Wilhelm Friedemann Bach (1710–1784) – Keyboard Works

E lá fui eu alegremente juntar em um só arquivo os dois volumes editados pela Naxos da música para teclado de meu irmão devasso. Fi-lo e comecei a ouvi-lo, posto que era um CD, se fosse líquido bebê-lo-ia. E o Sr. Hill começou o Vol. 1 em seu pianoforte. Para minha surpresa, quando o Vol. 2 começou, a Sra. Brown fê-lo ao cravo. Então a junção ficou uma bosta, mas vai assim mesmo. Sim, sei: está escrito na capa de um “Pianoforte” e na do outro “Harpsicórdio”, só que eu não prestei atenção. Favor culpar a Naxos. A música de W.F. é estranha pra mais de metro, mas muito boa. Gosto bastante.

A seguir copio uma nota biográfica de meu irmão (fonte).

Wilhelm Friedmann Bach nasceu em Weimar (Alemanha), em 22 de novembro de 1710. Segundo filho de J.S.Bach e de Maria Barbara (o mais velho dos rapazes). Fez os seus estudos gerais em Cöthen e, depois, na Thomasschule de Leipzig e os seus estudos de Direito na universidade de Leipzig. Seu pai, que o considerou sempre como o mais dotado dos seus filhos, encarregou-se da sua formação musical e compôs, para ensinar, os Pequenos prelúdios e fugas (9), o Klavierbüehlein vor Wilhelm Friedmann Bach, 6 sonatas para órgão e os primeiros prelúdios e fugas de O cravo bem temperado.

A natureza das suas composições confirma a opinião dos contemporâneos segundo a qual W.F.Bach era um grande virtuose do teclado. Foi nomeado, sucessivamente, organista de Santa Sofia, de Dresden (1733), depois, chantre de Notre-Dame de Halle (1746), com o título de diretor de música da cidade; aí, tinha à sua disposição excelentes conjuntos.

No entanto, em 1762, aceitou as funções de mestre de capela em Darmstadt, mas ignora se, efetivamente, ocupou o lugar. Só se demitiu das suas funções em Halle em 1764 e, a partir de então, parece ter levado uma vida independente, sem emprego fixo, primeiro em Halle e, depois, em Brunswick e Berlim. Os seus recitais de órgão causaram sensação, arranjou alguns alunos influentes, mas durante os 20 últimos anos da sua vida, a sua situação material tornou-se cada vez mais precária.

Em Brunswick, deixou empenhada uma parte dos manuscritos de seu pai (entre as quais, A arte da fuga: nunca se chegou a saber se tinham sido vendidos) e viveu de expedientes de todo tipo; foi assim que atribuiu a seu pai algumas das suas composições, na esperança de facilitar a sua venda. W.F.Bach morreu na miséria, devido a uma infecção pulmonar. Ignora-se a localização da sua sepultura.

A sua negligência, a sua extravagância, a sua falta de delicadeza, granjearam-lhe muitas inimizades; mas há que atribuir à malevolência a lenda de um músico boêmio, ébrio e devasso.

W.F.Bach demonstrou possuir um talento verdadeiramente profético, que alia a velha ciência do contraponto e uma inspiração romântica e até impressionista (Fantasias) . Contribuiu tanto como o seu irmão C.P.E.Bach, para o aperfeiçoamento das formas modernas da sonata e do concerto. As suas composições, muito pouco conhecidas, revelam a mais forte personalidade entre todos os filhos do grande J.S.Bach.

Deixou uma Missa alemã em ré menor, 21 cantatas, 9 sinfonias, obras para órgão (fugas, prelúdios de coral), música de instrumentos de tecla (12 sonatas, 8 fugas, 42 polonesas, 10 fantasias, uma dezena de concertos).

Wilhelm Friedemann Bach – Keyboard Works

Vol. 1

12 Polonaises, F. 12
1. Polonaise No. 1 in C major 00:02:41
2. Polonaise No. 2 in C minor 00:03:24
3. Polonaise No. 3 in D major 00:03:55
4. Polonaise No. 4 in D minor 00:01:23
5. Polonaise No. 5 in E flat major 00:03:40
6. Polonaise No. 6 in E flat minor 00:05:28
7. Polonaise No. 7 in E major 00:03:30
8. Polonaise No. 8 in E minor 00:03:24
9. Polonaise No. 9 in F major 00:01:51
10. Polonaise No. 10 in F minor 00:04:58
11. Polonaise No. 11 in G major 00:03:37
12. Polonaise No. 12 in G minor 00:03:33

Keyboard Sonata in D major, F. 3
13. I. Un poco Allegro 00:05:08
14. II. Adagio 00:06:02
15. III. Vivace 00:06:48

16. Fantasia in A minor, F. 23 00:03:08

Robert Hill, pianoforte

Total Playing Time: 01:02:30

Vol. 2

1. Fantasia in C minor, F. 15 00:18:58

8 Fugues, F. 31: Fugues Nos. 1 and 2
2. Fugue No. 1 in C major 00:01:48
3. Fugue No. 2 in C minor 00:02:47

4. Fantasia in E minor, F. 21 00:10:03

8 Fugues, F. 31: Fugues Nos. 3 and 4
5. Fugue No. 3 in D major 00:01:14
6. Fugue No. 4 in D minor 00:01:15

7. Fantasia in D minor, F. 19 00:07:04

8 Fugues, F. 31: Fugues Nos. 5 and 6
8. Fugue No. 5 in E flat major 00:03:41
9. Fugue No. 6 in E minor 00:03:19

10. Fantasia in C minor, F. nv2 00:07:39

8 Fugues, F. 31: Fugues Nos. 7 and 8
11. Fugue No. 7 in B flat major 00:01:36
12. Fugue No. 8 in F minor 00:05:46

13. Fantasia in A minor, F. 23 00:04:31

14. Fantasia in D minor, F. 18 00:03:26

Julia Brown, cravo

Total Playing Time: 01:13:07

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Béla Bartók (1881-1945): Música para Cordas, Percussão e Celesta / Francis Poulenc (1899-1963): 8 Noturnos

Encontrei esses arquivos perdidos no meu micro. São duas gravações interessantes, mas não sei nada a respeito. Uma não tem nada a ver com a outra… Foram presentes de vocês e espero ser auxiliado para saber os detalhes das gravações. Me ajudem. Não me deixem só!

Bartók: Música para Cordas, Percussão e Celesta

1. Andante tranquillo
2. Allegro
3. Adagio
4. Allegro molto

Amsterdam Concertgebouw Orchestra.
(Transmissão de rádio “Stereo” data desconhecida, gravado em cassette da rádio WNCN de Nova York em 17 de Fevereiro de 1982 – POst original em http://statework.blogspot.com/)
Kiril Kondrashin, regência (gravação ao vivo)

Poulenc: 8 Noturnos

05_poulenc – 8 nocturnes no.1 in c major.mp3
06_poulenc – 8 nocturnes no.2 in f major, bal de jeunes filles.mp3
07_poulenc – 8 nocturnes no.3 in f major, les cloches de malines.mp3
08_poulenc – 8 nocturnes no.4 in c minor.mp3
09_poulenc – 8 nocturnes no.5 in d minor.mp3
10_poulenc – 8 nocturnes no.6 in g major.mp3
11_poulenc – 8 nocturnes no.7 in e flat major.mp3
12_poulenc – 8 nocturnes no.8 in g major, pour servir de coda au cycle.mp3

Pianista: Certamente, não é Deus

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F. Chopin (1810 – 1849): Polonaises, com Ele

A Fundação para a Divulgação e Inevitável Imortalização do Guia Genial dos Pianistas Maurizio Pollini fundada por Lais Vogel e P.Q.P Bach descobriu, no último momento, que nossa querida Clara Schumann já tinha postado este CD em 2007. Aqui está seu curto texto de apresentação:

O sexto concurso internacional Chopin (1960) tornar-se-ia célebre porque nem um polaco, nem um russo ganhariam o prémio, mas um italiano de dezoito anos, de nome Maurizio Pollini. Pollini, nestas Polonaises, caracteriza-se por uma interpretação equilibrada, disciplinada, com um forte sentido de ritmo e de tempo, sem , no entanto, perder a sua beleza estética. Uma outra contribuição de Clara Schumann para o acervo de Chopin no PQP Bach.

