Carl Orff (1895-1982) – Trionfi

Carmina Burana é não só a obra mais popular de Carl Orff, mas também uma das mais populares de todo o século XX e até hoje tem sido uma das mais interpretadas em todo o mundo. A sua estreia realizou-se em 1937 na cidade alemã de Frankfurt e para sua composição Orff baseou-se numa compilação de poemas dos séculos XII e XIII, encontrados no mosteiro de Benediktbeuren, na Alta Baviera, 1803. Carmina Burana divide-se em três temas principais, a Primavera e o Verão, a Taberna e o Amor, e inicia com o célebre hino à Fortuna, a deusa da sorte, que articula toda a estrutura da obra.

A simplicidade, o grande esplendor rítmico e a riqueza das melodias de Carmina Burana converteram Orff num dos compositores preferidos do III Reich, o que levou o compositor a reeditar este êxito. Deste modo, Carmina Burana foi a primeira de uma trilogia que se completa com os Catulli Carmina, de 1943, baseados em poemas do escritor latino Catulo, e o Trionfo di Afrodite, de 1953, cujos textos eram também, em parte, de Catulo. Essa trilogia pagã recebeu o nome de Trionfi.

Uma curiosidade muito interessante na história de Orff é que em 1936, desafiou corajosamente os nazistas ao zombar de Hitler, compondo a opereta ASTUTULI, que desafiava e criticava o regime autoritário do ditador. Mas para felicidade do mundo musical, a censura nazista não captou a mensagem.

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Orff: Trionfi

CD 1 BAIXE AQUI / DOWNLOAD HERE

Carmina Burana
1. Fortuna Imperatrix Mundi, No 1: O Fortuna
2. Fortuna Imperatrix Mundi, No 2: Fortune Plango Vulnera
3. Primo Vere, No 3: Veris Leta Facies
4. Primo Vere, No 4: Omnia Sol Temperat
5. Primo Vere, No 5: Ecce Gratum
6. Uf Dem Anger, No 6: Tanz
7. Uf Dem Anger, No 7: Floret/Silva
8. Uf Dem Anger, No 8: Chramer, Gip Die Varwe Mir
9. Uf Dem Anger, No 9: Reie/Swaz Hie Gat Umbe/Chume, Chum Geselle Min
10. Uf Dem Anger, No 10: Were Diu Werlt Alle Min
11. In Taberna, No 11: Estuans Interius
12. In Taberna, No 12: Olim Lacus Colueram
13. In Taberna, No 13: Ego Sum Abbas
14. In Taberna, No 14: In Taberna Quando Sumus
15. Cour D’Amours, No 15 : Amor Volat Undique
16. Cour D’Amours, No 16: Dies, Nox et Omnia
17. Cour D’Amours, No 17: Stetit Puella
18. Cour D’Amours, No 18: Circa Mea Pectora
19. Cour D’Amours, No 19: Si Puer cum Puellula
20. Cour D’Amours, No 20: Veni, Veni, Venias
21. Cour D’Amours, No 21: In Trutina
22. Cour D’Amours, No 22: Tempus est Iocundum
23. Cour D’Amours, No 23 Dulcissime
24. Blanziflor et Helena, No 24: Ave Formosissima
25. Fortuna Imperatrix Mundi, No 25: O Fortuna

Catulli Carmina
26. Praelusio: Eis aiona – In te habitant omnia gaudia – O res ridicula – Sublata lucerna

CD 2 BAIXE AQUI / DOWNLOAD HERE

Catulli Carmina
1. Act I: 1. Odi et amo – 2. Vivamus, mea Lesbia – 3. Ille mi par esse deo videtur – 4. Caeli! – 5. Nu
2. Act II: 6. Jucundum mea vita – 7. O mea Lesbia!
3. Act III: 8. Odi et amo – 9. Amabo, mea dulcis Ipsitilla – 10. Ameana puella defututa – 11. Ah! Mise
4. Exodium: Eis aiona tui sum!

