MOZART
Edna Stern
Aqui pertinho de casa, numa esquina, junto a uma pracinha, mas ainda em frente ao muro de uma casa, há um remanescente do passado, estoico, arcaico, um orelhão. Creio que este remanescente foi deixado lá para que os avós o mostrem aos netos, em seus passeios matinais – foi de um desses que eu convidei sua avó para sair, pela primeira vez…
Imagino que foi de um desses jurássicos objetos que Miles (Miles Kendig, o aposentado espião que ama a música de Mozart, você deve saber) me ligou, dia desses.
MK: Hey, René, how are ya?
RD: Kendig! What an unexpected pleasure.
MK: May I have it, please?
RD: Have what?
MK: It has been half an eternity since you posted some Mozart, specially piano concertos. Oh c’mon, this is ultageous!
RD: Well, it is good that you brought that… I’ve just spotted a great disc with three wonderful piano concertos, including the Jeunehomme. I know you have a soft spot for it.
MK: So, don’t delay it any further, get it done. And talk with that cranky boss of yours to get it posted as soon as possible. I don’t wanna wait months for it to surface!
RD: I’ll let him know. And you, now, don’t be a stranger, keep in touch…
MK: I will! Take care!
Pois assim, a pedidos do Selim Gidnek, como ele às vezes gosta de ser chamado, vamos a postagem do dia… Mozart, Concertos para piano. Este é um disco com três concertos. O primeiro foi composto quando ele ainda estava em Salzburg, mas os outros dois já fazem parte dos primeiros a serem compostos para suas apresentações em Viena. O Concerto ‘Jeunehomme’ pensava-se ter sido composto para uma pianista francesa, Mademoiselle Jeunehomme, que teria visitado Salzburgo em 1777. Em suas cartas Mozart tratava de uma certa Jenomé. Agora acredita-se que o concerto foi escrito para Louise-Victoire Jenamy, filha de um famoso dançarino francês, amigo de Mozart. A obra é um passo a frente dos típicos concertos no estilo galante, com um movimento lento que revela o grande compositor de óperas que foi Mozart.
Os Concertos Nos. 12 e 14 (assim como o irmão do meio, No. 13) foram compostos no primeiro ano de Mozart em Viena e podem parecer até um passo atrás, comparados com o Concerto No. 9, pois que são simples em escopo, podendo ser interpretados apenas com piano e quarteto de cordas. Mas não se deixe iludir por essa aparente simplicidade, pois que ambos concertos reservam belezuras para quem os ouvir com atenção, especialmente em uma interpretação assim como a da postagem.
Edna Stern é uma pianista já bem conhecida aqui do pessoal do blog, onde já se apresentou acompanhando a violinista Amandine Beyer e também em um disco tocando peças de Bach. Ela é especialmente talentosa e teve formação primorosa, estudando com grandes nomes, como Martha Argerich, Krystian Zimerman e Leon Fleisher.
Ela tem fortes ideias sobre como devem ser produzidas suas gravações, evitando ao máximo o exercício de ‘cut and paste’, e a Orchestre d’Auverne colaborou com ela buscando cumprir a risca esse princípio. É ouvir o disco para conferir. Depois, me conte!
Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)
Piano Concerto No. 9 in E-flat major, K271 “Jeunehomme”
- Allegro
- Andantino
- Rondo – Presto
Piano Concerto No. 12 in A major, K414
- Allegro
- Andante
- Allegretto
Piano Concerto No. 14 in E flat major, K449
- Allegretto vivace
- Andantino
- Allegro ma non troppo
Edna Stern, piano
Orchestre d’Auvergne
Arie van Beek
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 | 320 KBPS | 167 MB
Seção ‘The Book is on the Table’: Stern’s performances are all about intimacy: intimacy of sound, manifested in a close, dry (and sometimes rather unlovely) recording offering sharp textural clarity and emphasising the tightness for the Orchestre d’Auvergne’s ensemble-playing; and intimacy of thought, for this is an artist with a delicate touch who likes to shape every detail of phrasing and articulation as if polishing a tiny gem.
[Gramophone, May 2011]
Stern’s instrument is modern, though her dry attack and clarity suggest time spent with a period piano. Even so there’s an ease to phrasing and touch in the Jeunehomme concerto…Sparkling music-making
[The Times, 22nd January 2011]
Aproveite!
René Denon