Johannes Brahms (1833-1897): Quartetos de Cordas Completos, Trios, Quintetos e Sextetos

Aqui quem escreve é o PQP. Estou revalidando num só arquivo estes super posts do Carlinus. Motivo: (1) dois ou três dos CDs estavam com seus links idos e (2) Brahms é bom demais. Mantive todos os textos introdutórios originais. Só não há texto para o 5º CD pelo simples fato de o post para o 4º e 5º CDs serem um só. Grande destaque para os Op. 88,  34, 114, 115 — obra que inspirou Erico Verissimo a dar o nome de Solo de Clarineta a seus livros de memórias, a ter infartos e mais: acho que a gravação de Leister era a que ele tinha em casa — , 18, 51 nº 2, 36 e para todo o resto!

Como diz o Carlinus: boa apreciação!

CD1:

Já venho há dois meses com o intento de postar os quartetos de cordas de Brahms, uma joia, uma pérola, algo para qual nos falta palavras. Mas foi somente hoje que disse para mim mesmo: “Hoje a criança nasce!”. E como estou entusiasmado com estas postagens! Nutro uma profunda admiração pela música brahmsiana. Com o compositor não havia tempo para devaneios ou produções que fugiam àqueles elementos tão típicos da música genuinamente clássica. Deve ser por isso que ele não compôs balê ou ópera. Seus pés estavam fincados no terreno da música pura. Música-música (se é que existe esta expressão). Toda as vezes que vou postar Brahms corre dentro de mim certa expectação reverente. A alemão não era brincadeira. Sua música é um atestado de sua competência e seriedade. Em sua época o que vigorava eram as megalomanias de Wagner e dos compositores programáticos. Brahms conseguiu se impor compondo música absoluta – a mesma que compusera Beethoven, Mozart e Haydn. Tudo isso amalgamado ao espírito profundo do Romantismo. Resta-nos apenas ficar com o primeiro CD com os dois primeiros quartetos – O opus 51 no. 1 e 2. Estes quartetos são verdadeiras obras primas. Possuem uma capacidade de síntese, concentração e honestidade musical invejáveis, dificilmente encontráveis em outros compositores. Prestem atenção: falo “dificilmente”. Páro por aqui: é preciso ouvir para sentir estas duas maravilhas. Aprecie sem moderação, incontidamente!

Johannes Brahms (1833-1897) – String Quartet in C menor, Op. 51 no. 1 e String Quartet in A menor, Op. 51 no. 2

String Quartet in C menor, Op. 51 no. 1 [30:10]
01. Allegro
02. Romanze. Poco Adagio
03. Allegretto molto moderato e comodo – Un poco piu animato
04. Allegro

String Quartet in A menor, Op. 51 no. 2 [31:04]
05. Allegro non troppo
06. Andate moderato
07. Quasi Minuetto, moderato – Allegretto vivace
08. Finale. Allegro non assai

Amadeus Quartet

CD2:

Após alguns dias de ausência eu retorno ao PQP Bach para dá continuidade ao ciclo de postagens com o material camerístico de Brahms, iniciado há alguns dias atrás. Nesta ocasião teremos o Quarteto in B flat maior, Op. 67 e o o famoso Quinteto para piano, dois violinos, viola e violoncelo em F menor, Op. 34. Para um dia como este é uma música agradavelmente adequada. Os comentários são dispensáveis. Que a música forneça suas explicações. Boa apreciação!

Johannes Brahms (1833-1897) – String Quartet in B flat major, Op. 67 e Quinteto for piano, 2 violins, viola e violoncello in F menor, Op. 34

String Quartet in B flat major, Op. 67 [32:13]
01. 1.Vivace
02. 2. Andante
03. 3. Agitato(Allegretto Non Troppo)
04. 4. Poco Allegretto Con Variazioni

Quinteto for piano, 2 violins, viola e violoncello in F menor, Op. 34 [41:21]
05. 1. Allegro Non Troppo
06. 2. Andante, Un Poco Adagio
07. 3. Scherzo.Allegro-Trio
08. 4. Finale.Poco Sostenuto

