Considerada a ópera mais perfeita de Handel, Ariodante apresenta algumas das árias mais emblemáticas do repertório barroco. Tem três atos, com libreto anônimo em italiano, baseado na obra de Antonio Salvi. A estreia foi realizada no Covent Garden, Londres, em 8 de janeiro de 1735. Apesar do sucesso inicial, caiu no esquecimento por mais de duzentos anos. Uma edição da partitura foi publicada no início dos anos 1960, a partir da Hallische Händel Ausgabe. Na década de 1970, o trabalho foi relançado e voltou ao repertório regular de óperas barrocas. Inspirado no Orlando furioso de Ariosto, o libreto nos transporta para a Escócia medieval, onde o amor entre o cavaleiro Ariodante e Ginevra é frustrado pelas intrigas sombrias de Polinesso. Mas uma reviravolta final salvará o herói do desespero e da cegueira, num inesperado final feliz…
G. F. Handel (1685-1759): Ariodante (Minkowski)
Ouverture
1-1 (Without Tempo Indication) 3:25
1-2 (Without Tempo Indication) 1:40
Atto Primo
Scena 1
1-3 Vezzi, Lusinghe, E Brio 2:21
1-4a Ami Dunque, O Signore? 0:50
Scena 2
1-4b Ginevra?/ Tanto Ardire?
1-5 Orrida Agli Occhi Miei 2:14
Scena 3
1-6 Orgogliosa Beltade! 0:28
1-7 Apre Le Luci 3:15
Scena 4
1-8 Mie Spiranze, Che Fate? 0:26
1-9 Coperta La Frode 3:31
Scena 5
1-10 Qui D’Amor, Nel Suo Linguaggio? 2:10
1-11 T’Amerò Dunque Sempre, Idolo Mio 0:41
1-12 Prendi Da Questa Mano 1:36
Scena 6
1-13 Non Vi Turbate 1:13
1-14 Volate, Amori 3:30
Scena 7
1-15 Vanne Pronto, Odoardo 0:39
1-16 Voli Colla Sua Trombra 3:41
Scena 8
1-17 Oh! Felice Mio Core! 0:11
1-18 Con L’Ali Di Costanza 6:16
Scena 9
1-19 Conosco Il Merto Tuo, Cara Dalinda 1:25
1-20 Spero Per Voi, Si, Si 3:26
Scena 10
1-21 Dalinda, In Occidente 0:32
1-22 Del Mio Sol Vezzosi Rai 4:41
Scena 11
1-23 Ah! Che Quest’Alma Amante 0:11
1-24 Il Primo Ardor 3:02
Scena 12
1-25a Pare, Ovunque Mi Aggiri 0:44
Scena 13
1-25b E Qual Propizia Stella
1-26 Sinfonia 0:45
1-27 Se Rinasce Nel Mio Cor 1:05
1-28 Si Godete Al Vostro Amor 0:54
1-29 Gavotte 0:57
1-30 Musette I: Lentement 2:03
1-31 Musette II: Andante 0:48
1-32 Allegro 1:37
1-33 Si Godete Al Vostro Amor 0:58
Atto Secondo
Scena 1
2-1 Sinfonia 1:10
2-2a Di Dalinda L’Amore 1:36
