Beethoven (1770 – 1827): Integral dos Concertos para Piano – Haocheng Zhang – The Philadelphia Orchestra – Nathalie Stutzmann ֎

Beethoven (1770 – 1827): Integral dos Concertos para Piano – Haocheng Zhang – The Philadelphia Orchestra – Nathalie Stutzmann ֎


Beethoven  

Concertos para Piano

Haocheng Zhan, piano

The Philadelphia Orchestra

Nathalie Stutzmann, regência

 

O pobre Inácio ficava cada vez mais confuso na medida que o concerto avançava – havia sido convocado pelo seu amigo Ludovico para virar as páginas da partitura na noite de estreia de seu concerto para piano, mas as páginas estavam praticamente em branco. ‘No máximo, em uma página ou outra alguns hieróglifos egípcios totalmente incompreensíveis para mim, mas ele havia anotado para servir de pontos de referência. Ele tocou quase todo o concerto de memória, já que, como então aconteceu, não teve tempo de colocar tudo no papel’.

O que pode acontecer quando se reúnem um medalhista de ouro do Concurso Van Cliburn, uma das grandes orquestras americanas e uma cantora excepcional? Pois aqui você verá que acontece uma viagem artística em um relativamente curto espaço de tempo, do classicismo ao romantismo.

O que nós conhecemos como Concerto para Piano No. 1 não foi a primeira tentativa no gênero feita por Beethoven. Houve um concerto escrito na adolescência e uma longa gestação do concerto que agora conhecemos como o de número 2. Esses concertos marcam sua transição de Bonn para Viena e estão completamente imersos no universo clássico dos concertos de Haydn, Mozart e CPE Bach (espero que o boss esteja lendo estas linhas e que lhe seja agradável esta justa menção ao parente).

O Concerto No. 3 foi composto no limiar do novo século em 1800 e atinge o que uma certa torcida chama de ‘um novo patamar’. A tonalidade é dó menor e a estreia só se deu em 1803. Nesse período a vida do Ludovico andou complicada. 1802 foi o ano do Testamento de Heiligenstadt e o período também assistiu o nascimento de outras obras importantes. A orquestra que acompanha o piano é bem mais rica do que nos casos anteriores, contando com flautas, oboé, clarinetes e até trompetes.

Mas ele não ficou por aí e em 1807 veio o Concerto No. 4. A novidade está já na abertura, com o solista entrando bem no começo do concerto.  A estreia não poderia ser mais marcante, uma vez que no pantagruélico concerto também fizeram as suas estreias a Quinta, a Sexta Sinfonia e a Fantasia Coral, tudo dedicado ao Arquiduque Rodolfo. Esta foi a última apresentação pública de Beethoven como o solista de um concerto.

O último concerto, apelidado de ‘Imperador’ pelo editor inglês das obras de Beethoven, foi o único dos concertos a não ser estreado pelo próprio compositor. Na primeira apresentação privada o intérprete foi o amigo e patrono e aluno Arquiduque Rodolfo. Na primeira apresentação pública o intérprete foi Friedrich Schneider. Assim como a orquestra estava sendo expandida, as ideias de Beethoven demandavam instrumentos maiores, melhores. O Imperador realmente abriu caminho para os concertos românticos que estavam por vir.

Haochen foi confundido com um medalhista de ouro da Olimpíada de Matemática quando estava dando entrevista para o pessoal do PQPBach

Nesta integral o intérprete é o ainda jovem e espetacular pianista Haocheng Zhan, que estudou inicialmente no Conservatório de Shangai e na Escola de Arte Shenzhen com o professor Dan Zhaoiy e graduou-se pelo Curtis Institute of Music, na Filadélfia, tendo como professor o pianista Gary Graffman. Em 2009 ele ganhou a Medalha de Ouro do Concurso Van Cliburn e agora tem uma carreira internacional completamente consolidada como solista e como músico de câmara.

A Orquestra da Filadélfia é uma das maiores e é uma verdadeira instituição, oferecendo à sua comunidade muito mais do que os anuais concertos. Para reger esse maravilhoso grupo temos Nathalie Stutzmann, mais conhecida anteriormente por sua carreira de cantora contralto, excelente no repertório barroco e como intérprete de Lieder. Atuando agora como regente, na verdade Nathalie começou na música ainda muito jovem, estudando piano, fagote, violoncelo e … regência, com Jorma Panula. Seiji Ozawa e Simon Rattle tiveram papel importante em sua formação. Além de ser a Principal Regente Convidada da Orquestra da Filadélfia, ela é a diretora artística da Orquestra Sinfônica de Atlanta. Vocês poderão ver como a sob a sua batuta a orquestra canta magnificamente.

Nathalie flagrada na entrada do PQP Bach Hall em Novo Hamburgo

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Concerto para Piano No. 1 em dó menor, Op. 15

  1. Allegro con brio
  2. Largo
  3. Rondo

Concerto para Piano No. 2 em si bemol maior, Op. 19

  1. Allegro con brio
  2. Adagio
  3. Rondo

Concerto para Piano No. 3 em dó menor, Op. 37

  1. Allegro con brio
  2. Largo
  3. Rondo

Concerto para Piano No. 4 em sol maior, Op. 58

  1. Allegro moderato
  2. Andante con moto
  3. Rondo

Concerto para Piano No. 5 em mi bemol maior, Op. 73 ‘Imperador’

  1. Allegro
  2. Adagio un poco mosso
  3. Rondo

Haochen Zhang, piano

Philadelphia Orchestra

Nathalie Stutzmann

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Zhang offers some breathtakingly beautiful moments…The Philadelphia Orchestra, here conducted by Nathalie Stutzmann, is one of those rare musical juggernauts that has its musical own distinctive sound. [BBC Music Magazine]

Together, Zhang and Stutzmann’s Beethoven is at once stylistically assured and not quite like any other.[Gramophone]

Os cinco concertos de Beethoven levaram, num curto espaço de tempo, entre os fins de 1780 até 1811, um gênero musical que havia atingido um nível de perfeição com a obra de Mozart, a uma nova dimensão artística. Os dois últimos concertos eram tão inovadores nos dias que foram criados que não foram mais ouvidos por muitos anos depois de suas estreias. O Concerto No. 4 foi retomado por Mendelssohn na década de 1830, que o levou para diversos centros musicais em suas turnês. Clara Schumann também o tomou como peça em seu repertório e gostava muito dele. Já o Imperador teve que esperar por Liszt para que realmente pudesse passar a ser apreciado pelas plateias mais diversas.

He Wanted Larger And Louder: The Pianos Of Beethoven’s Time Weren’t Enough For Him (Ele os queria maiores e que soassem mais alto: Os Pianos do tempo de Beethoven não eram bons o suficiente para ele…

Você, por outro lado, só precisa baixar o arquivo e se deliciar com essa maravilhosa música. Ah, e se puder, deixe comentário para sabermos se gostou… repassarei tudo para o Ludovico.

Aproveite!

René Denon

Outra integral dos concertos para piano de Beethoven boa para caramba:

BTHVN250 – Beethoven (1770-1827): The Beethoven Journey – Concertos para Piano ∞ Mahler Chamber Orchestra – Leif Ove Andsnes ֍

Bach (1685-1750) – Armstrong (1992) – Ligeti (1923-2006): Peças para Piano – Kit Armstrong ֎

Bach (1685-1750) – Armstrong (1992) – Ligeti (1923-2006): Peças para Piano – Kit Armstrong ֎

Bach –

Prelúdios Corais & Partita No. 1

Armstrong –

Fantasia sobre BACH

Ligeti –

Musica ricercata: algumas peças

Pianista, polímata, foi criança prodígio, e agora Kit Armstrong está ensinando apreciação musical à inteligência artificial. Kit Armstrong compunha música aos cinco anos, estudava ciências na universidade aos 10 anos, foi solista de grandes orquestras durante a adolescência, e fez o mestrado em Matemática Pura só para ‘relaxar’.

Esta é a abertura de uma reportagem escrita por Enid Tsui para um jornal de Hong Kong em dezembro de 2022, quando o então jovem de 30 anos Kit Armstrong daria concertos por lá.

Este disco já tem dez anos, mas parece ter sido lançado ontem. O programa reúne uma coletânea de Prelúdios Corais de Bach, seguidos de uma peça escrita pelo próprio Kit Armstrong – uma fantasia sobre BACH. Segue a Partita em si bemol maior, BWV 825, e uma escolha de peças de Ligeti, da série Musica ricercata. Como você já deve saber, vintage Ligeti, composições da década de 1950, mas que soam bastante novas para mim.

Com a ajuda de nosso tradutor multilíngue, descobrimos o que disse sobre o disco um comprador da Amazon no Japão: É diferente da chamada performance de época de Bach, mas é uma performance maravilhosa que faz você sentir oração e significado em cada nota. Sinto até frescor. Ainda não há valor de nome, mas não há dúvida de que ele é uma pessoa talentosa que será responsável pelo futuro.

Com a brilhante ajuda do Conde Vassily, aqui está a tradução de uma crítica escrita originalmente em alemão:

Encerrada a visita ao estúdio. O americano, que tem só 22 anos, não apenas demonstra incrível presença [carisma] em concerto, mas desde antes detinha uma reputação de gênio completo, com diplomas em Matemática e Composição. O fato de que ele só agora tenha consolidado sua carreira com uma estreia em CD deve-se provavelmente a Alfred Brendel, que o encorajou anteriormente. E deve ter sido Brendel que familiarizou o bachiano pianista Armstrong com as antigas gravações de Edwin Fischer, a quem admirava tanto. Isso porque o “poder mágico da paz interior”, que Brendel certa vez apontou enquanto escutava o Bach de Fischer, encontra-se em cada virada de página nos doze Prelúdios-corais que Armstrong gravou. Ele banhou com suave luminosidade alguns célebres ‘bálsamos’ da alma, como “Jesu, meine Freude” e “Allein Gott in der Höh’ sei Ehr”. E ele interpreta de maneira declamatória, fluência e delicadeza “O Mensch, bewein dein´ Sünde groß”.
Apesar de toda discrição e nobreza no fraseado, que o próprio Armstrong leva muito a sério na Partita no. 1, BWV 825, esse Bach é muito mais moderno que o de seu mentor. O que, por um lado, não é uma proeza: afinal, Brendel espessava Bach romanticamente. Armstrong, por outro lado, consegue conectar coração e mente ao tornar a lógica interna das obras transparente com naturalidade.
Armstrong combinou essas obras com sua própria “Fantasia sobre B-A-C-H” e meia dúzia de peças do ciclo “Música Ricercata”, de György Ligeti, completado em 1953. Enquanto Armstrong espalha fragmentos melódicos de Bach aqui e ali em sua Fantasia, essa obra de 2011 não é um peso-leve pós-moderno. Os atritos são deslumbrantemente ousados demais para isso. E bem no final o ritmo torna-se mecanicamente furioso, como se Armstrong tivesse em mente o americano Conlon Nancarrow, que Ligeti redescobrira. Tremenda, então, é a facilidade com que estabelece o neobarbarismo e os polirritmos diabólicos de Ligeti! Nada mau o cartão de visitas que Armstrong usou para recomendar-se ao futuro. [Guido Fischer]

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

  1. Jesus Christus unser Heiland, BWV 666
  2. Bicinium: Allein Gott in der Höh’ sei Ehr’, BWV 711
  3. In dulci jubilo, BWV 729
  4. Vom Himmel hoch, da komm’ ich her, BWV 738
  5. Gottes Sohn ist kommen, BWV 724
  6. Christ lag in Todesbanden, BWV 625
  7. Wer nur den lieben Gott lässt walten, BWV 690
  8. In dich hab’ ich gehoffet, Herr, BWV 712
  9. Jesu, meine Freude, BWV 713
  10. Herr Jesu Christ, dich zu uns wend’, BWV 655
  11. Allein Gott in der Höh’ sei Ehr’, BWV 715
  12. O Mensch, bewein’ dein’ Sünde groß, BWV 622

Kit Armstrong (1992 –       )

  1. Fantasy on BACH

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Partita No. 1 in B Flat Major, BWV 825
  1. Praeludium
  2. Allemande
  3. Courante
  4. Sarabande
  5. Menuett I & II
  6. Gigue

György Ligeti (1923 – 2006)

Musica Ricercata
  1. Tempo Di Valse (Poco Vivace) ” L’orgue de Barbarie”
  2. Allegro Con Spiritu
  3. Vivace. Capriccioso
  4. Adagio. Mesto. Allegro Maestoso (Bla Bartk in Memoriam)
  5. Rubato. Lamentoso
  6. Cantabile, Molto Legato

Kit Armstrong, piano

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MP3 | 320 KBPS | 174 MB

I have experienced lots of wonderful things as a full-time musician since graduating from my cience studies in 2012. I will still tour a lot [as a concert pianist], but to be only a performer, selling the same product again and again, it has become less important for me than an overarching idea of what I can do for classical music.” KA

‘I had to make time for him’: Alfred Brendel on Kit Armstrong 

‘Eu precisei arranjar tempo para ele!’

A uncharacteristic decision to take on an extraordinary pupil has brought new insights for both Alfred Brendel and Kit Armstrong. Leia a reportagem aqui.

Uma decisão incomum de aceitar um aluno extraordinário trouxe novas perspectivas tanto para Alfred Brendel quanto para Kit Armstrong.

Veja também o documentário: Set the Piano Stool on Fire

Seiji Ozawa Matsumoto Festival 2021: Saito Kinen Orchestra & Charles Dutoit ֎

Seiji Ozawa Matsumoto Festival 2021: Saito Kinen Orchestra & Charles Dutoit ֎

Ravel – 組曲 マ・メール・ロワ

Debussy – 海

Debussy – 牧神の午後への前奏曲

Stravinsky – 火の鳥

 

Imagine que você viajou ao Japão e, como eu, não fala nem lê japonês. Pois eis que na chegada a mala foi parar em Kobe e você está em Kyoto para visitar os famosos templos e ver as flores das cerejeiras nos diversos jardins espalhados pela cidade. Seguindo na minha imaginação, você e eu não vivemos sem música e todos os seus gadgets de ouvir música ficaram na mala. Sem esperar que delírios e tremedeiras ataquem, você compra um mp3 player que já vem com fones de ouvido e acessa alguma plataforma de streaming. Como a imaginação é minha, tudo vai bem, mas o visor do danado do aparelho teima em mostrar tudo na língua local. Como escolher a música? Mesmo sem ser algum gênio, uma boa saída é a escolha de capas e o disco escolhido é este:

O programa você já viu no alto da postagem…

Como não há tempo a perder, ouça a música: que surge maravilhosa. Logo na primeira faixa, uma linda e sinuosa melodia numa orquestra que vai se revelando aos poucos – Ravel e a Suíte da Mamãe Gansa.

A orquestra foi regida pelo maestro Charles Dutoit e todos os procedimentos se deram sob os olhares atentos do mentor do festival, o maestro Seiji Ozawa.

Essa gravação ocorreu durante o período da pandemia e revela o amor das pessoas envolvidas pela música. Você poderá acessar um site que descreve o desenrolar da gravação, mas veja as primeiras linhas:

It has been 10 days since the 2021 Seiji Ozawa Matsumoto Festival announced the cancellation of all performances. The performance of the Orchestra Concert Program B and it’s recording, which Festival Director Seiji Ozawa, Saito Kinen Orchestra, and all the staff have put their heart and soul into, has finally come true today.

