BRUCKNER 200 ANOS, HOJE! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nro. 7 (Haitink, RCO)

Dia de Bruckner aqui no PQP Bach!

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Espero que vocês gostem da primeira das três joias da coroa de Bruckner, conforme diz o texto abaixo. A sétima é dedicada mais a Wagner do que a Deus… O que me deixa mais tranquilo, na verdade. Apresentamos a capa da nova gravação que Haitink fez com a Orquestra de Chicago e não a capa do CD gravado com a Orquestra do Concertgebow de Amsterdam, que ora postamos. O motivo é o de que você não a consegue nem entre os usados da Amazon. Quem o tem não o larga. É uma obra-prima. Os dois primeiros movimentos são arrasadores. A seguir coloco para vocês um bom texto encontrado faz algum tempo na rede:

Anton Bruckner nasceu em 4 de setembro de 1824, no vilarejo de Ansfeld, norte da Áustria. Seus pais eram professores primários e ele mesmo teve educação formal para o magistério, mas levou adiante seus estudos de música (notadamente órgão) e, aos 13 anos, entrou para o famoso coro do monastério de Sankt Florian.

Foi lá que abraçou definitivamente sua vocação religiosa e musical. Em 1845, tornou-se professor e organista adjunto, e começou a compor. Bruckner permaneceu nas funções até 1856, quando foi nomeado organista da catedral de Linz e saiu do monastério. Este período foi marcado por estudos de contraponto e orquestração e constantes viagens a Viena. Em uma dessas viagens, Bruckner conheceu a obra de Wagner, e ficou completamente fascinado por ela. Foi nesta época, quando tinha aproximadamente 40 anos, que sua produção como compositor toma fôlego, com as primeiras sinfonias.

Em 1868, obteve o posto de professor do Conservatório de Viena, e para lá fixou residência; veio a lecionar na Universidade de Viena oito anos depois. Na capital do Império Austro-Húngaro, Bruckner, uma pessoa tímida, sem muito manejo social e com baixíssima autoestima, sofria com os ataques da ala brahmsiana, principalmente de Eduard Hanslick, o mais influente dos críticos vienenses. Porém, como organista, era aclamado e disputado.

O reconhecimento público como compositor só veio com a apresentação da Sétima Sinfonia, em 1884. A Oitava Sinfonia estreou em 1892 e foi outro grande sucesso (inquestionável até por Brahms e Hanslick), mas teve gestação complicada. O compositor havia enviado esboços da obra a seu amigo, o maestro Hermann Levi, que a reprovou. Bruckner entrou em profunda depressão – até pensou no suicídio – e tratou de revisar completamente a sinfonia. Mas o resultado final valeu muito a pena, já que a Oitava é sua maior obra e uma das maiores sinfonias de todos os tempos.

O esforço na revisão da Oitava acabou por comprometer a Nona, que foi deixada inacabada: Bruckner morreu em 11 de outubro de 1896, aos 72 anos, trabalhando no Finale. Seus restos mortais foram depositados sob o órgão do mosteiro de Sankt Florian.

SUA OBRA

Podemos fazer uma divisão da obra bruckneriana em dois períodos: o período sacro, que abrange das primeiras obras até a Terceira Sinfonia (1873); e o período das grandes sinfonias, de 73 até sua morte.

Apesar de toda a fama de Bruckner como compositor religioso, sua obra sacra não é tão grande como pode parecer (mais intrigante, porém, dado que era um organista de grande renome, é o número muito reduzido de obras para órgão). Ele compôs seis missas – destaque para a segunda e para a terceira, a Grande – e um réquiem, muitos motetos, o famoso Te Deum e o Salmo CL, os dois últimos já no final da vida.

Mais importantes, para Bruckner, são suas sinfonias. Foram compostas onze delas, sendo que as duas primeiras foram rejeitadas e depois editadas como as de números 00 e 0. Da Zero à Terceira forma-se um grupo relativamente homogêneo de sinfonias. Todas são em tom menor, trágicas e pesadas. A mais grandiosa delas é justamente a de número três, dedicada a Wagner. Nenhuma sinfonia dessa fase, mesmo as rejeitadas, é menos do que interessante.

As três sinfonias seguintes, 4, 5 e 6, formam o segundo grupo. São sinfonias mais positivas, em tom maior. A mais conhecida é a Quarta, a Romântica, uma sinfonia perfeita, de grande beleza e humanidade. A Quinta é mais ampla e tem maiores pretensões arquitetônicas, especialmente no grandioso final em fuga. Data do período em que ingressou na Universidade de Viena, talvez daí o rigor técnico.

As três últimas, 7, 8 e 9, são as verdadeiras jóias da coroa de Bruckner. A Sétima é uma sinfonia belíssima, com destaque para o sublime Adagio, composto em memória a Wagner, que tinha acabado de falecer.

A Oitava é talvez a maior obra-prima de Bruckner e uma das maiores sinfonias já compostas em todos os tempos. Gigantesca (mais de 80 minutos de duração), com orquestração grandiosa e concepção monumental, ela impressiona a todos por sua profundidade e majestosidade. O Scherzo, de mais de 15 minutos, é um dos maiores da história e seu maravilhoso trio, um dos pontos altos de sua produção sinfônica.

