Esta gravação é lá dos primórdios da Naxos, quando ela era uma estranha empresa que produzia discos bons e baratos. Com este Messias descobriu-se que a Naxos poderia fazer discos FANTÁSTICOS e baratos. Lembro que, com este registro da obra-prima de Handel, todas as revistas e o público finalmente abriram as pernas para a gravadora de Klaus Heymann, fundada em 1987.
Agora, meu amigo(a), chegou a hora de você abrir as pernas.
G. F. Handel (1685-1759): O Messias
Disc 1
1. Part I: Sinfonia 00:03:12
2. Part I: Recitative: Comfort ye my people (Tenor) 00:03:08
3. Part I: Aria: Every valley shall be exalted (Tenor) 00:03:35
4. Part I: And the glory of the Lord shall be revealed (Chorus) 00:02:37
5. Part I: Recitative: Thus saith the Lord (Bass) 00:01:24
6. Part I: Aria: But who may abide the day of His coming (Counter – tenor) 00:03:06
7. Part I: And He shall purify the sons of Levi (Chorus) 00:02:29
8. Part I: Recitative: Behold, a virgin shall conceive (Alto) 00:00:25
9. Part I: Aria: O thou that tellest good tidings to Zion (Alto) 00:05:33
10. Part I: Recitative: For behold, darkness shall cover the earth (Bass) 00:02:42
11. Part I: Aria: The people that walked in darkness have seen a great light (Bass) 00:04:25
12. Part I: For unto a child is born (Chorus) 00:04:03
13. Part I: Pifa 00:00:56
14. Part I: Recitative: There were shepherds abiding in the field (Soprano) 00:01:22
15. Part I: Glory to God in the highest (Chorus) 00:01:54
16. Part I: Aria: Rejoice greatly, O daughter of Zion (Soprano) 00:04:04
17. Part I: Recitative: Then shall the eyes of the blind be opened (Alto) 00:00:20
18. Part I: Aria: He shall feed His flock like a shepherd (Alto) 00:05:13
19. Part I: His yoke is easy, His burthen is light (Chorus) 00:02:22
20. Part II: Behold the Lamb of God (Chorus) 00:02:52
21. Part II: Aria: He was despised and rejected of men (Alto) 00:11:11
22. Part II: Surely, He hath borne our griefs and carried our sorrows (Chorus) 00:02:05
23. Part II: And with His stripes we are healed (Chorus) 00:01:54
24. Part II: All we like sheep have gone astray (Chorus) 00:03:55
Disc 2
1. Part II: Recitative: All they that see Him Laugh Him to scorn (Tenor) 00:00:44
2. Part II: He trusted in God that He would deliver Him (Chorus) 00:02:23
3. Part II: Recitative: Thy rebuke hath broken His heart (Tenor) 00:01:48
4. Part II: Arioso: Behold, and see if there be any sorrow like unto His sorrow! (Tenor) 00:01:34
5. Part II: Recitative: He was cut off out of the land of the living (Tenor) 00:00:19
6. Part II: Aria: But thou didst not leave His soul in Hell (Tenor) 00:02:42
7. Part II: Lift up your heads (Chorus) 00:03:04
8. Part II: Recitative: Unto which of the angels said He at any time (Tenor) 00:00:14
9. Part II: Let all the angels of God worship Him (Chorus) 00:01:28
10. Part II: Aria: Thou art gone up high (Counter – tenor) 00:03:17
11. Part II: The Lord gave the word (Chorus) 00:01:10
12. Part II: Duet: How beautiful are the feet of Him that bringeth glad tidings of salvation (Soprano, Counter – tenor) 00:03:22
13. Part II: Aria: Why do the nations so furiosly rage together (Bass) 00:03:08
14. Part II: Let us break their bonds asunder (Chorus) 00:01:50
15. Part II: Recitative: He that dwelleth in heaven shall laugh them to scorn (Tenor) 00:00:12
16. Part II: Aria: Thou shalt break them with a rod of iron (Tenor) 00:02:10
17. Part II: Hallelujah! (Chorus) 00:03:44
18. Part III: Aria: I know that my Redeemer liveth (Soprano) 00:06:07
19. Part III: Since by man came death (Chorus) 00:01:52
20. Part III: Recitative: Behold, I tell you a mystery (Bass) 00:00:32
21. Part III: Aria: The trumpet shall sound (Bass) 00:09:06
22. Part III: Recitative: Then shall be brought to pass the saying that is written (Counter – tenor) 00:00:17
23. Part III: Duet: O Death, where is thy sting (Counter – tenor, Tenor) 00:03:24
24. Part III: Aria: If God be for us, who can be against us (Soprano) 00:04:57
25. Part III: Worthy is the Lamb that was slain (Chorus) 00:07:19
Angus Davidson
Helen Parker
Kym Amps
John Bowen
Robin Doveton
Scholars Baroque Ensemble
Pois bem, um argentino louco resolveu postar este CD, mas tratou de ignorar a Irish Rhapsody Nº 3 e a Concert Piece para Órgão e Orquestra e acompanham a Sinfonia Nº 7. Talvez justificadamente ressentido pela insistência dos ingleses em permanecer nas Malvinas, tratou de cortar pela metade o CD de Sir Charles (diz-se Tials, em pronúncia cockney) Stanford.
A Sinfonia é bastante boa com seus dois últimos movimentos grudadinhos coisa e tal, mas o disco não é tão bom quanto o Stanford anterior que postamos. Vale a pena baixar e ouvir, claro. O fato de não ser tão bom quando o anterior não implica em ruindade.
The rest is silence y la mano de Dios.
C. V. Stanford (1852-1924): Symphony No. 7 in D minor, Op. 124
1. Symphony No. 7 in D minor, Op. 124: I. Allegro 7:20
2. Symphony No. 7 in D minor, Op. 124: II. Tempo di minuetto [Allegretto molto moderato] 5:47
3. Symphony No. 7 in D minor, Op. 124: III. Variations and Finale: Andante 7:52
4. Symphony No. 7 in D minor, Op. 124: III. Variations and Finale: Allegro giusto – Poco piu lento – Allegro maestoso [alla breve] 7:38
Um grande disco, muito bem gravado e sedutor desde o primeiro solo de violino, o qual é imediatamente seguido pela orquestra. Stanford é um desses românticos perdidos num mundo que não o era mais. Sua música é muito boa e penso que não seja tão divulgada porque nada se espera de um compositor inglês. Afinal, a Inglaterra têm excelentes orquestras, instrumentistas e concertos. Compositores? Só de rock. O disco foi…
GRAMOPHONE ‘RECORDING OF THE MONTH’,
GRAMOPHONE EDITOR’S CHOICE,
GRAMOPHONE CRITICS’ CHOICE (chosen by three critics) e
CD REVIEW DISC OF THE WEEK.
Não é pouco e é merecido. Confira!
C. V. Stanford (1852-1924):
Violin Concerto in D, Op. 74 & Suite for Violin and Orchestra, Op. 32
(postagem especial para o colega pequepiano Itadakimatsu, que desejou ardentemente este disco e não lhe dei… Agora o terá digitalizado)
Este disco é simplesmente fantástico: álbum antológico, histórico e com músicas arrebatadoras! De cair o queixo!