Charles em plena concentração musical

Veja o programa e a tradução que o nosso Chat PQP fêz…

  1. Ravel: 組曲《マ・メール・ロワ》-第1曲: 眠りの森の美女のパヴァーヌ (Live)
  2. Ravel: 組曲《マ・メール・ロワ》-第2曲: 一寸法師 (Live)
  3. Ravel: 組曲《マ・メール・ロワ》-第3曲: パゴダの女王レドロネット (Live)
  4. Ravel: 組曲《マ・メール・ロワ》-第4曲: 美女と野獣の対話 (Live)
  5. Ravel: 組曲《マ・メール・ロワ》-第5曲: 妖精の園 (Live)
  6. Debussy: 交響詩《海》 ―3つの交響的スケッチ-第1曲: 海の夜明けから正午まで (Live)
  7. Debussy: 交響詩《海》 ―3つの交響的スケッチ-第2曲: 波の戯れ (Live)
  8. Debussy: 交響詩《海》 ―3つの交響的スケッチ-第3曲: 風と海との対話 (Live)
  9. Debussy: 牧神の午後への前奏曲 (Live)
  10. Stravinsky: 《火の鳥》 組曲(1919年版)-第1曲: 序奏 (Live)
  11. Stravinsky: 《火の鳥》 組曲(1919年版)-第2曲: 火の鳥とその踊り (Live)
  12. Stravinsky: 《火の鳥》 組曲(1919年版)-第3曲: 王女たちのロンド(ホロヴォート) (Live)
  13. Stravinsky: 《火の鳥》 組曲(1919年版)-第4曲: カスチェイ王の魔の踊り (Live)
  14. Stravinsky: 《火の鳥》 組曲(1919年版)-第5曲: 子守歌 (Live)
  15. Stravinsky: 《火の鳥》 組曲(1919年版)-第6曲: 終曲 (Live)

Maurice Ravel

  1. Suíte Mamãe Gansa – I. Pavane da Bela Adormecida
  2. Suíte Mamãe Gansa – II. Issun-boshi (O Pequeno Polegar, presume-se)
  3. Suíte Mamãe Gansa – III. Laidronette, Imperatriz das pagodas
  4. Suíte Mamãe Gansa – IV. Diálogos entre a Bela e a Fera
  5. Suíte Mamãe Gansa – V. O Jardim das Fadas

Claude Debussy

  1. Poema Sinfônico “O Mar”: Do amanhecer ao meio-dia no mar
  2. Poema Sinfônico “O Mar”: Jogo das Ondas
  3. Poema Sinfônico “O Mar”: Diálogo entre o Vento e o Mar
  4. Prelúdio à Tarde de um Fauno

Igor Stravinsky

  1. Suíte “O Pássaro de Fogo” (1919) I. Introdução
  2. Suíte “O Pássaro de Fogo” (1919) II. O Pássaro de Fogo e a sua Dança
  3. Suíte “O Pássaro de Fogo” (1919) III. Rondó das Princesas
  4. Suíte “O Pássaro de Fogo” (1919) IV. Dança Demoníaca do Rei Kashchei
  5. Suíte “O Pássaro de Fogo” (1919) V. Canção de Ninar
  6. Suíte “O Pássaro de Fogo” (1919) VI. Música Final

Saito Kinen Orchestra

Charles Dutoit

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“Previously guest-conducting all over the world, in recent years, Ozawa stayed in his native Japan, where he established and led the Saito Kinen Festival, which was renamed the Seiji Ozawa Matsumoto Festival in his honor in 2015 — the same year when he was a Kennedy Center honoree.”

Stravinsky achou engraçadíssima a primeira tradução que o Chat PQP fez do nome da suíte de balé – O Pássaro de Fogo

Mozart (1756 – 1791): Concertos para Piano Nos. 21 e 22 – Jonathan Biss & Orpheus Chamber Orchestra ֎

Mozart (1756 – 1791): Concertos para Piano Nos. 21 e 22 – Jonathan Biss & Orpheus Chamber Orchestra ֎

Mozart

Concertos para Piano K. 467 & 482

Jonathan Biss

Orpheus Chamber Orchestra

 

 

Os dois concertos deste disco foram compostos apenas alguns meses um do outro, em 1786, ano que assistiu a estreia de As Bodas de Fígaro. Mozart estava em plena forma. Num período de dois anos compôs nada menos do que 11 concertos para piano (!) e todos de altíssimo nível.

Pia Degermark

O Concerto No. 21 em dó maior (K. 467) tem um movimento lento especialmente lírico que o torna um dos preferidos do público. Esse movimento ficou famoso por ser usado em um clássico do cinema chamado ‘Elvira Madigan’.

O Concerto No. 22 em mi bemol maior (K. 482) tem a mesma orquestração que o concerto anterior, mas no lugar de oboés, Mozart usa dois clarinetes, que torna a audição bastante interessante. O movimento lento deste concerto é também muito bonito e a interpretação que você ouvirá aqui pode ajudar a entender a razão de ter sido exigido a sua repetição na estreia do concerto. Esse fato ficou registrado em uma carta que Leopold – pai de Mozart, que o visitava em Viena, – escreveu para Nannerl, sua irmã, surpreso por esse fato tão pouco usual.

Jonathan Biss

O pianista Jonathan Biss nasceu em uma família de músicos e cresceu em Bloomington, estado de Indiana, no meio oeste americano. Bloomington é uma cidade universitária e tem uma vida musical muito rica, assim como a escola de música da Universidade de Indiana, que é muito forte.

Em uma entrevista, Jonathan Biss contou como foi importante o encontro com o pianista Leon Fleisher. Seus pais o levaram para Baltimore quando ele tinha 14 anos. Nesse dia Leon Fleisher tocou todas as Sonatas de Beethoven junto com seus alunos. Essa experiência certamente marcou muito o jovem pianista. Jonathan Biss gravou a integral das Sonatas de Beethoven. Espero que não seja preciso esperar mais alguma data festiva para ver essas gravações alcançando as nossas publicações aqui no PQP Bach.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Concerto para Piano No. 21 em dó maior, K. 467

  1. Allegro maestoso (Cadência: J. Biss)
  2. Andante
  3. Allegro vivace assai (Cadência: Dinu Lipatti)

Concerto para Piano No. 22 em mi bemol maior, K. 482 (Cadências: J. Biss)

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Rondo: Allegro

Jonathan Biss, piano

Orpheus Chamber Orchestra

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Biss (on modern concert grand rather than any period instrument) has completely and satisfyingly surrendered to the music’s moods and emotions, whilst maintaining Mozartian clarity and poise. […] His emotive reading of the mournful, unsettled Andante (K. 482) leaves one in no doubt as to why the first audience demanded an encore. Fantastic stuff. [BBC Music Magazine, 2008]

Mozart, para colorir…

Veracini • Locatelli • Tartini • Vivaldi: Duello d’archi a Venezia – Concertos para Violino: Chouchane Siranossian – Venice Baroque Orchestra & Andrea Marcon ֍

Veracini • Locatelli • Tartini • Vivaldi: Duello d’archi a Venezia – Concertos para Violino: Chouchane Siranossian – Venice Baroque Orchestra & Andrea Marcon ֍

Veracini • Locatelli

Tartini • Vivaldi

Concertos para Violino

Chouchane Siranossian

Venice Baroque Orchestra

Andrea Marcon

 

A sonoridade do primeiro concerto deste álbum é sen-sa-ci-o-nal! O Concerto à otto stromenti, composto por Veracini, no qual o violino é acompanhado por oboés, trompetes e tímpanos tem um som esplendoroso. É ouvir para crer… A violinista Chouchane Siranossian, que já gravou vários discos, não poderia ter encontrado um acompanhamento melhor do que o da excelente Venice Baroque Orchestra e seu maestro Andrea Marcon, como você poderá perceber neste disco no qual eles exploram o virtuosismo dos concertos para violino dos compositores italianos que mantiveram alguns laços com a sereníssima Veneza.

Mas o compositor mais popular para violino, assim como o mestre desse instrumento naqueles dias era Don Antonio Vivaldi. Se tons agudos e rápidos fossem maldades, Vivaldi teria muitos pecados pelos quais responder… como disse sobre ele o musicólogo inglês Charles Burney.

Veracini é conhecido por ter sido um dos solistas em Veneza nas missas de Natal na Catedral de São Marcos nos dias 24 e 25 de dezembro de 1711. Em fevereiro de 1712 ele interpretou um de seus concertos para violino, acompanhado de trompetes, oboés e cordas como parte das celebrações em honra do Embaixador Austríaco em Veneza do recém-eleito Imperador Sacro Romano Charles VI.

Tartini e seu sonho com a endiabrada sonata…

A lenda diz que quando Tartini ouviu Francisco Maria Veracini tocando o violino em 1716, ficou muito impressionado e insatisfeito com sua própria técnica. Ele fugiu para Ancona e trancou-se em um quarto para praticar o uso do arco com mais tranquilidade e mais convenientemente do que em Veneza, onde ele tinha um lugar na orquestra da ópera. De qualquer forma, ele certamente superou suas limitações, como atestam as dificuldades técnicas de suas obras, como a famosa sonata Il Trillo del Diavolo, que assim introduziu algumas diabruras ao violino e seria seguido atentamente depois pelo também virtuose Niccolò Paganini.

De Locatelli não se sabe o período em que esteve ativo em Veneza, mas ele certamente esteve lá. Uma das características que distinguia Locatelli era a sua técnica do uso do arco. Ele desenvolveu um estilo virtuosístico que explorava todas as suas possibilidades, incluindo arcos rápidos, saltos de corda e arcos duplos. Entre as principais contribuições de Locatelli para a literatura do violino estão suas VI Introduttioni teatrali e VI Concerti, publicadas em 1735, e seu conjunto de concertos para violino intitulado L’Arte del Violino; XII Concerti Cioè, Violino solo, con XXIV Capricci ad libitum, publicado em 1733.

[Parte desta postagem foi construída com ajuda do Chat PQP]

Francesco Maria Veracini (1690 – 1768)

Concerto à otto stromenti em ré maior

  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro

Pietro Locatelli (1965 – 1764)

Concerto em dó menor, Op. 3 No. 2

  1. Andante – Capriccio
  2. Largo
  3. Andante – Capriccio

Giuseppe Tartini (1692 – 1770)

Concerto para violino em fá maior, D. 61

  1. Allegro
  2. Grave
  3. Allegro

Antonio Vivaldi (1678 – 1741)

Concerto para violino em ré maior, RV 208 ‘Grosso Mogul

  1. Allegro
  2. Grave – Recitativo
  3. Allegro

Chouchane Siranossian, violino

Venice Baroque Orchestra

Andrea Marcon

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Chouchane e e o pessoal da orquestra adorou a cortinas azul turquesa do PQP Bach Hall em Sepetiba…

Vejam um trecho de uma crítica a um outro álbum gravado por esses mesmos artistas cujo programa é completo com música de Tartini: After several recordings with Anima Eterna and Jos Van Immerseel, the French violinist Chouchane Siranossian tackles a programme of extremely virtuosic concertos that few Baroque violinists dare to face. Thanks to her technical gifts and to partners ideally suited to this repertory – the Venice Baroque Orchestra and its conductor Andrea Marcon, a specialist in the Italian Baroque style – she takes up the challenge with brio. 

Esta é a ilustração do primeiro Locatelli que o Chat PQP encontrou…

Aproveite!

René Denon

György Ligeti (1923-2006): Peças Diversas – Vários Intérpretes – ֍ — 28/05/2023 — 100 anos de Ligeti!

György Ligeti (1923-2006): Peças Diversas – Vários Intérpretes – ֍  — 28/05/2023 — 100 anos de Ligeti!

Ligeti • Nancarrow

Dutilleux • Scarlatti

Ravel • Chopin

Debussy • Kapustin

 

 

28/04/2023 — 100 anos de Ligeti!

Mais Ligeti aqui.

Para esta postagem comemorativa dos 100 anos de nascimento de György Ligeti imaginei uma reunião de amigos, de pessoas com muitas afinidades que se encontram para um animado papo…

É claro, deve estar presente a música do homenageado. Mas, optei por trazer algumas de suas composições misturadas a peças de outros compositores que lhe fazem, assim, companhia. Imagino que se eles estivessem todos reunidos (quem sabe?) estariam batendo papo, trocando figurinhas.

Alim ao lado do grand piano do PQP Bach Hall em Bucareste

Começo com um disco curto de um jovem pianista – Alim Beisembayev – que ganhou o Leeds Interational Piano Competition em 2021. Andrew ficou aMa(n)zed com os dotes pianísticos do Alim enquanto regia a régia RPO na linda Rapsódia sobre um tema de Paganini, do Sergei Rachmaninov – feito que lhe rendeu a Gold Medal do concurso. Nascido no Cazaquistão no apagar das luzes do século passado, Beisembayev já tem um carreira de pianista consolidada e um disco comercial com os endiabrados estudos para piano de Liszt.

Neste disco (associado ao concurso) ele mostra suas credenciais tocando três lindas sonatas de Scarlatti, duas peças de Miroirs de Maurice Ravel e três estudos para piano do nosso homenageado. É interessante ver a música de Ligeti ao lado de peças de compositores que contribuíram enormemente para o desenvolvimento da técnica de tocar instrumentos com teclado. Mesmo tendo apenas três dos estudos de Ligeti neste disco, já dá para se ter uma ideia do escopo da criatividade do sujeito. Cordes à vide é o segundo estudo do primeiro livro e é estranhamente sereno, calmo e lembra o universo de Debussy. Depois deste momento de reflexão, dois estudos do segundo livro que levam a técnica de piano ao extremo. Der Zauberlehrling (O Aprendiz de Feiticeiro) e L’escalier du diable (que dispensa tradução) são estudos que dão nós nos dedos dos pianistas e deixam todos (inclusive os ouvintes) sem fôlego.

O segundo disco da postagem foi gravado ao vivo (há palmas no final dos números musicais, mas as gravações são impecáveis) na série Wigmore Hall Live no concerto do famoso Arditti String Quartet, cuja identificação com a música moderna é notória. Para este recital eles escolheram quartetos de Conlon Nancarrow, Henri Dutilleux e o Segundo Quarteto de Ligeti. O disco é realmente muito intenso, mas uma audição cuidadosa, de mente aberta às novidades, pode render muitos bons frutos. Desses dois ‘vizinhos’ de Ligeti, Nancarrow é possivelmente o menos conhecido, mas desfrutava um enorme reconhecimento do György. Veja o que ele disse sobre Conlon Nanacarrow: This music is the greatest discover since Webern and Ives… his music is so utmost original, enjoyable, constructive and at the same time emotional… for me it’s the best music of any living composer. […] para mim, é a melhor música de qualquer compositor vivo.

Irvine tentando afinar um Guarneri da coleção do PQP Bach…

Na apresentação do disco, o quarteto de Ligeti é considerado a peça mais difícil. But while both of these works are undeniably impressive for the great difficulties they present, the tour de force of this recording is György Ligeti’s enormously demanding String Quartet No. 2 (1968), a masterpiece of extended string techniques and sonorities that is a bold continuation of the explorations of Béla Bartók. O ‘tour de force’ deste disco é o terrivelmente exigente Quarteto de Cordas No. 2 (1968) de Ligeti, uma obra de técnicas e sonoridades de cordas levadas ao extremo e é uma ousada continuação dos avanços feitos por Béla Bartók.

Ligeti foi um compositor de música para piano, que ele tocava com uma técnica inadequada, como ele mesmo afirmou. Esta técnica inadequada aliada a uma imaginação prodigiosa o fez produzir peças que o colocam como mestre na linha de grandes compositores para piano, como Chopin, Liszt e Debussy.

