal, claro, mas esta é a minha preferida dentre as Sinfonias de Mahler. Longuíssima e grandiosa, porém cheia de episódios camarísticos, a terceira é aquela que mais me surpreende e surpreende a cada audição. Em conversa com um amigo, disse que é raro ouvir uma má versão das obras de Mahler. Elas afastam naturalmente os amadores. Quem as aborda sabe o que faz, com raras exceções. Esta abordagem gravada ao vivo de Sado é especialmente feliz. A Orquestra Tonkünstler, também conhecida apenas como Tonkünstler, é excelente. Ela foi fundada em 1907 e é uma orquestra austríaca baseada na capital Viena e em Sankt Pölten. Yutaka Sado é seu regente titular desde 2015. (Isaac Karabtchevsky ocupou o posto entre 1988 e 1994). Já a Sinfonia Nº 3 de Mahler foi esboçada em 1893, composta principalmente em 1895, tomando forma final em 1896. Com seis movimentos, é a composição mais longa de Mahler e é a a sinfonia mais longa do repertório padrão, com execução típica durando em torno de 95 a 110 minutos. Foi eleita uma das dez melhores sinfonias de todos os tempos numa pesquisa com maestros realizada pela BBC Music Magazine. A peça é executada em concerto com menos frequência do que as outras sinfonias de Mahler, devido em parte à sua grande extensão e às enormes forças necessárias — oito trompas, coro infantil, etc. Apesar disso, é uma obra popular. Quando é executada, às vezes é feito um pequeno intervalo entre o primeiro movimento (que sozinho dura mais de meia hora) e o resto da peça. Isto está de acordo com a cópia manuscrita da partitura completa (guardada na Biblioteca Pierpont Morgan, Nova Iorque), onde o final do primeiro movimento traz a inscrição Folgt eine lange Pause! (“segue-se uma longa pausa”). A inscrição não é encontrada na partitura publicada. Uma seção do Quarto Movimento aparece no filme Morte em Veneza, de Luchino Visconti, de 1971, que também apresenta o Adagietto da Quinta Sinfonia, como todo mundo sabe. O trecho da Terceira é apresentado como a música que Gustav von Aschenbach compõe antes de morrer.

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 3 (Sado)

01. Symphony No. 3 in D Minor I. Kraftig. Entschieden
02. Symphony No. 3 in D Minor II. Tempo di minuetto
03. Symphony No. 3 in D Minor III. Comodo, scherzando. Ohne Hast
04. Symphony No. 3 in D Minor IV. Sehr Langsam, misterioso. Durchaus Leise
05. Symphony No. 3 in D Minor V. Lustig im tempo und keck im ausdruck
06. Symphony No. 3 in D Minor VI. Langsam, ruhevoll. Empfunden

Tonkünstler-Orchester
Yutaka Sado, regente

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Yutaka Sado (1961-)

PQP

Alban Berg (1885-1935) & Benjamin Britten (1913-1976): Concertos para Violino (Hope, Watkins, BBC)

Alban Berg (1885-1935) & Benjamin Britten (1913-1976): Concertos para Violino (Hope, Watkins, BBC)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

CD que vai tranquilamente para a categoria dos imperdíveis.

No início de 1935, Berg recebeu a encomenda de um concerto do violinista Louis Krasner para estrear no Festival de Música Contemporânea que aconteceria no ano seguinte em Barcelona. Envolvido com a produção de sua ópera “Lulu”, Berg titubeou em aceitar a encomenda. Mas a morte prematura de Manon Gropius, filha de sua dileta amiga Alma Mahler e do arquiteto Walter Gropius, mobilizou o compositor a homenagear a jovem que se despedira da vida aos 18 anos, vítima de paralisia-infantil. A obra, que deveria ser o Réquiem de Manon, acaba ser o Réquiem do próprio Berg, que morreu em 24 de dezembro de 1935 com 50 anos, deixando sua “Lulu” incompleta. De fato, sua obra derradeira acabou por ser este Concerto para violino, que ele não viveu o suficiente para vê-lo apresentado por Krasner (o autor da encomenda) em Barcelona em 1936. O concerto é belíssimo e Hope desnuda-lhe toda a emoção para nós.

Menos conhecido, mas do mesmo nível — na minha opinião, melhor — é o concerto de Britten. Ele foi escrito entre 1938 a 1939 e dedicado a Henry Boys, seu antigo professor no Royal College of Music. Foi estreado em Nova York em 29 de março de 1940. Não há pontos fracos nesta obra. Ela é toda perfeita. Amor e guerra se misturam nela. O terceiro movimento (Passacaglia) é um tributo aos soltados voluntários britânicos, alguns deles amigos de Britten, que lutaram contra o franquismo durante a Guerra Civil Espanhola. Foi também durante a escrita deste concerto que o compositor conheceu Peter Pears, tenor que se tornou seu companheiro para toda a vida. O sul-africado Daniel Hope volta a atuar maravilhosamente aqui. O que ele faz nos dois primeiros movimentos é pura magia.

