Se o disco de Anne Sophie Mutter que apresentamos ontem (isto é uma repostagem, gente) era uma merda, este é magnífico, sua audição soa exatamente como a violinista aparece na capa: linda, coleante, azul. Seu Concerto Op. 64 é absolutamente impecável e da mesma forma é o esplêndido Trio Nº 1, com seus dois belíssimos movimentos iniciais. O nível cai um pouco na Sonata, mas não por culpa da deusa — é que a Sonata é mais fraquinha mesmo. Mesmo com as 5000 gravações existentes do Op. 64 é difícil bater o registro destes dois monstros — Mutter e Masur. Baixe agora.
Mendelssohn (1809-1847): Concerto para Violino, Op. 64 / Piano Trio No.1 / Sonata para Violino e Piano (Mutter, Masur, Previn, Harrell)
Violin Concerto in E minor, Op. 64
01. 1. Allegro molto appassionato [12:19]
02. 2. Andante [7:15]
03. 3. Allegretto non troppo – Allegro molto vivace [6:15]
Anne-Sophie Mutter, violino
Gewandhausorchester Leipzig
Kurt Masur
Piano Trio No.1 in D minor, Op.49
04. 1. Molto allegro agitato [9:01]
05. 2. Andante con moto tranquillo [6:52]
06. 3. Scherzo (Leggiero e vivace) [3:38]
07. 4. Finale (Allegro assai appassionato) [8:10]
Anne-Sophie Mutter, violino
André Previn, piano
Lynn Harrell, violoncelo
Sonata para Violino e Piano in F major (1838) (without opus number)
08. 1. Allegro vivace [11:25]
09. 2. Adagio [7:14]
10. 3. Assai vivace [5:23]
Anne-Sophie Mutter, violino
André Previn, piano
Olha, ninguém vai pirar com este CD do inglês Whitlock, mas sua música sacra tem méritos, discretos méritos. Ele é uma mistura de Vaughan Williams, Delius e Elgar, ou seja, nada muito espetacular. Sua música é certinha e até gostei de ouvi-la no início da tarde de ontem, sabem? O coitado morreu cedo de tuberculose e virtualmente desapareceu, sendo recuperado nesta década. Confiram aí.
Percy Whitlock (1903-1946): The Choral Music
1. Sing praise to God who reigns above 3:46
2. Jesu grant me this I pray 5:14
3. Solemn Te Deum 7:17
4. O living bread, who once did die 3:48
5. Here, O my Lord, I see Thee face to face 3:13
6. Be still, my soul 4:31
7. The siant whose praise today we sing 3:16
8. Communion Service in G: Kyrie 1:27
9. Communion Service in G: Credo 5:04
10. Communion Service in G: Sanctus 1:18
11. Communion Service in G: Benedictus 0:41
12. Communion Service in G: Agnus Dei 2:11
13. Communion Service in G: Gloria 2:51
14. Glorious in heaven 3:48
15. Magnificat and Nunc Dimittis in G: Magnificat 3:28
16. Magnificat and Nunc Dimittis in G: Nunc Dimittis 2:08
17. O gentle presence 3:09
18. Come, let us join our cheerful songs 2:44
19. O gladsome light 2:59
20. Magnificat and Nunc Dimittis (Fauxboudons): Magnificat 4:05
21. Magnificat and Nunc Dimittis (Fauxboudons): Nunc Dimittis 2:39
The Choir of Rochester Cathedral
Roger Sayer, regência
William Whitehead, órgão
Para utilizar um termo técnico, eu diria que este CD é do caraglio. O grande Anner Bylsma dá uma verdadeira aula de como tocar um cello barroco e, aqui sim, as composições são extraordinárias. Ouvi várias vezes este disco que traz em si, incrustada, a definição do termo barroco: pérola irregular a assimétrica. Nada aqui é regular ou certinho. É tudo humano e perfeito. Bylsma vem acompanhado de um esplêndido grupo.
Antonio Vivaldi (1678-1741): Sonatas for Violoncello & Basso Continuo
1. Sonata No. 1 in B-flat Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 47/I. Largo 3:45
2. Sonata No. 1 in B-flat Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 47/II. Allegro 3:26
3. Sonata No. 1 in B-flat Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 47/III. Largo 2:34
4. Sonata No. 1 in B-flat Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 47/IV. Allegro 1:53
5. Sonata No. 2 in F Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 41/I. Largo 2:29
6. Sonata No. 2 in F Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 41/II. Allegro 2:49
7. Sonata No. 2 in F Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 41/III. Largo 3:56
8. Sonata No. 2 in F Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 41/IV. Allegro 2:20
9. Sonata No. 3 in A minor for Violoncello and Basso Continuo, RV 43/I. Largo 3:38
10. Sonata No. 3 in A minor for Violoncello and Basso Continuo, RV 43/II. Allegro 3:41
11. Sonata No. 3 in A minor for Violoncello and Basso Continuo, RV 43/III. Largo 4:20
12. Sonata No. 3 in A minor for Violoncello and Basso Continuo, RV 43/IV. Allegro 3:07
13. Sonata No. 4 in B-flat Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 45/I. Largo 3:37
14. Sonata No. 4 in B-flat Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 45/II. Allegro 2:48
15. Sonata No. 4 in B-flat Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 45/III. Largo 4:09
16. Sonata No. 4 in B-flat Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 45/IV. Allegro 2:53
17. Sonata No. 5 in E minor for Violoncello and Basso Continuo, RV 40/I. Largo 3:09
18. Sonata No. 5 in E minor for Violoncello and Basso Continuo, RV 40/II. Allegro 3:00
19. Sonata No. 5 in E minor for Violoncello and Basso Continuo, RV 40/III. Largo 3:15
20. Sonata No. 5 in E minor for Violoncello and Basso Continuo, RV 40/IV. Allegro 2:04
21. Sonata No. 6 in B-flat Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 46/I. Largo 2:31
22. Sonata No. 6 in B-flat Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 46/II. Allegro 2:46
23. Sonata No. 6 in B-flat Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 46/III. Largo 2:02
24. Sonata No. 6 in B-flat Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 46/IV. Allegro 2:25
Anner Bylsma, Violoncello – Matteo Goffriller, Venezia, 1693
Francesco Galligioni, Violoncello – Anonymous, Italy, 1700
Ivano Zanenghi, Archlute – Stephen Murphy after Martin Hoffmann, Germany, mid-17th century
Alessandro Sbrogiò, Violone – Anonymous, Germany, late 17th century
Andrea Marcon, Harpsichord & Organ – Harpsichord by William Horn, Brescia after Giusti, Italy, 17th century, Organ by Francesco Zanin, Codroipo Udine
Daniel Hope tem a habilidade camaleônica de transformar seu estilo a fim de se adequar a cada nova obra. Muitas vezes ele se torna revelador, como em seu Shostakovich, outras vezes apresenta um duvidoso toque intervencionista, como em seus concertos de Bach. Mas nunca é maçante. Sua versão para o Concerto de Mendelssohn — seu primeiro lançamento na DG — é revigorante. A versão de 1844, que Hope apresenta aqui, foi o resultado de uma gestação de sete anos, com o compositor fazendo ainda mais alterações em 1845 para criar a edição que conhecemos hoje. Esta é uma gravação muito colaborativa. O violino não é indevidamente destacado e a execução orquestral é quente, com sopros envolventes, tímpano sutil, todos vitais. O Octeto está em um nível igualmente elevado, com Hope sendo o guia de seus colegas da COE. De fato, é a ênfase em mostrar o funcionamento interno que torna esta performance tão esclarecedora. Uma joia.