Trionfo di Afrodite
5. Cano amebeo di vergini e giovani a Vespero in attesa della sposa e dell sposo
6. Corteo nuziale ed arrivo della sposa e dello sposo
7. Sposa e sposo
8. Invocazione dell’ Imeneo
9. Inno all’ Imeneo
10. Ludi e canti nuziali davanti al talamo:La sposa viene accolta
11. La sposa viene condotta alla camera nuziale
12. Epitalamo
13. Canto di novelli sposi dal talamo
14. Apparizione di Afrodite

Rundfunkchor Leipzig
Rundfunk-Sinfonie-Orchester Leipzig
Herbert Kegel

Strava

26 comments / Add your comment below

  1. Puxa vida, que trabalho!!!!!
    Herbert Kegel rege a maioria das obras sacras menores na Complete Mozart Edition, da Philips.
    Tenho um carinho especial por Carmina Burana, afinal, foi uma das primeiras gravações completas que adquiri, lááá no começo dos anos 1990, e a primeira obra que assisti ao vivo.
    Bravo!

  2. Sinto muito, senhor Strava, mas Carl Orff desafiou Hitler? Pode até ter feito isso com muita sutileza, em um breve momento, mas isso está longe de ser suficiente para desvincular seu nome do regime nazista. Orff fez sua fama, fortuna e carreira durante a Alemanha nazista, e adotou muitos truques sujos para se promover e prejudicar seus concorrentes durante aquele período. Isso não está claro no seu post, que pode levar a entender que Orff foi um nobre combatente anti-nazi.

    Definitivamente, não é um caso como o de Fürtwangler, que já era um dos principais regentes do mundo antes da ascenção dos nazistas, e poderia ter prosseguido em qualquer lugar do mundo. Orff era um zé-ninguém antes de se esbaldar naquele “sistema”, do qual não puderam nem quiseram participar Hindemith, Bartók, Schoenberg, Berg e muitos outros, só pra ficar entre os alemães/austríacos.

    Ou seja: não vai ser uma operetazinha hipócrita e pra lá de obscura que vai me convencer que Orff era um herói da resistência anti-nazista. Muito pelo contrário.

  3. Quando vou postar uma obra procuro fazer algumas pesquisas, mas não chego a me aprofundar demais. Até porque não disponho de tanto tempo assim. Minha intenção não foi, nem defender, nem acusar, apenas fiz um comentário a título de curiosidade. Eu, particularmente, não domino toda a literatura sobre o assunto em questão. Estamos aqui para se ajudar.
    São muito importantes comentários esclarecedores como o seu.
    Um abraço!

  4. Grande Strava, tampouco tive a intenção de me insurgir contra sua postagem, Carmina Burana realmente é uma grande obra. O restante da trilogia conheço pouco. Quem quiser aprofundar, vai descobrir coisas não muito agradáveis quanto ao senhor Carl Orff, e quem não quiser, que se divirta com os oratórios, mas sem falsas ilusões quanto à personalidade do compositor. Um grande abraço.

  5. Faço minhas as palavras do Gardel, com o aviso de que Bartók não era alemão/austríaco (mas ele sofreu bastante com as mudanças políticas da sua Hungria, participando de um governo socialista antes da guerra e fugindo de um governo fascista durante ela).

    Orff é um compositor sem dúvida menor. Ele se apóia em uma visão facilitada, tosca, de “As bodas” de Stravinsky. É basicamente ritmo – melodias e harmonias bem pobres – com uma orquestração cintilante que o reforça. “Carmina burana” compensa essa superficialidade de criação com o frescor que lhe garantiu a posteridade. As outras cantatas são inaudíveis e merecem o esquecimento que tiveram.

  6. É verdade, José Eduardo, na pressa acabei me equivocando quanto à nacionalidade de Bartók… mas vale lembrar que a Hungria pertencia ao Império Austro-Húngaro quando Bartók nasceu, então, “forçando” um pouco, acho que dá pra considerá-lo “meio” austríaco…

    1. Hummm, parece interessante, eu não sabia da existência desse disco. A única adaptação que eu conhecia era uma versão de O Fortuna pela banda Therion. Vou procurar essa do Manzarek. Valeu!