Alban Berg (1885-1935) & Benjamin Britten (1913-1976): Concertos para Violino (Hope, Watkins, BBC)

BERG – Violin Concerto. Dem Gedenken Eines Engels • To The Memory Of An Angel • À La Mémoire D’Un Ange
1 Part I: Andante — Allegretto 12:03
2 Part II: Allegro — Adagio 17:08

BRITTEN – Violin Concerto, Op.15
3 I Moderato Con Moto — Agitato — Tempo Primo 10:44
4 II Vivace — Animando — Largamente — Cadenza 9:01
5 III Passacaglia: Andante Lento 16:01

Composed By – Alban Berg (faixas: 1, 2), Benjamin Britten (faixas: 3 to 5)
Conductor – Paul Watkins
Orchestra – BBC Symphony Orchestra
Violin – Daniel Hope

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Hope and Glory

PQP

William Walton (1902-1983) / Dmitri Shostakovitch (1906-1975): Quarteto de Cordas em Lá Menor / Quarteto de Cordas Nº 3 Em Fá Maior, Op. 73 (Albion Quartet)

A peça de Walton é realmente muito boa, devo admitir. Os compositores ingleses não costumam me entusiasmar, mas o Allegro Molto da obra de Walton é de erguer cadáveres. Tive que ouvi-lo muitas vezes para ter certeza se tinha gostado. E gostei, muito. O Albion captura a turbulência, o lirismo melancólico enredado em tensão que é evocado na escrita de Walton. A abertura é cativante, com o tom de Albion ao mesmo tempo açucarado e iluminado, às vezes elétrico. Já o quarteto de Shostakovich é uma obra-prima conhecida. Me dá a impressão de que o Shosta saiu meio “berrado”, mas as diferenças entre cada versão são tão grandes que a gente fica pensando… A versão do Albion denota uma tremenda coragem. De maneira típica, Shostakovich começa com um humor alegre e ensolarado, que não podemos confiar que seja genuíno, como é seu costume. Logo, ele  mostra seu lado cínico. Enquanto ele desce para as sombras, os Albion o seguem obedientemente. Os contrastes aqui são retratados de forma excelente e pintados de forma tão nítida que ficamos na ponta da cadeira a maior parte do tempo. Coragem, sim, coragem.

Quarteto de cordas em lá menor
Composto por – Sir William Walton
1 I. Allegro 10:35
2 II. Presto 4:31
3 III. Lento 8:29
4 IV. Allegro Molto 4:32

Quarteto de cordas nº 3 em Fá maior, op. 73
Composto por – Dmitri Shostakovich
5 I. Alegretto 6:46
6 II. Moderado com moto 5:23
7 III. Allegro Non Troppo 4:09
8 IV. Adagio 5:40
9 V. Moderado 10:41

Albion Quartet:
Tamsin Waley-Cohen and Emma Parker, violin
Ann Beilby, viola
Nathaniel Boyd, cello

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Ele é delas.

PQP

Georg Muffat (1653-1704) / Heinrich Ignaz Franz Biber (1644-1704): Suiten & Sonaten (Concentus Musicus Wien / Harnoncourt)

Georg Muffat (1653-1704) / Heinrich Ignaz Franz Biber (1644-1704): Suiten & Sonaten (Concentus Musicus Wien / Harnoncourt)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Aqui está um verdadeiro tesouro do antigo catálogo do selo Archiv da Deutsche Grammophon. Este maravilhoso programa de obras instrumentais de Muffat e Biber foi gravado em 1965, interpretado por um conjunto que esteve entre os verdadeiramente grandes pioneiros da performance historicamente informada: o Concentus Musicus Wien, dirigido por Nikolaus Harnoncourt (1929-2016). O som dá a impressão de que foi gravado ontem e a interpretação idem. Harnoncourt era um gênio e só mesmo um mau caráter como Karajan para fazer de tudo a fim de acabar com sua carreira. (Entre outras agressões, Harnoncourt, que era violoncelista da Orquestra Filarmônica de Viena, foi excluído de lá, de Berlim e de Salzburgo depois que começou a reger grupos que utilizavam instrumentos de época, de uma maneira que contrariava a ortodoxia proposta e imposta por Karajan.)

Este disco tem como subtítulo ‘Música da corte barroca austríaca’, uma vez que ambos os compositores trabalharam na Áustria, embora Biber fosse boêmio de nascimento, enquanto Muffat era de ascendência escocesa, mas nasceu na Saboia. As duas obras de Muffat aqui gravadas, a Suite Indissolubilis Amicitia e o Concerto Bona Nova, são belas peças muito distintas entre si e que exemplificam a maneira de Muffat fundir os costumes franceses e italianos em voga na época num estilo próprio, único e altamente atraente. Ilustram também o hábito envolvente do compositor de nomear as suas obras com títulos filosóficos, emocionais ou programáticos – neste caso “amizade eterna” e “boas notícias”. Nas mãos de CMW e Harnoncourt eles soam maravilhosos, com a textura do concerto em particular colorida de forma distinta pelos oboés e fagotes barrocos do conjunto.

As obras de Biber são três sonatas — incluindo uma peça incomum para dois violinos e trombone solo — e a Battalia a 10, esta última frequentemente gravada em outras coleções desde sua primeira aparição em disco. É interessante notar que, na sua crítica original e favorável, o crítico da revista inglesa Gramophone (nome omitido aqui para proteger o ignóbil) chamou esta peça de “bastante infantil”; mas felizmente a maioria dos revisores desse artigo estão demonstrando atualmente uma atitude melhor. O ponto principal, porém, é que as obras escolhidas para este disco ainda sintetizam a beleza, a expressividade e a humanidade da música instrumental barroca no seu melhor. A banda de Harnoncourt demonstra tudo isso em seus instrumentos históricos com texturas gloriosas e em estilo soberbamente idiomático.