F. Mendelssohn (1809-1847): Violin Concerto | Octet | Songs (Daniel Hope, Chamber Orchestra Of Europe, Thomas Hengelbrock)
Concerto For Violin And Orchestra In E Minor, Op. 64 = Konzert Für Violine Und Orchester E-moll = Concerto Pour Violon Et Orchestre En Mi Mineur (Original 1844 Version • World-Premiere Recording)
Conductor – Thomas Hengelbrock
Orchestra – Chamber Orchestra Of Europe*
Violin – Daniel Hope
(25:57)
1 Allegro Con Fuoco – 11:43
2 Andante – Allegretto Non Troppo 8:31
3 Allegro Molto Vivace 5:43
Octet For Strings In E Flat Major, Op. 20 = Streichoktett Es-dur = Octuor À Cordes En Mi Bémol Majeur (Critically Revised Edition 1832 • World-Premiere Recording)
Cello [Cello 1] – William Conway
Cello [Cello 2] – Kate Gould
Orchestra – Soloists Of The Chamber Orchestra Of Europe*
Viola [Viola 1] – Pascal Siffert
Viola [Viola 2] – Stewart Eaton
Violin [Violin 1] – Daniel Hope
Violin [Violin 2] – Lucy Gould
Violin [Violin 3] – Sophie Besançon*
Violin [Violin 4] – Christian Eisenberger
(30:54)
4 1. Allegro Moderato Ma Con Fuoco 13:49
5 2. Andante 6:56
6 3. Scherzo: Allegro Leggierissimo 4:19
7 4. Presto 5:50
3 Lieder (Arr. For Violin And Piano)
Piano – Sebastian Knauer
Violin – Daniel Hope
8 Hexenlied Op. 8, No. 8 = Witches’ Song = Chant Des Sorcières 2:12
9 Suleika Op. 34, No. 4 2:45
10 Auf Flügeln Des Gesanges Op. 34, No. 2 = On Wings Of Song = Sur Les Ailes Du Chant 2:52
Daniel Hope, violin
Chamber Orchestra Of Europe
Thomas Hengelbrock
Um excelente CD. Com raro talento, Höbarth, Cohen e Coin gravaram todos os Trios de Haydn para a Harmonia Mundi e, quando começa o Presto do Trio Nº 43, a gente já sabe que está na companhia de um gênio. Estes são os últimos três trios do compositor, escritos em Londres em meados da década de 1790 para uma pianista chamada Theresa Jansen-Bartolozzi. São entre as peças mais peculiares que ele já escreveu. Ouça as mudanças rítmicas do citado Presto, por exemplo. Haydn cria uma sequência selvagem de acentos mutáveis que o aproxima do território de Bartók. Ou o primeiro movimento do Trio No. 44, uma série bizarra de recomeços que leva a manipulação de Haydn para a forma sonata a um reino totalmente novo. A lista continua. Essas são peças essenciais para o amante de Haydn, e o trio de instrumentos originais do pianista Patrick Cohen, do violinista Erich Höbarth e do violoncelista Christophe Coin as traz com a qualidade discreta certa e o som do tamanho de uma sala que esses trios exigem. O equilíbrio entre os três instrumentos é especialmente bom. O uso de um pianoforte na música de câmara clássica elimina a necessidade de os instrumentistas de cordas se esforçarem para produzir um som mais alto, e as relações entre eles têm um efeito relaxante e surpreendente. Dá-lhe!
F. J. Haydn (1732-1809): Trios Nº 43, 44 e 45 (Höbarth, Cohen, Coin)
Trio N°43 En Ut Majeur/C Major/C-dur (Hob.XV:27)
1 Allegro
2 Andante
3 Presto
Trio N°44 En Mi Majeur/e Minor/e-dur (Hob.Xv:28)
4 Allegro Moderato
5 Allegretto
6 Finale. Allegro
Trio N°45 En Mi Bémol Majeur/E Flat Major/Es-dur (Hob.Xv:29)
7 Poco Allegretto
8 Andantino Ed Innocentemente
9 Finale. Presto Assai
Cello – Christophe Coin
Piano – Patrick Cohen
Violin – Erich Höbarth
Gosto muito de Mendelssohn. Melodista de mão cheia, amava as estruturas (e também o melodismo) de Bach. Escreveu sinfonias que são um verdadeiro acinte de tão perfeitas — refiro-me especialmente à terceira, quarta e quinta. E este CD é igualmente é um acinte de tão agradável. Esse Octeto merece uma palavra que não gosto, mas que aqui tem sua mais gloriosa acepção: é adorável. O quinteto vai pela mesma via. Apesar da capa um tanto nublada, estamos frente a um CD luminoso e bastante alegre. A interpretação de Iona Brown e seus pupilos é impecável.
Felix Mendelssohn Bartholdy (1809-1847):
Octeto, Op. 20 / Quinteto Nº 2, Op. 87
1. Octet in E flat, Op.20 – 1. Allegro moderato, ma con fuoco 13:56
2. Octet in E flat, Op.20 – 2. Andante 7:25
3. Octet in E flat, Op.20 – 3. Scherzo (Allegro leggierissimo) 4:25
4. Octet in E flat, Op.20 – 4. Presto 6:18
5. String Quintet No.2 in B flat, Op.87 – 1. Allegro vivace 10:42
6. String Quintet No.2 in B flat, Op.87 – 2. Andante scherzando 4:20
7. String Quintet No.2 in B flat, Op.87 – 3. Adagio e lento 9:58
8. String Quintet No.2 in B flat, Op.87 – 4. Allegro molto vivace 6:07
Bernard Haitink fez diversas gravações da Ressurreição. A mais famosa e considerada é a realizada com sua própria orquestra da época, o Concertgebouw de Amsterdam, mas esta com a Filarmônica de Berlim também está entre as melhores gravações da obra. Para mim, os campeões da Ressurreição são Solti, Rattle e Bernstein. Haitink gravou a Nº 2 com as orquestras citadas, mais uma vez com a Orq. de Chicago e outra com os berlinenses. Esta gravação é do segundo ciclo de Mahler de Haitink com a Berliner Philharmoniker datado do início dos anos 90. Haitink foi o primeiro maestro convidado pela BPO a gravar um ciclo completo de Mahler, e embora o ciclo nunca tenha sido concluído (o projeto foi abortado antes que os Nrs. 8, 9 e A Canção da Terra fossem gravados), alguns registros se destacam por sua qualidade. Esta memorável Ressurreição é uma leitura muito refinada e poderosa desta obra, estando bem próxima do Olimpo.
Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 2 (Haitink, BPO)
Symphony No. 2 In C Minor “Resurrection” = Symphonie c-moll “Auferstehungs-Symphonie” = En Ut Mineur “Résurrection”
1.1 1. Allegro Maestoso. Mit Durchaus Ernstem Und Feierlichem Ausdruck 22:24
1.2 2. Andante Moderato. Seht Gemachlich 10:49
2.1 3. In Ruhig Flieszender Bewegung 11:05
2.2 4. Urlicht. Sehr Feierlich, Aber Schlicht 5:14
5.