Antes de Chopin os estudos para piano (Czerny, Moschelles, por exemplo) eram peças que tinham caráter técnico e visavam os estudantes de piano. Schumann e (principalmente) Chopin levaram o gênero a outro nível, devido à qualidade artística das obras que criaram.

Dora sendo simplesmente adorável…

Assim, o último disco da postagem coloca Ligeti em companhia destes dois gigantes, Chopin e Debussy, sem contar três lindas peças de Nikolai Kapustin. Dora Deliyska é uma ótima pianista que também é uma artista versátil e interessante. Ela tem criado projetos que resultam em discos como este, um lançamento recente. Inspirada nas muitas coleções de 24 peças, ela escolheu entre as obras desses quatro compositores – Chopin, Debussy, Ligeti e Kapustin – uma coleção de 12 estudos e 12 prelúdios, criando assim o orgânico programa do disco – Études & Préludes.

A contribuição de Ligeti está na primeira metade do programa – quatro estudos, três dos quais já apresentados no disco do Alim Beisembayev. Você poderá ouvi-los na sequência integrada aos outros estudos dos outros compositores, mas também poderá perceber as nuances entre as diferentes interpretações dos dois pianistas. O quarto estudo é do primeiro livro e chama-se Fanfares. Deve ser tocado tão presto quanto possível, vivacissimo! Em um outro livreto este estudo é caracterizado como uma furious piece, baseado em um ostinato (teimosias) e está relacionado com o Trio para Violino, Trompa e Piano, escrito uns anos antes, em homenagem à Brahms. Resolvi incluir este disco na postagem pelo Ligeti ao lado dos outros compositores, mas também pela criatividade da pianista Dora Deliyska.

E agora, aqui estão eles:

Domenico Scarlatti (1685 – 1757)

  1. Sonata em dó menor, Kk. 22, L. 360
  2. Sonata em dó sustenido menor, Kk. 247, L. 256
  3. Sonata em sol maior, Kk. 13, L. 486

György Ligeti (1923 – 2006)

  1. 6 Études, Livro 1, No. 2 Cordes à vide
  2. 8 Études, Livro 2, No. 10 Der Zauberlehrling
  3. 8 Études, Livro 2, No. 13 L’escalier du diable

Maurice Ravel (1875 – 1937)

  1. Miroirs, M. 43, II. Oiseaux tristes
  2. Miroirs, M. 43, III. Une barque sur l’océan

Alim Beisembayev, piano

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MP3 | 320 KBPS | 85 MB

Conlon Nancarrow (1912 – 1997)

Quarteto de Cordas No. 3

  1. Primeiro Movimento
  2. Segundo Movimento
  3. Terceiro Movimento

György Ligeti (1923 – 2006)

Quarteto de Cordas No. 2

  1. Allegro Nervosa
  2. Sostenuto, Molto Calmo
  3. Come Un Meccanismo Di Precisione
  4. Presto Furioso, Brutale, Tumultuoso
  5. Allegro Con Delicatezza

Henri Dutilleux (1916 – 2013)

Quarteto de Cordas ‘Ainsi La Nuit’

  1. Introduction
  2. I Nocturne
  3. Parenthese 1
  4. II Miroir D’Espace
  5. Parenthese 2
  6. III Litanies
  7. Parenthese 3
  8. IV Litanies 2
  9. Parenthese 4
  10. V Constellations
  11. VI Nocturne
  12. VII Temps Suspendu

Arditti String Quartet

Irvine Arditti, violino

Graeme Jennings, violino

Ralf Ehlers, viola

Rohan de Saram, violoncelo

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MP3 | 320 KBPS | 125 MB

Études & Préludes

  1. Ligeti: Études pour piano, Livro 2, No. 10, Der Zauberlehrling
  2. Debussy: 12 Études, L. 136, No. 7, Pour les Degrés chromatiques
  3. Chopin: Étude em lá menor, Op. 25 No. 11
  4. Ligeti: Études pour piano, Livro 1, No. 4, Fanfares
  5. Chopin: Étude dó sustenido menor, Op. 25 No. 7
  6. Ligeti: Études pour piano, Livro 1, No. 2, Cordes á vide
  7. Chopin: Étude em ré bemol maior, Op. 25 No. 8
  8. Ligeti: Études pour piano, Livro 2, No. 13, L’escalier du diable
  9. Chopin: Étude em si menor, Op. 25 No. 10
  10. Debussy: 12 Études, L. 136, No. 11, Pour les Arpèges composés
  11. Chopin: Étude em lá bemol maior, Op. 25 No. 1
  12. Debussy: 12 Études, L. 136, No. 12, Pour les Accords
  13. Chopin: Prélude ré bemol maior, Op. 28 No. 15
  14. Chopin: Prélude em mi menor, Op. 28 No. 4
  15. Chopin: Prélude em fá sustenido menor, Op. 28 No. 8
  16. Chopin: Prélude em fá sustenido maior, Op. 28 No. 13
  17. Chopin: Prélude em si bemol menor, Op. 28 No. 16
  18. Debussy: Préludes, Livro 1, L. 117, No. 6, Des pas sur la neige
  19. Debussy: Préludes, Livro 2, L. 123, No. 6, General Lavine – eccentric
  20. Debussy: Préludes, Livro 2, L. 123, No. 3, La puerta del Vino
  21. Debussy: Préludes, Livro 1, L. 117, No. 7, Ce qu’a vu le vent d’ouest
  22. Kapustin: 24 Préludes in Jazz Style, Op. 53, No. 12, Allegretto em sol sustenido menor
  23. Kapustin: 24 Préludes in Jazz Style, Op. 53, No. 11, Andante em si maior
  24. Kapustin: 24 Préludes in Jazz Style, Op. 53, No. 6, Animato em si menor

Dora Deliyska, piano

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MP3 | 320 KBPS | 184 MB

Aproveite e festeje a data do Ligeti!

René Denon

É bem possível que György ficaria feliz com as postagens da semana…

Ligeti (1923 – 2006): Études e Trio para Piano, Violino e Trompa – Eric Huebner / Thomas Hell ֍ — 28/05/2023 — 100 anos de Ligeti!

Ligeti (1923 – 2006): Études e Trio para Piano, Violino e Trompa – Eric Huebner / Thomas Hell ֍ — 28/05/2023 — 100 anos de Ligeti!

Eu continuei estudando Matemática e Física por conta própria, mas um ano e meio depois eu me dei conta que queria ser compositor e depois disso nunca mais mudei de ideia.

György Ligeti

Algumas etapas na construção do elusivo Conjunto de Cantor

Mais Ligeti aqui.

Uma das características mais marcantes que vejo na música de György Ligeti consiste no reflexo de sua criatividade e sua recusa de se encaixar em algum estilo musical corrente. Ele estava atento a diversos tipos de estilos musicais – polifonia africana, música da América Latina (discutia em suas aulas as gravações trazidas por Roberto Sierra, um aluno porto-riquenho), jazz como a música de Bill Evans e Thelonius Monk, só para se ter uma ideia. Fora da música ele também tinha interesses diversos, como na Teoria do Caos, conjuntos (fractais) de Mandelbrot, nas tríades do Conjunto de Cantor, na literatura de Jorge Luis Borges e de Lewis Carroll. Essas inspirações e muitas outras lhe deram forças para na última etapa de sua vida produzir música incrivelmente original, como os Études, Estudos para Piano.

O piano ou teclado havia recebido sua atenção em peças como a Musica ricercata, no início da década de 1950 e também na peça Continuum, de 1968, um exercício para produzir um contínuo sonoro a partir de uma grande quantidade de notas tocadas em um pequeno intervalo de tempo (uma inumerável quantidade de finíssimas fatias de salame). Para obter esse efeito, usou o cravo, capaz de grande agilidade no seu mecanismo. Esse instrumento também foi usado, dez anos depois, em mais duas outras peças – a Passacaglie ungherese e Hugarian Rock, quando ele tentava se reconectar com suas raízes húngaras. Outra produção envolvendo piano é o conjunto de três peças para dois pianos, de 1973: Monument, Selbstportrait e Bewegung (Movimento).

De qualquer forma, entre 1977 e 1982 Ligeti passou por um período sem produzir novas obras e enfrentando problemas de saúde. Saindo desse período de seca em 1980, ele conheceu as peças de Conlon Nancarrow que lhes surgeriram novos caminhos criativos. Em 1982 compôs o Trio para violino, piano e trompa a pedido do pianista Eckart Bresch, para acompanhar a composição de Brahms para a mesma combinação de instrumentos. Essa composição o colocou de volta à ativa e deu partida ao maravilhoso processo de composição dos três livros de Estudos. Segundo o próprio Ligeti, seus ‘influenciadores’ foram Scarlatti, Chopin, Schumann e Debussy, mas é claro que ele canalizou para essas obras muitas outras influências.

Pilares da Criação

Eu adoro os nomes dos estudos e como esses nomes refletem aspectos das respectivas obras, lembrando o caso dos prelúdios de Debussy. Veja, a Matemática está presente nas desordem de Désordes e na geometria de Vertige, L’escalier du diable e Columna infinita. Há a poesia de Arc-en-ciel, Automne à Varsóvie, Entrelacs, assim como o técnico Touches bloques ou alusivos e brincalhões Galamb borong e Fém. Der Zauberlehrling é o Aprendiz de Feiticeiro. No último livro, que ficou incompleto, há o estudo com nome de filme – À bout de soulfle, Breathless, Sem Fôlego.

Escolhi para esta postagem um disco com o pianista Eric Huebner que em 2012 foi apontado pianista da Filarmônica de Nova Iorque e é dedicado à música dos séculos 20 e 21. No disco ele interpreta os livros 1 e 2 de Estudos e, na companhia da violinista Yuki Numata Resnick e trompista Adam Unsworth, interpreta o Trio. Gostei inclusive da produção do disco e ficarei de olhe em suas outras contribuições.

Eric Huebner

A obra de Ligeti já tem o passaporte para a posteridade, mas é bastante recente e os primeiros músicos que as interpretaram (alguns inclusive receberam dedicatórias do compositor) ainda estão ativos. A própria colaboração com o compositor está presente em algumas gravações recentes. Ligeti era bastante específico quanto a maneira como esperava que suas obras fossem interpretadas. Mas uma nova geração já está se apresentando e dando a essas peças as suas interpretações e isso é o que torna a música tão orgânica, tão viva. Por isso decidi postar uma outra gravação completa dos 18 estudos, feita para o selo Wergo, dedicado à música contemporânea, pelo pianista Thomas Hell. Irresistível não imaginar o apresentador mandando: Ladys and gentlemen, I now give you Hell, … Thomas Hell! Claro, em inglês hell é inferno, mas em alemão é claro, brilhante. Assim, vocês poderão ver que o Thomas tem fogo e brilho para interpretar os estudos de Ligeti, mas também pode ter uma visão um pouco diferente dessas obras.

Thomas Hell

Uma palavra sobre o selo Wergo. Eu sempre imaginei que Wergo fosse uma palavra em alemão, bem dentro de minha fértil imaginação e santa ignorância. Mas, é simplesmente o nome escolhido para a companhia que foi fundada em 1962 pelo historiador e editor de música Werner Goldschmidt.

E agora, senhoras e senhores, a música!

 

György Ligeti (1923 – 2006)

Études pour piano, Livre I

  1. Désordre
  2. Cordes à vide
  3. Touches bloquées
  4. Fanfares
  5. Arc-en-ciel
  6. Automne à varsovie

Études pour piano, Livre II

  1. Galamb borong
  2. Fém
  3. Vertige
  4. Der Zauberlehrling
  5. En suspens
  6. Entrelacs
  7. L’escalier du diable
  8. Columna infinită

Eric Huebner, piano

Trio for Violin, Horn & Piano

  1. Andante con tenerezza
  2. Vivacissimo molto ritmico
  3. Alla marcia
  4. Lamento. Adagio

Yuki Numata Resnick, violino

Adam Unsworth, trompa

Eric Huebner, piano

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MP3 | 320 KBPS | 161 MB

Critically acclaimed pianist Eric Huebner releases his performance of György Ligeti’s famous Études alongside his iconic Trio for Violin, Horn, and Piano with colleagues Yuki Numata Resnick and Adam Unsworth. Ligeti’s attraction to stylistic influences from across the spectrum, including non-Western music cultures, while preserving a Hungarian core to his aesthetic, is apparent in Huebner’s dynamic performances of these remarkable works.

György Ligeti (1923 – 2006)

Études pour piano, Livre I

  1. Désordre
  2. Cordes à vide
  3. Touches bloquées
  4. Fanfares
  5. Arc-en-ciel
  6. Automne à varsovie

Études pour piano, Livre II

  1. Galamb borong
  2. Fém
  3. Vertige
  4. Der Zauberlehrling
  5. En suspens
  6. Entrelacs
  7. L’escalier du diable
  8. Columna infinită

Études pour piano, Livre III

  1. White on White
  2. Pour Irina
  3. À bout de souffle
  4. Canon

Thomas Hell, piano

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MP3 | 320 KBPS | 131 MB

In the early days, pianists felt obliged to obey Ligeti’s injunction to go always to extremes – of loudness, speed or sheer frenzy. Nowadays, as this new recording shows, they are more relaxed and worldly-wise…In general, it’s the fluidly atmospheric or reflective Etudes that come off best…but overall, this is a magnificent recording.[BBC Music Magazine]

György Ligeti (1923 – 2006)

Três Peças para Cravo

  1. Continuum
  2. Passacaglia Ungherese
  3. Hungarian Rock

Erika Haase, cravo

Três Peças para Dois Pianos

  1. Monument
  2. Selbstportrait
  3. Bewegung

Erika Haase e Carmen Piazzini, pianos

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MP3 | 320 KBPS | 70 MB

Erika Haase foi uma pianista alemã que se dedicou bastante à música de vanguarda. Ela foi amiga de Ligeti, colaborou por um tempo com Boulez e teve Andreas Staier entre seus alunos.

 

 

 

Aproveite!

René Denon

A turma do PQP Bach flagrou Ligeti estudando Matemática

Ligeti (1923 – 2006): Lontano – Concerto para Violino (Benjamin Schmid) – Atmosphères – San Francisco Polyphony (Finnish Radio Symphony Orchestra & Hannu Lintu) ֍ — 28/04/2023 — 100 anos de Ligeti!

Ligeti (1923 – 2006): Lontano – Concerto para Violino (Benjamin Schmid) – Atmosphères – San Francisco Polyphony (Finnish Radio Symphony Orchestra & Hannu Lintu) ֍ — 28/04/2023 — 100 anos de Ligeti!

György Ligeti

Lontano – Concerto para Violino

Benjamin Schmid

Atmosphères – San Francisco Polyphony

Finnish Radio Symphony Orchestra

Hannu Lintu

Mais Ligeti aqui.

1968 foi um ano fora da curva. Entre tantas coisas, assistiu ao lançamento de um filme que mesmo hoje parece além do tempo – 2001, Uma Odisseia no Espaço. Stanley Kubrick sabia como poucos usar a música como um componente fundamental na construção de suas obras.

Pois foi assim, nos fins de 1960, György Ligeti morava na Alemanha e era conhecido como um importante compositor de vanguarda, quando recebeu uma carta de um amigo de Nova Iorque parabenizando-o pela música do recém lançado sucesso, o filme 2001, Uma Odisseia no Espaço. Estamos falando de um tempo no qual as notícias literalmente caminhavam. Ligeti ficou chocado e foi à première do filme em Viena. Passou ouvindo meia hora de sua própria música. Bem, houve uma disputa judicial e ao fim de seis anos a MGM pagou U$ 3500 pelo uso das músicas.