Mais uma gravação extraordinária que a DG republica em sua coleção “The Originals”, uma das coisas mais legais e honestas produzidas pela gravadora alemã.

IMPERDÍVEL!

Chopin (1810 – 1849): Polonaises

1. Polonaise in C sharp minor, Op. 26 No. 1
2. Polonaise in E flat minor, Op. 26 No. 2
3. Polonaise in A major, Op. 40 No. 1
4. Polonaise in C minor, Op. 40 No. 2
5. Polonaise for piano No. 5 in F sharp minor, Op. 44, CT. 154
6. Polonaise for piano No. 6 in A flat major (“Héroique”), Op. 53, CT. 155
7. Polonaise-fantasy for piano No. 7 in A flat major, Op. 61, CT. 156

Maurizio Pollini, piano

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PQP

.: interlúdio :. Ralph Towner – Open Letter

Pois é, é um paradoxo. Os críticos babam para este CD, eu acho só legalzinho, competente. E olha que eu gosto muito de Towner e do Oregon. Não sei, talvez eu estivesse mal humorado. Perguntei para minha mulher sua opinião logo que o CD chegou e ela me fez um sinal de indiferença. Bom, mas os críticos acham uma obra prima e costumo concordar quando vem uma avalanche de elogios. Deixem minha opinião sub judice, OK?

Ralph Towner – Open Letter – ECM – 1991-92

1 The Sigh
2 Wistful Thinking
3 Adrift
4 Infection
5 Alar
6 Short’n Stout
7 Waltz For Debby
8 I Fall In Love Too Easily
9 Magic Pouch
10 Magniola Island
11 Nightfall

Ralph Towner classical and 12-string guitars, synthesizer
Peter Erskine drums

Recorded July 1991 and February 1992
ECM 1462

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PQP

F. Chopin (1810 – 1849): Noturnos, com o Deus do piano

A Fundação para a Divulgação e Inevitável Imortalização do Guia Genial dos Pianistas Maurizio Pollini fundada por Lais Vogel e P.Q.P Bach apresenta:

Olha, com Pollini eu engulo até Chopin! Não é aquela coisa romântica chatinha e devaneante que as pessoas confundem com poesia e sentimento… Como diz Bergman em Sonata de Outono, Chopin não é música para maricas, não é música toda desmanchada como um sorvete quente, é música máscula, música para ser tocada com certo espírito de volante de contenção pelo mais hábil dos pianistas para atingir nosso coração e cérebro. Abaixo os pianistas mela-cuecas!

Aqui temos técnica, sabedoria, musicalidade e sentimento, não temos um lacrimoso deprimido fingindo-se de apaixonado com a bunda colada na frente do piano. E tenho dito!

(Ah, e depois de amanhã posto as Polonaises com ele, tá?)

Chopin: Noturnos

1. Op. 9 No. 1 in B lfat minor. Larghetto
2. Op. 9 No. 2 in E flat major. Andante
3. Op. 9 No. 3 in B major. Allegretto
4. Op. 15 No. 1 in F major. Andante cantabile
5. Op. 15 No. 2 in F sharp major. Larghetto
6. Op. 15 No. 3 in G minor. Lento
7. Op. 27 No. 1 in C sharp minor. Larghetto
8. Op. 27 No. 2 in D flat major. Lento sostenuto
9. Op. 32 No. 1 in B major. Andante sostenuto
10. Op. 32 No. 2 in A flat major. Lento
11. Op. 37 No. 1 in G minor. Andante sostenuto
12. Op. 37 No. 2 in G major. Andantino
13. Op. 48 No. 1 in C minor. Lento
14. Op. 48 No. 2 in F sharp minor. Andantino
15. Op. 55 No. 1 in F minor. Andante
16. Op. 55 No. 2 in E flat major. Lento sostenuto
17. Op. 62 No. 1 in B major. Andante
18. Op. 62 No. 2 in E major. Lento
19. Op. posth. 72 No. 1 in E minor. Andante

Maurizio Pollini, piano

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PQP (2009, revalidado por Pleyel, 2021)

.: interlúdio :. John Surman – Road to Saint Ives

É incrível o sucesso das postagens envolvendo o espetacular saxofonista e compositor John Surman. Eu gosto muito e fico feliz vendo o contador de downloads lá em cima; ou seja, vocês também gostam. Este é um mais um notável trabalho individual de Surman. Ele deve ser a alegria de qualquer produtor. Fecha-se no estúdio sozinho, toca todos os instrumentos e sai de lá com um CD maravilhoso desses. É um excelente disco para um domingo quente como o de hoje. Se Surman tivesse nascido há algumas décadas, hoje seria uma lenda, mas como está vivinho por aí, poucos dão bola pra ele.

Imperdível!

John Surman – Road to Saint Ives (1990)

1 Polperro
2 Tintagel
3 Trethevy Quoit
4 Rame Head
5 Mevagissey
6 Lostwithiel
7 Perranporth
8 Bodmin Moor
9 Kelly Bray
10 Piperspool
11 Marazion
12 Bedruthan Steps

John Surman bass clarinet, soprano and baritone saxophones, keyboards, percussion

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PQP

Johannes Brahms (1833-1897) – Sonatas para Violoncelo e Piano

Eu sou meio viciado na gravação de Lynn Harrell e Vladimir Ashkenazy. Aquilo não desgruda de meus ouvidos e tendo a comparar qualquer outra versão com meu gold standard. Esta gravação de Jacqueline du Pré e Daniel Barenboim chega a abalar minha convicção, mas não a derruba. Estas sonatas são grandíssima música. A(s) música(s) de câmara é o gênero onde o gênio de Brahms mais impressiona. Quartetos, sextetos, sonatas, tudo beira a perfeição e ele difícilmente erra.

Imperdível!

Brahms – Sonatas para Violoncelo e Piano

1. Sonata for Cello & Piano in E minor, Op. 38 (1989 Digital Remaster): I – Allegro non troppo 12:24
2. Sonata for Cello & Piano in E minor, Op. 38 (1989 Digital Remaster): II – Allegretto quasi Menuetto 5:50
3. Sonata for Cello & Piano in E minor, Op. 38 (1989 Digital Remaster): III – Allegro 6:58

4. Cello Sonata No. 2 in F Op. 99 (1989 Digital Remaster): I. Allegro vivace 9:01
5. Cello Sonata No. 2 in F Op. 99 (1989 Digital Remaster): II. Adagio affettuoso 7:31
6. Cello Sonata No. 2 in F Op. 99 (1989 Digital Remaster): III. Allegro passionato 7:38
7. Cello Sonata No. 2 in F Op. 99 (1989 Digital Remaster): IV. Allegro molto 4:37

Jacqueline du Pré, violoncelo
Daniel Barenboim, piano

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PQP

Giuseppe Verdi (1813-1901): Requiem e Quattro Pezzi Sacri

Houve tempo que achava este requiem por demais operístico. Era uma opinião autenticamente estúpida e preconceituosa. Não sou um grande conhecedor de óperas e minha ignorância só aumenta por ser casado com uma especialista na área. Deveria convidá-la para escrever sobre o arrebatador Requiem de Verdi, mas ela considera o PQP uma invenção minha e de alguns amigos para difundir e conhecer música e ela não está acostumada a produzir textos rápidos. Quando disse-lhe que escreveria em cinco minutos uma apresentação da obra, ela me chamou, com toda a razão, de “embusteiro”. Como veem, não preciso sair de casa para receber críticas…

Tenho uma relação de amor e ódio com esta grande obra. Há muitas, mas muitas boas gravações, porém não há nenhuma que me contente inteiramente. Se nesta os sopranos são esplêndidos, o tenor é uma droga; se naquela o tenor é maravilhoso, vem um mezzo (ou contralto) esculhambar tudo. Acho que esta gravação de 1997 da Naxos tem uma qualidade que faz com que eu a considere mais do que as outras: é equilibrada. A outra característica encantadora dela é seu baixo preço. E outra é a interpretação absolutamente perfeita dos duetos, em minha opinião.