2.3 Im Temp des Scherzos. Wild Herausfahrend 10:03
2.4 Maestoso 8:00
2.5 Sehr Langsam Und Gedehnt 2:28
2.6 Langsam. Misterioso 7:13
2.7 Etwas Bewegter. 8:40
Chorus – Ernst-Senff-Chor*
Chorus Master – Sigurd Brauns
Conductor – Bernard Haitink
Contralto Vocals – Jard Van Nes
Orchestra – Berliner Philharmoniker
Soprano Vocals – Sylvia McNair
Este é o menos cômico dos CDs que possuo de Banchieri. Ele costuma ser muito mais engraçado, apesar de que aqui temos alguns animais cantando… Adriano Banchieri foi um compositor, organista, teórico e poeta italiano do Renascimento tardio e princípios do Barroco. Fundou a Accademia dei Floridi em Bolonha. Banchieri nasceu e morreu em Bolonha. Em 1587 tomou os hábitos da ordem beneditina e fez os seus votos em 1590, mudando o nome de Tomaso para Adriano, com o qual foi conhecido. Especificamente, foi um dos criadores do gênero chamado “comédia madrigal”, que sem chegar a ter uma representação em cena, narrava uma história mediante uma coleção de madrigais. Muitas destas coleções foram compostas para divertir as reuniões dos círculos sociais de Bolonha.
Adriano Banchieri (1560-1634): Il Zabaione Musicale / Festino nella sera del giovedì grasso avanti cena (Fasolis)
Il Zabaione Musicale
1 Introduzione 1:31
Atto I
2 Prologo: L’Humor Spensierato 0:45
3 Intermedio Di Felici Pastori, A Due Cori 1:36
4 Progne E Filomena 1:36
5 Danza Di Pastorelle, In Aria Del Spagnoletto, Con Le Riprese Nella Cornamusa 1:00
6 Madrigale: Soavissimo Ardore 1:42
Atto II
7 Intermedio Di Pignattari 1:14
8 Un Pastorello Con Un Augellino Uccisogli Da Un Gatto 1:34
9 Tirsi A Clori 1:45
10 Dialogo: Aminta, Dafne E Giudizio D’Amore 1:00
11 Gioco Della Passerina 1:39
12 Madrigale: Baci, Sospir E Voci 2:23
Atto III
13 Ergasto Appasionato 2:13
14 Preparamento Pastorale 1:07
15 Gara Amorosa Di Pastori 2:36
16 Danza Di Ninfe E Pastori 1:55
17 Licenza: L’Humore Spensierato 0:52
Festino Nella Sera Del Giovedì Grasso Avanti Cena, Op. 18
18 Il Diletto Moderno Per Introduzione 1:09
19 Giustiniana Di Vicchietti Chiozzotti 1:36
20 Mascherata Di Villanelle 2:31
21 Seguita La Detta Mascherata 1:45
22 Madrigale A Un Dolce Usiglio 2:41
23 Mascherata D’amanti 0:41
24 Gli Amanti Morescano 1:08
25 Gli Amanti Cantano Un Madrigale 2:08
26 Gli Amanti Cantano Una Canzonetta 1:48
27 La Zia Bernardina Racconta Una Novella 1:59
28 Capricciata A Tre Voci 1:20
29 Contrappunto Bestiale Alla Mente 1:33
30 I Cervellini Cantano Un Madrigale 2:07
31 Intermedio Di Venditori Di Fusi 1:12
32 Li Fusari Cantano Un Madrigale 2:07
33 Gioco Del Conte 2:00
34 Li Festinanti (Solo Di Scacciapensieri: Marco Beasley) 0:55
35 – 1:05
36 Vinata Di Brindesi E Ragioni 3:00
37 Sproposito Di Goffi (Pero Di Gusto) 1:30
38 Il Diletto Moderno Licenza E Di Nuovo Invita 1:13
Choir – Choir Of Radio Svizzera, Lugano*
Conductor – Diego Fasolis
Ensemble – Sonatori De La Gioiosa Marca, Treviso*
Um CD para o qual os adjetivos são insuficientes. Quem já teve a oportunidade de ler as palavras bambas e pobres que já redigi em outros posts de Mendelssohn, pôde perceber a minha profunda admiração pela música do alemão. Mendelssohn foi um indivíduo especial, dotado de uma gama de qualidades únicas. Todas as vezes que penso nele me vem à mente a ideia de um sujeito bem-afortunado. Foi alguém de uma alma profundamente cândida, delicada. Angélica. Acredito que não teve aperreios, mesmo nos últimos anos de vida, período em que a enfermidade lhe foi furtando as forças. Acredito que quem nunca ouviu o compositor e escutasse este CD que ora posto, ficaria com a melhor das impressões. Faria o julgamento de que Mendelssohn foi um sujeito singular. E, de fato, acertaria no julgamento. O CD traz aquelas peças que se tornaram imortais para a história da música. O concerto para violino e orquestra é de uma pureza e uma leveza arrebatadores. Este concerto se estabelece como um dos meus preferidos entre todos os que já foram compostos. A Sinfonia No. 4 é a minha preferida entre as cinco que ele compôs. É uma representação do seu estilo – alegria, festa, celebração e a admiração pela natureza. O tema inicial de As Hébridas possui um encanto arrebatador. Acredito que poucas peças tenham uma abertura de forma tão poderosa. Em suma: Mendelssohn e sua música são motivos para que pensemos em coisas grandes, enormes. Boa apreciação!
Felix Mendelssohn (1809-1847) – Concerto para Violino, Op. 64, Sinfonia No. 4, Athalie, incidental music, Op. 74 e The Hebrides, overture (‘Fingal’s Cave,’ 4 versions), Op. 26 Concerto para violino e orquestra em Mi menor, Op. 64
01. Allegro molto appassionato
02. Andante
03. Allegretto non troppo
Sinfonia No. 4 em A menor, Op. 90 – “Italiana” 04. Allegro vivace
05. Andante con moto
06. Con moto moderato
07. Saltarello
Athalie, incidental music, Op. 74- Kriegsmarsch der Priester
08. Athalie, incidental music, Op. 74- Kriegsmarsch der Priester
The Hebrides, overture (‘Fingal’s Cave,’ 4 versions), Op. 26
09. The Hebrides, overture (‘Fingal’s Cave,’ 4 versions), Op. 26
New York Philharmonic
Leonard Bernstein, regente
Pinchas Zukerman, violino
A Fundação para a Divulgação e Inevitável Imortalização do Guia Genial dos Pianistas Maurizio Pollini fundada por Lais Vogel e P.Q.P Bach apresenta:
Olha, com Pollini eu engulo até Chopin! Não é aquela coisa romântica chatinha e devaneante que as pessoas confundem com poesia e sentimento… Como diz Bergman em Sonata de Outono, Chopin não é música para maricas, não é música toda desmanchada como um sorvete quente, é música máscula, música para ser tocada com certo espírito de volante de contenção pelo mais hábil dos pianistas para atingir nosso coração e cérebro. Abaixo os pianistas mela-cuecas!
Aqui temos técnica, sabedoria, musicalidade e sentimento, não temos um lacrimoso deprimido fingindo-se de apaixonado com a bunda colada na frente do piano. E tenho dito!
