Ah, perdemos Altamiro Carrilho.
Talvez essa não seja uma boa oportunidade de homenagear esse grande cara… Já se passaram uns dias em que o único mal irremediável a qual todos estamos fadados lhe ocorreu. Já não estamos no calor do momento, mas não poderia deixar algumas linhas escritas e, ao menos, um vídeo mostrando um pouco de Altamiro (nem tenho um CD aqui para subir, estão todos na outra casa…).
Eu o conheci em uma apresentação no interior de São Paulo. Consegui um autógrafo dele ao fim do espetáculo e, como o senhorzinho, na época com 81 anos estava meio desarvorado esperando a van que o levaria ao hotel e que não chegava, o convidei, em tom de brincadeira, para que se juntasse à nossa roda de amigos e fôssemos todos tomar uma cerveja.
Altamiro se aproximou, negou a cerveja (não bebia), mas uniu-se ao grupeto de jovens estudantes e conversamos de muitas coisas, desde música até as qualidades das pessoas e seu caráter. A prosa ia alta e animada quando, infelizmente a condução chegou e tivemos que nos despedir. E a conversa, ampla, eterna no sentido viniciano, durou apenas meia hora.
Parecíamos velhos amigo! Ele unia, de forma inacreditável, jovialidade e sagacidade espantáveis ao peso de sua experiência de pessoa vivida. Uma frase que nos disse eu nunca esquecerei:
“Não somos nada mais do que aquilo que deixamos de nós nos outros.”
Altamiro Carrilho deixou muita coisa boa naquela curta meia hora que conversamos. Era, para além de um dos maiores flautistas que o mundo já assistiu, de compositor de mão cheia, autor de mais de 200 músicas, um grande coração, um imenso ser humano.
Ê, seu Altamiro, já tá deixando Saudade…
Bisnaga
Bela homenagem, Bisnaga. Infelizmente não tenho nada deste grande músico brasileiro, apenas a lembrança de vê-lo algumas vezes na TV. Mas reconheço o grande serviço que ele prestou à música brasileira.
Obrigado, Altamiro.
Um grande músico. Justa homenagem e inesquecível (e verdadeira) frase.
O “seu Altamiro” era demais!
Naquele dia que peguei o autógrafo, ele contou piada, contou causos dos tempos em que frequentava a casa de Pixinguinha, improvisou a ponto do primeiro choro passar por mais três no caminho e voltar ao tema original; no Carinhoso, tocou, cantou e regeu a platéia, além de extrair da flauta sons que eu nunca imaginaria que ela produzisse.
Tinha um bom humor fora do normal. Conversou com a gente, deu aqueles conselhos de vozinho… Que pessoa fenomenal!
Me senti meio órfão de saber da sua partida.
Bela homenagem e bela história, Bisnaga. Realmente uma grande perda. Ele fazia coisas incríveis com a flauta, que também é um instrumento maravilhoso.
Abraço.
Que vídeo FANTÁSTICO!
Altamiro aparece cantando (e que música!) aos 6 minutos. Aos 8 minutos aparece o Carequinha (sem maquiagem!)
Obrigado por compartilhar isso.
Tive o privilégio de ouvir o Altamiro duas vezes aqui em Fortaleza, uma delas no Teatro José de Alencar. Além de um grande talento, era uma pessoa que transbordava bondade. Está no mesmo céu do Pixinguinha.
Eu corri no youtube achar alguma coisa mais representativa dele. Achei esse documentário.
A música é “Faustina”, sucesso na voz do divertidíssimo Moreira da Silva. E Altamiro Carilho cantava bem, não? Um barato o velhinho!
Altamiro tocava uma barbaridade. Igual a ele, como disse o Rei Roberto Carlos, poucos há. Há uma gravação em LP intitulada “Clássicos em Choro”, na qual nada deixa a desejar a um Jean Pierre Rampal. Im-per-dí-vel. Bravo, Altamiro!
Deixo aqui uma singela homenagem ao Altamiro. São três discos dele:
Altamiro Carrilho e sua bandinha (1957, 1958): http://www.mediafire.com/?lvqtyuoz6m49qtk
Antologia do chorinho (1975): http://www.mediafire.com/?7y5lk9d1qobp7vx
Rio antigo: http://www.mediafire.com/?z5kdj14qni88j7y
Abraços.
Uma beleza.
Não sei se vocês se lembrama, mas repetidas vezes pedi aqui neste fantástico blog que alguém disponibilizasse algo do gênio Altamiro. Pena que seja disponibilizado num momento em que Altamiro está fazendo uma longa viagem. Não tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente, mas ao ler a narrativa do encontro dele com bisnaga senti como se eu também estivesse lá. Valeu pessoal. Vou curtir muito essas obras.