Faz anos que este pedido permanece em nosso SAC. O pessoal daquele departamento ouvia os pedidos e dava gargalhadas. Rá, rá, rá, pediram o Réquiem de Verdi novamente! Chegaram a enquadrar e pendurar na porta de entrada o primeiro pedido, como símbolo de nossa total e irrestrita desconsideração. Hoje, talvez queiram me bater pelo atendimento. Melhor me despedir logo.

ABSOLUTAMENTE IMPERDÍVEL!!!

Disc 1

Verdi: Requiem

1. I Requiem and Kyrie 00:09:12
2. II Dies irae 00:02:19
3. II Tuba mirum 00:01:52
4. II Mors stupebit 00:01:39
5. II Liber sciptus 00:05:12
6. II Quid sum miser 00:03:58
7. II Rex tremendae 00:03:49
8. II Recordare 00:04:17
9. II Ingemisco 00:03:34
10. II Confutatis 00:05:46
11. II Lacrymosa 00:05:46
12. III Offertorio: Domine Jesu 00:04:37
13. III Offertorio: Hostias et preces tibi 00:06:15
14. IV Sanctus 00:02:37
15. V Agnus Dei 00:05:22

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Disc 2

1. VI Lux aeterna 00:06:28
2. VII Libera me 00:02:16
3. VII Dies irae 00:02:29
4. VII Requiem aeternam 00:02:59
5. VII Libera me 00:05:58

Colombara, Carlo, bass
Filipova, Elena, soprano
Hernandez, Cesar, tenor
Scalchi, Gloria, mezzo-soprano

Hungarian State Opera Chorus
Hungarian State Opera Orchestra
Morandi, Pier Giorgio, Conductor

Verdi: Quattro Pezzi Sacri

6. Ave Maria 00:05:32
7. Stabat mater 00:13:01
8. Laudi alla vergine Maria 00:05:36
9. Te Deum 00:15:44

Filipova, Elena, soprano
Scalchi, Gloria, mezzo-soprano
Hernandez, Cesar, tenor
Colombara, Carlo, bass

Hungarian State Opera Chorus
Hungarian State Opera Orchestra
Morandi, Pier Giorgio, Conductor

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Total Playing Time: 02:06:18

PQP

Girolamo Frescobaldi (1583 – 1643): Toccatas

Estava saudoso destas peças que tenho somente num glorioso vinil de Gustav Leonhardt. Não é Bach e nem sei porque tais Toccatas formam um álbum duplo cujo outro CD é são Variações Goldberg que publiquei ontem… São peças muito mais antigas, é claro. No antigo disco de Leonhardt havia também algumas peças para órgão. Muito boas. Uma pena que Scott Ross não as tenha trazido, mas o que sobra dá um bom panorama de Frescobaldi, um dos maiores compositores para cravo do século XVII. São famosos os seus livros de tocatas publicados entre 1615 e 1627.

Frescobaldi: Toccatas

1 – 4 from Il Primo Libro Di Toccate
5 – 18 Partite Sopra L’Aria Della Romanesca
19-30 from Il Secondo Libro Di Toccate
31 – 38 Aria Di Balletto

Total Time: 70:53

Scott Ross, cravo

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J. S. Bach (1685-1750): Variações Goldberg, BWV 988

Nada demais o Sr. Scott Ross. Um bom registro, mas que não chega a tocar nem de leve o de Pierre Hantaï. Ignoro quando foi gravado. Chutaria que a concepção da engenharia sonora — um tanto abrutalhada para captar o cravo — é dos anos 70 ou 80. Impossível ser mais recente.

É?

Fiquem com Hantaï.

Bach: Variações Goldberg, BWV 988

1. Aria
2. Variation 1
3. Variation 2
4. Variation 3
5. Variation 4
6. Variation 5
7. Variation 6
8. Variation 7
9. Variation 8
10. Variation 9
11. Variation 10
12. Variation 11
13. Variation 12
14. Variation 13
15. Variation 14
16. Variation 15
17. Variation 16
18. Variation 17
19. Variation 18
20. Variation 19
21. Variation 20
22. Variation 21
23. Variation 22
24. Variation 23
25. Variation 24
26. Variation 25
27. Variation 26
28. Variation 27
29. Variation 28
30. Variation 29
31. Variation 30
32. Aria da capo

Total Time: 75min44

Scott Ross, cravo

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Johann Friedrich Fasch (1688 – 1758): Abertura e Concertos

Mais um grande disco deste obscuro Johann Friedrich Fasch. Não sei o que o barroco alemão ainda guarda escondido. Já publiquei Heinichen? Sim? Mas um só? Céus! Quando publicamos Fasch pela primeira vez no PQP, soubemos que um de nossos leitores-ouvintes… Bem, deixemos que ele fale por si:

Fasch é extraordinário. Eu uso o Andante de seu Concerto em Ré bemol na abertura de meu documentário “Dresden, glória, morte e ressurreição”, cujo protagonista, na verdade, é o Crucifixus da Missa em Si menor.

Belo CD da cpo com destaque para os extraordinários solistas e para o material que o acompanha, cheio de informações acerca das obras e do compositor que, pasmem, nunca foi publicado em vida. Destaque também para as fotos da lata de Sergio Azzolini, a mais perfeita tradução do NERD BICHO-GRILO. Sim, ele existe. Tá esperando o que pra baixar?

IMPERDÍVEL!

Johann Friedrich Fasch: Concertos

Overture (Suite) for orchestra in G major
1. Ouverture
2. Air 1
3. Gavotte
4. Air 2
5. Bourrée
6. Menuet alternativement

Bassoon Concerto in C major
7. Allegro
8. Largo e staccato
9. Allegro

Concerto for 2 oboes, bassoon, strings & continuo in C minor
10. Allegro
11. Largo e sforzato
12. Allegro

Violin Concerto in A Major
13. [without indication]
14. Adagio
15. Alegro

# Concerto in D minor
16. [without indication]
17. Largo
18. Allegro

19. Concerto in E flat major (attrib.): Allegro

Sergio Azzolini, fagote
Veronika Skuplik, violino
La Stravaganza Köln

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PQP

J. S. Bach (1685-1750): Várias obras para teclado com… ahhhh

Sabem de uma coisa? A gente tem exigências sobrehumanas para com os músicos que gravam. Primeiro, porque estamos viciados na edição. Segundo, porque em nossa casa a gente pode ter o melhor. É justo. Porém, se eu ouvisse esta interpretação de Hélène Grimaud ao vivo, sairia muito feliz do concerto, mesmo que ela tenha concepções estranhas acerca de papai. Mas aí a gente põe a bunda na cadeira de nossa casa, liga o som e espera que venha um Pollini ou uma Argerich ou, no caso de Bach ao piano, um Gould ou um Schiff. A gente tem pouco tempo e não quer saber de nada de segunda linha. E aí, ouvindo este CD, cadê a pianista? Eu nada tenho contra mulheres bonitas — MUITO PELO CONTRÁRIO –, aliás, nada tenho contra mulheres em geral, mas o fato da Deutsche Grammophon apostar apenas na beleza é um escândalo inaceitável que tem se repetido. Há um verdadeiro harém na gravadora. Há meninos bonitos também: alguns agradam às mulheres, outros são tão jovens que devem estar mais ao gosto clerical.

Grimaud é ótima pianista, mas não era para ser uma estrela da DG. Este disco é agradável, apesar de Hélène acentuar as vozes sem lei de formação e sem nos dar aquela gloriosa sensação de descoberta que nos dão os enormes pianistas. O cara bisonho que escreve na Dicta & Contradicta sobre música deve gostar, mas para o PQP não serve. Mas eu comia. A pianista, bem entendido, não o crítico.