Pra começar, temos Eleazar de Carvalho (1912-1996), um dos grandes nomes da regência brasileira no século XX, comandando a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – OSESP – em sua fase heróica, pré-Neshling, no afã de se tentar, com todas as dificuldades que o mundo e o sistema político e de finaciamento impunham, formar uma orquestra de nível internacional.
Temos, para melhorar, duas peças primorosas de Leopoldo Hekel Tavares, mais um daqueles compositores negligenciados que a gente escuta e fica se indagando “como esse cara não ficou famoso?”.
Pois é… Hekel Tavares era mais um da geração de compositores brasileiros que buscava nas formas populares de estruturação musical fazer uma música erudita genuinamente brasileira, ao lado de caras como José Siqueira, Francisco Mignone, Guerra Peixe e, claro, um pouco antes, Villa-Lobos. Há, inclusive, muitas de suas canções que foram gravadas por cantores da MPB (até Fagner já gravou coisas dele…).
Aqui temos, então, o portentoso Concerto para Piano e Orquestra em Formas Brasileiras nº 2, com esse nome comprido que parece a bíblia, mas que tenta exprimir, já no título, toda a intenção nacionalista do compositor alagoano. é, acredito, também a peça de concerto mais executada e gravada dele e, antes de mais nada: é MARAVILHOSO !!! (com três exclamações!). A primeira vez que eu o ouvi, não consegui parar. Acho que escutei o concerto seguido, todo, umas cinco vezes. Não espere uma peça muito de vanguarda: a forma e a melodia se parecem mais com composições do alto romantismo, e não do modernismo, mas é de um vigor e de uma beleza arrebatadores! Digo aqui sem pestanejar: é o meu concerto para piano predileto. Há até um livro de 1996 de Fernando de Bortoli, intitulado Hekel Tavares – O mais lindo concerto para piano e orquestra, Daí dá para se ter uma ideia da inspiração do compositor. Há uma versão ainda melhor com o Arnaldo Cohen ao piano no Música Brasileira de Concerto (aqui).
André de Leão e o Demônio de Cabelo Encarnado é um poema sinfônico em seis quadros de grande inspiração. Hekel Tavares se baseou no texto de Cassiano Ricardo (1895-1974) que narra a saga do encontro do personagem André de Leão com o Curupira. Tavares fez um movimento para cada estrofe da história de Cassiano Ricardo, procurando passar todas as sensações das situações que ocorrem (o encarte que está no arquivo tem o poema na íntegra). Uma espécie de Pedro e o Lobo, mas só que de brasileiríssimo texto e brasileira música, ainda que, como a anterior, mais calcada em moldes do romantismo. Do mesmo modo, muito bela, coisa de primeiríssima categoria.
Por fim, um puta disco! Estupendo! Não deixe de ouvir: seria um pecado mortal!
Leopoldo Hekel Tavares (Satuba, AL, 1896 – Rio de Janeiro, 1969)
Concerto para Piano e Orquestra em Formas Brasileiras nº 2
André de Leão e o Demônio de Cabelo Encarnado
Concerto pra Piano e Orquestra em Formas Brasileira nº2
01. I. Modinha
02. II. Ponteio
03. III. Maracatu
André de Leão e o Demônio de Cabelo Encarnado
04. 1º quadro (Andante con motto)
05. 2º quadro (tempo di marcia)
06. 3º quadro (Scherzo)
07. 4º quadro (andante ma non troppo)
08. 5º quadro (andante sostenuto)
09. 6º quadro (finale in modo di romanza)
Pietro Maranca, piano
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo
Eleazar de Carvalho, regente
São Paulo, 1982
Ao longo dos últimos 3 anos fizemos aproximadamente 150 postagens sobre Música Colonial e Imperial Brasileira (MCIB). Inúmeros LPs foram digitalizados, porém grande parte dessas postagens vieram de CDs, nacionais ou não.
Ao longo dos últimos 3 anos montamos um acervo incrível de MCIB: ouvintes que atenderam o nosso apelo e cederam seus LPs, verdadeiros tesouros, (Wottan, Alisson Roberto Ferreira de Freitas, Antonio Alves da Silva, Sergio Luiz Gaio, Fernando Berçot, Kivia Kelen Ramos, Mateus Rosada); maestros e musicólogos que me receberam de braços abertos e emprestaram seus acervos (Marcelo Antunes Martins, Harry Crowl, Rafael Arantes, Paulo Castagna), além de muitos companheiros do PQPBach que enviaram suas colaborações.
Tudo isso, mais o meu acervo, acabou se transformando quiçá no maior acervo existente sobre Música Colonial e Imperial Brasileira (MCIB).
O número de downloads triplicou durante este ano e tenho sido instado a postar em qualidade superior.
Assim sendo, levando-se em consideração os fatos acima, estamos constituindo o Acervo PQPBach que pretende ser a Memória da Música Colonial e Imperial Brasileira (MCIB).
Iremos repostar tudo de novo, adicionando um link para arquivo FLAC com os respectivos encartes e capas em alta resolução. Essas postagens estarão também na nova categoria “Acervo PQPBach de MCIB” além de trazerem estampadas o selo de qualidade acima.
Contamos com todos vocês para difundir o Acervo PQPBach de MCIB !!!
Declaración del productor: “No es una Big Band – es una Orquesta de Jazz!”
La respuesta a tres preguntas cruciales:
Por qué?
Como en una orquesta sinfónica estos son los colores que forman el centro de la música. Un juego completo de instrumentos de viento de madera en vez de saxofones, instrumentistas de cobre, cambian colores entre la trompeta, flugelhorn, trombón y bombardino. No sólo está en la pared de sonido, está también en el fino pincel en la pintura. Los músicos no solamente actúan, ellos actúan recíprocamente enturbiando las fronteras de sus instrumentos respectivos. Así la Concert Jazz Orchestra Vienna representa a la tradicional Big Band americana -pensando en Gil Evans, George Gruntz y María Schneider- con el espíritu de música moderna europea.
En la música de jazz una Big Band es un anacronismo vivo. Demasiados músicos fueron forzados a vivir con demasiado poco dinero, la enorme logística, pocos clubs que podrían permitirse o al menos acomodar una Big Band sobre su escenario, y festivales que más bien gastan el dinero en un solista que es la moda de hoy. Por eso:
Por qué una Big Band?
Primero nadie puede evitar la seducción de semejante cantidad. El tamaño realmente importa, y un enorme sonido puede ser la magia pura. Y por otra parte una Big Band reune dos cualidades fundamentales de la música: Composición e Improvisación.
Por qué “Concert Jazz Orchestra Vienna?
La última pregunta nos retrotrae al principio y lleva la respuesta directamente dentro de sí: Una composición de una hora principalmente, que destaca a un solista que concede el espacio para la libertad improvisacional, así como la integración perfecta del sonido del instrumento en la orquesta. Y una Orquesta de Jazz que -lejos de todo cliché de una Big Band- apoya y desafía a este solista al mismo tiempo.
La Concert Jazz Orchestra Vienna. Sonido de hoy en Big Band Jazz. Wolfgang Muthspiel. Un guitarrista excepcional. Una composición que combina la ejecución excepcional de Wolfgang con una gran formación. Continental Call. Sesenta minutos de música para escuchar, para escuchar otra vez, descubrir y redescubrir. Pero principalmente: sesenta minutos de música pura.