Georg Muffat / Heinrich Ignaz Franz Biber: Suiten & Sonaten (Concentus Musicus Wien / Harnoncourt)

Georg Muffat (1653-1704)
Indossolubilis Amicitia (Indissoluble Friendship)
Composed By – Georg Muffat
(16:30)
1 Ouverture 4:29
2 Les Courtisans 1:22
3 Rondeau 2:28
4 Les Gendarmes 0:51
5 Les Bossus 1:03
6 Gavotte 1:05
7 Sarabande Pour Le Génie De L’Amitié 1:57
8 Gigue 1:35
9 Menuet 1:50
Concerto I: Bona Nova (Good News)
Composed By – Georg Muffat
(10:17)
10 Sonata. Grave – Allegro 4:08
11 Ballo. Allegro 1:40
12 Grave 1:02
13 Aria 1:32
14 Giga 1:55

Heinrich Ignaz Franz Biber (1644-1704)
Die Pauern Kirchfahrt (Country Churchgoing)
Composed By – Heinrich Ignaz Franz Biber
(6:22)
15 Sonata. Adagio – Presto 1:33
16 Die Pauern Kirchfahrt – Adagio 2:19
17 Aria 2:30
Sonata a 2 Violini, Trombone, Violone In D Minor (6:52)
18 (Allegro Non Troppo) 0:34
19 (Poco Allegro) 0:46
20 (Adagio) 1:04
21 (Allegro) 0:21
22 (Adagio) 1:16
23 (Poco Allegro) 0:17
24 (Adagio) 0:55
25 (Allegro) 0:19
26 (Allegro) 1:21
Sonata VIII In B Flat Major
Composed By – Heinrich Ignaz Franz Biber
(5:18)
27 Allegro 1:33
28 (Presto) 2:39
29 Presto – Adagio 1:06
Battalia (Battle) a 10 (7:44)
30 Sonata. Allegro 0:58
31 Allegro: Die Liederliche Gesellschaft Von Allerley Humor 0:41
32 Presto 0:37
33 Der Mars 1:04
34 Presto 0:34
35 Aria 1:48
36 Die Schlacht 0:44
37 Adagio: Lamento Der Verwundten Musquetierer 1:18

Concentus Musicus, Vienna*
Nikolaus Harnoncourt

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

A reação de Harnoncourt ao tal crítico

PQP

Carl Nielsen (1865-1931): Concerto para Violino & Sinfonia Nº 4, “Inextinguível” (Ehnes / Gardner)

Carl Nielsen (1865-1931): Concerto para Violino & Sinfonia Nº 4, “Inextinguível” (Ehnes / Gardner)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um disco absolutamente maravilhoso! O Concerto para Violino de Nielsen é quase um anticoncerto romântico. Dificílimo, ele termina com pleno sarcasmo e bom humor, sem nenhum convite ao aplauso. Acho que isto afasta os solistas. Mas é uma obra-prima que inicia como se fosse um épico de completa bravura e acaba por diminuir a voz pouco a pouco. O Concerto foi estreado em Copenhague em fevereiro de 1912. São 4 movimentos que são como se fossem 2, pois cada dupla abre com uma seção lenta, passando para uma mais rápida. Embora incomum, isso pode ser visto como uma forma rápido – lento – rápido, mas com uma extensa introdução lenta ao movimento rápido. A música passa subitamente de uma ideia para outra e, no geral, dá uma sensação ousada e divertida. Jamais esqueçam que é um Concerto escrito por um violinista. James Ehnes é o maior violinista do planeta e aqui demonstra o fato de maneira estarrecedora.

Em total contraste, embora escrita apenas alguns anos depois, a Quarta Sinfonia é mais coesa e unificada. Escrita tendo como pano de fundo a Primeira Guerra Mundial, a obra é uma celebração da própria vida. Pouco antes da estreia em 1916, Nielsen descreveu-a como: “Música é Vida e, como ela, inextinguível.” Bem se vê que ele desconhecia o aquecimento global. Composta na forma usual de quatro movimentos, cada movimento continua desde o anterior sem interrupção. O movimento final apresenta a curiosidade de dois tímpanos lutando entre si na orquestra.

Carl August Nielsen (1865-1931): Concerto para Violino & Sinfonia Nº 4, “Inextinguível” (Ehnes / Gardner)

Nielsen: Violin Concerto, Op. 33 (FS61)
1 Ia. Praeludium
2 Ib. Allegro Cavalleresco
3 Iia. Poco Adagio
4 Iib. Rondo

Nielsen: Symphony No. 4, Op. 29 (FS76) ‘The Inextinguishable’
5 I. Allegro
6 II. a Tempo (Poco Allegretto)
7 III. Poco Adagio
8 IV. Allegro

James Ehnes, violino
Bergen Philharmonic Orchestra
Edward Gardner

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Carl Nielsen himself

PQP

Krzysztof Penderecki (1933-2020): Um Réquiem Polonês (Wit)

Krzysztof Penderecki (1933-2020): Um Réquiem Polonês (Wit)

Mesmo assoberbado pelo trabalho – expressão muito original, não? – não poderia deixar de vir aqui fazer uma postagem. Afinal, faz uns três dias que não compareço! Só que o mesmo verdugo – o trabalho – me impedirá de alongar-me muito. Gosto muito desta obra em que Penderecki demonstra um recuo em relação ao modernismo mais furioso que apresentava em “A Paixão Segundo São Lucas”, por exemplo. Seu pós-serialismo é uma manifestação evidente de maturidade e nisto não vai nenhuma crítica às duas horas da música de Webern, nem ao resto da turma da Segunda Escola de Viena. Sua “Lacrimosa” chega a ser cantabile! Gosto dessas pessoas que conseguem renovar-se. É ecológico para a alma saber-se capaz de várias linguagens, mas isso já é outra história e estou sem tempo… Se fosse você, baixava agora. Vale a pena ouvir. A celebridade de Penderecki não é injusta.

Krzysztof Penderecki – A Polish Requiem (Wit)

CD1

01 Introitus 04:10
02 Kyrie 04:16
03 Dies Irae 01:34
04 Tuba mirum 01:58
05 Mors stupebit 06:30
06 Quid sum miser 04:46
07 Rex tremendae 02:18
08 Recordare Jesu pie 11:24
09 Ingemisco tanquam reus 12:07
10 Lacrimosa 04:39

CD2

01 Sanctus 13:44
02 Agnus Dei 07:35
03 Lux aeterna 04:43
04 Libera me, Domine 09:44
05 Offertorium – Swiety Boze 06:33
06 Libera animas 03:26
07 The Dream Of Jacob Lento (new Sanctus) 08:40

Conductor: Antoni Wit
Performers:
Jadwiga Rappe (Alto)
Ryszard Minkiewicz (Tenor)
Piotr Nowacki (Bass)
Izabella Klosinska (Soprano)

Ensemble Warsaw National Philharmonic Choir

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Penderecki super animado com a esposa de Shostakovich, Irina.