Chopin: Noturnos
1. Op. 9 No. 1 in B lfat minor. Larghetto
2. Op. 9 No. 2 in E flat major. Andante
3. Op. 9 No. 3 in B major. Allegretto
4. Op. 15 No. 1 in F major. Andante cantabile
5. Op. 15 No. 2 in F sharp major. Larghetto
6. Op. 15 No. 3 in G minor. Lento
7. Op. 27 No. 1 in C sharp minor. Larghetto
8. Op. 27 No. 2 in D flat major. Lento sostenuto
9. Op. 32 No. 1 in B major. Andante sostenuto
10. Op. 32 No. 2 in A flat major. Lento
11. Op. 37 No. 1 in G minor. Andante sostenuto
12. Op. 37 No. 2 in G major. Andantino
13. Op. 48 No. 1 in C minor. Lento
14. Op. 48 No. 2 in F sharp minor. Andantino
15. Op. 55 No. 1 in F minor. Andante
16. Op. 55 No. 2 in E flat major. Lento sostenuto
17. Op. 62 No. 1 in B major. Andante
18. Op. 62 No. 2 in E major. Lento
19. Op. posth. 72 No. 1 in E minor. Andante
Maurizio Pollini, piano
Recorded: Munich, Herkulessaal, 6/2005
Um grande CD! A música de Buxtehude é imensamente parecida com a do Bach inicial. Tio Bux — excelente compositor — foi um grande modelo para meu pai. Ele fez uma longa viagem a pé para aprender composição e órgão com Bux. Várias obras de Buxtehude lembram meu pai e este disco do Musica Antiqua é uma joia diversas vezes reeditada para Archiv. Depois, divirtam-se com a versão original do famoso Canon de Pachebel, outro excelente compositor para este instrumento esquecido que é o órgão. O trabalho de Goebel e do seu MAK é, como sempre, extraordinário, e entende-se facilmente o motivo deste CD ter sido tantas vezes reeditado. A capa acima é da primeira edição, a minha.
D. Buxtehude (1637-1707) / J. Pachelbel (1653-1706): Música de Câmara (MAK, Reinhard Goebel)
1 Sonata G-Dur BuxWV 271
Composed By – Dietrich Buxtehude*
7:21
Aquele cornetto muito lascivo. Hum… Entendi. Mas, antes de lascivo, este é um excelente CD da Access com a rara música para cornetto. O cornetto é um instrumento a respeito do qual podemos dizer que fica entre o trompete e a flauta… Coloco uma foto aí embaixo para que vocês possam conhecê-lo ou reconhecê-lo. Olha, o Sr. Dickey aí do disco é um grande virtuose e faz um trabalho espetacular sobre a música da Renascença e o cornetto. Um show de bola e um grande disco. Muitas das obras apresentadas são transcrições. Tenho esta gravação em vinil e o estranho é que o conjunto que acompanha o “cornetista” atendia antes pelo nome de Tragicomedia. Sempre quis conhecer melhor algum destes grandes virtuoses de instrumentos quase mortos, mas eles existem e Bruce Dickey é um deles. Lembro de uma parábola de Kafka em que um faquir bate todos os recordes de fome mas não tem forças para dizer a ninguém que conseguiu o feito… E, claro, poucos se importam com ele.
Bassano, Bovicelli, Crecquillon, da Rore, Fontana, Frescobaldi, Gabrieli, Kempis, Merula, Palestrina: Quel lascivissimo cornetto – Virtuoso solo music for cornetto
1. Tarquinio Merula: Sonata prima per violino ò cornetto e basso
2. Cipriano da Rore: Angelus ad pastores, motetto passeggiato da Giovanni Battista Bovicelli
3. Andrea Gabrieli: Caro dolce ben mio, madrigale passeggiato da Giovanni Bassano
4. Girolamo Frescobaldi: Canzona seconda detta la Bernadinia per canto solo
5. Frescobaldi: Canzona quintadecima detta la Lievoratta per due bassi
6. Frescobaldi: Canzona decimanona detta la Capriola per canto e basso
7. Giovanni Palestrina: Io son ferito ahi lasso, madrigale passeggiato da Bovicelli
8. Thomas Crecquillon: Onques amour, chanson à 5
9. Crecquillon: Onques amour, chanson passeggiato da Bassano
10. Giovanni Battista Fontana: Sonata seconda
11. Palestrina: Pulchra es amica mea, motetto passeggiato da Francesco Rognoni Taeggio
12. Crecquillon: Petite fleur, chanson à 5
13. Crecquillon: Petite fleur, chanson passeggiato da Girolamo Dalla Casa
14. Nicolaus à Kempis: Sonata per violino solo
Bruce Dickey (cornetto)
Stephen Stubbs (chitarrone, viheula)
Erin Headley (viola da gamba)
Andrew Lawrence-King (double harp, renaissance harp, organ)
Este estupendo CD duplo traz o especialista em música barroca René Jacobs com um super time num lançamento da Harmonia Mundi alemã. Tudo perfeito se acrescentarmos que Maddalena ai piedi di Cristo é uma obra-prima.
Trata-se de um disco para ouvir e comprar. Ah, mas quem é Caldara? Eu também conhecia pouco, mas fiquei espantadíssimo com esta gravação multi-premiada.
Antonio Caldara foi um compositor italiano do período barroco, conhecido como compositor de óperas, cantatas e oratórios. Caldara nasceu em Veneza em uma família de músicos. Seu primeiro professor foi seu pai, Giuseppe, que foi violinista. Aos onze anos, estudou sob a direção de Giovanni Legrenzi, foi corista na Catedral de San Marco em Veneza, onde aprendeu vários instrumentos. Em 1699 mudou-se para Mântua, onde se tornou Mestre di cappella Charles IV, Duque de Mântua. Foi um dos mais prolíficos autores da sua geração. Caldara ocupou cargos importantes em Mântua, Roma e Viena, num momento em que a música vocal italiana estava a atravessar um processo de desenvolvimento rápido. Durante os anos seguintes, fez inúmeras viagens na Itália e no estrangeiro. Em 1708 é contratado pelo arquiduque Carlos, e mudou-se para Barcelona, onde compõe várias óperas que representam as primeiras óperas italianas da Península Ibérica. Caldara iria influenciar a escola de Mannheim, bem como Haydn e Mozart.
Antonio Caldara (1670-1736): Maddalena ai piedi di Cristo (Jacobs)
