Amaral Vieira (1952): Fantasia coral In nativitate Domini [link atualizado 2017]

José Carlos do Amaral Vieira Filho, ou simplesmente Amaral Vieira, é daqueles músicos que – a despeito da quantidade de prêmios conquistados (10 como intérprete e 16 como compositor), da extensão de seu catálogo (no qual constam mais de 500 obras) e do reconhecimento de público e crítica – fazem muito mais sucesso no exterior do que aqui. (É bem provável que ele tenha se apresentado mais no Japão do que na cidade onde nasceu, São Paulo.) Com isso, já tava na hora de ele aparecer em nosso blog, inclusive em resposta a pedidos educados e conscientemente desprendidos de qualquer expectativa – que nosso SAC falhou em registrar. Hoje e daqui a 15 dias disponibilizarei dois dos vários álbuns que possuo de Amaral Vieira. Só não tenho, por ora, como me estender nas palavras.

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Amaral Vieira (1952): Fantasia coral In nativitate Domini

1. Choral-Fantasy ‘In Nativitate Domini’ Op.260 – Eloisa Baldin/Amaral Vieira/Selma Asprino/Norma Rodrigues/Coral Pro Musica Sacra/Luiz Roberto Borges
2. Tecladofonia Op.104: Allegro Moderato-Attacca
3. Tecladofonia Op.104: Non Troppo Lento
4. Tecladofonia Op.104: Scherzando-Attacca
5. Tecladofonia Op.104: Finale: Maestoso
6. Magnificat Op.254 – Eloisa Baldin/Sao Paulo State Chor/Jose Ferraz De Toledo

Com a Banda Sinfônica do Estado de São Paulo

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Amaral Vieira
Amaral Vieira

CVL

21 comments / Add your comment below

  1. Eu estudei piano com uma ex aluna de Amaral Vieira e tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente em um recital em São Paulo.
    Fico muito grato por esta postagem, ainda mais pelo fato do compositor ser ignorado por muitos brasileiros, em parte, inclusive por mim, que realmente não conhecia essa fantasia coral. Tinha conhecimento apenas algumas obras do repertório pianístico de Amaral Vieira.
    Abraço.

  2. Muito obrigado pela postagem de três obras de Amaral Vieira, um dos nossos mais ativos compositores – e que desenvolve ainda como pianista uma brilhante carreira internacional. Gostei muito dessas composições para banda sinfônica, das quais duas são obras sacras de peso. Escrever para banda é tarefa para poucos e a dificuldade torna-se ainda maior quando a sonoridade é acrescida da massa coral e solistas… A Fantasia Coral é na minha opinião uma das grandes obras do repertório brasileiro e desde que baixei a gravação, já a escutei muitas vezes. Obrigado, P.Q.P. Bach! É graças ao seu admirável esforço e dedicação que temos acesso às criações de alto nível que misteriosamente permanecem desconhecidas nesta República de Bananas – onde pagamos simultaneamente todos os impostos e todos os pecados… Agradecimentos profundos do seu admirador Pedro Luiz de Moura Andrade

  3. A música brasileira continua surpreendendo! Depois de ter feito o download das gravações das obras de Villa, Guarnieri, Mendes e Antunes, que tenho ouvido com grande prazer, chegou agora a vez do paulistano Amaral Vieira, por aqui mais conhecido como exímio pianista, musicólogo e através do programa dominical Laudate Dominum da Rádio Cultura FM de São Paulo. No entanto, com uma produção de mais de 500 obras, é como compositor que devemos descobrí-lo e este post de obras para coro e banda representam uma excelente porta de entrada para um primeiro contato com o lado criativo deste músico multi-facetado. Sua música comunica-se de forma direta com o ouvinte e revela perfeito domínio de escrita assim como uma cultura musical muito refinada. As interpretações são de ótimo nível (mas achei o coro melhor na Fantasia Coral do que no Magnificat). E a Tecladofonia deveria ser coreografada. É uma obra muito prazerosa, alegre, de alto astral. É fascinante como a música de nosso tempo pode ter tantas expressões distintas. E adorei os últimos posts, especialmente aquele com obras de Satie e Milhaud. Obrigado, mil vezes! Abraços!