Amadeus Quartet

CD3:

Dizer o quê? Comentar o quê? Não há necessidade nem disso nem daquilo. A obra camerística de Brahms é uma das coisas mais belas que já foram escritas em toda a história da música. É a mistura da melancolia correta com a técnica exata. Destaca-se neste CD o opus 111. É uma obra tardia do velho Brahms. Uma curiosidade: conta-se que após ter escrito esse Quinteto, Brahms decidiu parar de compor e até preparou um testamento. Entrementes, alguém como ele não poderia ficar parado. Esse fato teria se dado lá pelos anos de 1890. O que acontece é que após ter encontrado o clarinetista Richard Mülhfeld, e, encantado com o instrumento para sopro, resolve escrever inúmeras obras para o clarinete. Sorte a nossa! Resta-nos apreciar essas maravilhas. Seguem dois quintetos neste registro – o opus 88 e o opus 111. Uma boa apreciação!

Johannes Brahms (1833-1897) – String Quintet in F major, Op. 88 e String Quintet in G major, Op. 111

String Quintet in F major, Op. 88
01. I. Allegro non troppo ma con brio
02. II. Grave ed appassionato-Allegretto vivace-Tempo I – Presto
03. III. Finale. Allegro energico

String Quintet in G major, Op. 111
04. I. Allegro non troppo, ma con brio
05. II. Andante, un poco Adagio
06. III. Scherzo. Allegro – Trio
07. IV. Finale. Poco sostenuto

Amadeus Quartet

CD4:

Finalizemos esta integral com postagens da obra camerística de Brahms. Foi uma caminhada de grandes hiatos, postergações, supressões e tudo mais. Mas, chegamos a bom termo. Brahms é daqueles compositores profundos, de música sensível, que exigem uma atenção demasiada. É preciso ouvi-lo mais de uma vez para que entremos em seu mundo. Destacam-se nesse post os dois sextetos para cordas. O primeiro é o opus 18, composto em 1860 e estreado em 1862. Possui quatro movimentos. É marcado por duas violas, dois violinos e dois violoncelos. E a outra peça é o sexteto para cordas opus 36, composto durante os anos de 1864-1865. Apesar de Brahms tê-lo composto na atmosfera solitária, calma de Baden-Baden, Alemanha, o sexteto foi tocado pela primeira vez nos Estados Unidos, mais precisamente em Boston. Segue a mesma marcação do primeiro sexteto, com duas violas, dois violinos e dois violoncelos. Fica aqui a certeza de dois trabalhos fantásticos. Boa apreciação!

Johannes Brahms (1833-1807) – Trio para piano, clarinete e violoncelo em A menor, Op. 114 e Quinteto para clarinete, 2 violinos, viola e violoncelo em B menor, Op. 115

Trio para piano, clarinete e violoncelo em A menor, Op. 114
01. Allegro
02. Adagio
03. Andante grazioso
04. Allegro

Karl Leister, clarinete
Georg Donderer, violoncelo
Christopher Eschenbach, piano

Quinteto para clarinete, 2 violinos, viola e violoncelo em B menor, Op. 115

05. Allegro
06. Adagio
07. Andantino – Presto non assai, ma con sentimento
08. Con moto

Amadeus Quartet
Karl Leister, clarinete

CD5:

Johannes Brahms (1833-1897) – Sexteto para cordas em B flat major, Op. 18 e Sexteto para cordas em G major, Op. 36

Sexteto para cordas em B flat major, Op. 18 [33:25]
01. Allegro ma non troppo
02. Thema con Variazioni. Andante, ma moderato
03. Scherzo. Allegro molto – Trio. Animato
04. Rondo. Poco Allegretto e grazioso

Sexteto para cordas em G major, Op. 36 [38:55]
05. Allegro ma non troppo
06. Scherzo. Allegro ma non troppo – Presto giocoso – Tempo I
07. Poco Adagio
08. Poco Allegro

Amadeus Quartet
Cecil Aronowitz, viola II
William Pleeth, violoncelo II

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Quem seria?