PQP

 

Vaughan Williams / Delius / Walton: Greensleeves · The Lark Ascending · Summer Night on the River · On Hearing the First Cuckoo in Spring (Zukerman / Black / Orquestra de Câmara Inglesa / Barenboim)

Vaughan Williams / Delius / Walton: Greensleeves · The Lark Ascending · Summer Night on the River · On Hearing the First Cuckoo in Spring (Zukerman / Black / Orquestra de Câmara Inglesa / Barenboim)

Contemplativo and very english, este CD me encheu o saco. Há poucas boas músicas eruditas inglesas entre os dois gênios maiores da ilha: Purcell e Britten. O romance imensamente popular e “quintessencialmente inglês” de Vaughan Williams para violino e orquestra, The Lark Ascending,  recebeu muitas gravações. Não há nenhuma evidência que sugira que o próprio compositor tenha considerado a peça de alguma forma excepcional, então por que ele se transformou no sucesso clássico que quase todo mundo conhece? Enquanto outrora este romance despretensioso era ouvido como uma evocação direta dos 12 versos de George Meredith que prefaciam a partitura, o público mais amplo de hoje desconhece em grande parte a sua fonte poética. A etiqueta “quintessencialmente inglesa” aplicável aos versos vitorianos parece cada vez mais inadequada para explicar o apelo global da música. Em 2011, quando a rede de rádio pública de Nova York perguntou aos ouvintes o que eles gostariam de ouvir no 10º aniversário do 11 de setembro, The Lark Ascending ficou em segundo lugar, atrás de Adagio de Barber. Eu não entendo. E vocês?

Vaughan Williams / Delius / Walton: Greensleeves · The Lark Ascending · Summer Night on the River · On Hearing the First Cuckoo in Spring (Zukerman / Black / Orquestra de Câmara Inglesa / Barenboim)

1 Fantasia sobre “Greensleeves” para orquestra de cordas, harpa e duas flautas (1934)
Composta por – Ralph Vaughan Williams
4:29
Concerto para oboé e orquestra de cordas em lá menor (1944)
Composta por – Ralph Vaughan Williams
Oboé – Neil Black (3)
2 1. Rondo Pastoral: Allegro Moderato 6:54
3 2. Minueto e Musette: Allegro Moderato 2:48
4 3. Finale (Scherzo): Presto 8:54

Duas peças para pequena orquestra
Composta por – Frederico Delius
5 1. Ao ouvir o primeiro cuco na primavera (1912) 7:12
6 2. Noite de verão no rio (1911) 5:41

Duas Aquarelas (1938)
Organizado por – Eric Fenby
Composta por – Frederick Delius
7 1. Lento, Ma Non Troppo 2:44
8 2. Alegremente, mas não rápido 2:10
9 Intermezzo (da ópera “Fennimore e Gerda”) (1909-10)
Composta por – Frederico Delius
5:50

Duas peças para cordas da música do filme “Henrique V” (1943-44)
Composta por – William Walton *
10 1. Passacaglia: Morte de Falstaff 2:47
11 2. “Toque seus lábios macios e parte” 2:01
12 The Lark Ascendente (Romance para violino e orquestra) (1914, Rev. 1920)
Composta por – Ralph Vaughan Williams
Violino – Pinchas Zukerman

Maestro – Daniel Barenboim
Orquestra – Orquestra de Câmara Inglesa

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

PQP

Michel Richard Delalande (1657-1726): Simphonies pour les Soupers du Roy (Paillard)

Michel Richard Delalande (1657-1726): Simphonies pour les Soupers du Roy (Paillard)

Na boa, sabem aquelas músicas que são usadas no cinema para a entrada de reis e rainhas? Pois bem, Delalande é o autor da maioria. É um especialista em babar ovos, ao que parece. Bem, é um emprego. Quantos de nós não poderíamos ser considerados perfeitos baba-ovos? Escuta, você é empregado? Admira seu chefe? Faz tudo o que ele quer só para que ele não fique na sua cola? Bem, este é o caminho. As “Sinfonias para os Sopros do Rei” são um blow job de primeira linha. Música boa para colocar quando da primeira visita do sogro em casa ou quando aquele sujeito com um ego imenso entra no recinto. No mais, Paillard e sua turma estão muito bem.

Michel Richard Delalande (1657-1726): Simphonies pour les Soupers du Roy (Paillard)

Concert De Trompettes Pour Les Festes Sur Le Canal De Versailles
1 Premier Air 1:33
2 Deuxième Air 0:56
3 Troisième Air : Chaconne En Écho 2:15
4 Quatrième Air : 1er Menuet, Cinquième Air : 2ème Menuet (Trio De Hautbois) 2:05
5 Sixième Air : Air En Écho, Fanfare 1:24

Premier Caprice Ou Caprice De Villers-Cotterets
6 Fièrement Et Détaché ; Gracieusement. Un Peu Plus Gay ; Viste 4:29
7 Augmentation, 1er Air Neuf : Gracieusement Sans Lenteur – Vif, Suitte De L’Ancien 3:04
8 Trio : Doucement – Augmentation, 2e Air Neuf (Fièrement) 5:31
9 Suitte De L’Ancien : Vivement, Doucement, Vivement 2:05

Deuxième Fantaisie Ou Caprice Que Le Roy Demandoit Souvent
10 Un Peu Lent : Vite : Doucement 6:19
11 Gracieusement : Gayement : Vivement 3:36