Atmosphères é uma das peças usadas por Kubrick e havia sido composta em 1961, sob encomenda da Southwest German Radio (SWF), que a estreou em 22 de outubro de 1961 sob a regência de Hans Rosbaud. A técnica usada na composição foi chamada por Ligeti de micropolifonia e o efeito obtido não passou desapercebido por Kubrick. Segundo ele, a peça foi escolhida devido à maneira que ela sugere atemporalidade. Essa peça é crucial para criar o clima de imobilidade temporal nos momentos finais do filme.

Kubrick havia enviado partituras de obras de Ligeti para o compositor ‘oficial’ do filme, para que ele compusesse algo ‘semelhante’, mas a música original acabou sendo usada (sem a permissão) mas com os devidos créditos. Apesar do estresse, a música e o nome de Ligeti ganharam audiência universal, bem além dos exotéricos círculos de interessados em música clássica contemporânea, e a obra de Kubrick pode atingir o nível artístico que tem. Posteriormente Kubrick voltou a usar música de Ligeti em seus filmes, mas com as devidas permissões.

 – Mas você gostou do filme? – perguntou um jornalista…

– Sim, eu realmente gostei do filme! – respondeu Ligeti.

Hannu Lintu

A outra peça desse disco é o Concerto para Violino, que foi composto entre 1989 e 1993 e incorpora elementos diversos como influências da música medieval e da renascença, passando pelo romântico e alguns estilos contemporâneos. Uma viagem no tempo. Não deixe de notar o efeito obtido do uso de ocarinas, no seu segundo movimento, e que devem ser tocadas quase em uníssono. O solista, Benjamin Schmid nasceu e estudou em Viena e no Curtis Institute, na Filadélfia. Ele ganhou importantes prêmios em concursos internacionais e se dedica bastante a música mais recente, além de interpretações do repertório mais tradicional. A Orquestra Sinfônica da Rádio Finlandesa é regida por Hannu Lintu, que tem grande interesse em música mais atual.

György Ligeti (1923 – 2006)

    1. Lontano

Concerto para Violino

    1. Praeludium
    2. Aria-Hoquet-Chorale
    3. Intermezzo
    4. Passacaglia
    5. Appassionato
    1. Atmosphères
    2. San Francisco Polyphony

Benjamin Schmid, violino

Finnish Radio Symphony Orchestra

Hannu Lintu

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FLAC | 282 MB

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MP3 | 320 KBPS | 161 MB

Lintu tirando o coro do PQP Contemporary Ensemble…

Em 1980, Kubrick usou outra peça deste disco para uma cena de O Iluminado, desta vez Ligeti estava na companhia de Wendy Carlos, Bartók, Berlioz e Panderecki…

Author and cultural commentator Norman Lebrecht states: “Kubrick had completely altered the way music was applied in movies; no longer as an enhancement of emotion, but as a dimension in its own right.”

O Chat PQP: Uma das obras mais conhecidas de Ligeti para orquestra é “Atmosphères”. Nessa peça, Ligeti busca criar uma textura sonora densa e em constante transformação, explorando a sobreposição de camadas de som e a mudança gradual de timbres e densidades orquestrais. “Atmosphères” é uma obra marcante pela sua abordagem não linear e pelo uso de microvariações, que criam uma atmosfera etérea e misteriosa. Na outra obra, “Lontano”, ele explora a ideia de distância e evocação espacial. A peça começa com notas individuais de diferentes instrumentos, criando um efeito de distância e dispersão sonora. Gradualmente, os sons se juntam, criando uma textura sonora rica e evocativa.

Outra gravação de Atmosphères… veja como os instrumentos da orquestra são usados!

Aproveite!

René Denon

Brahms (1833 – 1897): Sinfonia No. 4 em mi menor, Op. 98 – Abertura ‘Trágica’, Op. 81 – Wiener Philharmoniker & Leonard Bernstein ֍

Brahms (1833 – 1897): Sinfonia No. 4 em mi menor, Op. 98 – Abertura ‘Trágica’, Op. 81 – Wiener Philharmoniker & Leonard Bernstein ֍

Brahms

Sinfonia No. 4

Abertura ‘Trágica’

Wiener Philharmoniker

Leonard Bernstein

 

Eu amo as gravações que Lenny Bernstein fez com a Wiener Philharmoniker para a Deutsche Grammophon, sempre ao vivo – registrazione dal vivo. Tenho revirado meus guardados, acabei chegando aos discos das Sinfonias de Brahms e como gosto especialmente da Quarta, inclui esta gravação nas minhas audições. É um pouco difícil apontar o que a torna especial, mas há um que de cada coisa em diferentes momentos – melancolia, saudades talvez de coisas que passaram, mas também aquilo que os ingleses chamam wit – bom humor, certas acentuações… Em certos trechos é quase impossível não cantarolar junto. Ah, e as maravilhosas cordas da Wiener Philharmoniker tocando Brahms, isso não é algo que se consegue em poucos anos. Finalmente, há humanidade que acredito se deve a Bernstein, assim como grandeur.

Levei o disco para caminhar e só não chamei mais a atenção da vizinhança porque o pessoal já está habituado – sorrisos e gestos de regência afloraram um pouco mais do que o costume.

Comprei os CDs dessas gravações a peso de metal precioso há décadas e a cada audição minha estima por eles se renova e permanece intacta, suspensa no ar!

Johannes Brahms (1833 – 1897)

Sinfonia No. 4 em mi menor, Op. 94

  1. Alegro non troppo
  2. Andante moderato
  3. Allegro giocoso – Poco meno presto – Tempo I
  4. Allegro energico e passionato – Più Allegro

Abertura Trágica, Op. 81

  1. Allegro non troppo – Molto più moderato – Tempo primo

Wiener Philharmoniker

Leonard Bernstein

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FLAC | 244 MB

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MP3 | 320 KBPS | 136 MB

Lenny Bernstein assistindo ao último lançamento da Netflix…

But the finest of the set is undoubtedly the Fourth: the very opening is simple and songful, yet there is plenty of vitality too, the third movement is rhythmically exhilarating and the great passacaglia has weight and momentum nicely in fulcrum: there is real Brahmsian gravitas here. Throughout this symphony there is a fine resonance to the lower strings and the orchestral playing is first class. [Gramophone]

Bernstein estava feliz com o som das cordas da PQP Bach Philharmoniker

Anton Bruckner (1824 – 1896): Sinfonia No. 6 (Para Conjunto de Câmara) – Camerata RCO & Rolf Verbeek ֍

Anton Bruckner (1824 – 1896): Sinfonia No. 6 (Para Conjunto de Câmara) – Camerata RCO & Rolf Verbeek ֍

Bruckner

Sinfonia No. 6

Camerata RCO

Rolf Verbeek

 

Assim que ouvi este disco não pude evitar de parafrasear uma famosa propaganda de margarina: You can’t believe it is not orchestra!

Reduzir para um grupo de câmera a Quarta Sinfonia de Mahler, por exemplo, é plausível. Gustav escrevia para grandes, enormes orquestras, mas sempre conseguindo fazer com que a música soasse como se estivesse sendo executada por um grupo menor de instrumentos.

No caso de Bruckner, a grandiosidade da orquestra parece ser parte essencial do todo, a música com seus enormes crescendo e a importância dos momentos cataclísmicos.

Mas ainda assim, aqui estamos com uma das sinfonias de Bruckner apresentada por um conjunto de 10 músicos. Se bem que esses músicos são membros da RCO, que é a sigla para Royal Concertgebouw Orchestra, uma das melhores. Nas suas próprias palavras: We enjoy playing in the orchestra tremendously. However, we like to expand this joy by playing together in a small ensemble as well. It is refreshing to get to know our colleagues in the orchestra better while performing together as Camerata RCO. We are completely free to choose the repertoire we play, where we play it and with whom. With Camerata RCO we like to be in close contact with our audience. The energy that results from these concerts is what inspires us most. Ou seja, eles adoram tocar na orquestra, mas também gostam de tocar em grupos pequenos. Isso permite que eles se conheçam melhor e a energia desses concertos é muito inspiradora.

Há poucos dias o PQP Bach postou um lindo disco no qual esse grupo interpreta exatamente a Sinfonia No. 4 de Mahler. Neste caso, eles estão na companhia da cantora Barbara Hannigan.

Voltando ao Bruckner, a Sexta Sinfonia não é entre as suas sinfonias aquela que eu mais ouço, mas este disco certamente contribuiu para que dela eu tivesse uma nova perspectiva. Voltarei a ouvir um disco que postei aqui no blog há algum tempo e que naqueles dias muito me agradou. Você também poderá desfrutá-lo acessando este link aqui.

Depois de ouvir isso tudo, mande-me suas impressões. Estou curioso. Afinal, o próprio Anton sentenciou: Die Sechste, die keckste.

Anton Bruckner (1824 – 1896)

Sinfonia No. 6

(Arranjo para Conjunto de 10 Instrumentos)

  1. Majestoso
  2. Adagio: Sehr Feierlich (Sehr Feierlich)
  3. Scherzo: Nicht Schnell – Trio: langsam (Nicht Schnell – Trio : Langsam)
  4. Finale (Doch Nicht Zu Schnell)

Camerata RCO

Rolf Verbeek

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FLAC | 218 MB

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MP3 | 320 KBPS | 124 MB

Rolf Verbeek

CAMERATA RCO

Camerata RCO is a unique ensemble. We are all members of the Royal Concertgebouw Orchestra in Amsterdam and we enjoy playing in the orchestra tremendously. However, we like to expand this joy by playing together in a small ensemble as well.

A Camerata RCO a caminho do Grand Hall do PQP Bach Corp. em Belford Roxo

Aproveite!

René Denon

Schubert (1797 – 1828): Sonata para Piano em lá maior, D. 959 – 3 Minuetos – Arcadi Volodos ֍

Schubert (1797 – 1828): Sonata para Piano em lá maior, D. 959 – 3 Minuetos – Arcadi Volodos ֍

Schubert

Sonata para Piano No. 20, D. 959

3 Minuetos

Arcadi Volodos

 

Volodos has everything – imagination, passion and a phenomenal technique – to carry out his ideas on the piano. His limitless virtuosity, combined with a unique sense of rhythm, color and poetry, makes Volodos the narrator of intense stories and infinite worlds!

Eu ouço música o tempo todo. Enquanto dirijo, quando vou caminhar, sempre que posso no trabalho. Por conta disso, tenho diversas formas de ouvir música: do sistema principal no escritório, na sala de casa, desde o computador ou usando até um velho DVD Player…

O telefone está sempre recheado de coisas que quero ouvir, uma verdadeira caixa de desejos guardados. Mesmo que fique preso em algum elevador, o tédio não me alcançaria, pelo menos não tão rapidamente. Assim, nas noites insones, você sabe, no lugar de contar carneirinhos, ouço música. Mas, à noite, especialmente mais tarde na noite, as coisas ganham outras dimensões. Por exemplo, nada de espelhos! Borges que o diga.

Pois estava eu noite destas, tentando ouvir algo interessante pelo headphone, quando meu desastrado dedo confundiu o aplicativo e alcançou um arquivo que estava adormecido na pasta com as músicas e ouvi, assim às cegas, o andantino desta gravação da Sonata em lá maior de Schubert. Meu Deus, o que foi isso? Começa assim, agarrando a gente pelos ouvidos e vai nos enredando até a irrupção do episódio central, uma erupção de som. Fiquei mesmerizado e, bom, ouvi tudo de novo, agora desde o enorme começo.

Volodos não é um pianista convencional e seus discos são sempre muito interessantes, mesmo que sejam, digamos assim, bastante impregnados de sua personalidade. Ou seja, nada de apagar os arquivos com outras gravações da Sonata, nem pensar em passar adiante os CDs do Pollini ou Kempff ou Brendel, só para mencionar alguns. Mas esse disco é realmente muito especial e se você ainda não ficou convencido das maravilhas que Schubert nos deixou, tente este aqui. Assim, sem mais delongas, vá em frente!

Franz Schubert (1757 – 1828)

Sonata para Piano No. 20 em lá maior, D. 959

  1. Allegro
  2. Andantino
  3. Allegro Vivace
  4. Allegretto

3 Minuetos

  1. Minueto em lá maior, D 334
  2. Minueto em mi maior, D 335
  3. Minueto dó sustenido menor, D 600 com Trio em mi maior, D 610

Arcadi Volodos, piano

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MP3 | 320 KBPS | 128 MB

Every time Arcadi Volodos brings out a new record we are in for a treat. This time he tackles Schubert’s sonata D959, a piece he has been perfecting for years and it shows. The playing is wonderfully intimate, the recording quality superb. The second movement (andante) might be one of the best interpretations I have ever heard. The three minuets (D334, D335 D600) are true gems. The only criticism I have is the short duration. Less than an hour but apart from that 5 stars. [Philip Blackmarr]

Volodos, with his devotion to the work and the subtlety of his phrasing, turns my favorite late Schubert sonata into a magical musical experience, eclipsing even Krystian Zimerman’s wonderful recording.

I wouldn’t go that far, but he may have a point!

Aproveite!

René Denon

Robert Schumann (1810 – 1856), Clara Schumann (1819 – 1896), Johannes Brahms (1833 – 1897): Peças para Piano – Benjamin Grosvenor ֎

Schumann & Brahms

Kreisleriana, Op. 16

Variações, Op. 20

Intermezzi, Op. 117

Outras Peças

Benjamin Grosvenor

 

É interessante poder acompanhar o desenvolvimento de um artista, como é o caso do pianista Benjamin Grosvenor, mesmo que seja sob a perspectiva de seus discos.

Ele sempre fica assim quando isso é mencionado…

Nascido em 1992, foi o mais jovem pianista britânico a assinar contrato com o selo DECCA em 2011. Fazia quase 60 anos que o selo não contratava qualquer pianista britânico.

Já postei dois álbuns dele aqui no blog – o primeiro a ser lançado pela DECCA, no qual ele exibe um repertório de pérolas para o piano, compostas por campeões do teclado: Chopin, Liszt e Ravel. O outro, um álbum temático, Dances, onde o pianista nos brinda com uma coleção de peças de vários compositores inspirados por diferentes tipos de danças.

No álbum desta postagem, lançado há bem pouco tempo, temos uma coleção de peças de três compositores que foram muito, muito próximos. Robert e Clara Schumann, que acolheram o jovem Brahms no início de sua carreira como compositor. Havia muita afinidade musical entre eles, assim como grande admiração pelos seus talentos musicais. Com o agravamento das condições de saúde de Robert, Johannes e Clara conviveram com muita proximidade. Certamente havia amor além de amizade entre eles, mas essa relação não foi avante, após a morte de Robert.

Além da admiração de cada um deles pela obra dos outros, a atuação de Clara, que era uma renomada pianista, na divulgação da obra de ambos, foi importante para a divulgação de suas composições. Ela fez muito para estabelecer o reconhecimento das obras de seus dois compositores preferidos.

No programa, obras de Robert Schumann ocupam o maior espaço, começando com uma primorosa interpretação da coleção de peças inspiradas pela novela de E.T.A. Hoffmann, que tem por personagem um violinista maníaco-depressivo chamado Kreisler. Essa obra é bem típica de Schumann, com contrastes entre o impulsivo Florestan e o sonhador Eusebius.

Mais algumas peças de Robert, entre elas um movimento da Sonata No. 3 para piano, umas quasi variazoni, provavelmente para fazer eco às Variações sobre um tema de Robert Schumann, compostas por Clara, que além de pianista foi ótima compositora. Provavelmente sua obra não é maior devido à sua atividade como intérprete, sem esquecer seu casamento com Robert, com oito filhos (!?!), dos quais quatro sobreviveram a ela.