Declaración del artista
“De todos los compositores en este planeta soy probablemente la peor opción para escribir una pieza a gran escala para guitarra, para ser franco, odio el instrumento y a la mayoría de la gente que lo toca. Es mi problema y mi sentido de la envidia. La guitarra es fácil para aprender – cualquiera puede rasguear algunas canciones tradicionales o convertirse en una estrella de rock. Todo lo que tienes que hacer es levantar el pedal de volumen para alcanzar la dinámica que revienta los tímpanos. La habilidad técnica es también bastante fácil de lograr -y los guitarristas consiguen a todas las muchachas! Como ejecutante de bronces bajos que ha practicado durante más de 20 años y todavía le tiene miedo a las octavas, quien nunca consigue tocar la melodía, cuyos labios sangran cuando toca demasiado fuerte y quien nunca ha tenido una grupi, esto es obviamente un tema doloroso. Dejando mi problema personal aparte, también he tocado con bastantes guitarristas malos para haber sucumbido a los estereotipos negativos: ellos no pueden leer música y en la mayoría de los casos son inconscientes que la perilla de volumen puede -sólo en circunstancias horribles, desde luego- también ser girada a la izquierda…
Wolfgang Muthspiel es uno del pequeño puñado de guitarristas que no perpetúa estos estereotipos. Él escucha, piensa, es un acompañante sensible, así como un solista musical; él lee (no solamente música, sino también libros), ha viajado mucho y bien, cultivado y bien vestido -debe ser porque su hermano es un trombonista. Él todavía consigue a las muchachas, pero pienso que puedo perdonarlo por esto.
Generalmente concentro mi escritura en la sección de vientos, dejando la sección de ritmo a sus propios dispositivos. Colocar la guitarra en el centro conservando el equilibrio de la orquesta de jazz fue un problema que podría haber tenido el resultado trágico de 60 minutos de solo de guitarra y 18 acompañantes muy aburridos en la banda. Para integrar, sin perder el foco sobre Wolfgang, presentándolo como un miembro de la banda, el compañero de dúo, el acompañante y el puente entre los movimientos, la fundación rítmica y el refuerzo acústico (esto va a once!) fue mi desafío.
El encuentro de puntos en común fue la preocupación principal. Wolfgang y yo venimos de dos mundos musicalmente diferentes. Esto es lo que hace este proyecto interesante. Nosotros encontrándonos al medio -también nuestros viajes respectivos: Wolfgang de Europa a los EE.UU. y el mío a la dirección de enfrente. Por eso Continental Call cuenta la historia de todos estos viajes por estos mundos diferentes.”
Obs.: Do falecido blog http://musicaquecuelga.blogspot.com.br/. RIP.
Continental Call (Concerto for Guitar and Jazz Orchestra)
1. Movement I: Dirge (6:06)
2. Movement II: Seventh Of Nine (18:22)
3. Movement III: Dream Waltz (13:41)
4. Movement IV: Getting Started (21:49)
Composer, arranger, conductor : Ed Partyka
Guitar : Wolfgang Muthspiel
Soprano / alto / tenor sax, flute: Stefan Öllerer
Soprano / alto sax, flute, clarinet, soprano sax solos: Michael Erian
Soprano/tenor sax, flute: Harry Sokal
Tenor/baritone sax, bass clarinet: Herwig Gradischnig
Trumpet, flugelhorn: Thorsten Benkenstein, Aneel Soomary, Martin Ohrwalder, Walter Fend, Thomas Gansch (trumpet solos)
French horn: Thomas Bieber
Trombone, euphonium: Dominik Stöger, Robert Dodge, Robert Bachner (euphonium solos)
Bass trombone, euphonium: Erik Hainzl
Piano: Oliver Kent
Bass: Uli Langthaler
Drums: Christian Salfellner
Ah, como é bom garimpar e encontrar raridades e compositores pouco conhecidos nesses velhos LPs. Dá-me um prazer fora do normal!
Além do José Siqueira, compositor que tanto já elogiei (e tanto já elogiaram nos comentários), com seu belo e inteligentíssimo Concertino para Oboé e Cordas (e de quem esta é a última e 16ª postagem que fazemos aqui, até um dia possuirmos mais material dele), temos hoje o debut pequepiano de dois compositores surpreendentes. Temos estreando aqui Brenno Blauth*, compositor gaúcho de grande habilidade com a partitura, um baita melodista, e responsável por este extasiante Divertimento, cujo segundo movimento, a Cantiga, é, a meu ver, a faixa mais bela deste álbum (corra para escutá-la antes: seu dia já terá valido a pena), e o sagaz Nelson de Macêdo, pernambucano, que traz para o seu Otum Obá toda a carga de influências nordestinas, com um jogo de variações rítmicas e melódicas de fazer bonito pra qualquer um que entenda do riscado.
Só gente foda, só cara bom! Veja um pouquinho mais no comentário do encarte do discão:
Divertimento – Nos primórdios da música nacionalista brasileira, um dos seus mais ilustres fundadores, o paulista Alexandre Levy, escreveu para piano uma serie de 13 Variantes sobre um tema popular brasileiro, que outro não é senão o Vem cá, Bitu, ou Cai, cai, balão. Dizia Levy que “para escrever música brasileira era preciso estudar a música popular de todo o Pais, sobretudo do Norte do Brasil”. Neste disco, um outro talentoso compositor brasileiro, Brenno Blauth, gaúcho, da atual geração, escreve, sobre o mesmo tema, uma atraente partitura para orquestra de cordas, cujos movimentos são: I. Animado, 2. Cantiga, 3. Toada, 4. Dança Gaúcha. É que o tema em questão pertence ao universo musical popular brasileiro, sem os lindes do regionalismo. Essa obra, com motivos curtos e singelos que, com o contraste de fortíssimo e pianíssimo lhe dão início, é muito habilmente escrita, na sua polifonia clara. Aquele tema popular surge, depois do que se pode chamar de introdução, em terças, nos violinos. No tempo lento cantam uníssonos os violinos uma linha languidamente seresteira. A Toada é também muito interessante, com seu ritmo de acordes sincopados, e sua insinuante linha melódica. Já no Final se afirma o gauchismo do autor, em uma Dança característica, onde se reafirma o tema fundamental da obra, que surge transfigurado, ate que na coda se precipita, rápido, brilhante e piano, um desenho descendente imitativo.
O Concertino para Oboé e Orquestra de José Siqueira se divide em três partes: 1. Andante – Allegro ma non troppo, 2. Lento. 3. Allegretto. Composto há dez anos, o Concertino vem mais uma vez confirmar a invariável significação nacionalista da música do autor que, precedendo o Andante inicial, confia ao oboé a linha melódica do Pregão, de origem folclórica. Inicia-se o Andante pelas cordas, com surdina, em contraponto a quatro vozes, escrito com a mestria habitual do compositor, até que se dá a exposição do primeiro tema pelo oboé, suportado pelas cordas. Mas então se deflagra o Allegro ma non troppo, com um novo tema do instrumento solista, que é retomado em cânone nos violinos. Há desenvolvimento e, por fim, uma contra-exposição em que o primeiro tema surge por último, depois do segundo tema. O Lento vem formado por três variações, feitas sobre o tema folclórico do Pregão, exposto pelo oboé. As duas primeiras variações são ornamentais e ampliadoras, e a terceira é ornamental e contraída. O terceiro movimento, Allegretto, é uma Fuga a seis vozes, cujo sujeito vem exposto pelos primeiros violinos.
