Camille Saint-Saëns
Sonatas para Violino
Fantasia & Berceuse
Cecilia Zilliacus, violino
Christian Ihle Hadland, piano
Stephen Fitzpatrick, harpa
Neste disco temos as duas sonatas para ‘piano e violino’ de Camille Saint- Saëns, além de duas outras peças menores, interpretadas ao violino e harpa.
As duas sonatas não poderiam ser mais diferentes. A primeira é virtuosística, especialmente o hipnotizante último movimento, enquanto na segunda o equilíbrio entre os instrumentos é fundamental, com a escrita para piano ganhando uma direção diferente daquela usada por Camille em obras anteriores. Como podemos ver no livreto que acompanha os arquivos musicais, Saint-Saëns tinha bastante orgulho da primeira sonata, sobre a qual escreveu ao seu editor: ‘uma sonata semelhante a um cometa que devastará o universo semeando terror e resina em seu caminho’. Sobre a segunda sonata seu comentário foi: ‘ela só será compreendida depois da oitava audição’. Eu já estou quase chegando lá…
A interpretação neste disco é maravilhosa. A dupla Zilliacus e Ihle Hadland apresenta excelente entrosamento. Eles são instrumentistas espetaculares. A introdução da resenha do disco feita na Gramaphone diz: […] as obras para violino, piano ou harpa oferecidas aqui são tocadas com fogo e comprometimento, e muitas vezes levadas ao limite.
A primeira sonata foi composta em 1885 e apresentada em um concerto da Société Nationale de Musique, pelo próprio Saint-Saëns e Martin-Pierre Marsick ao violino. O violino de Marsick era um Stradivarius de 1705 que foi também o instrumento de David Oistrakh entre 1966 e 1974. Essa sonata é contemporânea da Sinfonia com Órgão e tem quatro movimentos, que são tocados dois a dois em seguida.
A segunda sonata foi composta em 1896 na cidade de Luxor, no Egito, enquanto Camille passava por lá suas férias, fugindo do frio inverno de Paris. A sonata foi composta logo após a composição do Concerto para Piano No. 5, ‘Egípcio’.
Saint-Saëns teve uma vida longa e ímpar. Demorou bastante para casar-se, mas não ficou muito tempo casado. O infortúnio da perda dos filhos certamente não ajudou a manter o casamento levando a separação. A partir daí ele essencialmente passou a fazer parte da família de Fauré, cujos filhos o viam como um tio solteirão. Daí em diante Camille passou a viajar muito. Fez bem mais do que cem viagens ao exterior da França, visitando quase trinta países. Mas o Egito, a Tunísia e a Argélia eram seus preferidos, onde passava os invernos do hemisfério norte. Como ele dizia: ‘Você embarca em um lindo navio em Marselha e 24 horas depois desembarca em Argel; e é sol, verde, flores, vida!’. Sua última viagem foi para Argélia, onde morreu em 1921. ‘No final de 1921, Saint-Saëns, de 86 anos, deu um recital bem recebido em Paris e depois partiu, como de costume, para a sua “hivernale” anual de inverno na Argélia. Mas no dia 16 de Dezembro desse ano, pouco depois de chegar ao seu querido Norte de África, sofreu um ataque cardíaco inesperado e morreu em Argel’.
Camille Saint-Saëns (1835 – 1921)
Violin Sonata No. 1 in D minor, Op. 75
- Allegro agitato
- Adagio
- Allegretto moderato
- Allegro molto
Violin Sonata No. 2 in E flat major, Op. 102
- Poco allegro, più tosto moderato
- Scherzo
- Andante
- Allegro grazioso. Non presto
Fantaisie for violin & harp, Op. 124
- Fantasie
Berceuse in B flat major Op. 38 (Arr. S. Fitzpatrick for Violin & Harp)
- Berceuse
Cecilia Zilliacus, violino
Christian Ihle Hadland, piano
Stephen Fitzpatrick, harpa
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MP3 | 320 KBPS | 219 MB
Não deixe de visitar:
Na seção ‘The Book is on the Table’: Here Cecilia Zilliacus offers us a violin tone that is vibrant and guttural at the same time. Her warm and sometimes wonderfully husky portamentos are such a beautiful complement to this music. But this isn’t just one kind of fearlessness – there is fire and there is ice. Pianist Christian Ihle Hadland offers the ice, the crystalline precision and sparkle: the lilting arpeggiations, the flashing passagework and the glittering cascades.
A combinação Zilliacus e Hadland é espetacular…
Aproveite!
René Denon