  4. Sou freqüentadora assídua deste blog incrível e fiquei feliz com a recente inclusão de algumas obras de Amaral Vieira, compositor que admiro profundamente. Suas peças para banda sinfônica são ótimas. Dei uma busca na Internet e constatei que A.Vieira é um dos compositores brasileiros que mais escreveu para essa formação. Escutei alguns anos atrás um Concerto para 3 Trompetes e Banda, bem virtuosístico e uma magnífica Abertura para Banda, ambas interpretadas pela Banda Sinfônica do Exército, regida pelo maestro Benito Juarez. Agradeço se for possível disponibilizar a gravação do Quinteto Fronteiras que Vieira escreveu para a mesma formação da célebre Truta de Schubert. Sei que a obra foi gravada nos Estados Unidos pelo Ensemble Capriccio, mas não consigo encontrar esse CD por aqui. Parabéns pelo blog, abraços a todos e muito obrigada. Suzete.

  5. Julio, Pedro, Marcos e Suzete, só tenho a agradecer a vocês pelos comentários. Mais feliz estou eu por terem gostado tanto da postagem e dado seus ricos testemunhos. Abraço a todos.

  6. Em primeiro lugar, envio sinceros cumprimentos por este site, que considero um dos mais importantes espaços dedicados à música culta. É a democratização plena e irrestrita do patrimônio musical. Permite que escutemos as gravações na íntegra e caso sejam do nosso agrado e somente nesse caso, podemos comprar os respectivos Cds. Quem pode nesses tempos de vacas magras comprar um Cd sem a certeza de que irá corresponder às expectativas (e ao investimento feito)? Muito obrigado, portanto pelo valiosíssimo serviço cultural que vocês prestam com tamanha generosidade. E para ser coerente com o que acabo de escrever, encomendei no site da Amazon o Cd com as obras de Amaral Vieira postadas neste blog. São composições sensacionais, na minha opinião. E ainda há quem diga que neste país tudo ainda está por ser feito! Aproveito para agradecer também pelos posts das obras do Pe. José Maurício, outro gigante da nossa música. Saudações cordiais aos idealizadores, mantenedores e frequentadores deste blog! Gilberto Alves

  7. Obrigado, CVL, por este excelente post. Este site (P.Q.P. Bach) tem mantido o meu computador ocupado, o que considero uma bênção. Eu estive na estréia da FANTASIA-CORAL de Amaral Vieira no Festival de Campos do Jordão de 1991 (ou 92, não tenho certeza). O teatro veio abaixo e a obra teve que ser repetida mais duas vezes e apesar disso, os aplausos não cessavam. É de fato uma peça empolgante. Sei que estão todos muitíssimo ocupados, mas gostaria de pedir encarecidamente que postassem o STABAT MATER e o REQUIEM IN MEMORIAM de Vieira. Eu tinha esses cds mas a minha casinha em Peruíbe foi roubada no ano passado e levaram absolutamente tudo, inclusive os meus livros e cds. Aprendi a lição e agora faço cópia de tudo. Mas agora esses cds de Vieira somente podem ser comprados no exterior e com a minha minguada aposentadoria, não posso nem pensar em fazer uma despesa desse tamanho. Abraços a todos. Moacyr Almeida

  8. Obrigado, CVL, por este excelente post. Este site (P.Q.P. Bach) tem mantido o meu computador ocupado, o que considero uma bênção. Eu estive na estréia da Fantasia-Coral de Amaral Vieira no Festival de Campos do Jordão de 1991 (ou 92, não tenho certeza). O teatro veio abaixo e a obra teve que ser repetida mais duas vezes e apesar disso, os aplausos não cessavam. É de fato uma peça empolgante. Sei que estão todos muitíssimo ocupados, mas gostaria de pedir encarecidamente que postassem o STABAT MATER e o REQUIEM IN MEMORIAM de Vieira. Eu tinha esses cds mas a minha casinha em Peruíbe foi roubada no ano passado e levaram absolutamente tudo, inclusive os meus livros e cds. Aprendi a lição e agora faço cópia de tudo. Mas agora esses cds de Vieira somente podem ser comprados no exterior e com a minha minguada aposentadoria, não posso nem pensar em fazer uma despesa desse tamanho. Abraços a todos. Moacyr Almeida
    (Estou encontrando dificuldade em enviar este comentário, mas acho que o meu computador está no limite – vamos ver se agora consigo)

    1. Estou muito tocado com seu e-mail, Moacyr. Com TODO o prazer farei a postagem das obras solicitadas, assim que eu puder. Mas na sexta pode esperar o Te Deum in stilo barocco e a Missa Pro Defunctis.

