MUITO BOM !
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João Baptista Siqueira nasceu no semiárido paraibano e seu pai, mestre de banda em sua terra natal, lhe deu o mesmo nome que tinha. Talvez depositasse na continuidade do nome as esperanças de que a vida desse ao filho mais oportunidades do que ele mesmo tivera.
Ainda que Baptista Siqueira seja para nós quase um ilustre desconhecido, há que se concordar que teve uma vida melhor que seu pai. No Rio de Janeiro pôde exercer a música com muito mais meios que teria em Princesa Isabel. Teve ainda papel destacado no antigo Instituto Nacional de Música (atual Escola de Música de UFRJ), um dos grandes celeiros de compositores, regentes e musicistas eruditos do país, sendo ele mesmo seu 11º diretor. Foi um importante pesquisador da música nacional, notadamente da indígena, que muito influenciou os sons brasileiros. Como teórico foi autor de vários livros, como Influência Ameríndia na Música Folclórica do Nordeste, Raridades Musicais da Imprensa Imperial, Novos rumos do estudo do fado, Modinhas do Passado, Ernesto Nazareth na Música Brasileira, Ficção e Música, Folclore humorístico, Que é som metafísico? e Do Conservatório à Escola de Música: ensaio histórico. Neste último recuperou boa parte da história da instituição.
Dentre as obras que hoje apresentamos temos Nordeste, um grande passeio por alguns dos tantos formatos musicais que a diversificada cultura dessa região de nosso país abarca, quase uma rapsódia, porém no formato de sinfonia com acompanhamento de piano, por vezes, lembrando, em sua forma, o belíssimo Concerto para Piano e Orquestra em Formas Brasileiras nº 2, de Hekel tavares (não ouviu? veja aqui). Há também Jandaia, poema sinfônico que busca referências na música indígena de grande qualidade. ambas as músicas deste LP não são tão arrojadas como a cantata Cangerê (postada aqui no PQP na semana passada), mas são melodicamente mais envolventes, muito bonitas. Vale muito a pena conhecer!
Ouça! O cara era muito bom!
João Baptista Siqueira (1906-1992)
Nordeste; Jandaia
Nordeste, Sinfonia para piano e orquestra
1. Introdução e primeiro movimento
2. Modinha
3. Coco cajueiro
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Jandaia, Poema Sinfônico
4. Jandaia
Murillo Santos, piano
Henrique Morelenbaum, regente
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (49Mb)
Partituras e outros que tais? Clique aqui
Ouça! Deleite-se! … Mas seja legal e não se esqueça de dar uma satisfação para o postulante…
Bisnaga
Baixando agora. Sua insistência nele parece que me convenceu, Bisnaga. (rsrs) Depois volto e dou meus “relatórios”.
Mas, particularmente, eu tenho uma dúvida: você chamou o João Siqueira de “musicista”. Pelo que consta no dicionário, musicista é admirador ou amador de música, correto? Mas também não é o feminino de “músico”?
Vanderson, não complica, velho… Concentre-se mais na música do cara, que é muito bom, do que na terminologia do meu português, que é bem menos importante, né? Boa audição. E dá-lhe Baptista Siqueira!
Vanderson, músico e musicista é a mesma coisa. Musicista não é feminino, é neutro, pode ser usado tanto pra homem quanto pra mulher (o musicista, a musicista – ou o músico, a música).
Bisnaga, tenho curtido estes posts dos irmãos Siqueira. Ouvi agora de manhã este último e gostei, menos do que do Cangerê, mas gostei.
Bem legal este lance de mostrar coisas que pouca gente conhece de compositores de de nosso país. Como vemos, não é no Brasil que falta cultura, mas em boa parte dos brasileiros (eu incluído, rsrs).
Vlw!
Já ouvi, e me admirei bastante, mais do que com a última, desculpe-me dizer. (rsrs) Acho que na próxima vez que for postar uma do Siqueira, pode colocar aquela imagem do Bach, com a frase “Humm! Gostei da música desse moço, João Siqueira!’ Mas do mais, não se irrite, Bisnaga (a menos que você esteja brincando, é claro).
O cara é um mestre de alta categoria! A postagem dessa gravação é um verdadeiro presente de primeira grandeza a nós amantes e viventes da música brasileira e, sobretudo, a nós nordestinos que amamos nossa região, nossa cultura, nossos ritmos e sons tão bem transpostos e elevados nestas peças de Batista Siqueira. Valeu mesmo pela postagem! Continua assim, PQP!!!
Cara,parabéns pelo seu site,ele é uma ferramenta incrível num país em que escutar música de qualidade é tão difícil quanto descobrir o boson de higgs hehehe.Eu ‘roubei’ a imagem dos gatos para colocar no meu site,porque ela é fantástica hahaha.Algum problema?Continuem assim.Agora vou me retirar para escutar a 5ª de tchaikovsky.Abraços.
Sou filho de Aloysio de Alencar Pinto e fiquei muito contente em ver suas canções gravadas por Maura à disposição de todos. Igualmente ver Alice Ribeiro e o cunhado J.B. Siqueira na mesma página fez-me lembrar dos anos 50 em que ela e Arnaldo Rebello, em tournée pelo Nordeste foram nosso hóspedes em Fortaleza. Desejo enviar-lhe alguns CDs de meu pai. Envie-me, por favor um endereço postal.
Muito cordialmente,
Georges
Georges,
Você não sabe o tamanho do orgulho que tenho (temos) quando um compositor ou alguém da família comenta algo aqui demonstrando apreço por nossas postagens e pelo esforço que fazemos pela divulgação da música.
Muito obrigado, mesmo.
Estou escrevendo para seu e-mail lhe enviando meu endereço postal. Fico ansioso por conhecer mais obras de seu pai e disponibilizá-las neste espaço.
Um abraço
Tb conhecido como Baptista Siqueira, o João teve um irmão mais famoso do q ele, o José Baptista Siqueira, nascido em 1907, q se tornou um dos membros-fundadores da Academia Brasileira de Música e prof catedrático da antiga Escola de Música (hoje UFRJ, ali na Lapa!), como seu irmão. O João Baptista Siqueira tb foi autor de livros sobre música (folclórica [dos indígenas] e popular), como _Os Cariris do nordeste_. Um de seus livros, bem controverso, é _Origem do termo samba_, no qual é debatida a tal “origem”, q ele afirma (e prova, com documentos) ser sertaneja-nordestina, e não (somente) africana… Vai ver q é por isso mesmo q ninguém o conhece (a não ser nós outros!) e seu nome ultimamente anda tão esquecido…