CD 1
1. Part 1. No. 1. Sinfonia
2. Part 1. No. 2. Aria. Dormi, o cara, e farmi il sonno
3. Part 1. No. 3. Recitativo. Così godea la mente
4. Part 1. No. 4. Aria. Deh, librate amoretti
5. Part 1. No. 5. Recitativo. Del sonno lusinghiero
6. Part 1. No. 6. Aria. La ragione, s’un’alma conseglia
7. Part 1. No. 7. Recitativo. Così sciolta da’lacci de’ sui error
8. Part 1. No. 8. Allegro. Alle vittorie
9. Part 1. No. 9. Recitativo. Oimè, troppo importuno
10. Part 1. No. 10. Aria. In un bivio è il mio volere
11. Part 1. No. 11. Recitativo. Maddelena, nel cielo fissa la sguardo
12. Part 1. No. 12. Aria. Spera, consolati
13. Part 1. No. 13. Recitativo. Troppo dura è la legge
14. Part 1. No. 14. Aria. Fin che danzan le grazie sul viso
15. Part 1. No. 15. Recitativo. Germana, al ciel, deh, volgi
16. Part 1. No. 16. Aria. Non sdegna il ciel le lacrime
17. Part 1. No. 17. Recitativo. Omai spezza quel nodo
18. Part 1. No. 18. Aria. Pompe inutili
19. Part 1. No. 19. Recitativo. E voi, dorati crini
20. Part 1. No. 20. Aria. Il sentier ch’ora tu prendi
21. Part 1. No. 21. Recitativo. Maddalena, coraggio!
22. Part 1. No. 22. Aria. Dilenti non più vanto
23. Part 1. No. 23. Recitativo. Dell’anima tua grande
24. Part 1. No. 24. Aria. Vattene, corri, vola
25. Part 1. No. 25. Recitativo. Marta, ho risolto
26. Part 1. No. 26. Aria. Voglio piangere
27. Part 1. No. 27. Recitativo. A tuo dispetto, Amor Terreno
28. Part 1. No. 28. Duetto. La mia virtude
CD 2
1. Part 2. No 1. Sinfonia
2. Part 2. No 2. Recitativo. Donna grande e fastosa
3. Part 2. No 3. Aria. Parti, che di virtù il gradito splendore
4. Part 2. No 4. Recitativo. Cingan pure quest’alma
5. Part 2. No 5. Aria. Chi con sua cetra
6. Part 2. No 6. Recitativo. Maddalena, deh, ferma!
7. Part 2. No 7. Aria. In lagrime stemprato il cor qui cade
8. Part 2. No 8. Recitativo. Oh ciel, chi vide mai la penitenza
9. Part 2. No 9.Aria. Ride il ciel e gl’astri brillano
10. Part 2. No 10. Recitativo. A tuo dispetto, Amor Terreno
11. Part 2. No 11. Aria. Me ne rido di tue glorie
12. Part 2. No 12. Recitativo. Se non ho forza a superar costei
13. Part 2. No 13. Aria. Orribili, terribili
14. Part 2. No 14. Recitativo. Maddalena, costanza
15. Part 2. No 15. Aria. O fortunate lacrime
16. Part 2. No 16. Recitativo. Mio Dio, mio Redentor
17. Part 2. No 17 .Aria. Chi drizzar di pianta adulta
18. Part 2. No 18. Recitativo. D’esser costante, o mio Gesù, non temo
19. Part 2. No 19. Aria. Per il mar del pianto mio
20. Part 2. No 20. Recitativo. L’atto immenso che, uscito
21. Part 2. No 21. Aria. Del senso soggiogar
22. Part 2. No 22. Recitativo. Di miei dardi possenti
23. Part 2. No 23. Aria. Da quel strale che stilla veleno
24. Part 2. No 24. Recitativo. Sempre dagl’astri scende
25. Part 2. No 25. Aria. Questi sono arcani ignoti
26. Part 2. No 26. Recitativo. Cittadini del ciel
27. Part 2. No 27. Aria. Sù, lieti festeggiate
28. Part 2. No 28. Recitativo. Voi, che in mirarmi oppresso ogn’or godete
29. Part 2. No 29. Aria. Voi del Tartaro
30. Part 2. No 30. Recitativo. Va dunque Maddalena
31. Part 2. No 31. Aria. Chi serva la beltà
Maddalena – Maria Christina Kiehr
Marta – Rosa Dominguez
Amor Terreno – Bernarda Fink
Amor Celeste – Andreas Scholl
Fariseo – Ulrich Messthaler
Cristo – Gerd Türk
Não que vá mudar a vida de algum de vocês, mas devo começar esta curta pílula de curadoria dizendo que não amo incondicionalmente Vivaldi. Mas seria de uma desonestidade atroz dizer que não amei incondicionalmente este disco.
Ele ganhou como o melhor disco de música barroca de 2009 da respeitável revista Gramophone. Vocês querem que eu diga o que então? Que é ruim? Não é, é bom demais.
Vivaldi, tal como quase todo Mozart, tem aquele problema de ser alegre e feliz e demais quando eu preciso de uma boa dose de drama e sanguinolência, só que este CD traz um repertório tão original que fiquei surpreso. Não tinha ouvido ainda estes concertos escritos sob inspiração francesa, um vício da época. O título do CD é certamente uma brincadeira com o bom filme homônimo de 1971 que tinha Gene Hackman como ator principal e que foi chamado no Brasil de Operação França.
Disco obrigatório para os amantes do barroco.
O Padre Rosso (o Padre Vermelho, pois Vivaldi era ruivo) foi professor de violino num orfanato de moças chamado Ospedale della Pietà em Veneza e teve um conhecido caso com uma de suas alunas, Anna Giraud. Um orfanato de moças… Já imaginaram as possibilidades matemáticas disso? Dizem que ele teve relações com várias alunas. Eram meninas oriundas da Roda dos Expostos ou Roda dos Enjeitados que havia no Ospedale. Tais mecanismos ficavam nas fachadas de instituições religiosas, embutidas na parede, dando para a rua. Consistiam em mecanismos utilizados para abandonar os recém-nascidos indesejados, que assim ficavam ao cuidado da instituição. O mecanismo era uma caixa cilíndrica que girava sobre um eixo vertical com uma portinhola ou apenas uma abertura. Quem desejava abandonar um recém-nascido, colocava ali seu filho e girava o cilindro, dando meia volta. Desta forma, quem abandonava a criança não era visto por quem a recebia. As rodas também serviam para que pessoas piedosas oferecessem anonimamente alimentos e medicamentos a tais casas. As crianças eram normalmente filhas de pessoas pobres, para quem seria um peso receber mais uma boca para alimentar, ou filhas de mães solteiras, nobres ou burguesas, que não desejavam ver descoberta sua gravidez. Vivaldi pegava ou não pegava as menininhas? Mais um conto rodrigueano de a vida como ela é. Há que contrapor a isso a alegria e felicidade de suas obras. Pensem nisso durante a audição deste CD maravilhoso.
Antonio Vivaldi (1678-1741): The French Connection
Concerto for strings & continuo in C major, RV 114
1 Allegro 2:41
2 Adagio 0:24
3 Ciacona 3:09
Bassoon Concerto, for bassoon, strings & continuo in F major, RV 488
4 Allegro non molto 3:11
5 Largo 2:57
6 Allegro 2:19
Violin Concerto, for violin, strings & continuo in C major (“La stravaganza” No. 7), Op. 4/7, RV 185
7 Largo 1:56
8 Allegro 2:13
9 Largo 1:32
10 Allegro 2:22
Flute Concerto, for flute, strings & continuo in G major, RV 438
11 Allegro 3:52
12 Andante 3:26
13 Allegro 3:25
Concerto for strings & continuo in G minor, RV 157
14 Allegro 2:14
15 Largo 1:38
16 Allegro 2:25
Bassoon Concerto, for bassoon, strings & continuo in C major (incomplete), RV 468
17 Allegro 2:35
18 Andante 1:44
Flute Concerto, for flute, strings & continuo in E minor, RV 432
19 Allegro 3:05
Chamber Concerto, for flute, violin, bassoon & continuo in F major, RV 100
20 Allegro 2:40
21 Largo 2:31
22 Allegro 2:39
Concerto for strings & continuo in C minor, RV 119
23 Allegro 2:47
24 Largo 1:33
25 Allegro 1:36
Violin Concerto, for violin, strings & continuo in D major, RV 211
26 Allegro non molto 6:03
27 Larghetto 3:52
28 Allegro 5:52
Katy Bircher (flute)
Peter Whelan (bassoon)
Adrian Chandler (violin, conductor)
La Serenissima
Foi casual a data desta postagem se dar próxima ao Dia de Finados. Mas o que interessa é a qualidade da música de Duarte Lôbo e o incrível trabalho do Tallis. De forma paradoxal, os renascentistas espanhóis e portugueses criaram uma música religiosa sutil e discreta, mas também muito envolvente, intensa e profunda. Essa música de Réquiem portuguesa renascentista tem muito disso. Quase tudo de concentra nos acordes bonitos. Há a polifonia, claro, mas a ideia parece ser a de criar uma série de acordes bonitos. E aqui eles são lindos. Claro que o Tallis Scholars é fantástico e capricha demais. O que torna essa música ainda mais impressionante é a rotatividade harmônica. As partes internas se movem mais rapidamente do que as externas, criando um contraste entre eternidade e tumulto secular. O som é absolutamente incrível. As linhas vocais fluem, caindo em acordes que podem ser poderosos, delicados, às vezes alegres. É esplêndido. Em nenhum lugar isso é mais evidente do que no Introitus e no Kyrie (faixas um e dois). Quando a gente acha que virá uma grande tristeza, as vozes caem em outro acorde que nos faz sorrir. A Missa Missa Vox Clamantis também é boa.