Da Nona, infelizmente, conhecemos apenas os três primeiros movimentos. É a mais mística das sinfonias brucknerianas, de concepção tão grandiosa quanto a Oitava e de inspiração religiosa – foi dedicada “ao Bom Deus”. Muitas vezes, a orquestra soa como um imenso órgão. É de suas obras mais potentes.

AS VERSÕES

Bruckner era uma pessoa tremendamente insegura e, por causa das críticas – muitas delas injustas – que recebia, revisava constantemente suas obras. Isso acabou gerando um problema para a posteridade. Muitas vezes suas sinfonias têm três versões para o intérprete escolher, e a escolha sempre é difícil. Afinal, qual é a mais fiel às intenções originais de Bruckner?

Duas edições completas das sinfonias foram lançadas, a de Robert Haas e a de Leopold Nowak. Cada uma delas recupera cores feitos em algumas versões, ou os aceita, ou acrescenta partes. A edição Nowak tende a manter os cortes e a Haas, a restaurar os trechos perdidos. Nenhuma versão é perfeita e cada um tem a sua predileta. Em geral, aceita-se que a melhor Terceira é a Haas e que a melhor Quarta é a Nowak (apesar do prato “errado” do Finale), mas não chegou-se a um consenso quanto à versão da Oitava. Uma opinião? Nowak.

Trecho de texto anônimo retirado daqui. O endereço parece estar desativado atualmente…

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nro. 7 (Haitink, RCO)

Symphony No. 7: I. Allegro moderato
Symphony No. 7: II. Adagio: Sehr feierlich und sehr langsam
Symphony No. 7: III. Scherzo: Sehr schnell
Symphony No. 7: IV. Finale: Bewegt, doch nicht schnell

Bernard Haitink
Royal Concertgebouw Orchestra, Amsterdam

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

PQP

13 comments / Add your comment below

  1. Está chegando, está chegando…
    Essa é fundamental, uma obra-prima, mas a oitava ainda é minha favorita. Prevejo que ficarei ainda mais feliz quando postá-la aqui.

    A Concertgebouw, como sempre, é brilhante. Estou ansiosíssimo para ouvir as três últimas sinfonias de Bruckner tocadas por ela.

  2. ESSE SITE É MARAVILHOSO SÓ ESTOU SENTINDO FALTA DOS CONCERTOS DE BRANDENBURGO N I ,B W V 1046 , N 2 , B W V 1047; B W V 1048 SOLISTAS DO SCALA DE MILÃO DE JOHANN SEBASTIAN BACH SERÁ QUE VOCÊ PODE DISPONIBILIZAR OU MELHOR POSTAR AI NO SITE DESDE JÁ MUITO GRATA .

  3. Confesso que nunca ouvi essa interpretação, na verdade nunca ouvi Bruckner interpretado por Haitink.
    Boa interpretação, gostei mais particularmente do segundo movimento nesta versão.
    Mas ainda prefiro as interpretações de Giulini e Jochum.
    Para a oitava, recomendo a interpretação de JOchum, para mim, a melhor.

  4. Caro amigo, fantástico site. Descobri hoje, quase que por acaso, e já viciei. Muita coisa maravilhosa, parabéns. Os comentários também ajudam.

    Fica uma dica: no serviço final, seria interessante colocar o ano de gravação/lançamento e até o selo, porque sabemos que alguns t6em mais cuidados que outros… Sei que muitas vezes essas informações não estão no disco, principalmente se for uma cópia de LP. Mas o que tivermos de informação adicional é bom.

    Abraços e continue.

  5. Temos aqui um dos adágios mais maravilhosos de uma sinfônia. Sem duvida alguma rivaliza com os poderosos e magnificos adágios de Mahler. Nunca ouvi Bruckner com Bernand Haitink, mas conhecendo todas as suas gravações de Gustav Mahler tenho certeza que é mais um trabalho metódico e perfeito. Obrigado PQP!

  6. Prezado PQP,
    Realmente as Sinfonias VII, VII e IX são as jóias da coroa de Bruckner.
    Posso dar uma dica? Escute a VII e a VIII com Karajan e Viena.
    Sinta a dinâmica. Detalhe, a VII foi a última gravação feita por Herr Karajan.
    Está na coleção Karajan Gold. Para mim insuperável.
    Um forte abraço!

  7. Eu fui aos 3 dias de apresentação da Staatskapelle Berlin na Sala São Paulo, e digo a todos.
    A Sinfonia n 9, em Ré menor, de Anton Bruckner, fui a cosa mais linda que ja tinha ouvido ao vivo..emocionante..ouçam!
    Otimo site!

  8. creio estar chovendo no molhado, mas vamos lá: classiclibrary, que descobri via este blog, tem esta sinfonia com, com, com, Harnoncourt. E documentação do ‘possível final’ com uma fuga inclusive. Bonita. em ingles e alemão as explicações de Harnoncourt. Além da nona do gigante Bruckner, também há um arquivo da Senhora Quinta Sinfonia do mesmo Bruckner, com o ensaio da Dona Wiener Philharmoniker, ora todos. aquele momento em que N. Harnoncourt evoca o Qua resurget ex favilla… (requiem do Mozart, lacrimosa)para executar a sinfonia…hmmmmm como dizem por aqui, é pra se ouvir de joelhos(e a alma voando). Tudo em alemão, mas vale a pena, nicht diese reply.

    Pedido: comentários do blog sobre o ‘final’ da nona de Bruckner, falando das reconstruções, etc.

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