Nos últimos 15 minutos do disco, 3 Intermezzi da coleção de peças publicadas como o Opus 117, já bem no fim da vida de Johannes Brahms, quase quarenta anos após a morte de Robert.

Robert Schumann (1810 – 1856)

[1-8] – Kreisleriana, Op. 16

[9] – Romance em fá sustenido maior, Op. 28 No. 2

[10] – Blumenstück, Op. 19

[11-15] – Piano Sonata No. 3 in F minor, Op. 14: Quasi variazoni

[16] – Abendlied (arr. Grosvenor)

Clara Schumann (1819 – 1896)

[17-24] – Variações sobre um tema de Robert Schumann, Op. 20

Johannes Brahms (1833 – 1897)

[25-27] – Intermezzi (3), Op. 117

Bejamin Grosvenor, piano

Data da gravação: 24/04/2022

Local da gravação: Potton Hall, Suffolk

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FLAC | 249 MB

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MP3 | 320 KBPS | 201 MB

Trecho final da resenha sobre o disco na Gramophone: The engineering brings out all the colour and nuance of the playing. All in all, this is an album that reaffirms Grosvenor’s status as one of the most accomplished pianists around.

Benjamin Grosvenor impressionado com a última aquisição para a coleção de grand pianos para o acervo do PQP Bach…

Outras gravações de Kreisleriana, de Robert Schumann, podem ser encontradas nas postagens indicadas:

Schumann (1810-1856): Peças para Piano – Radu Lupu

R. Schumann (1810–1856): Kreisleriana ; F. Chopin (1810-1849): 2 Noturnos, Scherzo nº 3, Fantasia (Linda Bustani)

Robert Schumann (1810-1856): Einsam – Peças para Piano – Nino Gvetadze ֎

Aproveite!

René Denon

DESAFIO PQP Bach! –> Bruckner (1824 – 1896): Sinfonia No. 8 em dó menor ֍

DESAFIO PQP Bach!   –>  Bruckner (1824  –  1896):   Sinfonia No. 8 em dó menor ֍

 

Desafio PQP Bach!

Bruckner

Sinfonia No. 8

Desafio Revelado:

Sinfonia No. 8

Versão 1890

Bruckner Orchester Linz

Markus Poschner

 

Ouvir Bruckner nos dias de hoje parece ser um contrassenso – suas sinfonias são imensas, se pensarmos que as canções que tocam nos rádios ou nas plataformas de streaming duram de 2 a 3 minutos e um movimento de uma de suas sinfonias pode bem passar de vinte minutos. Apesar de que Anton também está presente nas plataformas de streaming.

O crítico Eduard Hanslick, que detestava a música de Bruckner, chamou sua Sétima Sinfonia de ‘Symphonic boa constrictor’ ou ‘jibóia sinfônica’. E olhe que a Sétima é uma das poderosas e mais tocadas das suas sinfonias.

Eu, no entanto, faço parte da ‘pequena multidão’ que gosta da música de Bruckner e ouço as suas sinfonias (esta mais do que aquela, mas ouço) com razoável assiduidade.

A Oitava de Bruckner tem um lugar bem especial no Panteão das Sinfonias – quatro enormes movimentos que demandam da orquestra, do regente e dos ouvintes, máximo de concentração, dedicação e energia.

Todos nós nessa ‘pequena multidão’ de Bruckner-maníacos temos nossas escolhas especiais de gravações ou de intérpretes e as discussões sobre este ou aquele detalhe podem ser tão longas quanto a própria música. Mas, o que importa é o prazer de ouvir a música em uma boa interpretação.

Gostei muito dessa gravação e decidi apresenta-la na seção Desafio PQP Bach. Para quem ainda não conhece a coluna, a música é apresentada de maneira anônima para que vocês tirem suas conclusões apenas pelo que está gravado, isento de nomes e preconcepções. Se você reconhecer a orquestra e o regente, escreva e leve a glória de ter vencido um Desafio PQP Bach, além do direito a inúmeros free-downloads e da famosa cocada virtual!

Ao vencedor, a cocada!

É claro que as identidades dos músicos serão eventualmente reveladas para que recebam os aplausos e/ou apupos, conforme vocês decidam!

Anton Bruckner (1824 – 1896)

Sinfonia No. 8 em dó menor

  1. Allegro moderato
  2. Allegro moderato
  3. Adagio: Feierlich langsam; doch nicht schleppend
  4. Finale: Feierlich, nicht schnell

Orquestra: Bruckner Orchester Linz

Regente: Markus Poschner

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FLAC | 305 MB

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MP3 | 320 KBPS | 215 MB

Ouvir uma inteira sinfonia de Bruckner nos dias de hoje já é, por si só, um desafio!

Assim que soube desta edição do Desafio PQP Bach, Anton quis logo pagar uma rodada de cerveja para a nossa turma!

Participe e aproveite!

René Denon

PS: O regente Markus Poschner vem dirigindo a Bruckner Orchester Linz na gravação das diversas versões existentes das Sinfonias de Bruckner. Essa é a segunda versão gravada da Sinfonia No. 8. O Projeto deve estar completo para 2024, comemorando os 200 anos de nascimento de Anton. Eu não ouvi todas as gravações, mas gostei muito desta. O visitante Michel Faivre acertou logo (pode ser, ele disse…) e merece nossa cocada virtual… tenho certeza que ele é um grande apreciador da obra de Bruckner. Fiquei também bastante feliz com as outras tentativas (Boulez foi uma opção mencionada) e também por saber que essas postagens de desafio despertam a curiosidade de alguns dos visitantes do blog. Agora, ao vencedor, a cocada…

Bruckner (1824 – 1896): Missa Solemnis em si bemol maior (1854) – RIAS Kammerchor – Akademie für Alte Musik Berlin – Łukasz Borowicz ֎

Bruckner (1824 – 1896): Missa Solemnis em si bemol maior (1854) – RIAS Kammerchor – Akademie für Alte Musik Berlin – Łukasz Borowicz ֎

Bruckner

Missa Solemnis, WAB 29 (1854)

RIAS Kammerchor

AAM Berlin

Łukasz Borowicz

Eu adoro as sinfonias de Bruckner, especialmente a Quarta e a Sétima, com a Oitava e a Nona bem juntinhas… Já as missas e outras obras (corais) eu virtualmente desconheço. Sei da famosa gravação de um conjunto de missas feito por Eugen Jochum, mas realmente nunca cheguei a ouvir. Talvez por ouvir música coral de períodos anteriores a Bruckner e preferir a abordagem mais ‘autêntica’, digamos assim, tenha deixado essas peças para outras ocasiões.

Łukasz Borowicz concentrado no ensaio com a PQP Bach Orchestra & Choir

Logo que vi este disco imaginei que uma dessas tais ocasiões havia chegado. Pois gostei muito de tudo e decidi postá-lo. A orquestra e coro são muito bem conhecidos e o maestro Łukasz Borowicz já apareceu aqui pelo PQP Bach em outras ocasiões, sempre tocando um repertório bem longe do convencional. Um disco com concertos para violino de Grażyna Bacewicz, postado pelo próprio PQP Bach, e um disco com um concerto para piano de Scharwenka, postado pelo saudoso amigo Ammiratore, cujo link se encontrava quebrado e agora está funcional.

É fácil, pelo menos no meu caso, associar à música de Bruckner uma certa grandiosidade, paisagens sonoras imensas, mas essa Missa (Solemnis) foi composta quando ele ainda estava em Linz, pois só viria a mudar-se para Viena em 1864 e suas sinfonias mais conhecidas (da Terceira em diante) ainda estavam por vir. É por isso que a gravação feita com uma orquestra de proporções menores e com práticas e instrumentos de época é tão apropriada.

Na verdade, o livreto nos informa que a gravação busca reconstruir a sequência musical da ocasião festiva na qual a missa foi apresentada pela primeira vez, mas os registros da ocasião não têm os detalhes suficientes. No entanto, as informações do que foi executado em Saint-Florian em 14 de setembro de 1854 permitem fazer a reconstrução que é apresentada neste álbum. Além dos trechos da Missa Solemnis composta por Bruckner, há inserções de pequenos trechos de outros autores, segundo está indicado no rol das faixas do álbum.

Anton Bruckner (1828 – 1896)

Missa solemnis in B-Flat Minor, WAB 29  (1854)

  1. Kyrie
  2. Gloria. Gloria in excelsis Deo
  3. Gloria. Qui tollis peccata mundi
  4. Gloria. Quoniam tu solus sanctus
  5. Gloria. In gloria Dei Patris

Robert Führer (1807 – 1861)

  1. Christus factus est – Graduale em fá menor (1830)

Anton Bruckner

Missa solemnis in B-Flat Minor, WAB 29

  1. Credo. Credo in unum Deum
  2. Credo. Et incarnatus est
  3. Credo. Crucifixus etiam pro nobis
  4. Credo. Et resurrexit tertia die
  5. Credo. Et vitam venturi saeculi

Joseph Eybler (1765 – 1846)

  1. Magna et mirabilia, HV 108 – Offertorium em si bemol maior (1828)

Anton Bruckner

Missa solemnis in B-Flat Minor, WAB 29

  1. Sanctus. Sanctus Dominus Deus Sabaoth
  2. Sanctus. Benedictus
  3. Agnus Dei. Agnus Dei
  4. Agnus Dei. Dona nobis pacem

Johann Baptist Gänsbacher (1778 – 1844)

Te Deum, Op. 45 (1844)

  1. Te Deum laudamus
  2. Te ergo quaesumus
  3. Per singulos dies

Anton Bruckner

  1. Tantum ergo, WAB 44 (reconstructed by B.-G. Cohrs) (1852)
  2. Magnificat, WAB 24 (reconstructed by B.-G. Cohrs) (1852)

Johanna Winkel (soprano)

Sophie Harmsen (mezzo-soprano)

Sebastian Kohlhepp (tenor)

Ludwig Mittelhammer (baritone)

RIAS Kammerchor

Akademie für Alte Musik Berlin

Łukasz Borowicz

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MP3 | 320 KBPS | 169 MB

Akademie für Alt Musik Berlin

Seção ‘The book is on the table’: Anyone familiar with Bruckner, his symphonic architectures reaching for the stars as well as his later Missas from the 1860s, may well be amazed at how deep his Missa Solemnis is still rooted in the solid tradition of Viennese Classicism. In this recording, this rarely heard and recently re-edited and newly published gem is put into the context of the inauguration service of collegiate provost Friedrich Mayr on 14 September 1854 in St. Florian, for which it was written. It is interspersed with the original Proper settings by Robert Führer, Joseph Eybler, and Johann Baptist Gänsbacher.

Łukasz Borowicz

Qualquer pessoa familiarizada com Bruckner, suas arquiteturas sinfônicas alcançando as estrelas, bem como suas Missas posteriores da década de 1860, pode muito bem se surpreender com o quão profundamente sua Missa Solemnis está enraizada na sólida tradição do classicismo vienense. Nesta gravação, esta joia raramente ouvida e recentemente reeditada e publicada é colocada no contexto do serviço de posse do reitor colegiado Friedrich Mayr em 14 de setembro de 1854 em St. Florian, para o qual foi escrita. É intercalado com as configurações originais do Proper de Robert Führer, Joseph Eybler e Johann Baptist Gänsbacher.

RIAS Kammerchor
Anton Bruckner enquanto jovem…

Aproveite!

René Denon

Rachmaninov (1873 – 1943): Études-Tableaux – Nikolai Lugansky, piano ֍

Rachmaninov (1873 – 1943): Études-Tableaux – Nikolai Lugansky, piano ֍

Rachmaninov

Études-Tableaux

Nikolai Lugansky

[2023]

 

Homenagem pelos 150 anos de nascimento de Rachmaninov

Enormous hands

The composer had possibly the largest hands in classical music, which is why some of his pieces are fiendishly difficult for less well-endowed performers. He could span 12 piano keys from the tip of his little finger to the tip of his thumb.

Essa condição de compositor e pianista resultou em muitas obras com piano – quatro concertos, a Rapsódia sobre um tema de Paganini e inúmeras obras para piano solo. Entre estas, várias coleções de peças curtas, como estudos e prelúdios. Aliás, o Prelúdio em dó sustenido menor, Op. 3, 2 foi um dos primeiros grandes sucessos de Rachmaninov.

Nesta postagem comemorativa temos uma gravação recente dos Études-Tableaux (reunidos em duas coleções: Op. 33 e Op. 39). São estudos, mas cada um alude a alguma imagem, cada um tem uma inspiração visual, porém não explicita. Algumas pistas, no entanto, foram deixadas quando Serge Koussevitzky pediu que Rachmaninov selecionasse algumas dessas peças para serem orquestradas por Ottorini Respighi. As peças orquestradas seriam publicadas por Koussevitzky que as estrearia regendo a Boston Symphony Orchestra. Rachmaninov escolheu cinco dos estudos e Respighi os orquestrou, rearranjando a ordem e seguindo fielmente as intenções de Rachmaninov, inclusive mantendo os nomes.

São eles: La foire (A feira), Op. 39 6(7); La mer et les mouettes (O mar e as gaivotas), Op. 39, 2; La chaperon rouge et le loup (Chapeuzinho vermelho e o lobo), Op. 39, 6; Marche funèbre, Op. 39, 7; Marche, Op. 39, 9.

Sergei Rachmaninov (1873 – 1943)

Études-Tableaux, Op. 33

  1. No. 1 in F Minor (Allegro non troppo)
  2. No. 2 in C Major (Allegro)
  3. No. 3 in C Minor (Grave)
  4. No. 4 in D Minor (Moderato)
  5. No. 5 in E-Flat Minor (Non allegro – Presto)
  6. No. 6 in E-Flat Major (Allegro con fuoco)
  7. No. 7 in G Minor (Moderato)
  8. No. 8 in C-Sharp Minor (Grave)

Etudes-Tableaux, Op. 39

  1. No. 1 in C Minor (Allegro agitato)
  2. No. 2 in A Minor (Lento assai)
  3. No. 3 in F-Sharp Minor (Allegro molto)
  4. No. 4 in B Minor (Allegro assai)
  5. No. 5 in E-Flat Minor (Appassionato)
  6. No. 6 in A Minor (Allegro)
  7. No. 7 in C Minor (Lento lugubre)
  8. No. 8 in D Minor (Allegro moderato)
  9. No. 9 in D Major (Allegro moderato. Tempo di marcia)

3 Pieces

  1. No. 1, Fragments
  2. No. 2, Oriental Sketch
  3. No. 3, Prelude in D Minor

Nikolai Lugansky (piano)

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FLAC | 199 MB

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MP3 | 320 KBPS | 170 MB

Nikolai pronto para autografar seu disco

A crítica ao disco feita pela Gramophone observa que essas coleções não foram criadas para serem tocadas como um ciclo e menciona excelentes interpretações de algumas dessas peças dispersas em recitais por grandes pianistas, como Sviatoslav Richter e Mikhail Pletnev entre tantos. No entanto, tê-los reunidos em uma só gravação por um expoente virtuoso como Nikolai Lugansky (esta é a segunda gravação dele destas peças) tem suas vantagens.

Aproveite!

René Denon

Bach (1685 – 1750): Matthäus Passion – Ensemble Pygmalion & Raphaël Pichon ֎

Bach (1685 – 1750): Matthäus Passion – Ensemble Pygmalion & Raphaël Pichon ֎

BACH

Paixão Segundo Mateus

Julian Prégardien

Matrîse de Radio France

Ensemble Pygmalion

Raphaël Pichon – Regente

 

Soli Deo Glori – era isso o que Bach escrevia ao fim de cada uma de suas partituras, fosse a música sacra ou não. Fé e religiosidade permeia toda a sua obra e isso transparece para nós todos, mesmo aqueles entre nós que não professam alguma tipo de crença.