Não sou amante das transcrições, mas gostei da Chaconne. Ignoro a autoria. A transcrição de Liszt para o BWV 543 é, como sempre, meio descabelada e me diverti com ela por esta razão. Na verdade, dei risadas, mas ouvi muitas vezes, deliciado com a loucura.

Bach: Obras para teclado com… ahhhh

Das Wohltemperierte Klavier: Book 1, BWV 846-869
1. Prelude in C minor BWV 847
2. Fugue in C minor BWV 847

3. Prelude in C sharp minor BWV 849
4. Fugue in C sharp minor BWV 849

Concerto for Harpsichord, Strings, and Continuo No.1 in D minor, BWV 1052
5. I. Allegro
6. II. Adagio
7. III. Allegro

Das Wohltemperierte Klavier: Book 2, BWV 870-893
8. Prelude in D minor BWV 875
9. Fugue in D minor BWV 875

Partita for Violin Solo No.2 in D minor, BWV 1004 – Atualização posterior: Transcrição de FERRUCCIO BUSONI (1866–1924)
10. Chaconne in D minor

Das Wohltemperierte Klavier: Book 2, BWV 870-893
11. Prelude in A minor BWV 889
12. Fugue in A minor BWV 889

Prelude and Fugue in A minor, BWV 543
13. Prelude and Fugue (transcribed for piano by Franz Liszt)

Das Wohltemperierte Klavier: Book 2, BWV 870-893
14. Prelude in E major BWV 878
15. Fugue in E major BWV 878

Partita for Violin Solo No.3 in E, BWV 1006 (arr. for piano by Rachmaninov)
16. I. Preludio

Hélène Grimaud, piano

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PQP

Jakob Ludwig Felix MENDELSSOHN Bartholdy (1809 – 1847) – 200 anos – Sinfonia Italiana, Concerto para Violino, Op. 64, Marcha Nupcial

Pois eu tenho trabalhado muito e nem me dei conta. Ainda bem que o Villalobiano nos alertou. Hoje é o dia dos 200 anos de nascimento de Felix Mendelssohn. Eu não tinha nada preparado para postar, mas encontrei esta antiga e simpática gravação em meu micro e ela vai ter que nos salvar do fiasco de deixar passar em branco os 200 anos do grande Mendelssohn. Pena que eu não tenha uma outra gravação da já postada e por mim amada Sinfonia “A Reforma”.

Um brinde ao grande Mendelssohn!

(Cadê o FDP, hein? Este post era para ele!)

Felix Mendelssohn – 200 anos

Sinfonia nº 4 em lá maior, Op. 90, “Italiana”

01 Allegro Vivace
02 Andante con moto
03 Con moto moderato
04 Saltarello (Presto)

London Symphony Orchestra
Alfred Scholz

Concerto para Violino e Orquestra, Op. 64

05 Allegro molto appassionato
06 Andante
07 Allegretto non troppo – Allegro molto vivace

Jela Spitkova
New Philharmonic Orchestra
Milan Pohronec

08 A Midsummer Night’s Dream – Marcha Nupcial

London Symphony Orchestra
Alfred Scholz

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PQP

W. A. Mozart (1756-1791): Requiem and Church Sonatas

É claro que tenho em altíssima conta o Réquiem de Mozart. O que não entendo é o motivo que me leva a ter poucas gravações dele. Sempre foi assim. Fiquei feliz ao encontrar esta versão de Malgoire para o grande Réquiem. As outras gravações que possuo de Malgoire e de La Grande Ecurie et la Chambre du Roy — obras de Handel, Lully e Rameau — são entusiasmantes. E meu entusiasmo repetiu-se ao ouvir sua versão para a obra final de Mozart. Não tenho uma lista de melhores registros para o Réquiem, mas timidamente gostaria de inscrever CD como forte candidato a campeão. É antigo e foi reeditado muitas vezes com capas diferentes, uma mais feia que a outra — à exceção talvez da última… –, e o fato de ter tantas reedições (3 ou 4) já depõe a favor de sua qualidade.

Malgoire é um cara meio escandaloso: sua versão para a Música Aquática e Música para Fogos de Artifício incluem grande orquestra, segundo ele a orquestra prevista por Handel. São músicas festivas e o regente faz delas efetivamente uma festa. Porém, aqui, está contido como deve e, apesar de ter ouvido sempre minha pré-antiga gravação de Karl Böhm, sua abordagem me pareceu muito “compreensiva” para com a obra.

Imperdível.

Mozart: Requiem K. 626

1. I. Introitus: Requiem
2. II. Kyrie
3. III. Sequenz: No. 1 Dies irae
4. III. Sequenz: No. 2 Tuba mirum
5. Sequenz: No. 3 Rex tremendae
6. Sequenz: No. 4 Recordare
7. Sequenz: No. 5 Confutatis
8. Sequenz: No. 6 Lacrimosa
9. IV. Offertorium: No. 1 Domine Jesu
10. IV. Offertorium: No. 2 Hostias
11. V. Sanctus
12. VI. Benedictus
13. VII. Agnus Die
14. VIII. Communio: Lux Aeterna

Mozart: Church Sonatas

15. Church Sonata K. 278
16. Church Sonata K. 336
17. Church Sonata K. 329

Colette Alliot-Lugaz
Dominique Visse
Martyn Hill
Gregory Reinhart

Odille Bailleux, órgão

Nord Pas De Calais Regional Choir
La Grande Ecurie et la Chambre du Roy
dir. Jean-Claude Malgoire

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Cecilia Bartoli – Arie Antiche (Peças Italianas do Século XVIII)

Os CDs de cantores não são um gênero muito apreciado neste blog, só que este é o terceiro ou quarto que publicamos de Cecilia Bartoli, a maravilhosa romana nascida em 1966 e que antes dos 20 anos já era uma celebridade cacarejante. Adoro Bartoli! Mais: adoro seu repertório sempre raro e surpreendente. Arie Antiche é uma gravação de 1992, quando Cecilia tinha 26 anos, e concordo com este post que transcrevo aqui:

Nascida em Roma, Cecilia Bartoli estudou canto no Conservatório de Santa Cecília, na capital italiana, enquanto, ao mesmo tempo, era ensinada e acompanhada pelos seus pais, Silvana Bazzoni e Angelo Bartoli, ambos cantores profissionais.

Particularmente famosa por sua voz de mezzo-soprano coloratura e suas interpretações de Rossini e Mozart, destaques da sua espetacular carreira incluem o papel de Rosina (Il Barbiere di Siviglia), o papel título de La Cenerentola, Zerlina (Don Giovanni), Despina e Dorabella (Così fan tutte), Cherubino (Le nozze di Figaro) e L’anima del filosofo, de Haydn.

Nesta trilha, entretanto, ela canta uma ária de seu disco de 1990, Arie Antiche, onde interpreta, como o nome diz, árias antigas dos séculos XVII e XVIII. Caro mio ben, de Giuseppe Giordani (1751-1798) é uma ária que encanta pela delicadeza de interpretação, mostrando que Cecilia Bartoli não sabe fazer só coloratura.

Sim, eu sou seu fã desvairado.

É, eu também.

