Béla Bartók (1881-1945): Sonata for Solo Violin / Leoš Janáček (1854-1928): Violin Sonata / Claude Debussy (1862-1918): Violin Sonata / Serguei Prokofiev (1891-1953): Violin Sonata Nros 1 e 2 / Igor Fyodorovich Stravinsky (1882-1971): Divertimento

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IM-PER-DÍ-VEL !!!

Viktoria Mullova é um das preferências absolutas deste filho de Bach. Mas a sonoridade desta moscovita é coisa de louco.

A peça de Bartók é uma peça de Bartók, isto, é, é esplêndida e o mantém entre os 3 maiores Bs da música erudita, os quais permanecem como os maiores mesmo quando se usa todas as outras letras do alfabeto. Quem são os três? Ora, Bach, Brahms, Beethoven e Bartók.

A peça de Janáček é igualmente sensacional. Música bem eslava, sanguínea e cheia de surpresas e belas melodias, combinando perfeitamente com Bartók.

Depois a gente brocha. Debussy… Debussy… Debbie…, o que dizer? Claude, apesar do tremendo esforço que fez para movimentar-se no primeiro movimento, é um gordo. Portanto, é meio estático. Para piorar, é também extático. Bem, hoje faz um lindo dia e dizem que é o Dia do Beijo, o que significa que eu deveria ir para a rua ver o que consigo. (Mas, olha, foi das melhores coisas que já ouvi do gordo Debbie).

Prokofiev! Ah, Serguei é outro papo. Já de cara ele mostra quão fodão é naquele tranquilo Andante assai e no furioso Allegro brusco que o segue. Sem dúvida, é um cara que valoriza o contraste… Nós também detestamos o total flat, a gente gosta tanto dos mares piscininha quanto das descidas vertiginosas; afinal, os acidentes geográficos é o que faz a beleza da paisagem, né? As duas Sonatas de Prokofiev são notáveis.

Stravinsky… Sei que meus pares aqui no blog são admiradores do anão russo e adoro provocar, só que não dá, o cara é bão demais, raramente erra. Será que o gordo Debbie escreveu alguma coisa chamada “Divertimento”? Ele se divertia com o quê?

Bartók: Sonata for Solo Violin / Janáček: Violin Sonata / Debussy: Violin Sonata / Prokofiev: Violin Sonata Nros 1 e 2 / Stravinsky: Divertimento

CD 1
1. Bartok Sonata for Solo Violin – I. Tempo di ciaccona
2. Bartok Sonata for Solo Violin – II. Fuga. Risoluto, non troppo vivo
3. Bartok Sonata for Solo Violin – III. Melodia. Adagio
4. Bartok Sonata for Solo Violin – IV. Presto agitato

5. Janacek Violin Sonata – I. Con moto
6. Janacek Violin Sonata – II. Ballada. Con moto
7. Janacek Violin Sonata – III. Allegretto
8. Janacek Violin Sonata – IV. Adagio

9. Debussy Violin Sonata – I. Allegro vivo
10. Debussy Violin Sonata – II. Intermede. Fantasque et leger
11. Debussy Violin Sonata – III. Finale. Tres animé

CD 2
1. Prokofiev Violin Sonata No.1 in F minor, Op.80 – I. Andante assai
2. Prokofiev Violin Sonata No.1 in F minor, Op.80 – II. Allegro brusco
3. Prokofiev Violin Sonata No.1 in F minor, Op.80 – III. Andante
4. Prokofiev Violin Sonata No.1 in F minor, Op.80 – IV. Allegrissimo

5. Prokofiev Violin Sonata No.2 in D major, Op.94a – I. Moderato
6. Prokofiev Violin Sonata No.2 in D major, Op.94a – II. Scherzo. Presto
7. Prokofiev Violin Sonata No.2 in D major, Op.94a – III. Andante
8. Prokofiev Violin Sonata No.2 in D major, Op.94a – IV. Allegro con brio

9. Stravinsky Divertimento – I. Sinfonia
10. Stravinsky Divertimento – II. Danses suisses
11. Stravinsky Divertimento – III. Scherzo
12. Stravinsky Divertimento – IV. Pas de deux. Adagio – Variations – Coda

Viktoria Mullova: violin
Piotr Anderszewski: piano
Bruno Canino: piano

Recording:
June 1987, Utrecht (Bartók)
April 1989, London (Prokofiev No.2, Stravinsky)
July 1994, Forde Abbey, Chard, England (Janácek, Debussy, Prokofiev No.1)

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Mullova quando jovem: sei de vários que enlouqueceram.
Mullova quando jovem: sei de vários que enlouqueceram.

