I Bienal Música Hoje
Seminário de Inverno de Música Contemporânea em Curitiba
Nos últimos quinze anos, Curitiba tem visto – pela primeira vez em sua história – uma importante movimentação de música nova. A cidade conta hoje com um grande número de estudantes de composição musical e diversos compositores em atividade. Composição contemporânea é uma das linhas de pesquisa do mestrado em música da Universidade Federal do Paraná e um dos cursos de bacharelado da Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Muitos dos que se formaram em composição aqui encontram-se hoje em atividade na Europa e na América do Norte. Não havia entretanto uma ação institucional na área, o que de certa forma, excluia Curitiba dos circuitos internacionais de música contemporânea.
Ao mesmo tempo, a Universidade Federal do Paraná vive um momento histórico de construção do Corredor Cultural, de preparações para as comemorações do centenário de nossa Universidade – propício para promover um festival de música de arte em Curitiba e fomentar o processo de internacionalização da UFPR no campo das artes.
Dado este quadro, realizamos a I Bienal Música Hoje, com apresentações de grupos nacionais e convidados internacionais da cena de música contemporânea, e do Seminário de Inverno de Música Contemporânea em Curitiba, com professores participantes dos grupos e alunos de composição vindos de todo Brasil e das Universidades do Grupo de Montevidéu.
Vincula-se assim a valorização e difusão da diversidade cultural e artística brasileira ao panorama internacional de música contemporânea.
29.8. – 20h – Concerto de Abertura | Platypus Ensemble | Viena – Áustria
Capela Santa Maria – Espaço Cultural | Rua Conselheiro Laurindo, 273 | Curitiba
Programa:
Tania Lanfer – I Have Come on Foot (2011)
Márcio Steuernagel – Namarië (2008)
Joanna Wozny – Kahles Astwerk (2007)
Vinicius Giusti – Estudo Aberto (2011)
Mirela Ivicevic – Dominosa ADHD: Haute couture (2011)
Hannes Dufek – Unstern (2011)
Fernando Riederer – Alento II (2011)
Platypus – Ensemble für neue Musik
Kaoko Amano, Soprano
Sieglinde Größinger, Flautas
Theresia Schmidinger, Clarinetes
Marianna Oczkowska, Violino
Tomasz Skweres, Violoncelo
Jaime Wolfson, Piano e Direção
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30.8. – 18h30 – Duo Fla-∏ | Curitiba – Brasil
Paço da Liberdade | Praça Generoso Marques | Centro, Curitiba
Programa: (em breve)
Duo Fla-∏
Valentina Daldegan, Flauta
Beatriz Furlanetto, Piano
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30.8. – 20h – Ensemble Cross.Art | Stuttgart – Alemanha
Capela Santa Maria – Espaço Cultural | Rua Conselheiro Laurindo, 273 | Curitiba
Programa: (em breve)
Ensemble Cross.Art
Céline Papion, Violoncelo
Junko Yamamoto, Piano
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31.8. – 18h30 – Concerto Eletroacústico | Curadoria de Vinícius Giusti, Bremen – Alemanha
Paço da Liberdade | Praça Generoso Marques | Centro, Curitiba
Programa: (em Breve)
Vinícius Giusti, Difusão Electroacústica
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31.8. – 20h – Duo Fernando Rocha e Ana Cláudia Assis| Belo Horizonte, Brasil
Sesc da Esquina | Rua Visconde do Rio Branco, 969, Curitiba
Programa: (em Breve)
Fernando Rocha, Percussão
Ana Cláudia Assis, Piano
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1.9. – 20h 2dB Duo | Rio de Janeiro, Brasil
Paço da Liberdade | Praça Generoso Marques | Centro, Curitiba
Programa Latino-Americano:
Daniel Quaranta – Sobre um Conto de Borges (2002)
Rodrigo Sigal – Friction of Things in Other Places (2002)
Jocy de Oliveira – Morte de Desdêmona (1997)
Bryan Holmes – Desembocaduras (2008)
Paulo Guicheney – Anjos são Mulheres que Escolheram a Noite (2006)
Carlos Suárez – Metáforas do Tempo (2008)
Neder Nassaro – Concerto Armado (2001)
2dB Duo
Doriana Mendes, Soprano
Bryan Holmes, Difusão Electroacústica
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2.9. – 20h – final do I Concurso de Composição CCTG/OSP/UFPR