Scena 2
2-2b Eccolo, O Amico
2-3 Tu, Preperati A Morire 3:48
2-4 Ginevra? / O Mio Signore! 0:24
2-5 Tu Vivi, E Punito 3:14
Scena 3
2-6 E Vivo Ancora? 0:24
2-7 Scherza Infida In Grembo Al Drudo 11:52
Scena 4
2-8 Lo Stral Ferì Nel Segno 0:35
2-9 Se Tanto Piace Al Cor 3:02
Scena 5
2-10 Felice Fu Il Mio Inganno 0:12
2-11 Se L’ Inganno Sortisce Felice 3:55
Scena 6
2-12 Andiam, Fidi, Al Consiglio 1:21
2-13 Invida Sorte Avara 5:32
Scena 7
2-14 Mi Palpita Il Core 2:12
2-15a Sta’ Lieta, O Principessa! 2:24
Scena 8
2-15b Mio Re! / Lurcanio! Oh Dei!
2-16 Il Tuo Sangue, Ed Il Tuo Zelo 3:47
Scena 9
2-17 Quante Sventure Un Giorno 0:22
Scena 10
2-18 A Me Impudica? 2:08
2-19 Il Mio Crudel Martoro 9:25
2-20 Entrée Des Songes Agréables 1:55
2-21 Entrées Des Songes Funestes 1:31
2-22 Entrée Des Songes Agréables Effrayés 0:50
2-23a Combat Des Songes Funestes Et Agréables 1:42
2-23b Che Vidi? Oh Die!
Atto Terzo
Scena 1
3-1 Numi! Lasciarmi Vivere 1:43
3-2 Perfidi! Io Son Tradita! 1:17
3-3 Cieca Notte, Infidi Sguardi 6:09
Scena 2
3-4 Ingrato Polinesso! 0:15
3-5 Neghittosi, Or Voi Che Fate? 2:32
Scena 3
3-6 Sire, Deh, Non Negare 0:28
3-7 Dover, Giustizia, Amor 3:06
3-8a Or Venga A Me La Figlia 1:13
Scena 4
3-8b Ecco La Figlia / Padre: Ahi, Dolce Nome!
3-9 Io Ti Bacio, O Mano Augusta 3:20
3-10 Figlia, Da Dubbia Sorte 0:33
3-11 Al Sen Ti Stringo, E Parto 3:37
Scena 5
3-12 Così Mi Lascia Il Padre? 0:22
3-13 Si, Morrò 1:28
3-14a Sinfonia 2:40
Scena 6
3-14b Arrida Il Cielo Alla Giustizia
Scena 7
3-14c Ferma, Signor
Scena 8
3-14d E Dalinda Dov’è?
3-15 Dopo Notte, Atra E Funesta 6:45
Scena 9
3-16 Dalinda! Ecco Risorge 0:26
3-17 Dite Spera, E Son Contento 4:29
Scena 10
3-18 Da Dubbia Infausta Sorte 0:50
3-19a Manca, Oh Dei! 1:20
Scena 11
3-19b Sinfonia
3-20 Figlia! Innocente Figlia! 1:07
3-21 Bramo Aver Mille Vite 4:28
Scena Ultima
3-22 Ognuno Acclami Bella Virtute 2:00
3-23 (Balletto) 1:17
3-24 Rondeau 0:48
3-25 Sa Trionfar Ognor Virtute In Ogni Cor 1:36
Ariodante: Anne Sofie von Otter
Ginevra: Lynne Dawson
Polinesso: Ewa Podles
Dalinda: Verónica Cangemi
Lurcanio: Richard Croft
Il Re di Scozia: Denis Sedov
Odoardo: Luc Coadou
Les Musiciens du Louvre
dir. Marc Minkowski