PQP

15 comments / Add your comment below

  1. Gosto (com ô) é realmente um troço complicado… Esses dias ataquei Liszt e o pessoal saiu em defesa mostrando a importância de sua contribuição à técnica composicional na história da música e coisa e tal… coisa que eu sei, admito, eles têm razão, mas ainda assim Liszt continua me soando apenas pretensioso, sua emocionalidade toda postiça, e tedioso mesmo quando corre ou fala alto.

    Posso agora sair trombeteando a enorme importância de Debussy para a história da música, para o desenvolvimento das técnicas composicionais e coisa e tal? Eu poderia e teria argumentos, mas…

    Não é isso o que me move. Acho que não é a racionalidade das coisas que move as pessoas, e sim o fato de as coisas terem ou não ressonância emocional com nossa constituição estrutural, algo assim… Eu raramente ouço Debussy, não por não gostar, mas porque não é coisa que se possa fazer a qualquer momento. É um estado de espírito, acho aliás que bem pouco diferente de uma viagem canabinosa, rsrs… É preciso querer entrar, tirar os sapatos, retirar-se do fluxo, contemplar a borboleta brincando sem nenhuma pressa de passar para mais nada… E aí ele às vezes até me irrita por correr demais!

    Gostar ou não gostar não tem o que discutir. Mas – vá lá – tô até disposto a não resmungar com a pra mim irritante presença de Liszt e Wagner na primeira divisão… desde que se admita que Debussy também faz parte, sim. “E como!” (direi aqui para os meu botões).

  2. Todo mundo lembra do Priorado do Sião, que ganhou uma maior notoriedade atualmente, com o Livro de Dan Brown e posteriormente o filme. Andei lendo sobre o assunto e deparei-me com uma informação completamente nova, pelo menos pra mim. Debussy e Cocteau foram os dois últimos grão-mestres conhecidos, do Priorado.

  3. O Priorado nunca existiu e obviamente Debussy nunca participaria de sociedades fictícias 🙂

    Mas escrevo para elogiar o álbum da Mullova – do caralho mesmo! – e para lembrar que o “Divertimento” de Stravinsky é, como a maioria das obras de câmara e solo instrumental do compositor – uma transcrição de música para teatro. No caso, o balé “O beijo da fada”.

    O curioso é que esse balé é, também, inteiramente baseado em temas de peças para piano de Tchaikovsky. Um processo de fusão/adaptação/transformação bem interessante.

  4. Ai, ai,Viktoria, se você me desse bola!!! PQP, Muito, mas muito obrigado mesmo por esta postagem. Tentei baixar este cd via avaxhome, mas infelizmente minha internet continua uma piada de mau gosto, e o descaso da OI continua o mesmo descaso dos tempos de Brasil Telecom. Os caras não estão nem aí… Vou tentar hoje de noite, novamente, Quem sabe, por um milagre da natureza, eu consiga uma velocidade decente para baixar essa maravilha de cd, antigo sonho de consumo, com a minha musa, a grandiosa e magnífica Mullova.
    Ranulfus, você conseguiu sintetizar muito bem o que penso sobre Debussy, um de meus compositores favoritos. Não consigo ouvi-lo com tumulto em minha volta. Preciso de paz e tranquilidade.

  5. Os textos do PQP são o melhor remédio contra a babaquice, a bitolagem, a quadratura mental. Impossível não ficar feliz após este texto. Valeu, PQP!!!

  6. PQP, espere um aumento de visitas campineiras: meu professor de estruturação musical na UNICAMP citou o blog na aula como “melhor lugar pra baixar música erudita, feito por pessoas de muita cultura”, achei que você iria ficar feliz se eu dividisse, assim como eu fiquei feliz por ouvir um professor reconhecendo o blog de onde eu tirei tanta coisa que me ajudou bastante. Abraço!

  7. Como estou aqui para aprender, vou baixar a porra desse cd pelo que disseram de bom sobre ele. Não conheço nenhuma obra completa de nenhum deles, com exceção de Bartók, de quem baixei um cd aqui e… sinceramente não gostei. Ainda preciso apurar meu gosto musical, né pessoal? Espero avançar mais um degrau com essa postagem.
    Um abraço a todos do blog.

  8. Incrivel! Impressionante! Inacreditavel!

    Descobri este site hoje, estou comovida.

    Parabens ao editor! Gostaria de comunicar-me…

    Sou fã de classicos em todos os sentidos!!!

    Este aqui, estou terminando de apreciar… até parei de ler os meus emails…

  9. PQP, é a segunda vez que vejo aqui a informação de que ela teria pulado o muro. Para o que possa valer, a Wikipedia informa que ela mora em Londres com seu marido, o violoncelista Mathew Barley, e três filhos, cada um com um pai diferente (Claudio Abbado – papa-anjo… -, Alan Brind e o próprio Barley).

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