Cecilia Bartoli – Arie Antiche: Se tu m’ami – Peças italianas do Século XVIII

1 L’honestà negli amori, opera Già il sole dal Gange
Composed by Alessandro Scarlatti

2 La donna ancora è fedele, opera (with intermezzo “Filandra e Selvino”) Son tutto duolo
Composed by Alessandro Scarlatti

3 La donna ancora è fedele, opera (with intermezzo “Filandra e Selvino”) Se Florindo è fedele
Composed by Alessandro Scarlatti

4 Il Pompeo, opera O cessate di piagarmi
Composed by Alessandro Scarlatti

5 Work(s) Aria: Spesso vibra per suo gioco
Composed by Alessandro Scarlatti

6 Caro Mio Ben for voice & piano (or orchestra)
Composed by Giuseppe Giordani

7 Arminio, opera Pur dicesti, o bocca bella
Composed by Antonio Lotti

8 Intorno all’idol mio (soprano aria from opera “Orontea”)
Composed by Antonio Cesti

9 La Molinara, opera Nel cor più non mi sento
Composed by Giovanni Paisiello

10 Nina, o sia La pazza per amore, opera Il mio ben quando ve
Composed by Giovanni Paisiello

11 O Leggiadri Occhi Belli
Composed by Anonymous

12 Il mio bel foco (Quella Fiamma che m’accende), for cantata for soprano, 2 violins, 2 oboes & continuo, SF. 142 (spurious)
Composed by Benedetto Marcello

13 Selve amiche
Composed by Antonio Caldara

14 La Costanza in amor, opera Sebben, crudele
Composed by Antonio Caldara

15 Tu ch’ hai le penne, amore, for voice & continuo
Composed by Giulio Caccini

16 Se tu m’ ami
Composed by Alessandro Parisotti

17 Zingari in Fiera, opera Act 1, Chi vuol la zingarella
Composed by Giovanni Paisiello

18 Le Nouve Musiche, 1602 for voice & continuo
Composed by Giulio Caccini

19 Delizie Contente
Composed by Pietro Francesco Cavalli

20 Ottone in Villa, opera in 3 acts, RV 729 Sposa son disprezzata, aria
Composed by Antonio Vivaldi

21 Vittoria, mio core (Amante sciolto d’amore), cantata for soprano & continuo
Composed by Giacomo Carissimi

Cecilia Bartoli, soprano ou mezzo-soprano de coloratura
György Fischer, piano

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Christoph Willibald Gluck (1714 – 1787): Le Cinesi

Este é um Gluck bastante raro. As três cantoras, entre elas Anne Sofie von Otter, fazem papel de chinesas. O irmão de Lisinga volta da Europa e as meninas tratam de diverti-lo com árias de estilos contrastantes. Pouco sei sobre a obra, mas ela me agradou muito. É leve, tranquila e engraçada, porém como toda ópera, não prescinde da visualização. Gostaria de ver Anne Sofie como chinesa num DVD… É menos ópera e mais a “Ação Teatral” que algumas versões anunciam. Bom divertimento para uma noite que se anuncia como chuvosa. (Explico: Porto Alegre precisa urgentemente de chuva).

Gluck: Le Cinesi, action théâtrale en un acte

1 Sinfonia pour orchestre
2 E ben: stupide e mute… Recitativo (Lisinga-Sivene-Tangia-Silango)
3 Prenditi il figlio!… Aria (Lisinga)
4 Ah, non finir sì presto… Recitativo (Silango-Lisinga-Tangia-Sivene)
5 Son lungi e non mi brami… Aria (Silango)
6 Che vi par della scena?… Recitativo (Tangia-Silango-Lisinga-Sivene)
7 Non sperar, non lusingarti… Aria (Sivene)
8 Che amabilil pastoralla!… Recitativo (Silango-Lisinga-Sivene-Tangia)
9 Ad un riso, ad un’occhiata… Aria (Tangia)
10 Che ti sembra, Silango… Recitativo (Tangia-Silango-Lisinga-Sivene)
11 Voli il piede in lieti giri… Quartetto (Lisinga-Sivene-Silango-Tangia)libretto by Pietro Metastasio

first performed for the Royal family at
the Vienna Schlosshof on September 24, 1754

Isabelle Pouleard (Sibene)
Anne Sofie von Otter (Lisinga)
Gloria Banditelli (Tangia)
Guy De Mey (Silango)

Schola Cantorum Basiliensis
dir. René Jacobs

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J.S. Bach (1685-1750): Concertos de Brandenburgo com Pablo Casals

Meu amigo CVL me enviou esta gravação para que eu a postasse e comentasse. Não que eu vá fazer um grande comentário, mas, enfim, ele quis me dar esta honra! São os registros históricos que Pablo Casals (1876-1973) (em catalão Pau Casals) realizou com a Marlboro Festival Orchestra dos Concertos de Brandenburgo no ano de 1964.

Pablo Casals foi uma figura importantíssima do século passado. Violoncelista catalão e republicano, tornou-se o maior adversário de Franco fora da Espanha, recusando-se a voltar ao país antes do fim da ditadura franquista. Faleceu alguns anos antes do ditador. Era tanto uma figura pública — uma espécie de reserva moral viva, ilibada e talentosa da humanidade — quanto grande músico. Foi também o primeiro divulgador das Suítes para Violoncelo de Bach, num tempo em que estas eram consideradas apenas “obras de estudo”. Revelou-as ao mundo em gravações feitas entre os anos de 1936 e 1939. Meu pai as tinha em discos de 78 rotações, mas elas sumiram após sua morte. Lembro de ouvi-las no início dos anos 70, acompanhado de meu pai, que era a única pessoa na casa que conseguia fazer funcionar a geringonça do toca-discos. O som do cello, bastante amplificado, rivalizava com os chiados. Casals errava aqui e ali, o que tornava aquele registro quase ao vivo, interpretado em seu violoncelo veneziano de 1700 (algo fantástico na época), ainda mais emocionante (eu simplesmente amo gravações ao vivo, sem muita edição, sujas, e aquela era obviamente assim). No final de sua longa carreira, Casals passou a reger e é nesta condição que ele aparece aqui.

Apesar da orquestra inchada e do timbre inteiramente fora de moda nos dias de hoje, é um excelente registro. Casals não se dobra ao estilo romantizado de muitos de seus contemporâneos e faz uma abordagem decidida e estimulante. O som é muito bom e esta foi a versão crucial que ouvi lá pelos meus nove anos: estava dormindo em meu quarto quando alguém ligou bem alto a “eletrola” e a orquestra atacou o terceiro concerto. Aquilo me deixou de tal forma arrepiado, a emoção foi tão intensa que, de certa forma, ainda está presente em mim. Com um pouco de vontade de chorar, levantei rapidamente para descobrir que disco era “aquilo”.

Inteiramente sem querer, CVL me causou esta surpresa. Fui conferir no disco pesadão — mas já no formato LP — e era verdade. É a gravação de minha infância.

Bach (1685-1750): Concertos de Brandenburgo

1. Brandenburg Concerto No.1 In F Major,BWV 1046: 1. (Allegro)
2. Brandenburg Concerto No.1 In F Major,BWV 1046: II. Adagio – III. Allegro
3. Brandenburg Concerto No.1 In F Major,BWV 1046: IV. Menutto -Trio I – Polacca – Trio II

4. Brandenburg Concerto No.2 In F Major, BWV 1047: I. (Allegro)
5. Brandenburg Concerto No.2 In F Major, BWV 1047: II. Andante
6. Brandenburg Concerto No.2 In F Major, BWV 1047: III. Allegro assai

7. Brandenburg Concerto No.3 In G Major, BWV 1048: I. (Allegro)
8. Brandenburg Concerto No.3 In G Major, BWV 1048: 1a. Adagio
9. Brandenburg Concerto No.3 In G Major, BWV 1048: II. Allegro

10. Concerto No. 4, BWV 1049/I. Allegro (Instrumental) Alexander Schneider;Marlboro Festival Orchestra;Pablo Casals 6:57
11. Concerto No. 4, BWV 1049/II. Andante (Instrumental) Alexander Schneider;Marlboro Festival Orchestra;Pablo Casals 3:21
12. Concerto No. 4, BWV 1049/III. Presto (Instrumental) Alexander Schneider;Marlboro Festival Orchestra;Pablo Casals 4:33

13. Brandenburg Concerto No. 5 in D Major, BWV 1050/I. Allegro Rudolf Serkin 10:56
14. Brandenburg Concerto No. 5 in D Major, BWV 1050/II. Affettuoso Rudolf Serkin 5:38
15. Brandenburg Concerto No. 5 in D Major, BWV 1050/III. Allegro Rudolf Serkin 5:31