Carlinus (com PQP)

18 comments / Add your comment below

  1. Brahms é um compositor tão gigantesco, poderoso e universal que eu fico curioso para saber como ele “inspirou” um escritor tão ínfimo, prosaico e regionalista como Veríssimo. Mesmo que seja apenas o nome de um livro.

    Fiquemos com a Música sublime!

      1. Minha leitura prosaica? Não, e você não tem elementos para levantar essa possibilidade. Meu “nivel de leitura” não está exposto ao mundo, mas a obra de Veríssimo está. Alguns são seus fãs de carteirinha, outros não. Estou no segundo caso, inclusive porque não sou muito chegado a fã-clubismos, seja em Literatura, seja em Música.

        1. Érico Veríssimo tão ínfimo e prosaico?

          Olha, realmente, eu não posso falar sobre o que você lê, apenas que você é um grande imbecil.

          Se você acha um absurdo Érico Veríssimo ter se inspirado em Brahms, eu acho MAIS absurdo ainda você gostar do compositor.

          1. Concordo. Érico Veríssimo é realmente ínfimo e prosaico. Qualquer pessoa com com algo de bom gosto não pode passar da primeira página. É compreensível que uma pessoa que goste da música sofisticada de Brahms procure outro autor. Machado de Assis combina mais com Brahms.

  2. Beleza!! Grande serviço PQP, gosto muito do Amadeus Quartet, aliás chegaste a ler a coluna do Celso Loureiro Chaves, do último sábado, onde ele mais uma vez dá uma pedrada em Brahms? Isso só prova que não há meio termo com Brahms, ou é amor ou ódio.

    abraços

      1. Balada para o avião que deixa um rastro de fumaça no céu.
        Isto sim é trabalho de compositor. Brahms é… lamentável. (lamento a ironia). Aliás, até hoje não sei o porquê diabos Brahms não deu nome a suas músicas.
        Porque música profunda como Brahms não precisa de palavras, ruídos “intelectualizados” sim. ESTES ACADÊMICOS!!!! Nociva é a acadêmia de arte. Espero que meu concerto seja aceito no concurso da OSPA, mostrar para eles como é que faz. Na minha não humilde opinião, é por estas “composições” que a música erudita quase está morta.

  3. Esse foi meu record de demora no Rapidshare – 5 horas e 45 minutos.

    Não há nem o que comentar. É como li num comentário do Youtube: Quando se ouve a op. 111, não sei se rio ou se choro.

  4. Meus caros,

    Eu sempre tive essas gravações, mas as perdi recentemente tendo meu computador furtado!

    Infelizmente o link expirou: alguém, sentindo falta dessas pérolas, importar-se-ia em revalidar? (se não for deselegante pedir por comentário).

    Terá minha gratidão para sempre!

    Muito obrigado!

    Leonardo

  5. Parabés pela postagem da rica explanação da verdadeira musica “Brahmsiana”. Gostaria saber qual Quarteto foi usado no magnífico filme “The Visit” – direção de Ludwig Cremer baseado na peça teatral de Friedrich Durremnatt – “Der Besuch Der Alten Dame”. Teria sido gravado no mercado fonográfico brasileiro?

    Atenciosamente

    Jorge Luiz Ribas

  6. Simplesmente fantástico essa publicação! Só posso agradecer a esse blog por disponibilizar democraticamente música tão sublime.

    Como sempre fui muito wagneriano, Brahms pra mim era apenas “um cara chato e conservador” que compunha uma música morta e sem expressão. Essa era minha impressão do grande compositor até começar a perceber o profundo amor a ele que há aqui nesse espaço virtual. Fiquei muito curioso: como que um compositor tão sem graça seria objeto de tanto culto? Comecei então a ouvir as gravações publicadas aqui e aí finalmente entendi que Brahms é realmente um dos maiores artistas que o mundo já teve.

    OBS: Quando se fala da do Quinteto da Op. 34 há um erro: se diz que é para dois pianos, mas na verdade é “apenas” um!

Deixe um comentário para P. Cancelar resposta