Otum Obá, de Nelson de Macêdo, é um Divertimento para flauta, oboé e cordas, cujo afro-brasileirismo estilizado se evidencia no cunho incisivo da invenção rítmica, da partitura cujos três movimentos se sucedem sem solução de continuidade: I. Allegro moderato. II. Interlúdio. III Allegro. Prevalência rítmica de forte impulso coreográfico, temperado pela dolência, a languidez, a expansão lírica, em largos saltos intervalares, do Interlúdio lento, que também tem força rítmica na sua lentidão, mas onde prepondera, sob forma de recitativo, o surto melódico da flauta e do oboé, sendo que a flauta procede também por cristalinos trilos, sabre os desenhos ondulantes do oboé, com o qual logo se entrelaça. Esses recitativos se originam da introdução ao primeiro tempo, quando o violoncelo declama, com larga variedade dinâmica. E o próprio violoncelo solista inicia o primeiro movimento, para estabelecer com os demais instrumentos uma correnteza contrapontística, de súbito interrompida por uma fermata, para uma rápida rememoração do recitativo inicial. A tempo I, nutrido trabalho polifônico, de sentido veemente, se restabelece, mas cede lugar a certa altura a um tema tratado por imitação, que do oboé passa a flauta, e depois ao violino, e que soa como um apelo. Toda a trama, agilmente, recomeça no celo, ate que entra o Interlúdio. Por fim, o Allegro culmina a composição com brilhantismo virtuosístico em que se empenha toda a orquestra e ao qual não falta sutileza de acentos.
(Eurico Nogueira França, extraído do encarte).
* Atenção gremistas: o Brenno Blauth foi o compositor do segundo hino do Grêmio, substituído depois pelo atual, de Lamartine Babo.
Repetindo: um baita discão! Ouça! É coisa de primeira categoria!
Os Cameristas
Os Cameristas (1980)
Brenno Blauth (Porto Alegre, RS, 1931 – São Paulo, SP, 1993)
01. Divertimento – 1. Animado
02. Divertimento – 2. Cantiga
03. Divertimento – 3. Toada
04. Divertimento – 4. Dança Gaúcha José Siqueira (Conceição, PB, 1907 – Rio de Janeiro, RJ, 1985)
05. Concertino para Oboé e Orquestra de Câmara – 1. Andante – Allegro ma non troppo
06. Concertino para Oboé e Orquestra de Câmara – 2. Lento
07. Concertino para Oboé e Orquestra de Câmara – 3.Allegretto Nelson de Macêdo (Orobó, PE, 1931)
08. Otum Obá, Divertimento para flauta, oboé e cordas – 1. Recitativo – Allegro
09. Otum Obá, Divertimento para flauta, oboé e cordas – 2. Moderato – Lento
10. Otum Obá, Divertimento para flauta, oboé e cordas – 3. Allegro
Orquestra “Os Cameristas”
Kleber Veiga, oboé
Carlos Rato, flauta
Nelson de Macêdo, regente
1980
Este CD estava separado já há alguns dias. Traz uma música espessa e ao mesmo tempo espiritualmente delicada. É a segunda vez que escuto esse disco e fico com uma sensação de que saí de uma sala de sensações turbulentas e que me conduziu a pensar em coisas sérias. Estamos falando de Johann Sebastiam Bach. E quando isso acontece, a certeza que temos é a de que estamos diante de vozes celestiais. É como se o tempo parasse e o momento presente fosse o único espaço. Nem o ontem nem o hoje. Apenas o presente com sua voz aveludada. Passageiros de uma nau que nos leva pelos espaços cósmicos. A natureza deixa de ser um espaço de beligerâncias e se torna um espaço holístico onde tudo se integra. Ora o cravo se une com a flauta; a flauta se une com o violoncelo e o cravo; ora o violino se une com a flauta e com o violino e formam uma espetáculo emudecedor. Novamente: estamos falando da música de Johann Sebastian Bach. O mestre Jordi Savall faz um trabalho notável. Não deixe de ouvir.Uma boa apreciação!
Johann Sebastian Bach (1685-1750) – The Musikalisches Opfer, BWV 1079
01 – Thema Regium – Traverso Solo
02 – Ricercar A 3 – Clavecin
03 – Canon Perpetuus Super Thema Regium
04 – Canon 1 A 2 (Cancrizans) – Clavecin
05 – Canon 2 A 2 Violini In Unisono
06 – Canon 3 A 2 Per Motum Contrarium
07 – Canon 4 (A) Per Augmentationem, Contrario Motu
08 – Ricercar A 6 – Clavecin
09 – Sonata Sopr’ll Soggetto Reale_ Largo
10 – Sonata Sopr’ll Soggetto Reale_ Allegro
11 – Sonata Sopr’ll Soggetto Reale_ Andante
12 – Sonata Sopr’ll Soggetto Reale_ Allegro
13 – Canon A 2 Quarendo Invenietis (9A) – Clavecin
14 – Canon A 2 Quarendo Invenietis (9B) – Clavecin
15 – Canon 5 A 2 Per Tonos ‘Ascendenteque Modulatione Ascendat Gloria Regis’
16 – Fuga Canonica In Epidiapente (6)
17 – Canon4 (B) Per Augmentationem, Contrario Motu
18 – Canon Perpetuus (Per Justi Intervali) (8)
19 – Canon A 4 (10)
20 – Ricercar A 6 – Ensemble
Blog com muita história. Postado há cinco anos atrás – 19/09/2007
A magistral dupla Chopin / Rubinstein está de volta. Desta vez, teremos os noturnos. FDP reconhece que demorou a decidir qual a versão que postaria, mas acabou optando pelo gênio de Rubinstein, em sua especialidade. Creio existirem poucos pianistas que foram tão especializados em um compositor. E Rubinstein nunca deixou de afirmar qual era seu compositor favorito. Esses noturnos em suas mãos tornam-se obras únicas, extremamente introspectivas, que conseguem captar a alma do gênio chopiniano. Enfim, trata-se de gravação indispensável em qualquer cdteca. Arrau, Baremboim, Ashkenazy, Pollini, entre outros, deram suas contribuições para perpetuar essas obras tão pessoais, mas foi Rubinstein quem conseguiu atingir o seu ápice.