PQP


Uma excelente gravação de Vladimir Ashkenazy! Ele e a Philharmonia gravaram as sinfonias e os poemas sinfônicos de Sibelius nas décadas de 1970 e 1980. Todas são performances excelentes. Eu tenho esse disco há muitos anos e gosto demais dele. Ashkenazy traz à tona o calor expressivo, a cor e o drama do compositor. Prefiro a gravação de Rattle com a CBSO, mas este CD está muito longe de ser insatisfatório. A sempre popular 5ª Sinfonia é mais um passo na busca de Sibelius pela compactação sinfônica, objetivo plenamente alcançado na 7ª. O poema sinfônico En Saga também está lindo neste CD. Quando digo que prefiro Rattle, não estou falando mal de Vladi, repito. Afinal, creio que estou falando de parte do Olimpo dos registros do compositor finlandês.
IM-PER-DÍ-VEL !!!

DeJohnette cometeu uma indiscutível obra-prima em 1979 com 
O cravista Harald Hoeren compreende e explora claramente o amplo conhecimento de Telemann sobre os diversos estilos utilizados nessas aberturas. Embora todos os seis comecem tipicamente no chamado estilo francês, logo se afastam desse curso, desviados pela imaginação inventiva de Telemann. Talvez o exemplo mais impressionante aqui esteja na Abertura IV. A abertura Lento Allegro soa como algo que François Couperin poderia ter escrito. Parte de um clima particularmente sombrio e evolui para uma série de alegres elaborações contrapontísticas. Também está incluído no CD o Concerto em Si menor de Telemann, TVV 33:1. Esta obra foi originalmente composta para violino e orquestra, mas foi perdido e hoje existe apenas no arranjo para cravo do próprio compositor. Ao contrário das Aberturas, este concerto é uma peça mais simples e direta, o final perfeito para um programa de aventuras incessantes. O som da CPO é impressionante: o cravo de Hoeren oferece ampla intimidade sem sacrificar o timbre (muitas gravações recentes de cravo são microfonadas muito de perto, fazendo o instrumento soar monstruosamente mecânico).

IM-PER-DÍ-VEL !!!

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Mais um disco — agora duplo — com este repertório de que tanto gosto. Este lançamento de 2023 me pareceu muito satisfatório e não é nem pelo pianoforte e pelo violino sem vibrato e essas coisas técnicas, mas pela interpretação altamente cantante, perfeitamente schubertiana. Ouvi e fiquei feliz e isto não é pouca coisa em minha vida. Bem jovem, entre março de 1816 a agosto de 1817, Franz Schubert compôs quatro sonatas para violino. Todos as quatro foram publicadas após a morte do compositor: as três primeiras — D. 384, 385 e 408 –, como Sonatinas em 1836 (Op. posth. 137), e a última –, D. 574 –, como Duo em 1851 (Op. posth. 162). Schubert compôs ainda duas peças para violino e piano, respectivamente em outubro de 1826 e dezembro de 1827: um Rondo, D. 895 , publicado durante a vida do compositor (Op. 70), e uma Fantasia, D. 934, estreada em janeiro de 1828, menos de um ano antes da morte do compositor. As sonatas de 1816–1817 respiram uma atmosfera intimista, não exigindo grande virtuosismo de seus intérpretes, enquanto as peças de 1826–1827, compostas para o violinista Josef Slavík, são mais exigentes e possuem um caráter mais extrovertido. Schubert era um violinista talentoso e já havia composto extensivamente para violino, incluindo mais de uma dúzia de quartetos de cordas quando começou a escrever sonatas para violino aos 19 anos.

IM-PER-DÍ-VEL !!!
Junto a Adams e Riley, Reich forma o trio de ouro do minimalismo estadunidense. Aqui, neste sensacional álbum duplo da Deutsche Grammophon, temos a parte da obra dedicada ao tema ritmo. Drumming veio antes da extraordinária Music for 18 Musicians, de 1974, onde o que é feito em Drumming assume forma verdadeiramente grandiosa.
Este disco tem ares de bootleg. Trata-se da gravação de um Concerto com muita gente tossindo, som mais ou menos e com um Rostropovich entusiasmado, até cometendo alguns errinhos, o mesmo valendo para a orquestra. É de uma certa Russian Disc e os concertos aconteceram em 29 de setembro de 1966 e 25 de setembro de 1967, dia do aniversário de 61 anos de Shostakovich. Não que registros ao vivo me incomodem — gosto muito delas, sinto a atmosfera de concerto como o ar de minha infância. Os erros… Quem se importa com eles se Rostrô está defendendo a música com toda a garra e sensibilidade que a obra e seu amigo Shosta merecem? Eu amo esses dois concertos, sendo que o segundo faz parte do meu Olimpo pessoal. Depois, Rostrô regravou de forma espetacular essas obras no ocidente com Ozawa, em discos que você tem que ouvir (

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um bom CD. Adoro Marsalis, mas ouvi este disco sem real entusiasmo apesar do incrível apuro técnico e musicalidade do septeto de Marsalis. As harmonias são lindas, mas nenhum dos temas é particularmente memorável e, embora os solos individuais sejam bons, não acontece muita coisa. No geral, é uma homenagem bastante estranha ao blues. Na verdade, o principal significado deste conjunto é que, aqui o grande trompetista reuniu pela primeira vez o núcleo do seu septeto. Musicalmente esta trilogia pode ser contornada. ouça as gravações mais recentes de Marsalis. Não obstante, este é um álbum relaxante. Wynton Marsalis é um músico, compositor, líder de banda, aclamado educador e um dos principais defensores da cultura americana. Ele é o primeiro artista de jazz a tocar e compor em todo o espectro do gênero, desde as raízes de Nova Orleans até o bebop e o jazz moderno. Ao criar e executar uma ampla gama de músicas para quartetos e big bands, de conjuntos de música de câmara a orquestras sinfônicas, de sapateado a balé, Wynton expandiu o vocabulário do jazz e criou um corpo vital de trabalho que o coloca entre os mais importantes músicos de nosso tempo.