Duarte Lôbo (1565-1646): Réquiem a 6 Vozes & Missa Vox Clamantis (The Tallis Scholars, Philips)
Requiem For Six Voices (40:24) 1 Introitus 7:12
2 Kyrie 5:11
3 Graduale: Requiem Aeternam 4:18
4 Sequentia Pro Defunctis 5:15
5 Offertorium: Domine Iesu Christe 6:13
6 Sanctus & Benedictus 2:37
7 Agnus Dei I, II & III 2:33
8 Communio: Lux Aeterna 3:09
9 Responsorium Pro Defunctis: Memento Mei 3:55
Missa Vox Clamantis (25:24)
10 Kyrie 4:35
11 Gloria 5:10
12 Credo 7:57
13 Sanctus & Benedictus 4:10
14 Agnus Dei I & II 3:32
Alto Vocals – Adrian Hill, Michael Lees, Richard Wyn Roberts*, Robert Harre-Jones
Bass Vocals – Donald Greig, Francis Steele
Choir – The Tallis Scholars
Conductor – Peter Phillips
Soprano Vocals – Barbara Borden, Deborah Roberts, Ghislaine Morgan (tracks: 10 to 14), Tessa Bonner
Tenor Vocals – Angus Smith, Harvey Brough (tracks: 1 to 9), Paul Agnew (2) (tracks: 1 to 9), Rufus Müller
Dr. Cravinhos nos envia uma excelente versão do belíssimo Réquiem de Gabriel Fauré, sob responsabilidade de Philippe Herreweghe, acompanhada da reconstrução da “Messe des pêcheurs de Villerville” — outra obra de Fauré — realizada por André Messager. FDP postou recentemente o Réquiem, mas achei interessante postar outra obra análoga de Fauré. Fauré era um melodista algo melancólico, foi aluno de Saint-Saëns, o qual mostrou-lhe o caminho da verdade: Johann Sebastian Bach. É um compositor antiquado, que ouvia mas recusava Wagner. Viveu até 1924, mas sua música parece a do marido da Clara, Robert Schumann, outro refinado e melancólico melodista.
Faure escreveu este Requiem “simplesmente por prazer, não para qualquer evento”. Nele, Fauré reflete uma relação pessoal com a morte, “como uma libertação feliz”.
O registro de Herreweghe é absolutamente notável. Êta homem compreensivo (*)! Como parece ser uma gravação de 2001 [é de 1988, ver ressalva abaixo], é da atual fase ateia de Herreweghe. É como sempre digo, nada como um bom ateu para compreender (olha ele aí de novo!) as coisas da religiosidade…
(*) No sentido de que compreende a todos.
Gabriel Fauré (1845 – 1924) “Messe de REQUIEM” op.48, Version 1893 01 Fauré: Requiem, Op. 48 – 1. Introit & Kyrie
02 Fauré: Requiem, Op. 48 – 2. Offertory
03 Fauré: Requiem, Op. 48 – 3. Sanctus
04 Fauré: Requiem, Op. 48 – 4. Pie Jesu
05 Fauré: Requiem, Op. 48 – 5. Agnus Dei
06 Fauré: Requiem, Op. 48 – 6. Libera Me
07 Fauré: Requiem, Op. 48 – 7. In Paradisum
Gabriel Fauré & André Messager “Messe des pêcheurs de Villerville” 08 Fauré/Messager: Messe Des pêcheurs De Villerville – Kyrie
09 Fauré/Messager: Messe Des pêcheurs De Villerville – Gloria
10 Fauré/Messager: Messe Des pêcheurs De Villerville – Sanctus
11 Fauré/Messager: Messe Des pêcheurs De Villerville – O Salutaris
12 Fauré/Messager: Messe Des pêcheurs De Villerville – Agnus Dei
Agnès Mellon (soprano solo, faixa 4)
Peter Kooy (barítono solo, faixas 2 e 6)
Jean-Philippe Audoli (violino, faixa 11)
La Chapelle Royale
Les Petits Chanteurs de Saint-Louis
Ensemble Musique Oblique
Philippe Herreweghe (regente)
Um CD que não fica nada a dever aos grandes nomes que abordaram esta obra. A Canção da Terra não é uma peça para amadores. Ao contrário, é para orquestras e maestros de primeira categoria, o que não significa que o menos famoso Michael Halász faça dela a tremenda obra-prima que é. Comecemos pela gravação. Ela tem uma clareza que não pé frequentemente encontrada mesmo nas “gravações top” e é particularmente notável por colocar os cantores em correta relação com a orquestra. Todos tem presença sem sobreposições. Halász não é nada enfadonho: ele percebe a importância da grande obra, mas não se impõe a ela como tantos maestros de Mahler tendem a fazer. Da mesma forma, o ritmo é rápido — poucas leituras duram menos de uma hora –, evitando assim o sentimentalismo aberto e, ao mesmo tempo, permitindo que a obra-prima de Mahler fale por si. Os solistas vão na mesma linha. Donose é um achado, canta seus lieder com beleza atraente e leve. Thomas Harper demonstra, ao menos para mim, um equilíbrio certo entre lirismo e força.
A Canção da Terra (1908) é uma cantata sinfônica — ou uma fusão perfeita entre cantata e sinfonia — sobre textos de Li T’ai Po e outros poetas chineses, na tradução alemã de Hans Bethge. O melhor Mahler parece condensado nesta música que mistura o clássico com as predileções de Mahler pela música popular e folclórica. Sua permanente angústia religiosa e as dúvidas do intelectual se manifestam nesta música pessoalíssima e perfeita, que termina com uma comovente canção de despedida.
