- Repost de 31 de Janeiro de 2016
Aqui não tem eufemismo, paenas uma bela metáfora. Roubado de estranhos (ou estrangeiros), é um álbum onde o compositor Jun Miyake “rouba” referências, estilos, palavras, artistas, etc. das mais diferentes culturas e povos pelo mundo. Mas não se preocupe, não vira uma salada, mas sim uma das mais belas homenagens à pluralidade de culturas que alguém já fez.
A linguagem é o mote deste álbum. A linguagem oral é impecavelmente explorada na sua máxima beleza (o canto) e é mesclada com outras formas de linguagem: a musical e a escrita. Quero dizer, é quase como uma linguagem assumisse a forma da outra. É tudo muito poético, lírico e musical.
Podemos sentir entre uma faixa e outra as referências de Jun Myiake: o jazz, a bossa nova, a banda sinfônica, o samba, o folk eslavo, etc. São referências demais que eu mal consigo captar.
Para os amantes e conhecedores de diversas culturas — que sei que povoam esse blog em abundância — este álbum é um tesouro. Vamos desde um belíssimo poema em português cantado com o português brasileiro de Arto Lidsay, até para uma faixa onde ouvimos um búlgaro cantado por um coral que acompanha uma leve guinada à música árabe.
O álbum termina com a cultura do próprio compositor, a japonesa, e nos brinda com uma leve nostalgia do tipo que sentimos ao ver um pôr-do-sol. Sim, ótima ideia, termine de ouvir esse álbum assistindo a beleza nostálgica de um crepúsculo.
Jun Miyake (1958): Stolen From Strangers
01 Alviverde
02 O FIM
03 tHe heRe aNd afTer
04 Turn Back
05 abandon sight
06 Le Voyage Solitaire
07 Easturn
08 Le mec dans un train
09 est-ce que tu peux me voir?
10 Outros Escuros
11 Overture ~ but the rainbow is so far away
12 Niji wa Tohku
Arto Lindsay
Lisa Papineau
Vinicius Cantuaria
Dhafer Youssef
Arthur H.
Bulgarian Symphony Orchestra
Bulgarian Choir
Deyan Pavlov, conductor
Luke