Boas gravações de Sibelius realizadas por Paavo Berglund (1929-2012) e uma orquestra finlandesa! A Sinfonia Nº 4 (1911) sempre me pareceu uma planície vasta, plana e gelada, talvez da Lapônia, com o compositor meditando em silêncio. Berglund a torna mais melancólica do que nunca, A coisa fica mais lenta à medida que avança. Sibelius sentiu que estava perto da morte quando escreveu a peça; no entanto, ele permaneceria vivo por mais quarenta e seis anos. Um alarme falso. Mais tarde, Sibelius disse sobre a sinfonia, citando o autor sueco Strindberg: “Ser humano é miséria.” Não espere muita alegria aqui. A última sinfonia de Sibelius, a de Nº 7 (1924), é de longe a mais curta, combinando quatro movimentos em uma obra fluida. Paavo Berglund e a Filarmônica de Helsinque lidam bem com isso criando uma versão majestosa. Francamente, no entanto, a maioria das outras gravações do Sétima tendem a empalidecer em comparação com o legendário registro de Mravinski com a velha Filarmônica de Leningrado. Mas Berglund é uma boa alternativa.
Este delicado CD traz uma excelente amostra do que é a música instrumental do grande Henry Purcell. São Sonatas curtinhas e muito bonitas. As sonatas do inglês estão entre os pilares da música de câmara barroca. O próprio compositor as descreveu despretensiosamente como “uma imitação dos mais famosos mestres italianos”. No entanto, a audição e a suas estruturas revelam que a modéstia de Purcell esconde uma mistura altamente original de modelos italianos, de música tradicional inglesa e uma quase obsessão com a técnica contrapontística. O Purcell Quartet dá uma verdadeira aula de como abordar este belo e negligenciado repertório. A personalidade criativa do mestre inglês, seu dom melódico arrebatador e as suas inquietas harmonias estão por toda parte, negando, de certa forma, sua modéstia.
IM-PER-DÍ-VEL !!!

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Exatamente! Parabéns! Você acertou! Este Goldberg é exatamente aquele! Johann Gottlieb Goldberg foi um virtuose alemão do cravo e do órgão, além de compositor do barroco tardio e do início do período clássico. Sua imortalidade aconteceu ao emprestar o seu nome — como intérprete original — às famosas Variações Goldberg de Johann Sebastian Bach. E notem que ele morreu pouco depois de Bach. Era um adolescente de 14 anos quando recebeu as Variações das mãos de Deus em 1741 e foi morrer aos 29 anos, coitado. Dizem que era enorme, com mãos que conseguiam posições que a maioria dos tecladistas jamais sonhariam. Durante a adolescência foi o empregado favorito de quem encomendou as Variações, o Conde Hermann Karl von Keyserling.

Espetacular CD da ECM (para variar). Três vozes femininas cantam as primeiras obras da polifonia e uma obra moderna da compositora coreana Sungji Hong (1973). Som puríssimo, lindo.
Um CD que junta vários compositores italianos do século XVIII. Todas as obras são para oboés ou fagotes solistas. Após a primeira surpresa pela bela sonoridade alcançada pelos intérpretes, a coisa cai em plana mesmice. O Sans Souci é o grande destaque do trabalho, soltando bons ventos para todos os lados, só que os compositores não ajudam. O curioso é que Vivaldi perdeu-se em meio a seus contemporâneos e não consegui diferenciá-lo dos Lottiplattimontanari durante a audição do CD. O século XVIII italiano está lotado de bons compositores, mas acho que a maioria privilegiava o violino, não é verdade, Vivaldi? 
IM-PER-DÍ-VEL !!!

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