Frideryk Chopin – Nocturnes
DISCO 01
01. nocturne no. 1, op. 9 in b-flat
02. nocturne no. 2, op. 9 in e-flat
03. nocturne no. 3, op. 9 in b
04. nocturne no. 1, op. 15 in f
05. nocturne no. 2, op. 15 in f-sharp
06. nocturne no. 3, op. 15 in g
07. nocturne no. 1, op. 27 in c-sharp
08. nocturne no. 2, op. 27 in d-flat
09. nocturne no. 1, op. 32 in b
10. nocturne no. 2, op. 32 in a-flat
DISCO 02
01. nocturne no. 1, op. 37 in g minor
02. nocturne no. 2, op. 37 in g major
03. nocturne no. 1, op. 48 in c minor
04. nocturne no. 2, op. 48 in f-sharp minor
05. nocturne no. 1, op. 55 in f minor
06. nocturne no. 2, op. 55 in f-flat major
07. nocturne no. 1, op. 62 in b major
08. nocturne no. 2, op. 62 in e major
09. nocturne no. 1, op. 72 in e minor
Hoje estou orgulhoso! José Siqueira, compositor brasuca simplesmente estupendo e esquecido da história, apagado deliberadamente pela perseguição que sofreu no regime militar, atinge hoje, aqui no P.Q.P.Bach, a marca de QUINZE postagens. Não é um número absurdo (os entes da Santíssima Trindade – Bach, Beethoven e Mozart – tem todos mais de cem posts), não deve ser nem o vigésimo mais postado aqui, mas já é o sexto brasileiro mais presente no blog. Ultrapassou André da Silva Gomes, Castro Lobo e Sigismund Neukomm e igualou-se, ante os estrangeiros, a Shoenberg. Eu, sinceramente, conhecia pouco dele até o começo deste ano e, tomando contato com mais obras, pude ver como o cara é bom. Tomei suas dores, publicando tudo o que dele dispusesse e dele encontrasse. Com o material que temos e com as contribuições preciosíssimas de Harry Crow, o P.Q.P.Bach cumpre o papel ao qual se propõe desde o início: o de divulgar a música, de polinizar a beleza pela blogosfera. Acredito que ajudamos a tirar um pouco da sombra que teima em obscurecer o nome desse grande brasileiro, José Siqueira, hoje, com um complexo, difícil e fodástico Divertimento para Oboé e Cordas.
Temos outro compositor não menos genial na postagem de hoje, Radamés Gnattali, que soube como poucos não só unir o erudito ao popular, mas alternar entre esses dois campos. Gnattali passeava de um lado a outro, de um gênero a outro da música, como se fosse necessário só apertar a tecla SAP. Coisa incrível! Além de sua música de concerto (seu concerto para harpa e cordas, por exemplo, é uma das coisas com mais enlevo que já ouvi), é vasta a sua produção de choros, sempre de altíssima qualidade. Não à toa, sua produção, sempre influenciada pelos ritmos do Brasil, também recebeu as cores dos sons do Nordeste, como é o caso do belo (e agudíssimo) Concerto para Violino.
Aproveitei para transcrever parte do encarte que fala com muita propriedade da qualidade desses dois compositores de hoje e do conjunto executante:
(…) Além de compositor de larga projeção não só no Brasil como no exterior, José Siqueira (1907) é sem dúvida um dos espíritos mais empreendedores de nosso cenário musical, quiçá o mais arrojado de todos. Homem de visão, amando acima de tudo o manancial sonoro de seu país, bem merece um preito de gratidão pelo muito que fez em prol do desenvolvimento cultural de nosso povo. Aos 33 anos, em 1940, criou a Orquestra Sinfônica Brasileira, hoje um conjunto de renome internacional. Em 1948 fundava a Sinfônica do Rio de Janeiro e, anos mais tarde, a Orquestra de Câmara do Brasil. Em 1960 consegue ver realizado o seu mais ambicionado sonho: a criação da Ordem dos Músicos do Brasil. Mestre de sua arte, dono de um “metier” invejável, sua obra é vastíssima, abrangendo todos os gêneros — da ópera à música de câmara, da canção à sinfonia. A produção do músico paraibano pode ser dividida em três períodos distintos: o primeiro universalista e que vai até 1943; o segundo, nacionalista no sentido genérico, indo de 1943 a 1950 e o terceiro, que poderíamos definir como “nordestino” pelo emprego regular do sistema por ele denominado de tri-modal. Essa teoria consiste no aproveitamento sistemático das três escalas encontradas no rico folclore nordestino. Siqueira é dentro da corrente nativista talvez o mais “intimamente nordestino” de nossos músicos.
Seu Divertimento Nº5 para cordas data de 1974 e contém três movimentos: Allegro, Larghetto e Allegro
Pianista nato de rara intuição, regente, orquestrador habilíssimo e compositor dos mais versáteis, Radamés Gnattali (1906) que este ano comemora seu 70º aniversário de nascimento continua em perene criatividade. O lugar de excepcional destaque que ele conseguiu no panorama da música brasileira de nossos dias, deve-se a vários fatores, entre esses, o de ter militado longos anos nas lides radiofônicas, onde alcançou notoriedade, quer como arranjador popular, quer como músico erudito. Após haver estudado plano em seu estado natal o Rio Grande do Sul, veio para o Rio em 1931, onde frequentou o Instituto Nacional de Música até 1938. Todavia, no domínio da composição, pode-se de sã consciência afirmar-se que foi um autodidata. A princípio deixou-se influenciar pelo “jazz”, mas pouco a pouco foi assumindo um nacionalismo consciente calcado menos nas constantes rítmico-melódicas populares do sul do país a exemplo de seu conterrâneo Luiz Cosme e mais voltado para a temática nordestina, fonte de sua inspiração, como também soou acontecer com Camargo Guarnieri e tantos outros. Como Guerra Peixe, o compositor gaúcho faz questão de estabelecer um paralelo entre os dois setores da sua produção — o popular e o erudito.
O Concerto para violino e cordas inserido no presente disco é o segundo que concebeu para o instrumento, e foi dedicado a Giancarlo Pareschi, que é o autor das cadenzas. Divide-se em três seções: Alegro — Canção e Chôro.
O conjunto “Os Cameristas” foi fundado em 1964 pelo M. Nelson de Macêdo, formado por uma seleção dos melhores instrumentistas de cordas do Rio de Janeiro. Fez sua estréia sob o patrocínio de O Globo no auditório daquele vespertino. Noel Devos (Fagote), Giancarlo Pareschi (Violino) e Nelson de Macêdo (Regente) são nomes que dispensam maiores apresentações, por serem de nossos mais conhecidos e apreciados intérpretes com uma larga folha de relevantes serviços prestados à música brasileira. Nelson de Macêdo, além de violista e regente, vem se firmando como um compositor de inegáveis merecimentos
Sérgio Nepomuceno (Extraído do encarte)
Semana que vem teremos mais um álbum d’Os Cameristas com obra de José Siqueira. Será a 16ª e última postagem dele. Mas acredito que no futuro consigamos mais material do paraibano arretado para postar aqui. É esperar pra ver…
Por fim, UM BAITA DISCÃO! Ouça e torne seu dia mais feliz!
Os Cameristas
Os Cameristas (1976)
José Siqueira (Conceição, PB, 1907 – Rio de Janeiro, RJ, 1985)
01. Divertimento nº5 – 1. Allegro
02. Divertimento nº5 – 2. Larghetto
03. Divertimento nº5 – 3. allegro ma non troppo Radamés Gnattali (Porto Alegre, RS, 1906 – Rio de Janeiro, RJ, 1988)
04. Concerto para violino nº2 – 1. Allegro moderato – marcato
05. Concerto para violino nº2 – 2. Canção
06. Concerto para violino nº2 – 3. Choro
Orquestra “Os Cameristas”
Noel Devos, oboé
Giancarlo Pareschi, violino
Nelson de Macêdo, regente
1976
“Los públicos de la música clásica se han multiplicado en todo el mundo. El crecimiento en Asia y América del Sur es un ejemplo”.