Nesses dias que antecedem a Semana Santa temos uma oportunidade de experimentar algum tipo de exercício de espiritualidade, de nos aproximarmos um pouco deste lado mais misterioso da vida, pois que nem só de pão vive o homem.

Julian Prégardien, o evangelista

Eu gosto desse período e faço isso de algumas formas e ouvir esse tipo de música me leva a isso, a acreditar que podemos ainda nos elevar. Este ano estou um pouco mais animado e sinto tanto no trabalho como em minhas outras realizações algumas boas razões para agradecer ao Bom Deus, mesmo que sempre haja pelo que implorar.

O mistério da Paixão de Cristo é grande, mas a música de Bach nos ajuda a alguns vislumbres. A mensagem hoje é de esperança, pois que depois do sacrifício há a ressurreição. Ainda mais sendo a música assim tão boa, como a da gravação.

O grupo francês Pygmalion e seu jovem regente Raphaël Pichon tem mostrado como ainda há o que dizer sobre estas obras usando o estilo de instrumentos e práticas de época, como mostram seus inúmeros prêmios e excelentes críticas. Tudo é excelente, como no caso de Evangelista Julian Prégardien, filho de outro Prégardien, que cantou em tantas outras memoráveis gravações. Sinal de renovação e que você também tenha a oportunidade de ouvir tantas belezas e refletir sobre o que é menos óbvio na vida.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Paixão Segundo Mateus

Julian Prégardien, Evangelista

Stéphane Degout, baixo (Jesus)

Sabine Devieilhe, soprano

Lucile Richardot, contralto

Reinoud Van Mechelen, tenor

Hana Blažiková, soprano

Maîtrise de Radio France

Ensemble Pygmalion

Raphaël Pichon

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FLAC | 748 MB

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MP3 | 320 KBPS | 413 MB

Raphaël Pichon

The breath of the spiritʼ Bach and Pygmalion: the story of a passion, linking the genius of the Thomaskantor to a reflection on inner drama and constantly renewed vocality. This Matthäus Passion marks a major stage in this fifteen-year companionship and testifies to the culmination of their work on Bach, characterised by its precision and humility. Read through the prism of a tragedy in five acts, at once intimate and theatrical, human and metaphysical, the Passion is revealed here in a new light: as a deeply moving and universal epic. Harmonia Mundi

With its glowing inner vitality and penetrating observations, this is a Passion that makes a very definite statement about what this work can communicate in our times. Gramophone, abril de 2022

Traduzi um pedaço de uma resposta dada por Raphaël Pichon em uma entrevista que consta no libreto: A história da Paixão de Cristo se apresenta até hoje como um drama vivo e um dilema moral de relevância universal, no qual — qualquer que seja nossa espiritualidade ou cultura — todos nós somos confrontados com a nossa própria mortalidade, nossa própria busca por respostas. Todos nós compartilhamos sua humanidade. A imensa genialidade de Bach foi sair completamente da liturgia formal, colocando-nos bem dentro do drama: nos tornamos atores, fazemos parte da ação, a sentimos tanto em nossa sensibilidade quanto fisicamente.  Nós atravessamos um drama que é acima de tudo humano: injustiça, traição, amor, sacrifício, perdão, remorso, compaixão, pena… De maneira sem precedentes, Bach comunica e nos faz sentir a fragilidade e as falhas da humanidade e descreve um mundo cheio de erros, onde amor e fé são as únicas respostas. Na busca de desafiar e consolar a consciência humana, ele nos oferece um genuíno ‘bálsamo para a alma”, unversal e atemporal.

Reflita e aproveite!
René Denon

Carlo Crivelli (c. 1487)

Rachmaninov (1873 – 1943): Peças para Piano – Andrei Gavrilov, piano ֎

Rachmaninov (1873 – 1943): Peças para Piano – Andrei Gavrilov, piano ֎

Rachmaninov

Peças para Piano

Ravel

Gaspard de la nuit

Andrei Gavrilov

 

Sergei Rachmaninov (1873 – 1943)

150 anos de nascimento

Este ano de 2023 é particularmente pródigo em efemérides para o compositor, pianista e regente Sergei Rachmaninov. Em 28 de março são 80 anos desde a sua morte, em 1943. Em 1º. de abril são 150 anos desde o seu nascimento, em 1873.

Eu prefiro celebrar o nascimento de Sergei Rachmaninov fazendo algumas postagens de suas músicas com os intérpretes que eu gosto de ouvir. Começaremos com uma coleção de peças curtas – prelúdios, estudos, coisas assim. Para apresentar essas maravilhas da literatura para piano, escolhi um intérprete espetacular.

Capa do lp com o Gaspard de la nuit

Quais são os critérios para reconhecer um grande artista, digamos, um grande pianista? Precocidade? Demonstrar habilidades desde a mais tenra infância? Bem, Andrei Gavrilov começou a estudar piano com sua mãe (dele, lá) aos dois anos (!?!!).

Ser aceito nas instituições reconhecidas? Pois Gavrilov foi aceito na Escola Central de Música de Moscou aos 6 anos e posteriormente completou seus estudos no Conservatório de Moscou.

Ganhar prêmios importantes? Veja que ele ganhou o Concurso Internacional de Piano Tchaikovsky aos 18 anos! Foi aclamado neste mesmo ano no Festival de Salzburgo, substituindo ninguém menos do que Sviatoslav Richter.

Ter o reconhecimento de seus pares? O enorme, imenso Sviatoslav Richter foi um destes. As gravações das Suítes de Handel feitas por eles – alternadamente – são famosíssimas.

Andrei Gavrilov

Sim, Andrei Gavrilov é um pianista espetacular, mas também um bocado de drama e suspense fazem parte. Em 1979 ele era esperado para gravações em Berlim com o kaiser Karajan, mas não apareceu nem para os ensaios. De volta em Moscou caíra em desgraça, tivera o passaporte cancelado e estava praticamente em prisão domiciliar com agentes vigiando as portas. Essa situação perdurou até 1984, quando a intervenção de Mikhail Gorbachev ocorreu. Finalmente Gavrilov poderia se mover pelo mundo gravando e dando concertos. Gravou ótimos discos para a EMI e, posteriormente, também para o selo amarelo.

Lamentavelmente, em 1993 ele interrompeu sua carreira de apresentações e gravações. Assim como ocorre eventualmente com alguns artistas, a intensidade das atividades pesou demasiadamente. Este disco (a parte do Rachmaninov) foi gravado pela EMI em Moscou, em associação com a gravadora russa Melodia e foi lançado em 1984. As faixas bônus (o adendo Gaspard de la nuit, de Ravel) fez parte originalmente de um álbum de 1978.

Sergei Rachmaninov (1873 – 1943)

  1. Prelúdio em si bemol maior, Op. 23, 2
  2. Prelúdio em fá sustenido menor, Op. 23, 1
  3. Étude-tableau em fá sustenido menor, Op. 39, 3
  4. Prelúdio em mi bemol maior, Op. 23, 6
  5. Prelúdio em sol sustenido menor, Op. 32, 12
  6. Prelúdio em sol menor, Op. 23, 5
  7. Élégie em mi bemol menor, Op. 3, 1
  8. Moment musical em si menor, Op. 16, 3
  9. Moment musical em mi menor, Op. 16, 4
  10. Moment musical em ré bemol maior, Op. 16, 5
  11. Moment musical em dó maior, Op. 16, 6
  12. Étude-tableau, Op. 39, 5

Maurice Ravel (1875 – 1937)

Gaspard de la nuit
  1. Ondine. Lent
  2. Le Gibet. Très lent
  3. Scarbo. Modéré

Andrei Gavrilov, piano

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FLAC | 239 MB

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MP3 | 320 KBPS | 163 MB

O sorriso de Sergei

Apesar de seu enorme sucesso, inclusive financeiro, Rachmaninov raramente sorria ao ser fotografado. Muito alto e sempre sisudo, foi certa vez chamado por Stravinsky de ‘dois metros de melancolia russa’ ou algo assim. Sempre se perde um pouco na tradução, vocês sabem…

Apesar disso, ele morava em uma mansão em Beverly Hills e era apaixonado por carros e barcos de corrida. Foi o primeiro do bairro a comprar um automóvel.

Aproveite!

René Denon

 

Mozart (1756 – 1791): Concertos para Piano Nos. 21 e 24 – Robert Levin, piano – Academy of Ancient Music & Richard Egarr ֎

Mozart (1756 – 1791): Concertos para Piano Nos. 21 e 24 – Robert Levin, piano – Academy of Ancient Music & Richard Egarr ֎

MOZART

Concertos para Piano Nos. 21 & 24

Robert Levin, piano

Academy of Ancient Music

Richard Egarr

 

SEN-SA-CIO-NAL

Eu ouço Concertos para Piano de Mozart desde sempre, desde o século passado. Comecei com o disco de Maurizio Pollini e depois o de Emil Gilels, ambos acompanhados pela imensa Wiener Plhilharmoniker, regida por Böhm. Depois desses vieram os discos da série do Murray Perahia, especialmente o disco com os Concertos Nos. 19 e 23, que repete o repertório do disco de Maurizio Pollini. Há uma notável gravação dos Concertos Nos. 21 e 25, com o espetacular pianista Stephen (Bishop) Kovacevich, acompanhado pela London Symphony Orchestra regida por Colin Davis. E tantos outros que é impossível mencionar nem a terça parte: Uchida/Tate, Brendel/Marriner, Brendel/Mackerras…

Nestas páginas tenho postado várias gravações, incluindo a integral gravada pela Naxos com o incansável Jenö Jandó, cuja coleção mantenho sempre bem à mão.

Richard Egarr

Confesso ter tido algumas dificuldades com as gravações HIP desses maravilhosos concertos. A gravação pioneira feita por Malcolm Bilson, The English Baroque Soists e John Eliot Gardiner tem capas encantadoras e o início dos concertos revela todos os aspectos que eu considero positivos do movimento dos instrumentos de época, transparência na textura orquestral, maior presença e clareza do som dos instrumentos de sopros, andamentos a tempo justo. Mas, quando aparece o piano, meu coração fica frio. Algo parecido ocorre com as gravações de Melvyn Tan, acompanhado pelo London Classical Players regido por Roger Norrington. A série feita por Jos van Immerseel com a orquestra Anima Eterna renovou minhas esperanças, mas eu continuava relutante, inclusive com as gravações feitas pelo pianista e eminente musicólogo Robert Levin, acompanhados pela Academy of Ancient Music regida então pelo seu titular Christopher Hogwood.

Robert Levin falando com o pessoal do PQP Bach sobre seu projeto

Assim, quando me deparei com esse disco, gravado pelo (quase) mesmo time, perto de vinte anos após a última seção, senti um misto de esperança e resignação. O regente agora é Richard Egarr, no lugar do (late) Hogwood.

Mudaram os músicos no seu literal ímpeto devotado aos costumes de época? Mudaram os engenheiros de som, recolocando o piano na paisagem sonora gravada? Mudei eu mesmo? Provavelmente sim em todas as instâncias!

Eu achei o disco espetacular! Há muito não ouvia um disco com tanto prazer, que não parei mais. Na ida ao tênis, ao acordar, antes de dormir. Tudo isso ocorrendo segundo o relatado, não hesito em tascá-lo aqui. Vejam vocês, as suas impressões, e depois me digam…

Ah, tão enlevado fiquei que me esqueci de mencionar. Dois concertos de peso – aquele que chamávamos ‘Elvira Madigan’ e aquele outro, que o Ludovico amava. Dois adágios que qualquer compositor daria um braço e uma perna para tê-los composto…

Richard Egarr permite uma flexibilidade aos músicos da AAM, dando tempo para que respirem. Robert Levin usa sua autoridade de musicólogo com leveza para ornamentar o solo, dando um que de inovação aos tão famosos concertos e reforçando o tuti, quando não está solando. Maravilha!

AAM adorando conhecer o Jardim de Inverno da sede do PQP Bach co-op em Alegrete

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Concerto para Piano No. 21 em dó maior, K467 ‘Elvira Madigan’

  1. Allegro maestoso
  2. Andante
  3. Allegro vivace assai

Concerto para Piano No. 24 em dó menor, K491

  1. Allegro
  2. Larghetto
  3. Allegretto

Robert Levin, fortepiano

Academy of Ancient Music

Richard Egarr

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FLAC | 232 MB

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MP3 | 320 KBPS | 147 MB

Richard visitando a coleção de cravos do PQP Bach…

Seção ‘The Book is on the Table’:

Retrato do artista quando (mais) jovem…

“Academy of Ancient Music (AAM) resumes a celebrated project to record Mozart’s complete Piano Concertos, with this ninth volume released after an extraordinary 20-year wait. Together with renowned scholar-pianist Robert Levin, AAM presents Mozart’s Piano Concertos No. 21 in C Major K467, perhaps one of Mozart’s most well-known Piano Concertos and featured in films The Spy Who Loved Me and Elvira Madigan, and No. 24 in C Minor K491, described by Mozart scholar Alexander Hyatt King as ‘not only the most sublime of the whole series but also one of the greatest pianoforte concertos ever composed’.

This release marks the renewal of a landmark project begun in 1993 on the Decca label to record Mozart’s entire works for keyboard. It will be followed by the four final albums of the series later in 2023 and 2024.”

Não deixe de visitar essa postagem, se tiver tempo…

Mozart (1756-1791): Concertos para Piano Nos. 21 e 24 – Jean-Claude Pennetier – Orchestre Philharmonique de Radio France – Christoph Poppen

Domenico Scarlatti (1685-1757): 17 Sonatas – Wolfram Schmitt-Leonardy, piano ֍

Domenico Scarlatti (1685-1757): 17 Sonatas – Wolfram Schmitt-Leonardy, piano ֍

Domenico Scarlatti

Sonatas

Wolfram Schmitt-Leonardy

 

Como uma personagem de Virginia Wolf, Domenico Scarlatii viveu duas vidas em uma. Até seus quase quarenta anos seguiu o modelo e imposições de seu pai, Alessandro Scarlatti, compositor de óperas napolitano. A música que produziu nesta vida – essencialmente óperas e música litúrgica sacra, não é má (há um disco de John Eliot Gardiner regendo o famoso Monteverdi Choir no qual você pode ouvir um Stabat Mater), mas não chega levantar a plateia. A morte de um Scarlatti permitiu o nascimento (ou o renascimento) do outro. Domenico, ou Domingo, como viria a ser conhecido em sua nova vida, deixou seu cargo como Diretor Musical da Basílica de São Pedro, onde trabalhava para o Cardeal Ottoboni e também servia a Rainha da Suécia, e rumou para o Oeste!

Maria Bárbara, Princesa de Portugal, Rainha de Espanha

Podemos mudar de vida, mas certos hábitos são do tipo ‘die hard’. Domingo Scarlatti foi servir a Casa Real de Portugal e ficou encarregado de dar lições de cravo para a Princesa Maria Bárbara de Bragança. A garota era longe de ser bonita e seria feia caso não fosse princesa, mas era ótima aluna e se tornou Rainha da Espanha. Tudo isso para nossa (e de Domenico) sorte. Pois que o marido dela, Fernando, também apreciava a música.