  7. Strava, aproveite e faça o contrário, procure as versões clássicas que o Apocalyptica faz. Eles transformam músicas como Domination (pantera) em obras clássicas. ^^

    1. Wakarusa, eu tenho todos os cds do Apocalyptica! Eu curto muito essas misturas de gêneros quase “incompatíveis”. Apesar de achar que quem mais flerta com música erudita sejam as bandas de heavy metal e derivados. 🙂

  8. Cara, eu escuto muito heavy metal, mas até agora quem eu mais vi misturar “bem” o gênero erudito foi o Muse. É uma banda com músicas meio “adolescentes”, mas tocam pra ¨%$#¨%$#! ^^

    1. Já ouvi falar nessa banda e até andei escutando umas coisas, mas não fui muito a fundo. Eu acho interessante quando algum corajoso faz arranjos orquestrados de músicas de bandas de heavy metal e gosto dos arranjos feitos para quarteto de cordas (tenho quase tudo que foi lançado). Os que gostei mais nesse sentido foram os cds Master Of Puppets do Metallica e o Piece Of Mind do Iron Maiden, ambos só com orquestra, porém a impressão que se dá é que não se trata de uma orquestra real, mas de uma orquestra eletrônica.

  9. As vezes é por causa dos arranjos, pois uso simuladores de cordas, metais e afins no FL e, se tu trabalhar bem, pode enganar até o PQP xD
    Mas bah cara, quando eu era guri procurei em toda Porto Alegre atrás daquele disco do Malmsteen com orquestra, eu tinha a metade de “far beyond the sun” baixada do kazaa, era de chorar só de ouvir aqueles “hits” que a orquestra dava antes da guitarra “cair matando”.
    Ve se tu posta o “Sound Theories” do Steve Vai, são vários trabalhos orquestrais também, na verdade é mais um Vai querendo ser Zappa, mas tudo bem =/

  10. Sobre o Orff…
    José Eduardo, Orff é menor em relação a quem?
    E ninguém aí falou de “De temporum fine comoedia” ?
    concordo que Orff é “muito rítmo” (é por isso que gosto), mas a obra do cara não se resume as carminas…

  11. Menor na comparação com o cânone.

    Orff é muito importante na didática musical do século 20, com seu sistema de musicalização infantil baseado em ritmo e na dança. Mas como criador é bastante limitado.

    Sua obra não se resume à “Carmina burana”, mas, ao contrário do que possa parecer, isso só desmerece o compositor. Continuo achando suas demais peças, inclusive as do tríptico “Trionfi”, muito ruins. Creio mesmo que, se tivesse se restringido à “Carmina burana”, Orff seria um “one hit wonder” mais adequado.

  12. O “cânone”, o “cânone”, o “cânone”…
    Quando ouço essas de “menor” e de “maior” sempre me pergunto qual o “metro” com o qual se mede a “grandeza” de um artista. Por isso te fiz a pergunta, Eduardo.
    E gostei de sua resposta.
    Mas também o “cânone” se altera com o passar dos tempos, exemplos não faltam na história das artes.
    Eu prefiro a “questão de gosto” nesses assuntos, e em quase todos os outros. Passei a tarde ouvindo a “Catulli” e o “Trionfo”, são magníficas!
    Grato pela postagem.
    E abraço para você Eduardo.

  13. Outro!

    “Questão de gosto” não é argumento. Mas o mais legal da vida é que as pessoas podem ser felizes com o que elas gostam e ponto final, né não? 🙂

  14. Cara, sinceramente não achei mesmo, mas tenho uma sugestão. Você compra as MP3 em um site especializado e disponibiliza pra gente, assim como, muitos de nós, moderadores, fizemos inúmeras vezes com coisas que não encontrávamos em lugar nenhum. E aguarde que tem muita coisa desse tipo chegando por aí.

  15. Boa tarde, gostaria de recomendar a interpretação da Oh Fortuna Imperatrix feita pela banda Bornholm de black/pagan metal.
    No youtube deve ter.

    Abraço,
    Svarg

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