Embora a influência do jazz seja notável em diversos outros gêneros, são raras as investidas que efetivamente misturam-no a um outro estilo. Porque convencionou-se dizer que certa batida, ou timbre, dá a uma música um toque jazzy — mas trata-se de apenas isso, um detalhe, sem ultrapassar sua característica original. Exceção feita, claro, ao fusion, que de tão fusion é tratado como um subgênero do jazz, e não uma entidade distinta. (O que me parece acertado.)
Por outro lado, nós aqui, desse lado do planeta, raramente sabemos os que os japoneses andam fazendo — quase sempre de forma surpreendente. E nos últimos 10 anos a cena alternativa de Tóquio e Osaka vem revivendo, expandido e experimentado o jazz — num grande exercício (quase acadêmico) de como apropriar-se dele e recriá-lo.
E quem me impressionou ultimamente foi o Middle 9. Centrado em vibrafone e guitarra, o grupo junta jazz, post-rock, fusion e algum funk para criar ótimas composições híbridas — à medida em que as faixas desse álbum vão passando, a variedade explorada impede que se possa categorizar a banda, ou definir qual seu estilo predominante. Seja lá o que for, é sofisticado e criativo; às vezes enérgico como Weather Report, noutras leve como uma canção lenta de Pat Metheny. E, ao mesmo tempo, evocando as bandas mais sensíveis de post-rock que também usam vibrafone, como Tortoise e The Mercury Program.
Middle 9 – Sea That Has Become Known /2008 (V0)
Toyama Motoko: vibraphone, elec piano, guitar
Shinbori Hiroshi: guitar
Mukai Nakofumi: bass
Aoki Fumihiki: drums
01 Island Pull Out
02 Liam
03 Replique, Tableau
04 Paprika
05 Marsupial
06 Fix
07 Shu Shu
08 Tonotopy The Bamboo Coral
09 After It Pause
Boa audição!
Blue Dog
Olá Blue Dog,
Em se tratando de fusion, gostaria de sugerir uma extraordinária banda que ainda não vi por aqui: Mahavishnu Orchestra.
Abraço