Obs.: Reportagem do El País de Madrid. Quando eles falam em El ruido eterno, referem-se ao livro OBRIGATÓRIO O resto é ruído, lançado no Brasil pela Cia. das Letras. Boa leitura.
Más allá de las partituras
Destrozó ideas preconcebidas sobre la música en ‘El ruido eterno’. Ahora, el crítico Alex Ross vuelve a ofrecernos su particular visión de un arte cosmopolita y mestizo en ‘Escucha esto’, su nuevo libro, donde tumba prejuicios y amplía barreras para el siglo XXI
Encontrar y ahondar en las jerarquías sociales, montar desajustes económicos, quebrar sistemas con desigualdades configura nuestra mente de una manera un tanto pérfida y viciada. ¿Y si con la música hacemos un esfuerzo y no caemos en determinados vicios? Imaginen, como diría John Lennon, que no existe el paraíso. Resulta fácil si nos ponemos a ello. Ni tampoco el infierno… Que no hay simas, que no hay diferencias, que todo, en lo que se refiere a ese arte, viene de una imbricada y sutil conexión entre el alma, el sentido, el sentimiento y el intelecto…
Así trata de explicar la música Alex Ross, limpiando las fronteras. El crítico de The New Yorker consiguió en El ruido eterno raptar nuestra atención para la lectura y mostrarnos fuera de santidades, elitismos y clichés, alejado de los prejuicios y pegado escrupulosamente a la singularidad de los contextos, lo que aconteció creativamente entre los compositores del aparentemente arduo e indescifrable siglo XX. Y lo hizo con un rigor encomiable, con una altura de miras ambiciosa, pero con una capacidad de comunicación muy efectiva que convirtió el libro en superventas.
En su anterior ensayo, Alex Ross trazaba un recorrido fascinante por ese mundo desde que Richard Strauss estrenara su impactante Saloméhasta nuestros días. Ahora, en Escucha esto (Seix Barral), el escritor va más allá de las barreras impuestas y los géneros. Ahonda en la finísima línea que fluye y conecta de manera fascinante los cinco siglos que aparentemente separan a Monteverdi de Björk o a Bach de Led Zeppelin y a Vivaldi de Radiohead. ¿Alguien lo duda? Pues lo prueba.
Sin límites, sin exclusividades, derribando la premisa de que existen músicas superiores o más complejas que otras. No hay clases. Históricamente. Entre el barroco y el rock, entre el Renacimiento y el pop, entre los alardes románticos de Schubert y Beethoven, y el jazz o elblues, todos somos más o menos iguales.
“Vivimos un cambio profundo. Con todo
lo que guardamos
en nuestros aparatos, podemos trasladarnos
de un género a otro
con un clic”
Al fin y al cabo, venimos de la chacona. Es decir, de un baile popular elevado a los escenarios y santificado ahora por los atentos silencios de los públicos más exclusivos cuando suena desde la caja de un chelo en una suitede Bach. Pero por mucho que algunos paguen a 120 euros la entrada por disfrutar de una chacona y sea el colmo del refinamiento, esa música tiene un origen bastardo. Bach adaptó un estilo que en su día, allá por 1598, el soldado Mateo Rosas de Oquendo, después de haber pasado una década en Perú, incluyó en una lista que agrupaba dentro de las cosas con nombres que el demonio había designado. Eso fue en sus orígenes la perversa y pecaminosa chacona.
Desde esa raíz hasta nuestros días, esa danza ha efectuado un viaje interestelar a través del tiempo hasta poder apreciarse en conciertos de rock o melodías de Broadway. En un solo de guitarra de Ritchie Blackmore o de Jimmy Page, príncipes del hard rock con Deep Purple o Led Zeppelin, a las diabluras con la flauta de Ian Anderson, líder de Jethro Tull. O del jazz, también, en su carácter improvisatorio, pero sobre todo en los grupos de música antigua que la someten a intensas y emocionantes variaciones, como es el caso de Jordi Savall con su viola de gamba.
Pero existe otra conexión más íntima, más pegada a los sentidos y a los silencios del alma que la música termina por exorcizar. Y es lo que Alex Ross califica como el gusto por el lamento: “Puede que para muchos no resulte sorprendente, pero las similitudes que unen a un gran número de culturas con el lamento son impactantes. Se percibe una línea que conecta el Renacimiento, el barroco, el romanticismo, el flamenco o elblues con tantos otros. Parece como si se tratara de emular a través de la música los sonidos que el hombre emite cuando se encuentra sereno, en paz”.
Se entabla un inmenso diálogo sin fin, un eco eterno de sonidos en busca de sentimiento, de estados de ánimo que relativizan el tiempo, porque son los mismos que han configurado nuestra sensibilidad desde las cavernas. “Es un proceso fascinante y misterioso, que nunca sabremos por qué se produce así ni a qué razones se debe”.
“Me encantaría que el término música clásica desapareciera de nuestro vocabulario y fuéramos capaces de encontrar otro”
Por eso, Alex Ross se adentra en las profundidades de los orígenes. Aunque la música popular está en la raíz de muchas cosas, las procedencias son incontables, enormes, inabarcables. “No creo que la música proceda de una única raíz común, aunque es cierto que nuestros orígenes como especie no se diferencian tanto. Pero desde ahí hasta ahora se han desarrollado multitud de lenguajes distintos dependiendo de los sistemas, las creencias, las religiones. Me gusta adentrarme en esas diferencias sobre todo cuando alejan al individuo de su reducto más seguro, más local, más familiar. Creo que en música deberíamos ser todos auténticamente cosmopolitas”.
Heterogéneos, eclécticos, imprevisibles, instintivos y menos racionales, impulsivos y poco reflexivos… Libres, desinhibidos, poco acomplejados, abiertos al sentimiento y no al entendimiento, que llegará —o no— después. Para eso, quizás las tecnologías nos ayuden, o nos estén educando los mecanismos neuronales para apreciar la música de modo diferente de como la hemos venido percibiendo.
Pero no hay que temer los cambios en ese sentido. Siempre ha sido igual. Cada época ha tenido y se ha adaptado a su propia manera de escuchar la música. De las fiestas populares y las iglesias a los salones del XIX, y de la intimidad del cuarto de estar con el gramófono al ensimismamiento con los auriculares y el dejarse llevar por nuestros iPods cuando conectamos el sistema aleatorio hay un mundo. “Ahora vivimos un cambio profundo en ese sentido”, avisa Alex Ross. Tiene que ver con la acumulación, con la avaricia musical. “Con todo lo que guardamos en nuestros aparatos, ya sean MP3, teléfonos u ordenadores, podemos trasladarnos de un género a otro con un clic, fácilmente. Eso hace que prestemos menor atención, que nos concentremos menos en lo que escuchamos. Y resulta un cambio profundo, pero por el momento no afecta a la actitud que el público muestra en las salas de conciertos. Allí, según aprecio, siguen prestando mucha atención incluso a las piezas de larga duración”.
