Scriabin nasceu em Moscou. Estudou piano desde criança, tendo aulas com Nikolai Zverev, que foi também professor de Sergei Rachmaninoff. Depois, foi para o Conservatório de Moscou, onde estudou com Anton Arensky, Sergei Taneyev e Vasily Safonov. Tornou-se notável pianista, apesar de que sua pequena mão que cobria pouco mais de uma oitava. Doía tocar, ele afirmava. Scriabin era um humanista, tendo-se interessado na teoria do super-homem de Nietzsche e em teosofia. Ambas as teorias teriam influenciado sua música e pensamento musical. Entre 1909 e 1910 viveu em Bruxelas, onde estudou o movimento teosófico de Delville e se aprofundou em leituras de Helena Blavatsky.
Tudo frescura. Opa! Dane Rudhyar, teósofo e compositor, escreveu que Scriabin seria o pai da música do futuro”… e um antídoto para reacionários como Stravinsky e a Segunda Escola de Viena (Schoenberg e sua Tchurma).
Hipocondríaco, Scriabin morreu em Moscou de septicemia. Antes de sua morte, planejou um trabalho multimídia a ser apresentado no Himalaia, acerca de Armagedon “uma grandiosa síntese religiosa de todas as artes para anunciar o nascimento de um novo mundo”. A obra, “Mysterium”, permaneceu inacabada. Talvez por sorte nossa.
Era amigo de Vyacheslav Molotov, político russo e epônimo do coquetel Molotov.
Seus trabalhos são um desafio extremamente complexo. OK, de acordo, Scriabin deve ter sido um grande chato, mas sua música é do cacete e já estou até arrependido do que escrevi sobre o inacabado Armagedon…. O tal Poema do Êxtase é o máximo! O Concerto é aceitavelzinho, coisa de um Chopin moderno, o que certamente agradará os românticos tardios. Prometeu volta a encorpar o CD.
Boulez dá mais um banho nesta gravação, mas não há novidade nisso. Fui!
Alexander Scriabin (1872-1915): Poème De L’extase / Piano Concerto / Promethée
01. Le Poème de l’extase, Op. 54
02. Concerto for Piano and Orchestra in F sharp minor, Op. 20 I. Allegro
03. Concerto for Piano and Orchestra in F sharp minor, Op. 20 II. Andante
04. Concerto for Piano and Orchestra in F sharp minor, Op. 20 III. Allegro moderato
05. Promethée. Le Poème du Feu, Op. 60
Anatol Ugorski, piano
Chicago Symphony Chorus
Chicago Symphony Orchestra
Pierre Boulez
PQP
Scriabin era sinestésico, ou seja, quando ouvia sons enxergava cores (ou tons de cores) diferentes.
O Poema do Êxtase foi feito para ser exibido junto com um show de luzes, por isso o nome, o poema levava ao êxtase sinestésico.
Scriabin até desenvolveu um método para o ensino da música relacinado às cores.
Talvez isso o tenha levado ao misticismo.
Nossa, me perdoem a ignorância, mas andei ouvindo as sonatas para piano de Scriabin e detestei! Da quinta para a frente, comecei a não entender mais nada, achei aquilo muito estranho e sombrio. Ouvi dizer que sua linguagem na música orquestral é a mesma de suas últimas sonatas, o que não me anima muito…
Compositor que pode ser esquecido sem que com isso percamos qualquer coisa que seja.
Piedade senhor, por estas pessoas acima que não sabem o que dizem…
Aceitavelzinho só, o concerto? Ah, esses caras que gostam de Brahms devem ser os mesmos que admiram Wagner e que não gostam de Elgar…
Nossa não entendem Scriabin? Senhor ou tenha piedade destes ou então lance-os no mar do inferno eternamente!
Façam-me o favor!! Escutem de novo! E de novo! Até entrarem no nirvana scriabinístico. Se não entrarem, é porque vocês não são os escolhidos a sobreviver ao Armagedon.
(p/ Haya: mas estas são as mais interessantes! Ouça bem a quinta e a décima, são as minhas favoritas, não tem como não gostar!)
Em que pese a orientação mística e filosófica do mesmo, musicalmente Scriabin rocks! 🙂
Aguardo, sem muita pressa, mas atentamente, as sinfonias do Scriabin por estas paragens… Unha Negra manda saudações e um feliz aniversário atrasado, PQP Bach – e muito obrigado por compartilhar.