16. Concerto No. 6, BWV 1051/I. Allegro Pablo Casals;Peter Serkin 6:29
17. Concerto No. 6, BWV 1051/II. Adagio ma non tanto Pablo Casals;Peter Serkin 5:03
18. Concerto No. 6, BWV 1051/III. Allegro Pablo Casals;Peter Serkin 3:02

Donald MacCourt ,
Joyce Kelley,
Ornulf Gulbransen,
A. Robert Johnson,
Myron Bloom,
John Mack,
Joseph Turner,
Peter Christ,
Ronald Richards
Robert Nagel
Alexander Schneider [violin]
Barbara Wilson,
Julius Levine,
Joyce Kelley,
Bonnie Hampton
David Soyer
Hermann Busch
Ko Iwasaki
Madeline Foley
Mischa Schneider
Peter Schenkman
Robert Sylvester
Nancy Dalley
Ornulf Gulbransen
Peter Serkin
John Mack
Joseph Turner
Patricia Grignet
Rudolf Serkin

Pablo Casals (Conductor)
Marlboro Festival Orchestra (Orchestra)

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Heinrich Schütz (1585-1672) – Weihnachts-Historie (The Nativity)

Um excelente CD. Não apenas pela grande música de Schütz, mas pelo trabalho de Jacobs. Como estou absolutamente sem tempo hoje, lá vão duas notícias biográficas de Schütz encontradas na rede:

A música de Schütz é uma síntese bem-sucedida da técnica italiana com a devoção luterana que animou tantos músicos alemães. Essa mesma combinação se repetiria mais tarde, em elevado nível polifônico, na obra de Bach, de quem Schütz é o precursor imediato.

Heinrich Schütz, ou Henricus Sagittarius, nasceu em Köstritz, Saxônia, em 8 de outubro de 1585. Estudou leis em Marburgo e, a partir de 1609, radicou-se em Veneza por três anos para estudar música com Giovanni Gabrieli. Nesse período escreveu suas primeiras obras, um conjunto de madrigais italianos para cinco vozes. Retornou à Saxônia em 1613 e permaneceu como músico da corte do príncipe-eleitor até que a peste e os distúrbios causados pela guerra dos trinta anos convenceram-no a partir. Em 1633 instalou-se na corte dinamarquesa e ali permaneceu por dois anos, depois dos quais retornou ao serviço do príncipe-eleitor em Dresden, onde ficou por toda a vida.

A originalidade da obra de Schütz reside na magistral introdução do novo estilo monódico dos italianos, à moda de Monteverdi, na música alemã. Suas obras conhecidas – Dafne, primeira ópera alemã, encenada em 1627, e as músicas que compôs para o casamento do príncipe da Saxônia em 1638 – se perderam. Depois das primeiras sinfonias sacras, de 1629, passou a usar o alemão vernáculo em suas composições. O primeiro réquiem alemão, o Musikalische Exequien (1636), foi também composto por Schütz. Obras importantes da meia-idade são, entre outras, a segunda a terceira partes das sinfonias sacras (1647-1650).

O Weihnachtsoratorium (1664; Oratório de Natal), para solistas, coro e instrumentos, prenuncia a austeridade das últimas obras do compositor. Na velhice, retornou ao canto a capela e se esforçou para interpretar fielmente o texto da Bíblia luterana nas Paixões segundo são Mateus, são Lucas e são João (1665-1666). Heinrich Schütz morreu em Dresden, em 6 de novembro de 1672.

Copiado daqui.

Heinrich Schütz (1585-1672) nasceu em Köstriz (Alemanha) a 8 de outubro. Entre 1609 e 1613, estudou em Veneza com Giovanni Gabrielli e foi, em 1614, nomeado maestro de música do eleitor da Saxônia em Dresden. Em 1628, visitou em Veneza, Monteverdi.

As devastações da Guerra dos Trinta Anos obrigaram-no, em 1633, a fugir para a Dinamarca, mas voltou em 1635, passando em Dresden o resto de sua longa vida. Schütz morreu em Dresden a 6 de novembro.

A música de Schütz é uma síntese feliz de técnica italiana, veneziana e de devoção luterana. Essa mesma síntese se repetirá, mais tarde, em mais elevado nível polifônico, na arte de J. S. Bach, de quem Schütz é precursor imediato. É mesmo o maior compositor alemão antes de J. S. Bach. Mas foi, como este, esquecido, e só em conseqüência dos estudos bachianos da segunda metade do séc. XIX redescoberto.

Os salmos que Schütz escreveu em 1619 são policorais à maneira dos de Giovanni Gabrielli, assim como a História da Ressurreição (1623). Perdeu-se a partitura da ópera Dafne (1627), primeira tentativa de uma ópera alemã nos moldes de Monteverdi.

A personalidade artística do compositor afirma-se na primeira parte das Sinfonias Sacras (1629), sobre textos latinos, dos quais Fili mi, Absalon já é superior à música sacra dos venezianos. Mas As sete palavras na cruz (1645), embora no mesmo estilo, evidenciam a invariável é luterana do mestre.

Obras-primas são a segunda e a terceira parte das Sinfonias sacras (1647, 1650): o Nunc dimittis, o Magnificat e as cantatas de texto alemão, como Saulo, porque me persegues?, têm alto vôo melódico e o acompanhamento é magistralmente instrumentado.

Na velhice mudou Schütz de estilo: voltou ao canto à capela, não acompanhado, e esforçou-se para interpretar fielmente o texto da Bíblia luterana. Essas obras arcaizantes são as Paixões segundo São Mateus, São Lucas e São João (1665-1666).

Copiado daqui.

Schütz – Weihnachts-Historie (The Nativity)

Weihnachts-Historie, SWV 435
1. Sinfonia
2. Es begab sich aber zu derselbigen Zeit
3. Fürchtet euch nicht
4. Und alsbald war da bei dem Engel
5. Ehre sei Gott in der Höhe
6. Und da die Engel von ihnen gen Himmel fuhren
7. Lasset uns nun gehen gen Bethlehem
8. Und sie kamen eilend
9. Wo ist der neugeborne König der Juden?
10. Da das der König Herodes hörete
11. Zu Bethlehem im jüdischen Lande
12. Da berief Herodes die Weisen
13. Ziehet hin
14. Als sie nun den König gehöret hatten
15. Stehe auf, Joseph
16. Und er stund auf
17. Stehe auf, Joseph
18. Und er stund auf
19. Dank sagen wir

Anderer Theil kleiner geistlicher Concerten Op. 9 (1639)
20. Sei gegrüsset, Maria, SWV 333
21. Rorate caeli desuper, SWV 322
22. Joseph, du Sohn David, SWV 323
23. Hodie Christus natus est, SWV 315

24. Heute ist Christus geboren, SWV 439

Concerto Vocale
Ensemble Instrumental
dir. René Jacobs

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F. Chopin (1810 – 1849) / F. Liszt (1811 – 1886) / R. Schumann (1810 – 1856): Peças para piano com Hélène Grimaud… ahhhhh…

Há uns quatro meses, o Dr. Cravinhos enviou 2 CDs para o P.Q.P. Enviou para mim… mas deveria ter enviado um para mim e outro para FDP. Um considero espetacular, perfeito, maravilhoso — logo será postado — e o outro lastimável. É este que ora vos posto. Desculpe, mas eu odeio severamente a pianística de Chopin (sem exceções) e Liszt (salva-se a Sonata em Si Menor e La lugubre gondola). E suporto com muitas restrições o pianismo cheio de dedos de Bob Schumann. Quando comecei a ouvir este CD, minha mulher e filhos me perguntaram se eu queria expulsá-los de casa. Juro que quase saí junto. Que século estranho o XIX… Como é que o denso e profundo Brahms podia gostar dessas rarefações ornamentais para piano de Schumann? Claro que o negócio dele (de Brahms, bem entendido) era a Clara! E como Schumann conseguiu aquelas obras de câmara, aquele quarteto e quinteto para piano fazendo isso em casa? Ô, Cravinhos, os românticos mais… mais… sei lá, devem ir para outro guichê! Porém, o CD é elogiadíssimo e deve ser bom para quem gosta. E a pianista é muito gostosa.