Quizás los teatros, los rituales para la música en directo sean esos lugares donde no admitimos aún la profanación de las prisas, el altercado constante de la aceleración. Pero a quienes sí afecta es a los creadores. Activamente, buscando la manera de adaptarse a los nuevos soportes. Renovarse o morir. “Utilizan esos soportes incluso para componer. Pero eso no es nuevo, no hay más que recordar que los compositores, a lo largo de la historia, siempre se han mostrado líderes respecto a la tecnología, en los sistemas de sonido, en el uso de ordenadores, en las posibilidades que les ha brindado Internet. Es el resto del mundo quien ha tenido que seguirles en muchos casos”.
La lucha por la originalidad ha movido millones de partituras. La búsqueda de la diferencia ha distinguido a los grandes de los pequeños. Luego, la historia juzga. Y muchas veces en contra de las intenciones de los creadores. Muchas veces incluso injustamente, caprichosamente. En esta época de confusa catarsis general quizás resulte complicado adivinar quiénes serán nuestros grandes clásicos. Cada disciplina, cada modo y cada género tendrán los suyos. No debería imponerse un pensamiento único, un canon inapelable, se diversificarán los futuros clásicos y la música tendrá varios en cada una de sus expresiones. Lo mismo pasará a la historia la virulencia del silencio iconoclasta que propone John Cage como el afán revolucionario popular de The Beatles. “Todos ellos y más. Las diferenciaciones han quedado obsoletas. También debemos ser conscientes de que en el siglo XIX, Beethoven era considerado serio, y Rossini, popular. Ahora, ambos son clásicos”.
Pero entre las ventajas que nos brinda la posmodernidad, hay que decir que los grandes no se dan la espalda. Se buscan, se excitan creativamente, se inspiran. ¿Qué tiene que ver Karlheinz Stockhausen con Björk o con Lennon y McCartney? Que les inspira una evidente veneración. “Les une la curiosidad y la voluntad de explorar nuevos caminos. Ninguno de los tres se queda parado, ninguno ha repetido machaconamente una idea, una fórmula que les haya funcionado y se haya convertido en algo popular. Lo profundamente artístico se busca sin descanso. Son lo contrario a aquello que marca una corriente mayoritaria y se deja convertir en una marca”. Alergia al encasillamiento es lo que define a unos y a otros. Por eso se han buscado.
“Los públicos de la música clásica se han multiplicado en todo el mundo. El crecimiento en Asia y América del Sur es un ejemplo”
Ejemplos de esa rabia diferencial son lo que Ross propone en su libro. Lo que él llama la violenta elegancia de Mozart, el éxtasis de la tristeza que nos brinda Schubert, las canciones de un folk abstracto e imaginario que busca Björk, la excesiva sabiduría que encontramos en Dylan… A todos ellos les une una obsesión particular del autor. “Los creadores sobre los que he escrito están en el libro porque hacia cada uno de ellos he sentido la necesidad de ahondar, de saber más. Tanto sobre su arte como sobre sus personalidades, sin importar que estuvieran vivos o muertos”, asegura el crítico.
Entre esas obsesiones, existen rasgos comunes que le mueven a ahondar sobre ellos: “Me atrapan quienes van más allá de la esencia del género que han escogido, o quienes han roto con los cánones de manera traumática, personajes como John Luther Adams, que se retiró a Alaska para crear su vasto universo, en ejemplos como el suyo hallamos otra integridad, la de esa gente fundamental y singular que huye de todo conformismo”.
Pero esas singularidades no deben apartarnos de las corrientes que hoy, desde lugares alejados del centro de Occidente, van adueñándose de territorios supuestamente lejanos para ellos. Fenómenos que vienen de Asia o América Latina y que han conquistado la globalidad de la música más eterna con sus interpretaciones más frescas, más espontáneas, distintas. “Los públicos de la música clásica se han multiplicado en todo el mundo. Son mucho más numerosos hoy que hace cien años. El crecimiento en Asia y América del Sur es un ejemplo. Casos como el pianista chino Lang Lang o el director venezolano Gustavo Dudamel prueban que la gran tradición de la música europea puede echar raíces en distintas culturas y producir talentos extraordinarios. Me gustaría ahora conocer a los compositores de esos lugares, no solo a los intérpretes”.
“Ciertos rituales en las salas de conciertos deberían cambiar. Muchas convenciones se impusieron hacia 1900 y no han evolucionado”
Un nuevo tiempo para nuevos aires donde se trasladan los centros de gravedad. Y quizás sea el momento adecuado también para redefinir conceptos. ¿Por qué reducir la música a simples categorías y paradigmas anticuados cuando lo que nos atrapa es la mezcla, el mestizaje? “Me encantaría que el término música clásica desapareciera de nuestro vocabulario y fuéramos capaces de encontrar otro. Pero aún no he logrado hallar algún término que me convenza. A lo mejor nos hemos encallado en él. El problema más grave es que se refiere a música del pasado, a música que huele a muerto. Existen muchos creadores en activo que exploran esas tradiciones y que se convierten en invisibles porque el término clásico no puede englobarles a ellos”.
Como tampoco estaría mal que desterráramos ciertas convenciones en las salas de conciertos. Ciertas rigideces que nos alejan de la música y nos la convierten en algo antipático. Cuándo, o no, se debe aplaudir en una sala nos lleva a reflexiones de carácter histórico que quitan la razón a los públicos más frígidos, según Alex Ross. “Creo que ciertos rituales en las salas de conciertos deberían cambiar. Muchas convenciones se impusieron hacia 1900 y no han evolucionado. La prohibición de los aplausos resulta artificial y no tiene sentido en piezas como el primer concierto de piano de Chaikovski o el Emperador de Beethoven. En estas obras resulta raro y va contra su naturaleza que no se aplauda al final del primer movimiento. Deberíamos fijarnos en la música y dejarnos llevar por nuestro sentimiento más que ceñirnos a normas abstractas”.
Como abstracción también es contar la música. Algo en lo que Alex Ross viene a ser de los pocos que consiguen la excepción de una comunicación sugerente, visceral, fascinante, divertida, jugosa. “Nunca vamos a lograr traducir la música a palabras, como tampoco se puede en otras artes. Aunque el lenguaje nos resulte insuficiente, nos urge compartir la experiencia y los periodistas representamos un papel fundamental en ese aspecto. Nuestra obligación es plantear una especie de conversación pública sobre los hechos que atestiguamos”.
Aunque ciertos géneros periodísticos anden en crisis hoy. La crítica, por ejemplo. “No está en su mejor momento, ni se la considera como en el pasado. Los periódicos ya no apuestan por ella y es un error. Se han convertido en meros espacios para el cotilleo en Internet y así se van condenando con mucha más rapidez de la que ellos mismos temen. Es hora de que ofrezcan a los lectores lo que les resulta difícil encontrar, una crítica reflexiva y extensa que les diferencie de los demás”.
