IM-PER-DÍ-VEL !!!
Os Trios de Cordas Op. 9 são frequentemente descartados como trabalhos de treino – o Mestre se preparando para seu primeiro ataque sério ao Quarteto. Pfff… Como qualquer compositor lhe dirá, esta é uma maneira bastante estranha de preparação: o Trio de Cordas é um meio particularmente difícil de dominar. No Op. 9, Beethoven dominou-o totalmente, e a inclusão neste conjunto do Op. 3 Trio nos mostra como ele remodela outro grande trio, o Divertimento de Mozart, K563. Então, um conjunto “educacional”? Não! Os três Op. 9 Trios são obras esplêndidas: vivas, engenhosas e cheias de poesia. Anne-Sophie Mutter pode ser um pouco feroz às vezes, especialmente na abertura do Op. 3, mas ela pode. Os humores e os tempos são bem avaliados. Apesar da seriedade predominante, Mutter, Giuranna e Rostropovich também são sensíveis ao senso de humor travesso do jovem Beethoven – mesmo no Op. 9 No. 3 (Dó menor nem sempre significa tragédia para Beethoven). Mutter está beethoveniana, sensacional e ousada, Rostropovich é sozinho uma orquestra e o violista é tri afinado. Não dá pra pedir mais.
Ludwig van Beethoven (1770-1827): Trios para Cordas (Mutter, Giuranna, Rostropovich)
CD 1
1. String Trio in E flat, Op.3 – 1. Allegro con brio
2. String Trio in E flat, Op.3 – 2. Andante
3. String Trio in E flat, Op.3 – 3. Menuetto (Allegretto)
4. String Trio in E flat, Op.3 – 4. Adagio
5. String Trio in E flat, Op.3 – 5. Menuetto (Moderato)
6. String Trio in E flat, Op.3 – 6. Finale (Allegro)
7. Serenade for String Trio in D, Op.8 – 1. Marcia (Allegro – Adagio)
8. Serenade for String Trio in D, Op.8 – 2. Menuetto (Allegretto)
9. Serenade for String Trio in D, Op.8 – 3. Adagio – Scherzo (Allegro molto) – Adagio (Tempo I) – Allegro molto
10. Serenade for String Trio in D, Op.8 – 4. Allegretto alla Polacca
11. Serenade for String Trio in D, Op.8 – 5. Thema con Variazioni: Andante quasi Allegretto – Variations I -IV – Marcia. Allegro
CD 2
1. String Trio in G major, Op.9, no.1 – 1. Adagio – Allegro con brio
2. String Trio in G major, Op.9, no.1 – 2. Adagio, ma non tanto, e cantabile
3. String Trio in G major, Op.9, no.1 – 3. Scherzo (Allegro)
4. String Trio in G major, Op.9, no.1 – 4. Presto
5. String Trio in D major, Op.9, no.2 – 1. Allegretto
6. String Trio in D major, Op.9, no.2 – 2. Andante quasi allegretto
7. String Trio in D major, Op.9, no.2 – 3. Menuetto (Allegro)
8. String Trio in D major, Op.9, no.2 – 4. Rondo (Allegro)
9. String Trio in C minor, Op.9, no.3 – 1. Allegro con spirito
10. String Trio in C minor, Op.9, no.3 – 2. Adagio con espressione
11. String Trio in C minor, Op.9, no.3 – 3. Scherzo (Allegro molto e vivace)
12. String Trio in C minor, Op.9, no.3 – 4. Finale (Presto)
Anne-Sophie Mutter – Violin
Bruno Giuranna – Viola
Mstislav Rostropovich – Cello
PQP
Excelente postagem! Já esperava algum tempos os desconhecidos (e belos) trios de Beethoven.
Gostaria de me descupar pelo pedido anterior desnecessário!
Agora ficarei mais atento!!
Falta postar uma obra essencial em Mozart: O Quinteto para Clarineta em lá KV 581!
Que felicidade ver esses trios aqui!
Prova de que o SAC desse blog funciona muito bem, ao contrário do que dizem alguns…:-)
O post não está assinado, mas creio que seja FDP, não?
***
Falávamos no outro post sobre Brahms. Carpeaux, em “A Nova história da música”, tem uma formulação interessante sobre o hambuguês:
“Foi homem áspero, intratável; mas não inacessível. Sua música parecia dura a muitos; e ainda parece assim a alguns. Não se abre logo com facilidade. É preciso aprender a ouvir Brahms. Quem lhe recusar esse estudo, perderia o acesso a um patrimônio espiritual que sói poderia desaparecer com nossa música toda e com a nossa civilização.”
Acrescentaria apenas que esse “aprender a ouvir Brahms” pode ser imensamente facilitado para quem mergulha, antes, no último Beethoven, especialmente nos quartetos de cordas. Como alguém nesse blog já apontou, esses quartetos são uma espécie de “escola” que abre a cabeça para um mundo novo à frente. Por exemplo: antes de ouví-los, Bartok me era confuso e desagradável. Depois de ouvi-los, meu cérebro começou a decodificar aquela linguagem exasperada – falo especialmente dos streichquartetten de Bartok.
É isso.
Abraços,
GS.
Fugindo um pouco da música de câmara de Beethoven ,mas ainda centrado em suas obras, eu acabei de baixar a integral das sonatas para piano com Paul Badura-Skoda (pianoforte) ,e achei excepcional a gravação ,foi uma das performances que mais me convenceram deste ciclo.Por isso eu gostaria saber de vocês,se já puderam conferir este registro da integral e o que acham da interpretação de Badura-Skoda deste ciclo.
Abraços
Junior de Oliveira
excelente! ainda espero o opus 20…
Não sei se concordam, mas o que acham de mais canções no blog, como algumas do Wolf, Fauré ou Schubert
O blog continua impecável
abraços
Grande sertão!
Concordo inteiramente contigo.