Uma paulada!
Arnold, Alban e Anton… Schoenberg, Berg e Webern… a Segunda (ou Nova) Escola de Viena. Quando ouvi este disco pela primeira vez, numa caixona de vinil que pegara emprestada da biblioteca do Instituto Goethe de Porto Alegre, achei tudo muito estranho e impenetrável, radical mesmo. Mas a sensibilidade muda e hoje não entendo como achava tudo isso tão complicado. Estes quartetos são lindos e naturalmente inseridos na história da música do século XX. Ouve-se Mahler e Bruckner, ouve-se Viena. Pergunto ao jovem do final dos anos 70 onde estava a dificuldade. A interpretação do Quarteto Lasalle é imbatível! Indico fortemente.
CD 1:
Arnold Schoenberg (1874 – 1951)
String Quartet No.1 in D minor, Op.7
1) 1. Nicht zu rasch – [12:02]
2) 2. Kräftig (nicht zu rasch) – [11:48]
3) 3. Mäßig (langsame viertel) – [11:52]
4) 4. Mäßig (heiter) [7:26]
String Quartet No.2, Op.10
5) 1. Mäßig [5:55]
6) 2. Sehr rasch [6:43]
7) 3. Litanei (Langsam) [5:40]
8) 4. Entrückung (Sehr langsam) [10:56]
CD 2:
Arnold Schoenberg (1874 – 1951)
String Quartet No.3, Op.30
1) 1. Moderato [8:57]
2) 2. Adagio [8:17]
3) 3. Intermezzo (Allegro moderato) [6:52]
4) 4. Rondo [6:14]
String Quartet No.4, Op.37
5) 1. Allegro molto, energico [9:06]
6) 2. Comodo [7:10]
7) 3. Largo [7:31]
8) 4. Allegro [8:03]
CD 3:
Arnold Schoenberg (1874 – 1951)
String Quartet in D major (1897)
1) 1. Allegro molto [6:20]
2) 2. Intermezzo. Andantino grazioso [3:42]
3) 3. Andante con moto [6:52]
4) 4. Allegro [4:41]
Anton Webern (1883 – 1945)
5 Movements for String Quartet, Op.5
5) 1. Heftig bewegt [2:23]
6) 2. Sehr langsam [2:19]
7) 3. Sehr bewegt [0:41]
8) 4. Sehr langsam [1:37]
9) 5. In zarter Bewegung [3:23]
10) String Quartet (1905) [12:10]
6 Bagatelles for String Quartet, Op.9
11) 1. Mässig [0:35]
12) 2. Leicht bewegt [0:23]
13) 3. Ziemlich fliessend [0:22]
14) 4. Sehr langsam [0:45]
15) 5. Äusserst langsam [1:12]
16) 6. Fliessend [0:34]
String Quartet, Op.28
17) 1. Mässig [3:56]
18) 2. Gemächlich [1:46]
19) 3. Sehr fliessend [2:18]
CD 4:
Alban Berg (1885 – 1935)
Lyric Suite for String Quartet (1926)
1) I. Allegretto gioviale [2:55]
2) II. Andante amoroso [5:35]
3) III. Allegro misterioso – Trio estatico [3:17]
4) IV. Adagio appassionato [4:59]
5) V. Presto delirando – Tenebroso [4:27]
6) VI. Largo desolato [5:27]
String Quartet, Op.3
7) 1. Langsam [8:57]
8) 2. Mässige viertel [9:37]
Quarteto Lasalle
PQP
Uma sacada minha sobre Herbert von Karajan, que é também uma paulada.
Creio ter entendido o que estava acontecendo com Herbert após os anos 70.
Uma hipótese é a indústria. A indústria aí está e nós devemos tolerar e combater com a sabedoria de Kleiber, menos grosseiro e rude que Celibidache, um Lully na vida, chegado a misticismos que não sabemos serem ou não verdade, um crítico generalista de todos os maestros do seu tempo, praticamente.
A outra hipótese que eu tenho é um começo de surdez, hipótese jamais considerada neste blog um pouco oportunista como Herbert era.
Ou pode ter sido um ensaio de ir pelo Modernismo, mas uma impossibilidade de prosseguir, especialmente com aquela gostosa fazendo de tudo com ele e com o amante.
As obras esperam por nós. rs Quando nos deparamos com algumas mais ‘herméticas’ é natural que nos pareçam incompreensíveis; ocorre conosco melômanos, sobretudo na juventude. Depois o couro engrossa, os tímpanos se refinam e o coração aceita – não as dispensa mais. Mas às vezes alguns não alcançam a graça. Tive um professor de piano quando menino que me dizia diatribes contra o quarteto de Debussy (que heresia). Quando enfim o conheci – nos saudosos Concertos para a Juventude dos domingos, o recebi com curiosidade e estranheza, para algum tempo depois amá-lo profundamente e para sempre. rs
Definitivamente, essa não é uma música para principiantes. É preciso ouvir muitas vezes e abrir a mente para a imaginação e se desnudar de paradigmas. Aos poucos a lógica da criação vai aparecendo e……pumba, explode na sua cabeça como um insight. A descoberta é sensacional como o quinto beijo na boca, o primeiro é uma merda.