Orquestra Sinfônica do Paraná | Curitiba, Brasil
Teatro Guaíra | Auditório Bento Munhoz da Rocha Netto – Guairão
Rua Conselheiro Laurindo, s/nº, Curitiba
Programa:
I Concurso Nacional de Composição
Centro Cultural Teatro Guaíra
Orquestra Sinfônica do Paraná
Universidade Federal do Paraná
Orquestra Sinfônica do Paraná
Márcio Steuernagel, Direção
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3.9. – 20h – Sextante do Mato Grosso, Cuiabá – Brasil
Paço da Liberdade | Praça Generoso Marques | Centro, Curitiba
Programa: (em Breve)
Sextante do Mato Grosso
Rose Vic, Soprano
Teresinha Prada & Roberto Victório, Violão/Viola Caipira
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4.9. – 20h – Concerto de Encerramento | Obras para Ensemble e Orquestra
Platypus Ensemble | Orquestra Filarmônica da UFPR | Ensemble EntreCompositores
Teatro da Reitoria da UFPR | Rua XV de Novembro, 1299 – Centro, Curitiba
Programa:
Tomasz Skweres – Concerto para Violoncelo e Orquestra (2011)
Simon Vosecek – Migraine (2011)
Vinicius Giusti – N.N. (2011)
Márcio Steuernagel/Orlando Scarpa Neto – Alle Sterne’ (2011)
Lucas Fruhauf – O tempo, o frio e os rumores (2011)
Alexandre Torres Porres – (i)Re(f||v)erência (2011)
Fernando Riederer – Alento III (2006-2011)
Platypus – Ensemble für neue Musik
Orquestra Filarmônica da UFPR
Ensemble EntreCompositores
Jaime Wolfson – Lucas Ferreira Fruhauf – Marcell Silva Steuernagel, Direção
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Avicenna
É sempre dificil falar em “tocar” nossas emoções. Por pior que seja a sonoridade na opiniao de alguem(para alguns é muito belo, para mim é +-), Threnody to the Victims of Hiroshima do Penderekci por exemplo toca e MUITO as emoções. eu duvido que alguem não sinta os japoneses sendo completamente destruidos por uma bomba atomica, ou ate mais, a cultura oriental sendo destruida pela ocidental. Com certeza essa peça toca e muito as emoções. Mas a sonoridade nao tem nada a ver com isso. Ela toca, mas nao no sentido de beleza, mas no sentido de dor, como é o caso.
Quanto ao tamanho de orquestra, isso não quer dizer nada. Ligeti tem um concerto para piano que enxe uma sala, Georg Friedrich Haas tem uma peça para 24 instrmentos grupo de camara (cordas, sopros etc) que preenche mais do que uma sinfonia de Mahler. É tudo relativo.
É tudo uma questão de periodos. Voce pode dizer que por exemplo que as igrejas e arquitetura gotica é muito mais expressiva e bla bla bla do que a arquitetura que temos hoje (cito aqui Zaha Hadid como grande expoente por exemplo).
Sao periodos diferentes e é MUITO dificil ficar comparando. Gostemos ou nao, hoje é o reflexo de ontem, e amanha sera o reflexo de hoje.
Gostei do que o Leonardo disse sobre “tocar”. Acredito que as pessoas em geral têm a noção de que precisam se sentir bem ao escutar uma música para então se sentirem “tocadas”. Em geral desconsideram qualquer música que não as façam se sentir felizes ou tranquilas ou qualquer coisa parecida.
Sentir angústia, medo, tristeza, melancolia, etc, são sentimentos ruins e por isso a música que nos remete a estes sentimentos são ruins também. Acredito que é um pensamento superficial.
O exemplo do Penderekci é ótimo! Acho essa música dele fantástica! No entanto a maioria não gosta pois não tem melodias bonitas, harmonia ou ritmo marcado.
Concordo com o Vanderson que talvez a música tenha perdido seu brilho. Mas não acho que isto seja ruim. A música tinha de caminhar para algum lugar, então nada mais óbvio do que caminhar para onde a história a leve. Os tempos mudaram e a música não poderia deixar de mudar junto. Se pensarmos bem, não foi só a música que perdeu seu brilho. O contexto histórico geral inteiro está sem brilho. É redundante pensar se melhorou ou piorou. O certo é que é nosso tempo. A música do séc XX não é pior nem melhor que a música do séc XIX. É apenas a música do séc XX.