Gustav Mahler (1860-1911): Das Lied von der Erde (A Canção da Terra) (Halász, Donose, Harper, NSP of Ireland)
1 Das Trinklied vom Jammer der Erde 08:02
2 Der Einsame im Herbst 09:02
3 Von der Jugend 03:09
4 Von der Schonheit 06:36
5 Der Trunkene im Fruhling 04:26
6 Der Abschied 27:19
Conductor(s): Halász, Michael
Orchestra(s): Ireland National Symphony Orchestra
Artist(s): Ruxandra Donose, Thomas Harper
Uma boa gravação destas belíssimas Sonatas de Brahms. Não se compara com a versão de Karl Leister, que é praticamente imbatível, mas mesmo assim é muito boa. Kovács comete uns errinhos e não tem aquela mágica de indiscutível de Leister. Mas… Como resistir a este repertório? Não há como, é grande, enorme música. Essas foram as últimas peças de câmara que Brahms escreveu antes de sua morte e são consideradas duas das grandes obras-primas do repertório de clarinete. Brahms também produziu uma transcrição frequentemente executada dessas obras para viola. Ora, para viola…
Johannes Brahms (1833-1897): As Sonatas para Clarinete (Kovács, Rados)
Sonata In F Minor, Op. 120, No. 1
1 I. Allegro Appassionato 7:33
2 II. Andante Un Poco Adagio 4:18
3 III. Allegretto Grazioso 4:05
4 IV. Vivace 5:00
Sonata In E-Flat, Op. 120, No. 2
5 I. Allegro Amabile 8:40
6 II. Allegro Appassionato 5:19
7 III. Andante Con Moto; Allegro 6:46
Charlie Haden (1937-2014) foi um grande gênio. Por mais de 50 anos, ele foi uma das figuras musicais mais importantes do jazz e do planeta. Uma das primeiras vezes onde ele apareceu foi como o garoto branco e magro do lado direito da fotografia da capa de This Is Our Music, de Ornette Coleman, um disco de, entre outras coisas, orgulho da raça negra… Provavelmente é a foto mais legal de um grupo de músicos já tirada. Certamente ele foi aceito porque era apenas o mais perfeito dos baixistas. Eu adoro seu som no contrabaixo, que é sombrio sem ser pesado, adoro a grande economia que às vezes dá lugar a solos dedilhados sombrios, e a maneira como ele parece ser capaz de seguir as improvisações de Ornette e Don Cherry tão de perto, apesar da ausência de diretrizes. Mas o principal é o peso emocional que ele transmite em cada nota que toca e em qualquer banda que liderasse ou com quem se apresentasse. Como todo grande jazzista, Haden tocou com centenas de grupos e formações. Fez algo que apenas outra baixista, o xará Charlie Mingus, conseguiu: criou música fortemente política. Há os cinco álbuns da Liberation Music Orchestra, quatro feitos em estúdio e um ao vivo, documentos essenciais que refletem as lutas de libertação e históricas de sua contemporaneidade na Espanha, na América Central e do Sul, na África do Sul, em Portugal e suas colônias Moçambique, Angola e Guiné, e em outros lugares. Aqui estão as canções e hinos da Brigada Internacional, dos Sandinistas, do MPLA: essa era uma música que importava, pois, para além do jazz, sua atenção fixava-se no cenário maior das coisas. Foi uma atitude que fez com que Haden fosse preso pela polícia secreta portuguesa durante uma turnê com Coleman em 1971.
Claro, sou fã do trabalho de Charlie Haden com Ornette Coleman e a Liberation Music Orchestra há anos, sem mencionar seus inúmeros trabalhos com Keith Jarrett, Pat Metheny e tantos outros. Mas eu realmente não tinha ouvido seu Quartet West, provavelmente porque a maioria das críticas que eu tinha lido se concentrava nas qualidades nostálgicas dos anos 40/50. Era um grupo — surpreendente para Haden — à moda antiga. Mas também é um álbum de jazz, com melodias sofisticadas e envolventes, trabalhos solos expressivos e altamente inventivos, uma abordagem tradicional que reconhece como o jazz soava. Este é um bom CD para ter quando você pega um romance de Raymond Chandler.
Charlie Haden: The Best of Quartet West
1 Hello My Lovely 6:47
2 Body And Soul
Drums – Billy Higgins
Written-By – Heyman*, Green*, Sour*
6:19
3 First Song (For Ruth) 6:57
4 Our Spanish Love Song 6:07
5 Always Say Goodbye 6:38
6 Où Es-Tu, Mon Amour ? (Where Are You, My Love?)
Bass [Sampled From “où Es-tu, Mon Amour ?”, January / February, 1949] – Carlo Pecori
Drums [Sampled From “où Es-tu, Mon Amour ?”, January / February, 1949] – Aurelio De Carolis
Guitar [Sampled From “où Es-tu, Mon Amour ?”, January / February, 1949] – Django Reinhardt
Piano [Sampled From “où Es-tu, Mon Amour ?”, January / February, 1949] – Gianni Safred
Violin – Stéphane Grappelli
Violin [Sampled From “où Es-tu, Mon Amour ?”, January / February, 1949] – Stéphane Grappelli
Written-By – Emil Stern, Henry Lemarchand*
6:47
7 Here’s Looking At You
Arranged By [Orchestra], Conductor [Orchestra] – Alan Broadbent
6:11
8 Alone Together
Performer [Sampled From”alone Together”, November, 1944] – Paul Weston And His Orchestra
Vocals [Sampled From”alone Together”, November, 1944] – Jo Stafford
Written-By – Arthur Schwartz – Howard Dietz*
5:21
9 The Left Hand Of God
Arranged By [Orchestra], Conductor [Orchestra] – Alan Broadbent
Written-By – Victor Young
7:48
10 Lonely Town
Arranged By [Orchestra], Conductor [Orchestra] – Alan Broadbent
Violin, Soloist – Murray Adler
Vocals – Shirley Horn
Written-By – Betty Comden – Adolf Green*, Leonard Bernstein
5:25
Quando me perguntam de quais compositores eu mais gosto, sempre respondo:
– Gosto de uns duzentos.
Porém, um dia, sonhei que me amarraram numa árvore e um implacável algoz me açoitou até que eu dissesse o nome de meus três preferidos.
– Bach, Brahms e Bartók. Mas prefiro morrer a ficar sem os últimos quartetos e sonatas de Beethoven…
E o chicote voltou a explodir sobre minhas costas.
– Diga um que não comece pela letra “B”, seu imbecil!
– Um quarto?
– O quarto você já disse, animal. Ou não ouvi o nome de Beethoven? — e mais uma terrível chicotada. Pobre de mim.
– Está bem. Escolho Shostakovich ou Mahler.
Meu algoz deu a volta na árvore, olhou bem dentro de meus olhos e questionou asperamente:
– Por que não disseste Mozart? E por que haveria dois socialistas na tua lista?
– Não sei. Talvez porque Mozart em excesso me cause enjôo.
– Enjoo???
Neste momento meu algoz caiu desfalecido, vítima de um mal súbito, e eu acordei. Ele era um homem sensível.
Meu sonho serve para que nossos quatorze leitores saibam o respeito que este bastardo bachiano guarda pelo húngaro Bartók e o motivo de sua pressa nessa repostagem. (Pois o antigo link foi para o espaço.)
Não lembro de gravação melhor do que esta para o Concerto para Orquestra. É uma coisa de louco, maravilhosa mesmo.
Béla Bartók (1881-1945): Cantata Profana / Concerto para Orquestra (Réti, Faragó, Ferencsik)
1. Cantata Profana, BB 100, “A kilenc csodaszarvas” (The 9 Enchanted Stags) (19min35)
Jozsef Reti, tenor
Andras Farago, baritone
Janos Ferencsik, conductor
Coro: Budapest Chorus
Budapest Symphony Orchestra
Concerto para Orquestra, BB 123
2. I. Introduzione (9min53)
3. II. Giuoco delle coppie (6min33)
4. III. Elegia (7min02)
5. IV. Intermezzo interrotto (3min49)
6. V. Finale (9min36)
Janos Ferencsik, Conductor
Hungarian State Orchestra
Este Uptown Ruler não está entre os melhores discos de Wynton Marsalis mas vocês sabem que sempre vale a pena ouvir a sonoridade dos grandes grupos que Wynton sempre reúne. Este quinteto é maravilhoso. É, aliás, o mesmo caso do disco que o que eu publiquei ontem — um repertório não muito bom, mas executado maravilhosamente. A série “Soul Gestures in Southern Blue”, da qual este é o Vol.2, tem sido vista como o patinho feio da discografia do trompetista. Não deixe de conferir os solos, apesar dos temas e das soluções nada substanciais. Mas é apenas a minha opinião. Provavelmente ele mereça ser explorado por melhores ouvidos.
