BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824 – 1896): Sinfonia No. 7 em mi maior – Wiener Philharmoniker & Herbert von Karajan ֎

BRUCKNER

Sinfonia No. 7

Wiener Philharmoniker

Herbert von Karajan

 

Qual é a melhor gravação da Sétima de Bruckner?

Esse tipo de pergunta costumava levar o grupo de habitués da loja de discos a acirradas e calorosas discussões. Estamos falando dos fins da década de 80, início de 90 do século passado, período que viu surgimento dos CDs e uma tsunami de lançamentos e relançamentos inundava as caçambas das lojas, para grande desespero de nossas magras economias. Temas como gravações ao vivo ou feitas em estúdio, com tecnologia digital ou analógica eram enfileirados ao lado das opiniões sobre os estilos dos regentes e suas orquestras. Havia radicalismo, mas também opiniões bastante aproveitáveis. Os nomes mais citados eram Giulini, Bohm, Jochum, Klemperer, Walter, Celi (os íntimos o tratavam assim) e aquele menino, o Haitink. O nome que eu não coloquei na lista é aquele que mais radicalizava entre lovers and haters. Estamos falando do fim da década de 80 do século passado e assistíamos ao crepúsculo de um deus. O maestro que havia abocanhado a tríplice coroa e que havia exercido maior poder no mundo da música estava no fim de sua longa carreira. Herbert von Karajan dividia opiniões e certamente dava motivos tanto para seus fãs como para os que detestavam seu estilo, incluindo aqueles que ficava em cima do muro.

HvK teve oportunidade de gravar com as melhores orquestras um repertório enorme durante um longo período, passou pelos grandes avanços tecnológicos, que ele sempre usou como trampolim para mergulhar em uma nova onda de gravações. Deixou pelo menos três ciclos completos das Sinfonias de Beethoven: com a Philharmonia Orchestra para a EMI (Walter Legge) no início dos anos 50, o mais interessante deles no início da década de 60, já com a Berliner Philharmoniker, para a DG, e depois mais um, glossy, na era digital.

Mas nossa conversa é sobre Bruckner, cuja música sempre despertou o melhor das habilidades de Herbert. Ele certamente se interessava mais pelas sinfonias famosas, especialmente pelas três últimas, mas chegou a gravar um ciclo ‘completo’, para a DG.

A gravação desta postagem desafia algumas armadilhas comuns a essas situações. Karajan detinha o controle absoluto sobre a Berliner Philharmoniker num contrato fechado para toda a sua vida, mas nos fins dos anos 80 a vida havia sido longa e os ressentimentos se amontoavam de tal forma que o rompimento foi inevitável. Em abril de 1989 ele abriu mão desse poder. Neste mesmo mês ele deu um concerto e gravou essa sinfonia com sua ‘outra’ orquestra, a Wiener Philharmoniker, com a música que ele definitivamente amava. Seria um gesto para despertar ciúmes na outra orquestra, seria mesmo um consciente adeus à música ou simplesmente uma ocasião onde a mágica voltou a funcionar? De qualquer forma, esse registro merece seu lugar em qualquer séria discussão sobre a obra de Bruckner, inclusive nessa comemoração pelos duzentos anos do nascimento do Anton.

Seja você partidário, detrator ou simples figurante no que tange às interpretações musicais de Karajan, caso você se interesse pela obra de Bruckner, você precisa ouvir esse disco. Depois me diga se essa gravação pode ser pelo menos uma boa candidata à resposta da pergunta que abriu o texto.

Anton Bruckner (1824 – 1896)

Sinfonia No. 7 em mi maior (Ed. Robert Haas)

  1. Allegro moderato
  2. Sehr feierlich und sehr langsam
  3. Sehr schnell
  4. Bewegt, doch nicht schnell

Wiener Philharmoniker

Herbert von Karajan

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FLAC | 291MB

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MP3 | 320 KBPS | 151 MB

“The Vienna Philharmonic also feature on what was Karajan’s last recording, an equally idiomatic account of the Seventh Symphony, lighter and more classical in feel than either of Karajan’s two Berlin recordings yet loftier, too. When Abbado’s in many ways very fine Vienna Philharmonic recording was released a couple of years ago (DG, 5/94), I noted, “With Karajan we appear to have clambered to a higher track where the footing is as firm, yet where the views are even more breathtakingly complete”.  [Gramophone, na ocasião do relançamento da gravação, na série Karajan Gold]

Anton Bruckner (1824 – 1896)

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