Schubert
Quinteto de Cordas, D. 956
& Quartettsatz, D. 703
Brodsky Quartet
Laura van der Heijden, violoncelo
Eu sempre me pergunto – até quando as pessoas seguirão ouvindo música como essa da postagem? Parece não haver mais tempo na vida das pessoas para tão longa música. Só o primeiro movimento do quinteto toma mais de 21 minutos.
Eu, que busco seguir o mandamento de ouvir a peça toda, uma vez iniciada uma audição, já tenho considerado trocar a letra por ‘ouvir o movimento todo’, dada a profusão de ofertas e considerando que os dias, como na canção, parecem tornar-se cada vez mais curtos.
Mas eu não resisto a um novo disco com o Quinteto de Schubert, como foi o caso deste. E gostei tanto que o ouvi até o fim e sempre dá vontade de ouvir de novo. Adoro essa maneira de Schubert parecer recomeçar de novo e de novo. Enfim, adivinhe o que está tocando agora, enquanto escrevo estas mal traçadas?
O disco é todo inglês, uma vez que o Quarteto Brodsky está baseado em Londres e comemora este ano (2022) 50 anos de apresentações. O quinto elemento é uma jovem e mais do que promissora violoncelista inglesa, Laura van der Heijden. O selo CHANDOS é British to the core.
A diferença de idades – de gerações – pode ter trazido uma rara felicidade ao disco, que além da qualidade artística, oferece uma produção excelente.
O que dizer da peça? Certamente é facilmente citada nas famosas listas de ‘as melhores 100 peças de música clássica’ ou ‘peças que levaria para uma ilha deserta’.
Na lista (famigerada e politicamente incorreta) do Otto Maria Carpeaux, é a peça de câmara do ano 1828 e acompanha apenas mais dois Quintetos de Cordas, ambos de Mozart, que usam uma segunda viola, não um segundo violoncelo. As peças de Mozart são Quinteto em sol menor, K. 516 (1787) e Quinteto em mi bemol maior, K. 614 (1791). Depois, só o Sexteto de Schoenberg, o Verklaerte Nacht, de 1899.
Um enorme Allegro, ma non troppo, de 21 minutos, que finge que acaba, apenas para recomeçar no próximo compasso, um Adagio profundo (o coração da peça, para muitos críticos) de 14 minutos seguidos de um Scherzo e terminando num quase dançante Allegretto. Nem dá para dizer que Schubert morreria algumas semanas depois de tê-lo terminado.
O disco é arrematado por uma linda interpretação de um primeiro movimento para algum enorme quarteto de cordas, que Schubert também (pena…) nunca terminou, o Quartettsatz.
Franz Schubert (1797 – 1828)
Quinteto de Cordas em dó maior, D. 956
- Allegro ma non troppo
- Adagio
- Scherzo
- Allegretto
Quarteto de Cordas No. 12 em dó menor, D. 703
- Allegro assai
Laura van der Heijden, violoncelo (D. 956)
Brodsky Quartet
Krysia Osostowicz, violino
Ian Belton, violino
Paul Cassidy, viola
Jacqueline Thomas, violoncelo
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FLAC | 269 MB
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MP3 | 320 KBPS | 155 MB
Schubert’s String Quintet is one of those timeless and universal works, like Beethoven’s late quartets, which can be interpreted in so many different ways and yet be equally valid.
Celebrating its fiftieth anniversary in 2022, the Brodsky Quartet has performed more than 3000 concerts on the major concert stages of the world and has released more than seventy recordings. A natural curiosity and insatiable desire to explore have propelled the group in many artistic directions and continue to ensure it not only a place at the very forefront of the international chamber music scene but also a rich and varied musical existence. As they comment in their booklet note: ‘It seems fitting to mark the milestone by recording this epic and most celebrated of chamber works, Schubert’s String Quintet in C major, a piece which we have lived with since childhood, and which we have played with a long line of illustrious cellists. One of our earliest performances took place with Terence Weil, our mentor at college, at his retirement concert, just as we were starting out on our professional journey. Now the wonderful young Laura van der Heijden, who comes to this recording with a maturity which belies her years, represents with respect to us a similar age gap, proving that age is insignificant where there is a meeting of musical minds. Now we look forward to whatever our sixth decade might bring.’
With all the external factors happening in the world we live in, this performance enables us to stop for a brief moment and let its moments of stillness and tranquility create a sense of hope as we ponder and our hearts are warmed.
Aproveite!
René Denon