      Abraço.

  9. Muito interessante o relato do Moacyr Almeida sobre a estréia da Fantasia-Coral. Eu, por minha vez, estive no MASP em 1978 na estréia da Tecladofonia, uma das obras postadas neste blog. Essa composição foi muitos anos mais tarde reapresentada no Teatro Cultura Artística e no Memorial da América Latina pelo Maestro Roberto Farias, que era o dinâmico regente da Banda Sinfônica do Estado. Um músico notável, que fez da Banda do Estado o grande conjunto que hoje é reconhecido como um dos melhores do país. O regente das gravações postadas aqui é o Maestro Farias.
    Adoro as obras de Amaral Vieira. Apesar de ser mais conhecido como possivelmente o maior compositor brasileiro vivo de música sacra, sua produção sinfônica e camerística é também de altíssima qualidade. Para quem não conhece, recomendo o CD Vieira’s World, contendo obras sinfônicas de Vieira gravadas pela Filarmônica de Tóquio, com destaque para Words of encouragement, para solistas, coros (infantil e adulto), orquestra, uma obra deslubrante. Este CD mereceria ser postado neste site maravilhoso que visito diariamente. E amanhã teremos o Te Deum in stilo barocco e a Missa pro defunctis!!!! Efusivos agradecimentos ao nosso herói cvl e abraços para todos amigos internautas. Maria Cristina Câmara

  10. Sinto-me previlegiado em haver participado de tão magnifica trajetória do compositor Amaral Vieira. Peço a Deus muitas outras oportunidades de poder programar, tando no Brasil quanto no Exterior, obras de tão grande expressão como as concebidas pela pena desse notável compositor brasileiro e uma das maiores expressão do piano internacional.

  11. É uma grande honra poder me dirigir diretamente ao Maestro Roberto Farias, um dos mais ilustres músicos brasileiros e o maestro que encomendou e estreou diversas obras sacras de Amaral Vieira. Li o comentário da Maria Cristina sobre a atuação do Maestro Farias frente à Banda Sinfônica do Estado e concordo em número, gênero e grau. Saudosos os tempos em que o nosso Maestro dirigia a Banda Sinfônica do Estado. Cada programa era uma surpresa, uma revelação. Quantas estréias, brasileiras e mundiais! Muito obrigado, Maestro Roberto Farias, pela enorme contribuição que deu à música brasileira. Também esperamos que o Senhor possa programar aqui e no exterior as obras de Amaral Vieira, compositor do qual o Senhor é um dos masi qualificados intérpretes.

  12. Esta Fantasia-Coral é extremamente interessante e de rico conteúdo. Não estou encontrando informações sobre a obra, mas ao escuta-la com fones de ouvidos, tenho a impressão de que a banda foi dividida em dois conjuntos separados, como nas obras de Gabrieli, criando um efeito antifonal. O piano tem função de instrumento concertante/obligato, ao que parece.
    Se algum amigo internauta souber de algum site que contenha informações mais detalhadas sobre a composição (quando foi escrita, se procede a minha percepção)peço avisar e deixo aqui desde já o meu agradecimento. Leonidas.

    1. Não tenho como digitar as informações do encarte aqui, Leonidas, mas você está certíssimo quanto aos procedimentos composicionais que Amaral Vieira deliberadamente utilizou na Fantasia Coral.

  13. Leonidas, encontrei este texto no Yahoo, mas não sei quem o escreveu. Seus ouvidos estão ótimos, já que a Fantasia foi composta para duas bandas sinfônicas. Espero que este texto possa ser útil. Abraço cordial, Pedro.