Wynton Marsalis: Uptown Ruler
Psalm 26 1:26
Uptown Ruler 11:10
The Truth Is Spoken Here 6:50
The Burglar 8:37
Prayer 6:27
Harmonique 4:53
Down Home With Homey 11:55
Psalm 26 1:36
“Música de Câmara Alemã antes de Bach”. Pois é. Este é um disco que não chega a provocar muitas emoções. Roberto Carlos diria: “são poucas emoções”. Enfim, o barroco camarístico pré-Bach não é tão interessante nem tão emocionante quanto o que aconteceu depois. Não obstante, o Musica Antiqua de Köln mantém o alto nível de sempre. Então o disco não chega a ser chato ou desagradável de se ouvir dado o alto nível técnico dos executantes, mas o repertório não é o melhor que temos divulgado em nosso excelso blog. É um disco para tarados pelo barroco. Ou seja, é um disco para mim e o que mais me interessa aqui é a versão realmente magnífica e historicamente informada do célebre Cânon de Pachelbel. Este é, para mim, o ponto alto do disco de resto. Uma bela tarde para todos.
Reincken / Buxtehude / Rosenmüller / Westhoff / Pachelbel: Deutsche Kammermusik Vor Bach (Musica Antiqua Köln, Reinhard Goebel)
Johann Rosenmüller: Sonata E-Moll (9:52)
11 Sonata E-Moll 9:52
Johann Paul Von Westhoff: Sonata – La Guerra – A-Dur (12:22)
12 Adagio Con Una Dolce Maniera – Allegro 3:06
13 Tremulo Adagio 0:54
14 Allegro Ovvero Un Poco Presto 0:44
15 Adagio 1:01
16 Aria (Adagio Assai) 2:20
17 La Guerra Cosi Nominata Di Sua Maesta 0:41
18 Aria (Tutto Adagio) 2:04
19 Vivace 0:16
20 Gigue 1:16
A versão original das Danças Húngaras é a que consta neste excelente disco onde os irmãos belgas Steven e Stijn Kolacny as interpretam. Claro que, sem a versão orquestral, elas jamais teriam ficado tão famosas, mas ouça-as assim para ver como ficam muito melhores! Os irmãos Kolacny tocam a quatro mãos desde muito jovens e seu entendimento é perfeito. Um belíssimo disco.
J. Brahms (1833-1897): Danças Húngaras em versão para piano a mãos (Steven & Stijn Kolacny)
1. Allegro molto
2. Allegro non assai – vivo
3. Allegretto – vivace
4. Poco sostenuto – vivace – molto allegro
5. Allegro – vivace
6. Vivace – molto sustenuto
7. Allegretto
8. Presto
9. Allegro non troppo – poco sostenuto
10. Presto
11. Poco andante
12. Presto – poco meno presto
13. Andantino grazioso – vivace
14. un poco andante
15. Allegretto grazioso
16. Con moto – presto – poco meno presto
17. Andantino – vivace non troppo – meno presto
18. Molto vivace
19. Allegretto – piu presto
20. Poco allegretto – vivace
21. Vivace – piu presto
Puxa, e como é bom poder postar novamente! Estava tão envolvido com o meu trabalho de final de curso que nem lembro mais minha última contribuição.
O que venho oferecer aos caros leitores, é algo que deveria ter sido feito há algum tempo atrás… Inspirado pela postagem do mano CVL, das Danças Eslavas de Dvorák, trago-lhes essas pequenas bagatelas orquestrais. Acho até que demorei a postá-las, já que, normalmente, postamos aquilo que estamos ouvindo; e as Danças Húngaras, principalmente essas versões orquestrais, sempre estão presentes nas, já famosas, listas de músicas que costumo ouvir enquanto dirijo.
As Danças Húngaras são um conjunto de 21 danças folclóricas bem animadas em geral, baseadas, sobretudo em temas húngaros. Somente as de números 11, 14 e 16 são composições totalmente originais. A de número 5 é baseada na czárda “Bartfai emlek” de Béla Kéler, que Brahms, equivocadamente, pensou tratar-se de uma música folclórica tradicional húngara.
Brahms as escreveu originalmente para dois pianos, mais tarde arranjaria as 10 primeiras para piano solo e logo depois orquestraria somente as de número 1, 3 e 10. Outros compositores, incluindo Dvorák, orquestraram as outras danças. Johan Andreas Hallén a de número 2, Paul Juon a número 4, Martin Schmeling a sequência de 5 a 7, Hans Gál as de números 8 e 9, Albert Parlow a sequência de 11 a 16 e Dvorák orquestrou os números restantes. A mais famosa é a de número 5, em Fá Sustenido Menor (Sol Menor na versão orquestral).
.oOo.
Brahms: Danças Húngaras (Versão Orquestral)
01. Hungarian Dance No.01 in G minor – Allegro molto (2:55)
02. Hungarian Dance No.02 in D minor – Allegro non assai – Vivace(2:38)
03. Hungarian Dance No.03 in F major – Allegretto (2:19)
04. Hungarian Dance No.04 in F sharp minor – Poco sostenuto – Vivace (4:09)
05. Hungarian Dance No.05 in G minor – Allegro – Viivace (2:18)
06. Hungarian Dance No.06 in D major – Vivace (3:06)
07. Hungarian Dance No.07 in F major – Allegretto – Vivo (1:38)
08. Hungarian Dance No.08 in A minor – Presto (2:49)
09. Hungarian Dance No.09 in E minor – Allegro ma non troppo (1:39)
10. Hungarian Dance No.10 in F major – Presto (1:38)
11. Hungarian Dance No.11 in D minor – Poco andante (2:28)
12. Hungarian Dance No.12 in D minor – Presto (2:18)
13. Hungarian Dance No.13 in D major – Andantino grazioso – Vivace (1:38)
14. Hungarian Dance No.14 in D minor – Un poco andante (1:35)
15. Hungarian Dance No.15 in B flat major – Allegretto grazioso (2:43)
16. Hungarian Dance No.16 in F major – Con moto (2:20)
17. Hungarian Dance No.17 in F sharp minor – Andantino – Vivace (2:48)
18. Hungarian Dance No.18 in D major – Molto vivace (1:27)
19. Hungarian Dance No.19 in B minor – Allegretto (1:59)
20. Hungarian Dance No.20 in E minor – Poco allegretto – Vivace (2:25)
21. Hungarian Dance No.21 in E minor – Vivace (1:17)
Este é um disco que eu recolhi lá do fundo da minha coleção. Nem lembrava mais dele, mas, ao colocá-lo para rodar, revelou-se bom. A eslovaca Sylvia Čápová-Vizváry é muito competente e estas famosas Sonatas de Ludovico são indiscutíveis. Sylvia tem poesia, paixão, drama e bravura, tudo o que queremos nesse repertório. Aposto que vocês não sabem o que é uma Sonata. Na origem do termo, Sonata (do latim sonare) era a música feita para soar, ou seja, a música instrumental − em oposição à cantata, a música cantada. Sonata / Cantata, OK? Depois, tornou-se um tipo de composição musical para um único instrumento ou para pequeno conjunto. Normalmente, a sonata é dividida em três partes. No Barroco, as sonatas eram compostas principalmente para solistas acompanhados de baixo contínuo, que era o cravo com a mão esquerda, às vezes reforçada por uma viola da gamba. Agora, vocês bem o que é gamba? Não é uma variedade de gambá. E não tem nada a ver com o gambito da rainha, acho. Pesquisem, eu não sei jogar xadrez.
Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano — Appassionata • Sturm • Les Adieux (Sylvia Čápová)
Sonate F-Moll Op. 57 “Appassionata” / In F-Minor Op. 57
1 Allegro Assai 10:17
2 Andante Con Moto 6:10
3 Allegro Ma Non Troppo 8:13