Troisième Caprice
12 1er Air : Gracieusement 2:30
13 2e Air : Mineur 2:14
14 3e Air : Presto 1:32
15 4e Air : Gigue (Gracieusement) 1:54
16 5e Air : Quator (Doucement) – Prélude 3:59
17 6e Air : Vif 1:38

Concert de trompettes pour les Festes sur le canal de Versailles
Premier Caprice ou Caprice de Villers-Cotterets
Deuxième Fantaisie ou Caprice que le Roy demandoit souvent
Troisième Caprice

Orchestre de Chambre Jean-Francois Paillard
Jean-Francois Paillard

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Delalande: sonhando com Reis e Rainhas
Delalande: ai, vem cá, meu Rei…

PQP

Brahms / Schoenberg: Quarteto para Piano, Op. 25 (Arranjo para Orquestra de Arnold Schoenberg) (Comissiona)

Brahms / Schoenberg: Quarteto para Piano, Op. 25 (Arranjo para Orquestra de Arnold Schoenberg) (Comissiona)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Na minha opinião, trata-se do melhor Quarteto para Piano já escrito. E Schoenberg arranjou-o para orquestra, assim como fez com prelúdios e fugas para órgão de Bach e muitas outras obras. Afora o luxuoso tratamento que lhe dá Schoenberg, a música de Brahms é de primeiríssima linha, coisa de louco mesmo. Não deixem de ouvir. Só não se apavorem, todos os 4 movimentos do Quarteto estão em uma só faixa. O Quarteto de Brahms foi estreado em Hamburgo no ano de 1861. Schoenberg orquestrou a obra em 1937, e ela foi estreada pela Filarmônica de Los Angeles sob a batuta do então diretor musical Otto Klemperer.

Schoenberg explicou a motivo da orquestração quase um ano após a estreia. Ele escreveu:

1. Eu gosto da peça,

2. Ela raramente é tocada,

3. E é sempre muito mal tocada, porque quanto melhor o pianista, mais alto ele toca e não se ouve nada das cordas. Queria uma vez ouvir tudo e consegui. (*)

(*) Pobrezinho, ele não viveu para conhecer as gravações do Beaux Arts, Amadeus e vários outros de nossa época…

Brahms / Schoenberg: Quarteto para Piano, Op. 25 (Arranjo para Orquestra de Arnold Schoenberg)

1. Piano Quartet in G Minor, Op. 25 – Allegro 13:42
2. Piano Quartet in G Minor, Op. 25 – Intermezzo (Allegro, ma non troppo) 8:40
3. Piano Quartet in G Minor, Op. 25 – Andante con moto 10:18
4. Piano Quartet in G Minor, Op. 25 – Rondo alla zingarese 8:53

Baltimore Symphony Orchestra
Sergiu Comissiona

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Ele diz que Comissiona, mas até agora não vi a cor do dinheiro

PQP

Serguei Prokofiev (1891-1953): Suíte Romeu e Julieta, Op. 64 (Salonen)

Serguei Prokofiev (1891-1953): Suíte Romeu e Julieta, Op. 64 (Salonen)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

O balé Romeu e Julieta de Prokofiev é uma composição dividida em três atos e treze cenas. Foi estreada no dia 11 de janeiro de 1940 no teatro Kirov, em Leningrado, e é, obviamente, baseado na tragédia homônima de William Shakespeare. Prokofiev extraiu deste balé três suítes orquestrais (Op. 64, 64a e Op. 101), além de uma seleção ainda mais reduzida adaptada para o piano (Op. 75). Bem. quem procura esta Suíte não precisa ir além deste magnífico CD. Este é um disco extraordinário e eu gostaria que a CBS tivesse contratado Esa-Pekka Salonen para fazer a versão completa do balé. Tudo começa por Prokofiev, claro, ao selecionar os itens que constariam da Suíte. Eles são admiravelmente paralelos à narrativa, mas também estão dispostos de forma a tornar a escuta contínua muito prazerosa. A execução orquestral é maravilhosamente feliz em seus detalhes: “Julieta – A Jovem” é cativantemente leve e graciosa, enquanto a mais robusta “Máscaras” tem apontamentos rítmicos soberbamente nítidos. O contorno melódico de Salonen é comovente na “Dança do Amor” com um toque das cordas maravilhosamente livre e expressivo, enquanto que, mais tarde, o “Adeus antes da despedida” é igualmente tocante. As duas danças que seguem a “Dança do Amor” fazem um contraste encantador. A “Dança Folclórica” é de total alegria, com violinos delicados contra sopros jocosos e a “Dança com Bandolins” é picantemente colorida com grande efeito. Depois, a “Serenata da Manhã” oferece outro interlúdio de bandolim antes do poderoso desfecho dramático de encerramento. Uma joia!

Serguei Prokofiev (1891-1953): Suíte Romeu e Julieta, Op. 64 (Salonen)

1 A Ordem do Duque 1:36
2 Interlúdio 2:08
3 Preparativos para o baile 1:41
4 Julieta – A Jovem 3:13
5 Chegada dos convidados 3:32
6 Máscaras 2:36
7 Dança dos Cavaleiros 5:50
8 A cena da varanda 1:18
9 Variação de Romeu 1:07
10 Dança de amor 4:53
11 Dança folclórica 3:23
12 Dançar com bandolins 1:51
13 Tybald luta contra Mercutio 1:19
14 Romeu resolve vingar a morte de Mercúcio 2:10
15 Final: Ato II 2:03
16 Adeus antes da despedida 4:58
17 Serenata da Manhã 2:27
18 Funeral de Julieta 5:37
19 Morte de Julieta 3:34

Orquestra Filarmônica de Berlim
Esa-Pekka Salonen

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Prokofiev na mesma cama com Nikolay Nabôkov: não é nada disso que vocês estão pensando!

