Franz Schubert (1797-1928) – Quarteto para Cordas “A Morte e a Donzela” (arranjo Gustav Mahler, Sonata Arpegione – Michal Kánka, Pavel Hüla

Até ter acesso a esse CD, eu não conhecia esse arranjo para orquestra de cordas que Mahler fez da obra prima de Schubert, o Quarteto para Cordas “A Morte e a Donzela”. Ainda não tenho uma opinião formada na verdade, precisaria ouvir mais vezes para absorver, tão acostumado que estou com a versão para Quarteto para Cordas. Em se tratando de uma obra dessa envergadura, provavelmente umas das maiores composições já escritas para o gênero, a empreitada é um tanto arriscada.

 

Ao mesmo tempo, o nome de Mahler, um mestre em se tratando de composições para orquestras de grande porte, lembramos imediatamente de seu magnífico Quarteto para Cordas, e o que dizer do Adagietto de sua Quinta Sinfonia? Obras de rara sensibilidade para um compositor acostumado compor para grandes conjuntos orquestrais, como comentei acima.  Em minha humilde opinião, entendo que a interpretação da excelente “Praga Camerata” está um pouco acelerada para o meu gosto, já no primeiro movimento entendo que devia ser mais cadenciado, como podemos ouvir na ótima gravação do “Orlando Quartet”, que postei há pouco tempo. Não sei quais as recomendações de Mahler para o arranjo, e se o maestro foi fiel a essas recomendações. Mas enfim, à parte a estranheza que esses arranjos podem causar em um primeiro momento para aqueles apaixonados pela obra, Schubert está presente, com certeza, com toda a sua carga emotiva e sentimental.

A Sonata “Arpegione’ também mantém-se fiel ao original, porém lhes garanto que a estranheza permanece, mas nada que venha a comprometer o resultado. Afinal, apesar de tudo, é Schubert.

Vale a pena conferir.

01. String Quartet No. 14 in D Minor, D. 810 “Death and the Maiden” (Arr. for String Orchestra by Gustav Mahler): I. Allegro moderato
02. String Quartet No. 14 in D Minor, D. 810 “Death and the Maiden” (Arr. for String Orchestra by Gustav Mahler): II. Andante con moto
03. String Quartet No. 14 in D Minor, D. 810 “Death and the Maiden” (Arr. for String Orchestra by Gustav Mahler): III. Scherzo. Allegro moderato
04. String Quartet No. 14 in D Minor, D. 810 “Death and the Maiden” (Arr. for String Orchestra by Gustav Mahler): IV. Presto
05. Arpeggione Sonata in A Minor, D. 821 (Arr. for Cello and Strings by Michal Kaňka): I. Allegro moderato
06. Arpeggione Sonata in A Minor, D. 821 (Arr. for Cello and Strings by Michal Kaňka): II. Adagio
07. Arpeggione Sonata in A Minor, D. 821 (Arr. for Cello and Strings by Michal Kaňka): III. Allegretto

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FDP

2 comments / Add your comment below

  1. Estou tentando completar minha coleção dos quartetos de Schubert com o Alban Berg, mas me parece que eles não gravaram todos, alguém sabe se existe uma gravação completa?

    1. Olá, Alexandre!
      Pelo que sei, Schubert viveu o apogeu do gênero quarteto de cordas, uma vez nasceu no fim da vida de Haydn, logo depois da morte de Mozart e seus últimos anos de vida coincidiram com os últimos anos de Beethoven, que era bem mais velho que ele.
      Assim, experimentou bastante e deixou muitas obras de juventude e também movimentos de quartetos que não chegou a terminar.
      As obras realmente geniais vieram mais para o fim de sua vida, quando acertou de vez a mão no gênero. Essas obras iniciaram no Movimento de Quarteto – Quartettsatz – D. 703; Quarteto No. 13 ‘Rosamunda’ D. 804; Quarteto No. 14 ‘A Morte e a Donzela’ D. 810; Quarteto No. 15, D. 887. Estes certamente foram gravados por todos os grupos famosos, como o mencionado Quarteto Alban Berg, Quarteto Italiano e outros.
      Há uma gravação com ‘todos’ os quartetos e mais alguma coisa, como o Quinteto (maravilhoso) feita pelo Leipziger Streichquartett, que ocupa 9 CDs. Melos Quartet gravou uma ‘integral’ para a DG (selo amarelo). Há outras gravações em outros selos, mas acho que esses dois já dá para indicar algum caminho.
      Talvez algum colega ou algum de nossos atentos leitores tenha algo mais a dizer.
      Eu nunca ouvi ‘todos’, mas esses aí, sim, valem muito a pena serem ouvidos…
      Abraços do René

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