Como parte da entourage do casal real, Scarlatti teve sua subsistência para lá de garantida – morou em linda casa em Madri e a rainha também lhe socorria quando havia problemas devido aos pecadilhos dos jogos. Ele chegou mesmo a ser Cavaleiro da Ordem de Santiago, que lhe garantia o direito de usar roupas de veludo e seda, assim como anéis, colares e até mesmo um chapéu também de veludo.

Dom Domingo

Este luxo todo foi recompensa pela criatividade que desabrochou neste novo Scarlatti e o fez produzir mais de 500 sonatas – uma novidade após a outra. Incrementadas por sabores e sons de Espanha, elas deram ar da graça em 1738, quando trinta delas foram publicadas e depois republicadas em Londres, com mais doze acrescentadas ao lote.

Schmitt-Leonardy em pose de pianista…

Toda essa obra foi preservada em cópias lindamente manuscritas e encadernadas com capas de couro, a mando da Rainha. Essa verdadeira música de Scarlatti nunca deixou de encantar os apaixonados pela música de teclado, Frederico Chopin sendo um deles, e eu adoro ouvi-las interpretadas ao piano, como é o caso neste álbum mesmo espetacular. Ouça as três primeiras sonatas do disco e terás uma perspectiva do que está pela frente… Uma faixa melhor do que a outra. Se fores ouvir uma só, para alegrar seu dia, ouça a faixa No. 7, que aqui chamamos ‘A Espivetada’. E se estiver sobrando mais um tempinho, e precisares de um bom momento de reflexão, vá para a faixa No. 12, a Sonata Reflexiva!

O pianista Wolfram Schmitt-Leonardy gravou álbuns para o selo Brillant com música de Chopin e Schumann e Brahms, entre outros. Este disco com música de Scarlatti é o primeiro que eu ouço, mas fiquei animado para conhecer mais suas interpretações. Os Prelúdios de Chopin estão já na minha lista de futuras audições…

Domenico Scarlatti (1685 – 1757)

  1. Sonata K. 1 em ré menor
  2. Sonata K. 32 em ré menor
  3. Sonata K. 33 em ré maior
  4. Sonata K. 87 em si menor
  5. Sonata K. 29 em ré maior
  6. Sonata K. 27 em si menor
  7. Sonata K. 427 em sol maior
  8. Sonata K. 132 em dó maior
  9. Sonata K. 98 em mi menor
  10. Sonata K. 135 em mi maior
  11. Sonata K. 162 em mi maior
  12. Sonata K. 208 em lá maior
  13. Sonata K. 39 em lá maior
  14. Sonata K. 322 em lá maior
  15. Sonata K. 455 em sol maior
  16. Sonata K. 95 em dó maior
  17. Sonata K. 466 em fá menor

Wolfram Schmitt-Leonardy, piano

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Wolfram ficou bem mais relaxado depois que você baixou o álbum….

Wolfram Schmitt-Leonardy was born in Saarlouis, Germany, in 1967, and his first important teacher was a student of Walter Gieseking and Edwin Fischer. His quintessentially pianistic approach to Scarlatti exploits all the colouristic possibilities of a modern grand, while articulating the quick sonatas with sparkling deftness of touch.

Sparkling and touching!

Aproveite!

René Denon

Monteverdi (1567-1643): Teatro d’Amore – L’Arpeggiata & Christina Pluhar ֎

Monteverdi (1567-1643): Teatro d’Amore – L’Arpeggiata & Christina Pluhar ֎

Claudio Monteverdi

Teatro d’Amore

Nuria Rial & Philippe Jaroussky

L’Arpeggiata

Christina Pluhar

Antes deste disco eu costumava ver Claudio Monteverdi como uma figura de valor histórico, compositor que desempenhara um papel importante no desenvolvimento da música entre os períodos renascentista e barroco. Sim, tem a coleção ‘Vespro della Beata Vergine’ e eu já havia ouvido o ‘Torna Zéfiro’, que está no disco, mas não havia me dado conta que a música de Claudio Monteverdi têm esta dimensão de atualidade, que identificamos na música que faz parte de nossa vida. Este álbum mostrou-me como sua música é atemporal – acordes, suspiros, e todo o encanto de cantar sobre amar e ser amado. Não deixe de ouvir!

Nuria adorou o fim de semana na Ilha do PQP Bach

A Abertura é cartão de visita e ecoa no início de ‘Vespro della Beata Vergine’. É claro que os músicos que produziram o álbum têm enorme mérito e passarei a buscar outros discos associados a seus nomes. Um destaque para Nuria Rial e Philippe Jaroussky, que tornam mágicos alguns dos momentos aqui, como no dueto ‘Pur ti miro’, da ópera ‘L’Incoronazione de Poppea’. Esta faixa é a campeã em número de bis aqui em casa. Sem contar o efeito da língua italiana, apropriada para falar de ‘amore’:

O mia vita, o mio tesoro,

Io son tua, tuo son io…

Philippe ficou no Castelo do PQP Bach e se divertiu muito!

É verdade que é quase a mesma coisa em português, mas dito assim, pelo menos aqui, faz enorme sucesso!

Ah, os instrumentistas que acompanham os cantores são sensacionais. Sopros, percussão e instrumentos dedilhados, um som envolvente e expressivo.

L’Arpeggiata é um grupo liderado pela harpista Christina Pluhar que tem muita presença e personalidade, mas deve ser também muita aglutinadora, pois todos estão muito bem. O álbum foi produzido na Sala de Concerto Vredenburg, em Utrecht, durante uma edição do Festival Oude Muziek.

L’Arpeggiata

Christina Pluhar diz: “O que há de mais admirável em Monteverdi é a tremenda diversidade de técnicas composicionais que ele domina e combina de forma brilhante. Nesta gravação, gostaríamos de destacar a variedade de suas composições seculares.”

Claudio Monteverdi (1567 – 1643)

  1. L’Orfeo, SV 318 – Toccata (Alessandro Striggio)
  2. Ohimè ch’io cado, SV 316 (PJ)
  3. Pur ti miro, dueto de L’Incoronazione di Poppea (PJ & NR)
  4. Damigella tutta bella, SV 235 (JF, NA, CA, PJ, JvE, NR)
  5. Madrigais, Livro 8: Lamento della ninfa, SV 163: IV. Amor (NA, CA, NR, JvE)
  6. Si dolce è’l tormento (do Libro Nono di Magrigali e Canzonette) (PJ)
  7. L’Orfeo, SV 318, Act 5: Sinfonie & Moresca (Alessandro Striggio)
  8. Madrigais, Livro 7: Interrotte speranze, SV 132 (JvE, CA)
  9. Chiome d’oro, bel thesoro, SV 143 (Arranjo de Christina Pluhar) (NR)
  10. L’Incoronazione di Poppea, SV 308, Act 2: “Oblivion soave” (Arnalta) (PJ)
  11. Hor che’l ciel e la terra (Livro 8), SV 147 (NA, JF, MR, CA, LA, PJ, JvE)
  12. Madrigais, Livro 7: Tempro la cetra, SV 117 (JvE, CA)
  13. Livro 8: Ballo, SV 154b
  14. Madrigais, Livro 7: Con che soavità, SV 139 (NR)
  15. Madrigais, Livro 8: Vago augelletto che cantado vai, SV 156 (NA, JF, ZT, CA, LA, PJ, JvE)
  16. Zefiro torna e di soavi accenti, SV 251 (Arranjo de Christina Pluhar) (PJ, NR)

Nuria Rial, soprano

Philippe Jaroussky, contra-tenor

João Fernandes, baixo

Nicolas Achten, baritono

Cyril Auvity, tenor

Jan van Elsacker, tenor

Michaela Riener, soprano

Lauren Armishaw, soprano

Zsuzsanna Toth, soprano

L’Arpeggiata

Christina Pluhar

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Christina Pluhar

Seção “The book is on the table”:

“As resident ensemble at the Festival Oude Muziek Utrecht in August 2006, L’Arpeggiata presented the programme of this CD in concert and recorded it in the main auditorium of the Vredenburg with its outstanding acoustics.” – Liner notes

The gorgeous singing of the soloists and stylish instrumental performances, though dazzling and gimlet-eyed, are also elegant and respectful without being obsequiously slavish to convention. BBC Music, 2009

Still, as a whole, this CD is joyous and moving. In short, Monteverdi by a magnificent artist, presented in a manner that is either the height of bastardization, or a genuine example of intelligent democratization–you choose!

Improvised cornett parts are much in evidence, but not in the excerpts from Poppea. Jaroussky is not quite gentle enough in Arnalta’s lullaby; but in “Pur ti miro” he and Nuria Rial make the most of the semitone clashes, their lines intertwining sensuously over a beguiling plucked continuo accompaniment. Do give this very lively disc a try.

Não deixe de ouvir este maravilhoso disco! Aproveite! (Eu fiquei pluhado…)

René Denon

Christina e Philippe no recital para o pessoal do PQP Bach

Florence Price (1887-1953): Scenes in Tin Can Alley (Peças para piano) – Josh Tatsuo Cullen, piano – Semana do Dia Internacional da Mulher ֎

Florence Price (1887-1953): Scenes in Tin Can Alley (Peças para piano) – Josh Tatsuo Cullen, piano  – Semana do Dia Internacional da Mulher ֎

 

Florence Beatrice Price

Peças para piano

Josh Tatsuo Cullen

 

 

Homenagem pelo Dia Internacional da Mulher

Em muitos sentidos, Florence Beatrice Price foi uma mulher única. Nascida em uma família multiracial, tornou-se a primeira compositora afro-americana a ter uma sinfonia interpretada por uma grande orquestra americana. Nada menos que a Chicago Symphony Orchestra, sob a regência de Frederick Stock, seu regente principal, em 1933.

Nascida em Little Rock, Arkansas, em uma comunidade racialmente integrada, era filha de um dentista e uma professora de música. Aos 16 anos foi aceita no New England Conservatory, em Boston, e recebeu completa formação musical na mais respeitada instituição deste tipo nos EUA. Retornou a Little Rock após sua formação, até a morte de seus pais. Depois foi para o sul e tornou-se professora da Clark Atlanta University, onde conheceu o advogado Thomas Price, com quem se casaria. As condições de vida no sul, com a segregação racial, tornou a vida muito difícil e eles mudaram-se para Chicago. O casamento não foi feliz e eles divorciaram-se.

Em Chicago havia algumas oportunidades de trabalho, tais como composição de peças instrucionais, especialmente para crianças, com muitas publicações, mas nenhuma posição em alguma instituição de ensino. Outra fonte de renda vinha de tocar música durante os filmes do cinema mudo e compor música para o rádio (usando codinome).

Florence e sua obra foram caindo em esquecimento após sua morte, mas a sua verdadeira dimensão começou a ser vislumbrada em 2009. Um casal de St. Anne, Illinois, se preparava para reformar uma casa abandonada em péssimas condições quando se depararam com pilhas e pilhas de papéis, com o nome Florence Price escrito por todos os lados. Arquivistas da Universidade de Arkansas foram informados e recolheram esse tesouro. A casa havia sido usada por Florence Price para veraneio e depois de sua morte havia sido abandonada e, como muitas de suas contribuições, caído em esquecimento. Não fosse o cuidado do casal, esse esquecimento teria se perpetuado. Entre os papéis foram encontrados uma sinfonia e dois concertos para violino, além de muitas outras coisas. Lentamente agora a obra dessa notável mulher está sendo apresentada a uma maior audiência. Assim, para homenageá-la trazemos um álbum com algumas de suas peças para piano, interpretadas por Josh Tatsuo Cullen. Eu gostei muito da música deste disco e esta é a principal razão de incluí-lo nas postagens comemorativas do Ano Internacional da Mulher. Há um que de ragtime, em algumas das peças, mas há bem mais do que isso. As peças Clouds e Church Spires in Moonlight são bastante especiais. Talvez algum de nossos outros colaboradores consiga trazer outras postagens que ilustrem ainda mais a obra desta notável compositora.

Florence Beatrice Price (1887 – 1953)

  1. Scenes in Tin Can Alley: The Huckster
  2. Scenes in Tin Can Alley: Children at Play
  3. Scenes in Tin Can Alley: Night
  4. Thumbnail Sketches of a Day in the Life of a Washerwoman: Morning
  5. Thumbnail Sketches of a Day in the Life of a Washerwoman: Dreaming at the Washtub
  6. Thumbnail Sketches of a Day in the Life of a Washerwoman: A Gay Moment
  7. Thumbnail Sketches of a Day in the Life of a Washerwoman: Evening Shadows
  8. Clouds
  9. Village Scenes: Church Spires in Moonlight
  10. Village Scenes: A Shaded Lane
  11. Village Scenes: The Park
  12. Preludes: No. I Allegro Moderato
  13. Preludes: No. II Andantino Cantabile
  14. Preludes: No. III Allegro Molto
  15. Preludes: No. IV Wistful. Allegretto con Tenerezza
  16. Preludes: No. V Allegro
  17. Cotton Dance (Presto)
  18. Three Miniature Portraits of Uncle Ned: At Age 17
  19. Three Miniature Portraits of Uncle Ned: At Age 27
  20. Three Miniature Portraits of Uncle Ned: At Age 70

Josh Tatsuo Cullen, piano

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Josh gostou de aparecer aqui no PQP Bach apresentando música de Florence Price

Trechos da resenha de Jed Distler para a revista Gramophone:

There’s no question, however, that Josh Tatsuo Cullen’s taking on the short and charming piano pieces gathered for this release is an act of the utmost sincerity and a true labour of love. He believes in this music and plays it with finesse, flair and conviction.

Cullen infuses the impressionistic Clouds with the same concern for nuance and tonal application that a pianist such as Ivan Moravec brought to Debussy. Conversely, he serves up Cotton Dance like the hard-hitting cakewalk it is.

Mais informações sobre F. Price, aqui.

Aproveite!
René Denon

Diversos Compositores – Antologia de Intérpretes Femininas – Semana do Dia Internacional da Mulher

Diversos Compositores – Antologia de Intérpretes Femininas – Semana do Dia Internacional da Mulher

Ji Su Jung, percussionista

Marin Alsop, regente

Maria João Pires, pianista

Gina Bachauer, pianista

 

Nesta postagem especial preparada para homenagear as mulheres nesta semana do Dia Universal da Mulher, escolhi algumas excelentes intérpretes que representam a enorme e inestimável contribuição delas para a música.

Ji Su Jung

Começamos nosso programa com o Concerto para Marimba, escrito pelo jovem compositor norte-americano Kevin Puts. A solista chama-se Ji Su Jung, que foi a primeira percussionista a ganhar a prestigiosa bolsa Avery Fisher Career Grant. Formada pelo Peabody Institute, da Johns Hopkins University, e pela Yale School of Music, Ji Su Jung é agora uma solista requisitada universalmente e professora do Curtis Institute of Music e do Peabody Institute.

Marin Alsop

Sobre o Concerto, o compositor explicou como surgiu a inspiração: A melodia da abertura do Concerto foi provavelmente inspirada quando ouvi o aquecimento de um pianista no placo do Teatro Eastman enquanto por lá passava a caminho da aula. A tonalidade de mi bemol maior sempre me foi muito próxima devido à sua riqueza e também por aparecer com frequência nas obras de Mozart, em particular em dois de seus concertos para piano, que de certa forma serviram como modelo para a minha peça.

Ji Su Jung é acompanhada pela Baltimore Symphony Orchestra, regida pela maestrina Marin Alsop, que foi uma das primeiras a interpretar as obras de Kevin Puts.

M-J Pires

Como eu gosto muito de ouvir o piano, na sequência teremos uma linda Sonata de Schubert interpretada pela maravilhosa pianista Maria João Pires.