PQP

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Sinfonias Nº 15 e 6 (Noseda)

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Sinfonias Nº 15 e 6 (Noseda)

Esta gravação certamente não é uma de minhas first choices shostakovichianas. O italiano Gianandrea Noseda torna o trágico ultratrágico, deixa tudo mais lento e quer nos matar do coração. Em sua cruzada pelo trágico, ele pisoteia o que há de sarcástico em Shostakovich, o que é crime inafiançável. A Sinfonia nº 15, Op. 141, foi gravada logo após sua composição em 1971, com a regência do filho do compositor, Maxim. Muitas gravações seguiram essa leitura sombria ao considerar a obra um testemunho diante da morte. No entanto, essa não é a única maneira de ver a questão. Por um lado, a sinfonia contém várias citações, e a da abertura Guilherme Tell, de Rossini , no primeiro movimento, é bastante espirituosa. O final, nem se fala. A Sinfonia nº 6, Op. 54, de 1939, não é de das obras sinfônicas tocadas com maior frequência. Os críticos stalinistas notaram com desaprovação os aspectos mais experimentais da obra, com sua estrutura incomum, com cada movimento mais rápido que o anterior. A leitura de Noseda capta bem isso. Mas, sei lá, faltou Rússia (ou URSS) a Noseda.

Sinfonia nº 15 em lá maior, op. 141
1 I. Alegretto 8:30
2 II. Adagio. Largo. Adagio. Largo 16:03
3 III. Alegreto 4:28
4 4. Adagio. Alegretto. Adagio. Alegretto 15:56

Sinfonia nº 6 em si menor, op. 54
5 I. Largo 17:42
6 II. Alegro 6:37
7 III. Presto 7:29

London Symphony Orchestra
Gianandrea Noseda, regente

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Shostakovich jogando xadrez com a morte

PQP

Johannes Brahms (1833-1897): Os 2 Concertos para Piano, Scherzo, 4 Baladas, Klavierstucke (Kovacevich / Davis)

Johannes Brahms (1833-1897): Os 2 Concertos para Piano, Scherzo, 4 Baladas, Klavierstucke (Kovacevich / Davis)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Quantas vezes FDP Bach postou estas gravações? Muitas, ele as ama. Porém, como há pouco tempo saiu com nova capa, juntos e tals, vamos repostar. Mas o texto é de FDP! Vai que é tua, meu rapaz.

Aqui, sobre o CD1:

A obra pianística de Brahms apareceu com pouca frequência aqui no PQPBach. Lembro de um cd de Kristian Zimerman, cujo link já desapareceu há muito tempo, e só. Claro que falo das obras para piano solo, não de seus monumentais concertos para piano.

Resolvi então trazer este repertório com meu pianista favorito nele, Stephen Kovacevich, gravações estas realizadas entre o final dos anos 60 e início dos anos 80.

Tenho uma relação muito particular com este pianista, foi ele quem me apresentou o Concerto nº2, e sua leitura me cativou imediatamente, e desde então cultivo um carinho muito especial por esta gravação. Infelizmente Kovacevich meio que sumiu dos palcos durante alguns anos, se não me engano por problemas de saúde, mas pelas últimas notícias que li, ele está novamente ativo, realizando performances pelos palcos do mundo inteiro.

O primeiro cd dessa caixa traz o monumental Concerto nº1, em uma versão mais “light”, eu diria, não tão soturna, mais romântica do que e as que estamos acostumados a ouvir. É deslumbrante acompanhar o embate entre piano e orquestra, em um duelo sem vencedores.

Stephen Kovacevich, Colin Davis e a Sinfônica de Londres estão impecáveis, no apogeu de suas carreiras.

E aqui sobre o CD2:

Se Stephen Kovacevich tivesse realizado apenas essa gravação do Concerto nº 2 para Piano e Orquestra de Brahms, junto com Colin Davis e a Sinfônica de Londres, lá nos idos dos anos 70, já poderia ser colocado no Hall of Fame dos grandes pianistas do século XX. Já comentei anteriormente que tenho uma relação muito pessoal com essa gravação, desde que a comprei, lá em 1987 ou 88. Brahms para mim ainda era um compositor um tanto quanto obscuro. Sua obra ainda era uma incógnita para mim. Ainda era o tempo do LP. Lembro que comprei em uma promoção, dois pelo preço de um, junto dele veio um LP com as Danças Eslavas de Dvorák, na versão de Antal Dorati, outro primor da indústria fonográfica. Bendita a hora em que o gerente daquela loja de discos no centro de Florianópolis resolveu dar uma geral no setor de clássicos, e tirar aqueles álbuns encalhados, que não vendiam.

Já colocamos em discussão por aqui diversas vezes, e não canso de afirmar que considero este Concerto nº 2 para Piano e Orquestra de Brahms o melhor Concerto já escrito pelo ser humano, uma obra que faz parte do cânone cultural ocidental. Um diamante lapidado com cuidado e esmero por este gigante alemão, Johannes Brahms.

E o californiano Stephan Kovacevich, filho de pai croata e mãe norte-americana, junto com Colin Davis e a Sinfônica de Londres, naqueles inspiradores anos 70, conseguiram extrair a essência da obra, aquilo que ela tem de mais profundo. Impossível ouvir essa gravação e ficar imune à sua beleza.

Deliciem-se, então, mortais.

