Vai se aproximando o Natal, então deixo como contribuição duas obras corais compostas no século XVIII para a mui católica corte de Dresden. Eu considero este CD um tanto desigual, porque enquanto a Missa de Hasse (1751) é cheia de momentos expressivos emocionantes, o Requiem de Heinichen (1726) passou pelos meus ouvidos como passa barulho de trânsito: dois minutos depois eu não saberia descrever nada de interessante.
J.A. Hasse nasceu perto de Hamburgo e viveu uma vida longa e cheis de sucessos, principalmente na ópera e na música sacra. Muitos dos seus anos foram em Dresden e Viena, com períodos anteriores na Itália (década de 1720 em Nápoles e os últimos dez anos de vida em Veneza). Consta que ele aprendeu muito com o napolitano Alessandro Scarlatti. Representante da geração posterior à de J.S. Bach e Händel, Hasse já não é barroco, sendo um dos mais importantes compositores do período que hoje em dia é pouco lembrado, aquele entre 1750 e 1770. Eu, pessoalmente, diria que além dele também Antonio Soler e C.P.E. Bach são autores de música interessantíssima, mas é inegável que eles são menos tocados e menos estudados hoje do que Haydn e Mozart.
O regente alemão Hermann Max não chega a ser tão famoso quanto o belga Philippe Herreweghe ou o austríaco Nikolaus Harnoncourt, mas ele tem uma longa estrada com os grupos Rheinische Kantorei (Os Cantores do Reno) / Das Kleine Konzert (O Pequeno Concerto), que ele fundou em 1977. Pela gravadora Capriccio, Max e seus dois grupos gravaram muita coisa de Bach (Paixões, Cantatas) e de Telemann, incluindo um Oratório de Natal que FDP Bach postou ano passado (aqui).
1-16. Johann Adolf Hasse (1699-1783): Messe in d (Missa em ré menor)
17-36. Johann David Heinichen (1683-1729): Requiem em mi bemol maior

Pleyel