Um post de peso. Mais uma vez trago Steven Isserlis para vocês. Pessoal, o cara é bom mesmo, fazer o que? Bom pra nós. Creio que a Chamber Orchestra of Europe dispense apresentações não é verdade? Os dois concertos de Haydn para violoncelo são simplesmente magníficos. A genialidade do compositor, a sensibilidade, a inteligência na condução dos movimentos é fantástica. Adoro esses concertos, lindos do início ao fim. A Sinfonia Concertante e o Adagio cantabile da Sinfonia No. 13 vem de brinde. O mestre Haydn é um dos meus compositores favoritos. A música de Haydn é tão poderosa e encantadora que muitas vezes não sabemos se o cello e a orquestra estão conduzindo a música ou se a música está conduzindo o cello e a orquestra. É uma fusão perfeita. Tudo é belo. Tanto as passagens solo do cello, quanto as partes da orquestra. Música. Pura, absoluta, linda, encantadora. Simples e inteligente. Nada profético ou apocalíptico. Apenas a música, de corpo e alma. É o que torna Haydn tão especial. É o que encontramos neste cd.
Franz Joseph Haydn(1732-1809) – Cello Concertos – Sinfonia Concertante – Steven Isserlis, Chamber Orchestra of Europe, Sir Roger Norrington
1. Cello Concerto in C/C-dur/ut majeur H. VIIb:1/Moderato 10:01
2. Cello Concerto in C/C-dur/ut majeur H. VIIb:1/Allegro molto 7:21
3. Cello Concerto in C/C-dur/ut majeur H. VIIb:1/Adagio 7:04
4. Symphony No. 13 in D Major/Adagio cantabile II. 6:40
5. Cello Concerto in D/D-dur/ré majeur H.VIIb:2/Allegro moderato 14:11
6. Cello Concerto in D/D-dur/ré majeur H.VIIb:2/Adagio 4:39
7. Cello Concerto in D/D-dur/ré majeur H.VIIb:2/Allegro 4:40
8. Sinfonia Concertante in B-Flat/B-dur/si bémol majeur for Violin, Cello, Oboe, Bassoon/Allegro 9:32
9. Sinfonia Concertante in B-Flat/B-dur/si bémol majeur for Violin, Cello, Oboe, Bassoon/Andante 4:28
10. Sinfonia Concertante in B-Flat/B-dur/si bémol majeur for Violin, Cello, Oboe, Bassoon/Allegro con spirito 6:42
Steven Isserlis; cello
Chamber Orchestra of Europe
Sir Roger Norrington; conductor
Gents, este CD vale a pena pela raridade do repertório. Os concertos para violino de Haydn são fortemente mais ou menos. Não os achei muito apaixonantes. Como fiz anteontem e ontem com Vivaldi, primeiro um disco médio, depois um arrasa-quarteirão. Então, preparem-se porque programei um SENSACIONAL disco de Haydn para amanhã às 9h. Um puro mamilo: grande, desfrutável, irrecusável, abordável, indubitável, confortável, inseparável, saudável, violável, estável, palpável, inesgotável, abocanhável, acessível, disponível e leviano. Tudo para você!
Joseph Haydn (1732-1809): Complete Violin Concertos
Concerto for violin and orchestra in A major, ‘melk’, Ohb. VIIa:3
1. Con for vn & orch in A, Melk, Hob. Vlla: 3: I. Allegro moderato
2. Con for vn & orch in A, Melk, Hob. Vlla: 3: II. Adagio
3. Con for vn & orch in A, Melk, Hob. Vlla: 3: III. Allegro
Concerto for violin and orchestra in C major, Hob. VIIa:1
4. Con for vn & orch in C, Hob. Vlla: 1: I. Allegro moderato
5. Con for vn & orch in C, Hob. Vlla: 1: II. Adagio
6. Con for vn & orch in C, Hob. Vlla: 1: III. Presto
Concerto for violin, harpsichord and orchestra in F major, Hob. XVIII:6
7. Con for vn, harpsichord & orch in F, Hob. XVIII: 6: I. Allegro moderato
8. Con for vn, harpsichord & orch in F, Hob. XVIII: 6: II. Largo
9. Con for vn, harpsichord & orch in F, Hob. XVIII: 6: III. Presto
Concerto for violin and orchestra in G major, Hob. VIIa:4
10. Con for vn & orch in G, Hob. Vlla: 4: I. Allegro moderato
11. Con for vn & orch in G, Hob. Vlla: 4: II. Adagio
12. Con for vn & orch in G, Hob. Vlla: 4: III. Allegro
Rainer Kussmaul, violin, conductor
Robert Hill, harpsichord
Amsterdam Bach Soloists
Nas minhas navegações – e derivas – em meio ao oceano da internet, em busca de mais algum halo, uma luzinha no horizonte que me apontasse para mais uma obra de José Siqueira, me deparei com este belo conjunto de peças executado pelo Sexteto do Rio. José Siqueira tem lá uma faixinha em meio a outras vinte e duas, mas não custa ver tudo…
E o álbum é bem legal, além da siqueirana Brincadeira a Cinco, uma das que mais me agradou, há obras muito boas para sexteto de sopros (aqui por vezes acompanhado pelo piano de Heitor Alimonda): La cheminée du Roi René, de Milhaud, e a Sonatina a Seis, de Gnattali, são especialmente jocosas, divertidas, muito agradáveis. O conjunto todo é bem descontraído e tem um aspecto de diversão, de brincadeira, de descontração. Os músicos do Sexteto do Rio estão, mais do que executando música, divertindo-se, compartilhando bons momentos. e essa descontração é transmitida ao ouvinte e é cativante! Conjunto leve, gostoso de ouvir.
Booooom, muito bom! Ouça, ouça!
Sexteto do Rio
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Ludwig van Beethoven (1770-1827)
01. Trio para Flauta, fagote e piano – I. Allegro
02. Trio para Flauta, fagote e piano – II. Adagio Darius Milhaud (1892-1974)
03. La cheminée du Roi René – I. Cortège
04. La cheminée du Roi René – II. Aubade
05. La cheminée du Roi René – III. Jongleurs
06. La cheminée du Roi René – IV. Maosinglade
07. La cheminée du Roi René – V. Chasse au Valabre
08. La cheminée du Roi René – VI. Madrigal Nocturne
09. Sonata para flauta, oboé, clarineta e piano – I. Tranquille
10. Sonata para flauta, oboé, clarineta e piano – II. Joyeux
11. Sonata para flauta, oboé, clarineta e piano – III. Emporté
12. Sonata para flauta, oboé, clarineta e piano – IV. Douloureux Francis Poulenc (1899-1963)
13. Sextuor – I. Allegro Vivace
14. Sextuor – II. Allegro Vivace
15. Sextuor – III. Finale Francisco Mignone (1897-1986)
16. Sexteto 1970 Gordon Jacob (1895-1984)
17. Elegiac e Scherzo – I. Elegiac
18. Elegiac e Scherzo – II. Scherzo José Siqueira (1907-1985)
19. Brincadeira a Cinco Radamés Gnattali (1903-1988)
21. Sonatina a seis – I. Allegro
22. Sonatina a seis – II. Saudoso
23. Sonatina a seis – III. Ritmado
Sexteto do Rio
Celso Woltzenlogel,flauta
Paolo Nardi, oboé
Kleber Veiga, oboé
José Cardoso Botelho, clarineta
Noel Devos, fagote
Zdenek Svab, trompa
Heitor Alimonda, piano