Johannes Brahms (1833-1897): Os 2 Concertos para Piano, Scherzo, 4 Baladas, Klavierstucke (Kovacevich / Davis)

Concerto para piano nº 1 em ré menor, op. 15
1-1 Maestoso – Poco Più Moderato 21:29
1-2 Adágio 15:19
1-3 Rondo Allegro Non Troppo 10:59

1-4 Scherzo em mi bemol menor, op. 4 9:46

4 Baladas, op. 10
1-5 Nº 1 em Ré Menor 3:52
1-6 Nº 2 em D 5:12
1-7 Nº 3 em si menor 3:41
1-8 Nº 4 em B 5:59

Concerto para piano nº 2 em si bemol, op. 83
2-1 Allegro Non Troppo 17:55
2-2 Allegro Appassionato 8h30
2-3 Andante – Più Adagio 14:32
2-4 Allegretto Grazioso – Un Poco Più Presto 9:06

Klavierstucke Op. 76
2-5 Nº 1 Capricho em Fá Sustenido Menor 2:35
2-6 Nº 2 Capricho em Si Menor 2:54
2-7 Nº 3 Intermezzo em apartamento 2:24
2-8 Nº 4 Intermezzo em Si bemol 2:16
2-9 Nº 5 Capricho em dó sustenido menor 2:49
2-10 Nº 6 Intermezzo em A 2:52
2-11 Nº 7 Intermezzo em Lá Menor 2:33
2-12 Nº 8 Capricho em C 2:53

Steven Kovacevich
London Symphony Orchestra
Sir Colin Davis

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Argerich, Kovacevich e suas duas filhas.

PQP

 

Ferdinand Ries (1784-1838): Os Quartetos para Flauta Completos (Oxalys)

Ferdinand Ries (1784-1838): Os Quartetos para Flauta Completos (Oxalys)

Um belo CD. Ries é excelente. Filho de um músico da corte de Bonn, Franz Ries, Ferdinand aprendeu piano quando criança com Beethoven. Em outubro de 1801, foi enviado por seu pai para Viena, onde Beethoven o colocou sob sua proteção. Em troca, Ries tornou-se indispensável para Ludwig, ajudando-o com os aspectos práticos da composição, lidando com editores, encontrando alojamentos para o mestre e, em geral, cuidando dele enquanto sua audição diminuía. Foi Ries quem encontrou alojamento para Beethoven na Pasqualati Haus, onde Beethoven permaneceu por mais tempo do que em qualquer outro lugar e que hoje é um Museu. Beethoven geralmente considerava a bondade de Ries como obrigação, muitas vezes tratando-o mal e culpando-o por problemas pelos quais não era responsável. Ries nunca permitiu que isso prejudicasse o amor e o respeito que tinha por Beethoven. Em 1813, deixou Viena para sempre. Estabeleceu-se em Londres em 1813, casando com uma inglesa. Em 3 de abril de 1816, Beethoven escreveu a Ries: “… Todos os meus bons votos, meu caro R, e os meus melhores cumprimentos à sua querida esposa e também a todas aquelas lindas inglesas a quem as minhas saudações podem dar prazer…”. Um mês depois, ele escreveu: “… Minhas melhores saudações à sua esposa. Infelizmente não tenho esposa. Encontrei apenas uma que, sem dúvida, nunca possuirei. No entanto, não odeio as mulheres… “. Como membro da Sociedade Filarmônica de Londres, Ries foi incansável na promoção da música de Beethoven e fundamental para garantir-lhe a encomenda da nova sinfonia que se tornaria a Nona. Ele deixou Londres em abril de 1824, após dar um concerto de despedida, e mudou-se a esposa para Godesberg. Ele acumulou uma riqueza considerável com o ensino e a redação, mas perdeu grande parte dela quando o banco londrino, em que investia, faliu. Por volta de 1830, mudou-se para Frankfurt e em 1834 para Aachen, onde foi nomeado chefe da orquestra da cidade e da Singakademie. Mas as funções do cargo não lhe deixaram satisfeito e ele regressou a Frankfurt dois anos depois. Ele morreu com apenas cinquenta e três anos. Ferdinand Ries foi excelente pianista e compositor prolífico, deixando cerca de 180 obras, incluindo sinfonias, óperas, oratórios, música de câmara e peças para piano solo. Como um dos colaboradores mais próximos de Beethoven, as suas opiniões a respeito do compositor – reunidas num livro que publicou com Franz Wegeler em 1838 – são inestimáveis.

Ferdinand Ries (1784-1838): Os Quartetos para Flauta Completos (Oxalys)

Quartet WoO 35 Nr. 1 In D Minor
1-1 Allegro
1-2 Adagio Con Moto
1-3 Scherzo. Vivace
1-4 Finale. Allegro Molto

Quartet WoO 35 Nr. 2 In G. Minor
1-5 Andante. Allegretto
1-6 Adagio Con Moto, Cantabile
1-7 Allegro Vivace

Quartet WoO 35 Nr. 3, In A Minor
1-8 Allegro Non Troppo
1-9 Largo
1-10 Menuetto. Moderato
1-11 Rondo Grazioso. Allegretto

Quartet Op.145, In C Minor
2-1 Allegro Con Brio
2-2 Larghetto Cantabile
2-3 Scherzo. Allegro Vivace
2-4 Allegro All’Espagnola

Quartet Op.145, Nr 2, In E Minor
2-5 Allegro Moderato
2-6 Andante
2-7 Menuetto Molto Moderato
2-8 Rondo. Allegro Moderato

Quartet Op.145, Nr. 3, In A Major
2-9 Allegro
2-10 Scherzo. Vivace
2-11 Adagio
2-12 Allegro

Cello – Martijn Vink (2)
Ensemble – Oxalys
Flute – Toon Fret
Viola – Elisabeth Smalt
Violin – Shirly Laub

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

PQP

.: interlúdio :. Wynton Marsalis Septet: Blue Interlude

.: interlúdio :. Wynton Marsalis Septet: Blue Interlude

IM-PER-DÍ-VEL !!! Um dos melhores CDs de jazz que já ouvi !!!