A Balada No. 1, Op. 23 é a primeira que Chopin escreveu. Imaginem que o polaquinho nos torturou com mais quatro! Foi composta entre os anos de 1835 e 1836 durante sua primeira temporada parisiense e é dedicada a um certo Barão de Stockhausen, que ironia… Chopin cita o poeta Adam Mickiewicz — deixem este poetastro longe de mim! — como uma influência para as baladas, mas a “inspiração exata” não é clara. Sorte das outras influências pois teriam de ser ofendidas junto com o MICKEYwicz.

Après une Lecture de Dante: Fantasia quasi Sonata é uma horrenda sonata em um movimento, escrita em 1849. É quase música. Foi publicada em 1856 como parte dos Anos de Peregrinação. Claro que o sogrão lia A Divina Comédia, certamente o Inferno. Se é este mesmo o caso, a sonata poderá ser reavaliada.

A Sonata para Piano, Op. 11 foi descrita por nossa colega Clara Wieck como “um apelo de meu coração ao seu”. Quer dizer: do coração dela para o de Bob. Foi aqui que minha família me ameaçou de deserção. Dizem que Clara participou da composição, mas não a salvou dos lugares-comuns. É música discursiva e vazia de cabo a rabo.

Agora, essa pianista… Ah, eu comia!

FRÉDÉRIC CHOPIN (1810 – 1849)
1) Ballade No. 1 in G minor, Op. 23 (8:19)

FRANZ LISZT (1811 – 1886)
2) Aprés une lecture de Dante (torturantes 15:13)
Fantasia quasi sonata
-Années de Pélerinage, Deuxiéme Année “Italie” S.161

ROBERT SCHUMANN (1810 – 1856)
Sonata for Piano in F-sharp minor, Op. 11
3) I- Introduzione: Un Poco Adagio-Allegro vivace (11:24)
4) II- Aria (2:53)
5) III- Scherzo e Intermezzo: Allegrissimo (4:51)
6) IV- Finale: Allegro un poco maestoso (11:13)

HÉLÈNE GRIMAUD, piano

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Datas

Todo o início de ano há rituais a cumprir. Um deles: percorrer cronologias e biografias à procura de compositores com datas redondas que permitam homenageá-los. Celebram-se nascimentos. Relembram-se mortes. Uma breve pesquisa e logo se vai preenchendo uma relação, às vezes mínima, às vezes exagerada, de possíveis homenageáveis num ano que começa. Com eles se recheia o programa de concertos como se se recheasse empadas ou pastéis – alguns compositores serão o recheio principal, outros haverão de cumprir o papel da proverbial azeitona. Uns serão o gosto permanente da empada musical. Outros serão o sabor delicioso que logo se vai. Essa é a hora, então, de colocar em marcha o ritual. Sem muita procura, a música europeia logo nos entrega quatro candidatos: Henry Purcell e os seus 350 anos de nascimento, os 250 anos da morte de Händel, os 200 da morte de Haydn, os dois séculos que nos separam do nascimento de Mendelssohn.

Quarteto fantástico, esse! Seus integrantes estão prontos a atender as demandas dos programas das orquestras que hoje, à custa de repertórios cada vez mais petrificados na tradição, caminham na direção firme da obsolescência. Purcell, diz a BBC, marca o nascimento da música britânica – embora uns 300 anos antes tenha existido John Dunstaple e um pouco depois Thomas Tallis tenha feito a glória musical dos Tudors. A música de Händel recém foi ouvida, pois é ele o compositor do coro de aleluia que encerra a parte relativa ao nascimento de Cristo no seu oratório Messias e que por isso é cantado a plenos pulmões em dezembro por coros e comerciais de TV. Mendelssohn, já em pleno romantismo da primeira metade do século 19, foi compositor mediano mas com ocasionais lampejos de genialidade que o tornam bastante agradável, para ouvir sem esforço. Quanto a Haydn – bem, este é o caso clássico de compositor que possibilitou a existência musical de outros dois, neste caso Mozart e Beethoven, que a ele renderam homenagens mas que, ultrapassando-o, o jogaram num esquecimento que nem efemérides evitam.

Que importância têm esses compositores para nós, ao sul do Equador? Provavelmente nenhuma, embora vamos encontrá-los durante o ano todo num e noutro concerto ou recital. Talvez seja o caso de não procurar longe o que está perto: a nossa música brasileira, o que apresenta de compositores e suas datas redondas? Há, sim, o que assinalar. Há os 80 anos de Ernest Mahle, o compositor de Piracicaba que é uma espécie de Hindemith brasileiro, no seu neoclassicismo funcional e na sua música espraiada pelos mais diversos instrumentos. Há os 70 anos de Lindembergue Cardoso que, falecido em 1989, foi um dos fundadores do Grupo de Compositores da Bahia, essencial para a renovação da música brasileira de concerto dos anos 1960 e 1970. Há também os 70 anos de Ricardo Tacuchian, músico carioca que revitalizou a Academia Brasileira de Música e que compõe com mão segura. Deve haver ainda outros, mas esses a memória ainda não alcança.

Para lembrar há, antes de mais nada, os 50 anos da morte de Heitor Villa-Lobos. Lembro do dia em que morreu, embora àquela altura ainda não tivesse ouvido uma nota sequer da sua música. A trajetória de Villa-Lobos nestes 50 anos tem sido acidentada pois só os que têm muita coragem ainda desbravam a sua música, aqui e lá fora. Orquestras, então, nem se fala! Publicadas por editora francesa, as suas partituras ainda tem direitos autorais de preços elevados e nem sempre os orçamentos permitem aventuras fora do repertório de domínio público. Mais: como me dizia certa vez o musicólogo Régis Duprat, na música de Villa-Lobos todos tocam tudo ao mesmo tempo, o que requer paciência e competência, coisas que às vezes rareiam. Assim, Villa-Lobos tem sido menos ouvidos do que deveria e ainda é incerto o destino das suas Bachianas Brasileiras, dos seus Choros.

Se há um aniversário, no entanto, que a música brasileira deve comemorar sem ressalvas é o do amazonense Cláudio Santoro, que estaria comemorando os seus 90 anos, não tivesse falecido em 1989 em meio a crises musicais e institucionais. São duas datas redondas e aí está: Santoro é o compositor do ano. A sua trajetória ideológica é interessantíssima, foi central a sua posição na música em Brasília que viu o seu expurgo e acolheu o seu retorno. A música segue os mesmos caminhos do compositor. Iniciando como integrante ativo do Grupo Música Viva que nos anos 1930 trouxe o modernismo para a música brasileira, Santoro construiu uma obra que vai da miniatura à sinfonia, da música de câmara ao pioneirismo da música eletroacústica, do abstrato ao engajamento explícito. Tivesse a música de concerto uma posição menos periférica na cultura brasileira, este seria o momento de celebrar Santoro. Pois não há dúvida que o Brasil deve mais a ele do que a Purcell, Mendelssohn, Haydn ou Händel.

CELSO LOUREIRO CHAVES, músico.
Publicado em Zero Hora no dia de ontem.

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.: interlúdio :. The Dowland Project: Romaria

Não é um CD de música erudita. Ou é. É música antiga, mas não há Dowland aqui, apesar de que nos dois CDs anteriores do The Dowland Project havia. Vou tentar explicar: são arranjos para tenor, saxes (muitos), violino e algo como o alaúde. Trata-se de uma coleção de canções muito bonitas, interpretadas com extrema sensibilidade, delicadeza e respeito. Não são arranjos comuns, daqueles que trazem um compositor antigo para uma linguagem atual ou para a linguagem dos músicos, até porque aqui não há de modo algum uma linguagem comum — ou seja, não é aquele horror habilidosinho francês ao estilo de Jacques Loussier –, são antes recriações de músicos muito diferentes entre si sobre compositoções antigas, buscando uma terceira expressão, através de um outro grupo de instrumentos e culturas. Talvez o The Dowland Project faça alguns puristas mais xiítas se morderem de ódio. Porém, ficarei autenticamente desconfiado de sua qualificação como ouvintes… Sério.

