Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sinfonias – CDs 5 e 6 de 6 (Haitink/LSO) #BTHVN250

Muita tinta já foi usada para descrever as rápidas mudanças na forma “Sinfonia para orquestra”, cristalizada por Haydn e enriquecida por Mozart e Beethoven poucos anos depois.

Menos lembrada é a semelhança do mestre de Bonn com a música de C.P.E. Bach (1714-1788). Não na forma (as sinfonias deste último, curtas e em 3 movimentos, podem ser conferidas aqui, aqui e aqui) mas no temperamento e retórica. Não me peçam para explicar, é apenas uma impressão. Como disse seu irmão P.Q.P. Bach: “Segundo filho de papai e Maria Barbara, Carl é considerado o fundador do estilo clássico na música erudita”, com uma “maneira única de combinar uma marca muito digna de seriedade e uma concentração e originalidade muitas vezes perturbadora pelas surpresas nos momentos dramáticos, tudo isso sem perder o foco na simetria e na organização formal.”

Sobre o interesse de Beethoven por C.P.E. Bach mais ou menos no período em que compôs o Concerto Tríplice e a 7ª Sinfonia:

beginning in 1809 Beethoven expressed renewed interest in Bach’s works and asked Breitkopf for more scores, saying “I have only a few samples of Emanuel Bach’s compositions for the clavier; and yet some of them should certainly be in the possession of every true artist, not only for the sake of real enjoyment but also for the purpose of study.” Over a year later he was still asking, with a broader request (“I should like to have all the works of Carl Philip Emanuel Bach, all of which, of course, have been published by you”), and two years later he asked again with some asperity (“I fancy you could make me a present of C.P.Emanuel Bach’s works, for surely they are rotting with you”)
Fonte: Elaine R. Sisman. After the Heroic Style: Fantasia and the Characteristic Sonatas of 1809

Como já falei na postagem anterior, as percussões brilham especialmente nessas gravações ao vivo realizadas no Barbican Centre em Londres. Em um breve mergulho no túnel do tempo, conferi que de fato as gravações Jochum, Szell, Karajan etc. dão um destaque muito maior para as cordas, com o naipe de percussões lá no fundo, meio tímido. A surpresa entre os jurássicos foi Klemperer com a Orquestra Philarmonia, também em Londres, em 1957-1959. Por exemplo no segundo movimento da 9ª Sinfonia, Klemperer usa um andamento muito diferente do de Haitink, mais calmo, descritivo, mas curiosamente o balanço entre percussões e cordas é muito semelhante ao que se usa hoje em dia. Voltar aos grandes mestres como Beethoven e Klemperer sempre nos traz algumas surpresas, mesmo em obras tão famosas como a Nona Sinfonia. No futuro (se houver futuro), creio que Haitink/LSO estará entre essas gravações de referência.

Ludwig van Beethoven:
CD5
1-4. Symphony No. 7 in A major, Op. 92 (1811-12)
5-7. Triple Concerto for Piano, Violin, and Cello in C major, Op. 56* (1803-04, rev.1808)

London Symphony Orchestra
Bernard Haitink
*Tim Hugh (cello), Gordan Nikolitch (violin), Lars Vogt (piano)
Recorded live, 2005

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BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (CD5 – mp3 320kbps)

CD6
1-4. Symphony No. 9 in D minor, Op. 125 ‘Choral’ (1822-24)

John Mac Master (tenor), Karen Cargill (mezzo-soprano), Twyla Robinson (soprano), Gerald Finley (bass)
London Symphony Orchestra, London Symphony Chorus
Bernard Haitink
Recorded live, 2006

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Encarte dos 6 CDs – Covers/Booklet

Haitink em sua turnê de despedida (2019) – Foto por Priska Ketterer/Festival de Lucerne/Instagram

In Sixty Years of Listening: One of the Very Best
I have been listening to Beethoven performances, both recorded and live, for the past 60 years. I’ve heard and have on disc many, many performances. When I want to hear a recording for the past 5 years I don’t reach for Toscanini, Karajan, Klemperer, Walter, Szell, Furtwangler, or Bernstein -to name a few of those I have on the shelf – I reach for this box.
It’s nonsense to dislike this set because the tempos are fast. Beethoven’s tempos are fast! It’s nonsense to dislike this set because it’s aggressive: Beethoven’s music, albeit not all of it, is aggressive! How anyone can give these performances a low rating is beyond my comprehension.
And, in case you’re wondering, I have not been an uncritical fan of Haitink, but now that I do think of it he has made great recordings of Debussy, Mahler, Strauss and others.
I certainly am not saying that the other conductors named above don’t have excellent performances of this most universally appealing music. But, in sum, I believe it would be a very big missed opportunity to go through the rest of life without being able to hear this set.
Oh yes, did I mention: the sound is wonderful. (Amazon Review)

This recording has impressed every one of the CD Review team – there is a feeling of immediacy and drama tempered with vision and maturity as though Haitink’s long career has been leading towards this time where he can combine impetuosity and youthful enthusiasm with the wisdom of age and experience (BBC Radio 3 CD Review)

#BTHVN250, por René Denon

Pleyel

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