Com uma carreira longa e de excelente qualidade, passou pelas gravadoras Denon e Erato e tem sido uma das estrelas do selo amarelo, Deutsche Grammophon. Esta sonata de Schubert é uma das mais belas e faz parte de um lançamento que reúne algumas obras de Schubert gravadas por Maria João Pires.

Gina Bachauer

Para a última etapa da nossa compilação escolhi uma artista que chamou a atenção exatamente por desempenhar um papel que estava quase exclusivamente dominado por homens, interpretando grandes concertos para piano, como o Concerto em si bemol maior, de Brahms, o Concerto de Grieg, Concerto em mi bemol maior de Liszt e o Concerto em si bemol maior, de Tchaikovsky. Gina Bachauer nasceu em Atenas, de pais estrangeiros, e iniciou sua carreira na Grécia. Estudou em Paris com Alfred Cortot e nos anos 1930 trabalhou na França e na Suíça com Rachmaninov em seus Concertos para Piano. Ela tornou-se uma expoente nestes concertos, especialmente no de No. 3. Suas gravações para o selo Mercury são bastante conhecidas. Aqui podemos ouvir suas interpretações de algumas peças solo de Debussy e atuando como solista de um concerto de Mozart. A orquestra da gravação foi fundada pelo seu regente, Alec Sherman que foi o segundo marido de Gina Bachauer.

Kevin Puts (Nascido em 1972)

Concerto para Marimba (1997, ver. 2021)

  1. Flowing
  2. Broad and deliberate
  3. With energy

Ji Su Jung, marimba

Baltimore Symphony Orchestra

Marin Alsop

Franz Schubert (1757 – 1828)

Sonata para piano em lá maior, D. 664

  1. Allegro moderato
  2. Andante
  3. Allegro

Maria João Pires, piano

Claude Debussy (1862 – 1918)

Pour le piano

  1. Prélude
  2. Sarabande
  3. Toccata

Prelúdios

  1. La cathédrale engloutie
  2. Bruyères
  3. Danseuses de Delphes

Gina Bachauer, piano

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Concerto para piano No. 17 em dó maior, K. 453

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegretto

Gina Bachauer, piano

London Orchestra

Alec Sherman

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Maria-João Pires

Viva as mulheres!

Ji Su Jung

Rachmaninov (1873 – 1943) • Scriabin (1872 – 1915) • Ligeti (1923 – 2006) • Prokofiev (1891 – 1953): Yuja Wang – Recital de Berlim (2018) • PQP-Originals ֍

Rachmaninov (1873 – 1943) • Scriabin (1872 – 1915) • Ligeti (1923 – 2006) • Prokofiev (1891 – 1953): Yuja Wang – Recital de Berlim (2018) •  PQP-Originals ֍

Rachmaninov • Scriabin

Ligeti • Prokofiev

Peças para Piano

Yuja Wang

 

 

Sergei Rachmaninov (1873 – 1943)

150 anos de nascimento

&

György Ligeti (1923 – 2006)

100 anos de nascimento

O pessoal do PQP Bach Pâtisserie Gourmet caprichou no bolo do Ligeti!

Mais uma postagem comemorativa, agora com dois homenageados! Para prestar essa homenagem trazemos a reedição de uma postagem feita pelo PQP Bach em 2020 – o Recital de Berlim de Yuja Wang (2018).

Yuja Wang é uma pianista sensacional e coloca aqui toda a sua arte a brilhar em um programa que demanda certa atenção do ouvinte, pois foge do óbvio.

Aqui está o texto da postagem original e o selo da série PQP-Originals:

 

Yuja Wang e Khatia Buniatishvili são livres para se vestirem como quiserem. É justo. Mas boa parte do público as conhece mais através das pernas de uma e dos seios e costas da outra do que por suas qualidades musicais. É injusto. Wang é efetivamente uma tremenda pianista, mas creio que o mesmo não se possa dizer de Buniatishvili, uma instrumentista que aposta apenas na emoção. Para comprovar o que digo, este CD da DG venceu vários prêmios de melhor disco eruditosolo de 2019. Isto é, Wang merece ser ouvida. O Ligeti e o Prokofiev dela são sensacionais. Já Rachmaninov e Scriabin são compositores tão estranhos a meu gosto que não vou falar. A 8ª Sonata de Prokofiev é notavelmente interpretada. Como Sviatoslav Richter, ela consegue integrar o poder e o lirismo que caracterizam os longos movimentos externos. Ao manter o Andante sognando estável, elegante e discreto, os toques expressivos de Wang tornam-se ainda mais significativos. Dos três Estudos de Ligeti, o Vertige é o melhor, e raramente soou tão suave e transparente.

Decidi fortalecer o pacote adicionando ao arquivo musical mais dois Estudos de Ligeti e uma outra Sonata para Piano de Scriabin, que fazem parte de um outro disco de Yuja Wang, chamado Sonatas e Estudos, postado também pelo PQP Bach, em 2016.

Assim temos um pacote com peças bastante representativas dos dois homenageados que certamente lhe abrirão o apetite por mais e umas sonatas para piano de dois conterrâneos e bem conhecidos de Rachmaninov. As Sonatas de Scriabin estão espetaculares e a interpretação da Sonata de Prokofiev foi elogiada pelo PQP Bach!

Sergei Rachmaninov (1873 – 1943)

  1. Prelude Op. 23 No. 5 em sol menor
  2. Etude-Tableaux, Op. 39, No. 1 em dó menor
  3. Étude-Tableaux, Op. 33, No. 3 em dó menor
  4. Prelude Op. 32 No. 10 em si menor

Alexander Scriabin (1872 – 1915)

  1. Sonata para Piano No. 10, Op. 70

György Ligeti (1923 – 2006)

Études Pour Piano

  1. No. 3 “Touches bloquées”
  2. No. 9 “Vertige”
  3. No. 1 “Désordre”
  4. No. 4 “Fanfares” (Faixa Extra)
  5. No. 10 “Der Zauberlehrling” (Faixa Extra)

Alexander Scriabin (1872 – 1915)

Sonata para Piano No. 2 em sol sustenido menor “Sonate-Fantasie”

  1. Andante (Faixa Extra)
  2. Presto (Faixa Extra)

Sergei Prokofiev (1891 – 1953)

Piano Sonata No. 8 in B flat major, Op. 84

  1. Andante dolce
  2. Andante sognando
  3. Vivace

Yuja Wang, piano

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As peças de Rachamaninov são dois famosos Prelúdios, peças com as quais ele ganhou a atenção do mundo musical bem no início da carreira, além de dois Estudos-Tableau. Ou seja, estudos, mas que também contam uma história. Eu sempre tomo como referência algumas das peças de Mussorgsky, que compõem a suíte Quadros de Uma Exposição.

Aproveite!

Luminosa!

As postagens originais:

Chopin · Scriabin · Liszt · Ligeti: Sonatas para Piano e Estudos

Rachmaninov / Scriabin / Ligeti / Prokofiev: The Berlin Recital (Yuja Wang)

PQP Bach Quizz: Qual ator você escolheria para fazer o papel de György Ligeti?

Handel (1685-1759) & Brahms (1833-1897): O Projeto Handel (Peças para Piano) – Seong-Jin Cho ֍

Handel (1685-1759) & Brahms (1833-1897): O Projeto Handel (Peças para Piano) – Seong-Jin Cho ֍

Handel

3 Suítes Grandes

Brahms

Variações Handel

Seong-Jin Cho, piano

 

A ideia não é nova – András Schiff gravou um disco para a TELDEC em 1994 reunindo peças de Handel, Brahms e Reger. Confesso que não lembro da peça de Max Reger, mas certamente me lembro das peças de Handel e Brahms.

Seong-Jin Cho

A reverência de certos compositores para com mestres do passado quase sempre resulta em boa música. Ravel é um desses e Stravinsky, a seu modo, também. Foi com essa perspectiva que abordei esse disco que achei excelente. Três suítes de Handel, incluindo aquela que termina com variações e fuga – O Ferreiro Harmonioso – seguidas das Variações e Fuga sobre um tema de Handel, de Brahms. Como bônus, a título de encores, mais uma peça de Handel e um arranjo do venerando Wilhelm Kempff.

Outro grande pianista que dedicou parte de um álbum a música de Handel é Murray Perahia. O paralelo não termina aqui. Após anos de dedicação à música dos períodos clássico e romântico, Perahia que passava por um período afastado do piano devido à uma lesão, mergulhou na música do período barroco – Handel, Scarlatti e Bach – e em seu retorno à atividade ganhamos alguns ótimos discos. Felizmente Seong-Jin Cho não precisou se machucar para encontrar na música para teclado do período barroco novos estímulos para sua arte.

George Handel (1685–1759)

Suíte No. 2 em fá maior HWV 427

  1. Adagio
  2. Allegro
  3. Adagio
  4. Allegro [Fugue]

Suíte No. 8 em fá menor HWV 433

  1. Prélude
  2. Allegro [Fugue]
  3. Allemande
  4. Courante
  5. Gigue

Suíte No. 5 em mi maior HWV 430

  1. Prélude
  2. Allemande
  3. Courante
  4. Air – Double I–V [Air com 5 Variações “The Harmonious Blacksmith”]

Johannes Brahms (1833–1897)

  1. Variações e Fuga sobre um Tema de Handel em si bemol maior op. 24

George Handel (1685–1759)

  1. Sarabande em si bemol maior HWV 440/3 (3º. Mov. da Suíte No. 7 em si bemol maior)
  2. Menuetto em sol menor (Arr. Wilhelm Kempff) anteriormente tratado como 4º. Mov. da Suíte em si bemol maior, HWV 434

Seong-Jin Cho, piano

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 “For me, Handel’s music comes directly from the heart, so people can easily follow it.”, says Cho. He was also keen to explore the ways in which Handel influenced later composers and so chose to record Brahms’s enormously creative response to music from one of the suites as well. Brahms based his twenty-five variations on the Air from Handel’s Suite No. 3 in B flat major HWV 434, a simple theme on which Handel himself built four short variations. 

Espero que você goste deste álbum tanto quanto eu…

Aproveite!

René Denon

Seong-Jin Cho achando o Salão de Pianos do PQP Bach Co-op um ‘must’…

Handel (1685-1759): Um Jantar com o Sr. Handel – Mr. Handel’s Dinner – La Cetra & Maurice Steger ֎

Handel (1685-1759): Um Jantar com o Sr. Handel – Mr. Handel’s Dinner – La Cetra & Maurice Steger ֎

Handel

Sonatas e Concertos

La Cetra Barockorchester

Maurice Steger

 

Nas décadas de 1720 e 1730 a cidade de Londres passou por enormes transformações. Estava em curso a Revolução Industrial e a cidade crescia e mudava constantemente. Essas mudanças também ocorriam na cultura e nas artes. Neste período ocorreu a publicação do livro Robinson Crusoe de Daniel Defoe, a produção por William Hogarth de uma série de pinturas e gravuras chamada The Rake’s Progress, a apresentação de The Beggar’s Opera de John Gay, com arranjos musicais de Johann Christoph Pepusch.

Dois teatros inaugurados nessa época estão ativos até hoje: Haymarket Theatre e o Covent Garden. Handel compôs e apresentou obras nesses teatros, no fim da década de 1730, quando então compunha oratórios. Na década de 1720 ele reinou absoluto compondo e produzindo ópera séria (italiana). Essas produções eram riquíssimas e reuniam músicos e artistas que tocavam na orquestra e cantavam. Nos intervalos dessas produções Handel reunia convidados – nobres e artistas – para desfrutarem de jantares, que Handel era amante da boa mesa. E a plateia deliciava-se com números musicais tocados nessas ocasiões (e com a sua própria comida e bebida), repletos de ‘citações’ das melodias ‘favoritas’ do compositor. Essa prática, de usar o mesmo material das árias e números das óperas ou oratórios em sonatas ou concertos era uma maneira de se manter na memória do público.

Esse disco é alusivo a essa prática, na qual alguns membros da orquestra ou o próprio compositor tocavam essas melodias handelianas na forma de sonatas ou concertos. E a música seria posteriormente impressa e devidamente vendida… Um concerto para flauta doce contralto que começou a vida como uma sonata para flauta (HWV 369) é transformada em um de seus muitos concertos para órgão, o qual ele mesmo usava para entreter a plateia entre os atos de um de seus oratórios (HWV 293), aqui encontra uma versão entre as duas possibilidades, com Steger improvisando entre o segundo e o terceiro movimento. Música de outros compositores contemporâneos, desde que boa, também poderia ser usada…

Eu sei, um disco com proeminência de flauta doce pode ser uma coisa perigosa, mas não há o que temer aqui, apesar do virtuosismo de todos os envolvidos. Um disco extravagante, bigger than life, como era o saxão mais inglês que já houve.

George Frideric Handel (1685 – 1759)

Concerto para flauta doce em fá maior

  1. Larghetto. Adagio
  2. Allegro
  3. [Improvisation]
  4. Alla Siciliana
  5. Presto

George Frideric Handel (1685 – 1759)

Suíte de Danças

  1. Chaconne. Tanz der spanischen Damen und Cavallier (de Almira, HWV 1)
  2. Bourrée (de Almira, HWV 1)
  3. Sarabanda (de Almira, HWV 1)
  4. Ritornello (de Almira, HWV 1)
  5. Rondeau (de Almira, HWV 1)
  6. Rigaudon (de Almira, HWV 1)
  7. Allegro (do Concerto para Oboé, HWV 287)

Francesco Geminiani (1687 – 1762)

Concerto para flauta em sol maior

  1. Preludio. Adagio
  2. Allegro
  3. Adagio
  4. Vivace
  5. Gavotta. Allegro

Gottfried Finger (1660 – 1730)

A Ground em ré menor para flauta doce

  1. Ground

George Frideric Handel (1685 – 1759)

Sonata em lá menor para flauta doce e contínuo, HWV362, Op. 1 No. 4

  1. Larghetto
  2. Allegro
  3. Adagio
  4. Allegro

George Frideric Handel (1685 – 1759)

Passacaille em sol maior, HWV 399

  1. Passacaille

William Babell (1690 – 1723)

Concerto for descant recorder e cordas em dó maior Op. 3 No. 1

  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Allegro

George Frideric Handel (1685 – 1759)

Trio Sonata, HWV 386a em dó menor, Op. 2 No. 1a

  1. Cantabile
  2. Allegro
  3. Andante
  4. Allegro

George Frideric Handel (1685 – 1759)

Suite em sol maior, HWV 435

  1. Chaconne

La Cetra Barockorchester

Maurice Steger, flauta doce e direção

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Para quem acha que é mole levar a vida na flauta…

London in the 1730s – musical life was flourishing around the figure of Handel. The Saxon composer also served as director; at the height of his fame he surrounded himself with the finest London musicians and was joined by many foreign composers to occupy the long breaks between the acts of his oratorios. Their musical interludes accompanied lavish dinners, during which Mr Handel escaped from the pit to indulge his gourmet tendencies.

This isn’t an album over which the wind is always whistling in your ears, though. For instance, there’s Gottfried Finger’s ground: always a bewitching number but here especially so with its luscious bass-line continuo richness and its luminous timbres. I’m really not sure what Steger can do to top this album. Although, knowing him, I suspect he might

Steger’s latest offering is a funfilled imagining of the sorts of musical interludes that might have accompanied Handel’s interval dinners while his operas ruled the roost on London’s various stages …extreme ensemble virtuosity, and the crackest of crack continuo units, are absolute non-negotiables when Steger’s around and La Cetra deliver on these throughout in joyous spadefuls.  [Gramophone]

Aproveite!
René Denon

Maurice adorando dar um passeio de barco pela Baía da Guanabara…