Este é mais um grupo que tem como participante o genial saxofonista e claronista inglês John Surman.

Encontrei um texto anônimo circulando na rede. Muito bom.

This is a disc of whispered conversations: among musicians, cultures and periods – past, present and future. Anonymous composers from the Franus Codex and the Carmina Burana manuscript break bread with Josquin and Lassus, while ancient instruments freely consort with modern.

With a revised line-up, John Potter’s Dowland Project expands its repertoire on its third album, freely exploring love songs, chants and motets from the 12th century to the present by Oswald von Wolkenstein, Orlando di Lasso, Josquin Desprez and others including the anonymous composers of the Carmina Burana manuscript. New to the Project is Miloš Valent, the vibrant violinist and violist from Slovakia who is equally at home in early music and in the gypsy and folk musics of eastern Europe. Like English reedman John Surman and American lutenist Stephen Stubbs he is also able to improvise beyond the traditions: these richly atmospheric pieces are reborn in the interaction of the players.

Imperdível!

The Dowland Project: Romaria ECM 1970 [CD]

1. Got schepfer aller dingen (‘Der Kanzler’) 4:34
2. Veris dulcis (Carmina Burana manuscript) 5:14
3. Pulcherrima rosa (Franus Codex) 5:31
4. Ora pro nobis (anonymous) 4:13
5. La lume (traditional Iberian) 4:22
6. Dulce solum (Carmina Burana manuscript) 6:53
7. Der oben swebt (Oswald von Wolkenstein) 4:59
8. O beata infantia (Gregorian) 3:35
9. O Rosa (traditional Iberian) 4:48
10. Saudade (Valent/Surman/Stubbs) 6:18
11. In flagellis (Josquin Desprez) 3:52
12. Kyrie Jesus autem transiens (Firminus Caron) 3:30
13. O beata infantia (Gregorian) 3:53
14. Credo Laudate dominum (Orlando di Lasso) 3:57
15. Ein gut Preambel (Hans Neusidler) 0:57
16. Sanctus Tu solus qui facis (Josquin Desprez) 4:30
17. Ein iberisch Postambel (Valent/Surman/Stubbs) 5:48

recorded January 2006, Propstei St. Gerold

John Potter, tenor voice;
John Surman, soprano saxophone, bass clarinet, tenor and bass recorders;
Milos Valent, violin, viola;
Stephen Stubbs, baroque guitar, vihuela

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Um dia, eu ou FDP mataremos alguém por pura inveja

A revista Pequena Morte — cujo editor é nosso frequente comentador Hugo Langone, que até já nos enviou arquivos para serem postados — e o “amigo” deste blog Milton Ribeiro realizaram uma entrevista com a divina Emma Kirkby. Fizeram-na (a entrevista, bem entendido) pelas costas, sem nos dar a oportunidade de participar deste FESTIM DIABÓLICO. Porém, como temos um enorme coração, um coração autenticamente bachiano, CONCEDEREMOS em divulgar a entrevista. Temos certeza de que as perguntas desses dois foram ABSOLUTAMENTE OBTUSAS E OCIOSAS, mas que não EMPANARAM o brilho da maravilhosa cantora. FDP Bach deve estar subindo pelas paredes, pois em certa oportunidade chegou a confessar em nosso blog que seus MAIS ALTOS e MAIS BAIXOS instintos manifestavam-se por Emma. A entrevista dos putos está BEM AQUI, Ó.

Uma grande morte para a dupla.

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The Dmitri Shostakovich Edition (CDs 13, 14 e 15 de 27)

SÉRIE IM-PER-DÍ-VEL!!!

CD 13

Aqui, temos a continuidade dos quartetos de cordas em arranjo para orquestra. O primeiro quarteto pode ser desprezado, o segundo absolutamente NÃO e o terceiro idem, mas com menos veemência.

Chamber symphony Op. 49a “Eine kleine Symphonie” (Arrangement of String Quartet No. 1)
1. Moderato 4:22
2. Moderato 4:53
3. Allegro Molto 2:44
4. Allegro 3:31

Chamber symphony Op. 110a (Arrangement of String Quartet No. 8 )
5. Largo 4:45
6. Allegro molto 3:40
7. Allegretto 4:29
8. Largo 4:29
9. Largo 3:41

Chamber symphony Op. 118a (Arrangement of String Quartet No. 10)
10. Andante 5:16
11. Allegretto furioso 4:14
12. Adagio 7:01
13. Allegretto 10:00

Orchestra Sinfonica di Milano Giuseppe Verdi
Rudolf Barshai, conductor

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CD 14

Em um famoso conto de Machado de Assis, Um Homem Célebre, havia um grande compositor de polcas, o Pestana, que queria fazer algo maior, grandioso, mas – que diabo! – só lhe saíam mais polcas. O que fazer? O personagem fazia o maior esforço, passava meses trancado em casa a fim de parir a grande obra, porém não produzia nada além de belas polcas, que logo se tornavam popularíssimas e eram assobiadas pelo povo nas ruas, para desespero do Pestana. Estas eram compostas copiosa e rapidamente. Acabou rico, infeliz e doente. Coitado.

Com Shostakovitch o caso é diferente. Compôs copiosamente obras-primas, tem obra profunda e numerosa, mas, um belo dia, resolveu escrever suítes para grupos de jazz. Vocês podem adivinhar o que aconteceu? Saíram apenas… polcas. Polcas e valsas. O timbre é o do jazz – não poderia ser diferente com aquela formação orquestral -, já a música são as polcas do personagem machadiano. Ah, vocês não acreditam? Então ouçam o CD abaixo. É um bom disco, há a espetacular Valsa 2 da Suíte Nro. 2, que foi utilizada por Stanley Kubrick na abertura de De Olhos bem Fechados, com um ritmo e um solo de sax que nos obriga a levantar e ensaiar uns passinhos pela sala, há várias polquinhas bem legais e há uma imitação marcial de Duke Ellington que dá para rolar de rir. É o “Grande Projeto Falhado” do imortal Shosta e, mesmo assim, é muito bom e divertido.

Suite For Variety Orchestra No.1 (Jazz Suite No.2)
1. March 3:04
2. Dance No.1 2:56
3. Dance No.2 3:39
4. Little Polka 2:33
5. Lyric Waltz 2:38
6. Waltz no.1 3:21
7. Waltz no.2 3:34
8. Finale 2:13

9. Overture On Rusian And Kirghiz Themes Op.115 9:19

Jazz suite No.1
10. Waltz 2:19
11. Polka 1:38
12. Foxtrot 3:47

13. Novorossijsk Chimes 2:32

14. Festive Overture Op.96 5:46

National Symphony Orchestra Of Ukraine,
Theodore Kuchar

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CD 15

Para o meu gosto, o CD mais fraco de toda a coleção. O Límpido Regato tem momentos… engraçadinhos.

The Bolt, Ballet Suite Op. 27a
1. Overture 6:34
2. Polka 2:36
3. Variation 1:49
4. Tango 5:07
5. Intermezzo 3:50
6. Finale 3:23

The Limpid Stream, Ballet Suite Op. 39a
7. Waltz 2:23
8. Russian Lubok 2:30
9. Galop 1:57
10. Adagio 7:19
11. Pizzicato 1:12

The Golden Age, Ballet Suite Op. 22a
12. Overture 3:54
13. Adagio 8:40
14. Polka 2:08
15. Dance 2:10

National Symphony Orchestra of Ukraine,
Theodore Kuchar

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