    FANTASIA-CORAL “IN NATIVITATE DOMINI”, opus 261
    para mezzo-soprano, piano obligato, órgão, harpa, coro misto a 8 vozes e duas bandas sinfônicas

    A Fantasia-Coral “In Nativitate Domini” foi encomendada pela Universidade Livre de Música em 1991. Nesta obra, Amaral Vieira volta a empregar a banda sinfônica dividida em dois grupos antifonais, à maneira de seu Magnificat de 1990. A Fantasia Coral pertence a uma tradição que foi inaugurada por Beethoven com sua Choral Fantasy opus 80 (1808). Antes disto, a Fantasia era essencialmente um gênero instrumental. Seu caráter livre e improvisatório, entretanto, mostrou-se particularmente favorável a experimentação, e logo levou a criação de vários subgêneros. Esta obra de Amaral Vieira começa com uma fanfarra alegre para a banda sinfônica, caracterizada por ritmos incisivos. A intervenção do piano empresta um caráter concertante a seção inicial da obra, e as subseqüentes partes homofônicas do coro são permeadas por breves interlúdios confiados ao piano. As partes solistas, para mezzo-soprano, têm um caráter mais introspectivo, e o primeiro “Aleluia” é surpreendentemente calmo e contido. O som do órgão forma um belo contraste com as sonoridades penetrantes dos metais, e ao mesmo tempo nos lembra os intermédios litúrgicos que eram tocadas durante a Renascença. O segundo “Aleluia” é bem mais festivo, e a obra atinge seu final através de blocos sonoros massivos confiados a todo o conjunto vocal e instrumental.
    (CD Fantasia Coral – duração 22’10)

  14. Peço desculpa pela insistência, mas este link também não está funcionando. A mensagem do rapidshare é confusa:

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    This file is neither allocated to a Premium Account, or a Collector’s Account, and can therefore only be downloaded 10 times.

    This limit is reached.

    To download this file, the uploader either needs to transfer this file into his/her Collector’s Account, or upload the file again. The file can later be moved to a Collector’s Account. The uploader just needs to click the delete link of the file to get further information

  15. Saudações aos amantes da boa música!
    Durante minha adolescência, sempre assisti a recitais de Amaral Vieira, quando de passagem aqui, no município de Santos/SP, bem como o cumprimentei após as invariavelmente excepcionais apresentações.
    Há alguns anos, tive a honra de conhecer de privar com o compositor, e aproximar-me de seu gênio, por ocasião de jantar que lhe fora oferecido em casa de renomado médico santista, à época aluno de piano, como eu, de uma ex-aluna e amiga do maestro. Ali, pude presenciar a humildade de Amaral Vieira; tão imensa quanto seu talento, tal modéstia permitiu-se brindar-nos a todos. Atendendo a pedidos, naquele ambiente doméstico, antes da refeição, ao piano da sala de estar – apesar do cansaço evidente após mais um recital -, soando tal qual prece, dos dedos do maestro brotou Franz Schubert: o Impromptu em sol bemol maior, Op. 90 n. 3 (D. 899).
    Assim, tive a graça – isso mesmo! – de testemunhar, em ambiente caseiro, o magnestismo, o virtuosismo e o carisma desse artista brasileiro, ainda tão desconhecido a seus compatriotas.
    Forte abraço em todos!
    Ivan.

  16. Que saudades daqueles memoráveis momentos das estréias das obras de um dos nossos maiores nomes da composição brasileira, reconhecido internacionalmente por seu talento e excelência artística. Reeditar Tecladofonia, Concerto para Três Trompetes mais as estréias de Magnificat e Fantasia Coral “In Nativitate Domini” foi um verdadeiro maná dos céus. Passados mais de 20 anos, nos damos conta agora que fomos protagonistas de um grande ato de coragem. Amaral Vieira, que Deus nos conceda o privilégio de grandes momentos como aqueles em que vivemos juntos, incluindo o nosso anjo da guarda, a querida Yara Ferraz. Um grande abraço e um 2012 exitoso…sem hesitação! Roberto

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