Com Wynton Marsalis, exuberância, energia e musicalidade de alto nível nunca são um problema. Este deve ser um dos melhores conjuntos de médio porte do trompetista, um septeto, com o pianista Marcus Roberts, o trombonista Wycliffe Gordon, os saxofonistas Wessell Anderson e Todd Williams , o baixista Reginald Veal e o baterista Herlin Riley. É também mérito de Marsalis ele permitir uma sólida interação de grupo e muito espaço para seus companheiros não apenas se expandirem, mas também incluírem suas obras escritas no repertório. A maior parte desse material é extenso e é um teste para a resistência da banda, mas um prazer para quem ouve. A faixa-título tem  mais de 37 minutos, trata-se de um grandioso tratado sobre romance, com solos longos, seções de compactas e cheias de detalhes. “The Jubilee Suite” tem apenas 12 minutos, ecoando hinos de clarim em uma moderna Nova Orleans. “And the Band Played On” é uma marchona linda e cômica e “Brother Veal” exala uma sensação calorosa em um swing fácil, com o sax de Williams como ponto de referência. A última peça, “Sometimes It Goes Like That”, é a melodia mais complexa, usando o típico andamento variável e dispositivos melódicos que tornam uma obra de jazz de Marsalis reconhecível. A arte da capa e o título podem indicar que este foi um interlúdio azul na vida pessoal de Marsalis traduzido em música.

.: interlúdio :. Wynton Marsalis: Blue Interlude

1 Brother Veal
Written-By – W. Marsalis*
3:23

2 Monologue For Sugar Cane And Sweetie Pie
Piano, Voice [Spoken Word] – Wynton Marsalis
5:55

3 Blue Interlude (The Bittersweet Saga Of Sugar Cane And Sweetie Pie)
Written-By – W. Marsalis*
37:14

4 And The Band Played On
Written-By – W. Gordon*
5:22

The Jubilee Suite
Written-By – T. Williams*
(12:20)
5.1 I. Day To Day
5.2 II. Running And Rambling
5.3 III. Grace

6 Sometimes It Goes Like That
Written-By – W. Marsalis*
7:11

Alto Saxophone – Wessell Anderson
Bass – Reginald Veal
Drums – Herlin Riley
Piano – Marcus Roberts
Tenor Saxophone, Soprano Saxophone, Clarinet – Todd Williams
Trombone – Wycliffe Gordon
Trumpet – Wynton Marsalis

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Fazendo trabalhos como “Blue Interlude” pode fazer cara de metido.

PQP

J. S. Bach (1685-1750): Cantatas BWV 51 & 208 (Failoni / Antál)

J. S. Bach (1685-1750): Cantatas BWV 51 & 208 (Failoni / Antál)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um disquinho que tenho há muito tempo e a que sempre retorno. É uma bela interpretação deste grupo húngaro para a Naxos velha de guerra e, principalmente para o velho Bach. E as duas Cantatas são lindas, claro! Johann Sebastian Bach compôs a cantata Jauchzet Gott in allen Landen, BWV 51, em Leipzig. A obra é a única Cantata religiosa de Bach escrita para soprano e trompete solo. Ele a compôs para uso geral (ogni tempo), ou seja, não para uma data específica do calendário eclesiástico, embora a tenha usado no 15º domingo depois da Trindade. Sua primeira apresentação foi em 17 de setembro de 1730, em Leipzig. Was mir behagt, ist nur die muntre Jagd, BWV 208, também conhecida como Cantata de Caça, é uma cantata secular composta provavelmente para o aniversário do duque Cristiano de Saxe-Weissenfels, que era um caçador entusiasta, em 23 de fevereiro de 1713. A ária “Schafe können sicher weiden” é a parte mais conhecida da Cantata. E merece ser conhecida mesmo! É a mais antiga cantata secular sobrevivente de Bach, composta enquanto ele trabalhava como organista da corte em Weimar.

J. S. Bach (1685-1750): Cantatas 51 & 208 (Failoni / Antál)

Jauchzet Gott em allen Landen!, BWV 51
1 Ária: Jauchzet Gott em Allen Landen! 04:34
2 Recitativo: Wir beten zu dem Tempel an 02:18
3 Ária: Hochster, mache deine Gute 05:08
4 Coral: Sei Lob und Preis mit Ehren 03:55
5 Final: Aleluia! 02:30

Was mir behagt, ist nur die muntre Jagd, BWV 208, “Hunt Cantata”
6 Recitativo: Was mir behagt, ist nur die muntre Jagd! (Soprano) 00:41
7 Ária: Jagen ist die Lust der Gotter (Soprano) 02:23
8 Recitativo: Wie? Schonste Gottin! Quer dizer? (Tenor) 01:04
9 Ária: Willst du dich nicht mehr ergotzen (Tenor) 04:21
10 Recitativo: Ich liebe dich zwar noch! (Soprano, Tenor) 02:17
11 Recitativo: Ich, der ich sonst ein Gott in diesen Feldern bin (Baixo) 00:27
12 Ária: Ein Furst ist seines Landes Pan! (Baixo) 02:48
13 Recitativo: Soll denn der Pales Opfer hier das letzte sein? (Soprano) 00:37
14 Ária: Schafe konnen sicher weiden (Soprano) 03:45
15 Recitativo: So stimmt mit ein (Soprano) 00:20
16 Lebe, Sonne dieser Erden (Refrão) 02:33
17 Dueto: Entzucket uns beide (Soprano, Tenor) 01:52
18 Ária: Weil die wollenreichen Herden (Soprano) 01:44
19 Ária: Ihr Felder und Auen, último grunend euch schauen (baixo) 02:43
20 Ihr lieblichste Blicke! Seu freudige Stunden! (Coro) 03:58

Maestro(s): Antál, Mátyás
Orquestra(s): Orquestra de Câmara Failoni de Budapeste
Coro(s): Coro da Rádio Húngara
Artista(s): Gáti, István ; Kertesi, Ingrid ; Mukk, Jozsef ; Nemeth, Judite ; Paszthy, Julia

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Antál Mátyás, como dizem os húngaros.

PQP