EX-CEP-CIO-NAL !!! (só para não dizer IM-PER-DÍ-VEL !!! ). Tanto as composições quanto a realização. [Pequena intervenção de Ranulfus na postagem de CVL]
Esta é uma postagem atípica de minha parte, posto que sou notoriamente voltado para o repertório nacional e contemporâneo, mas emblemática: é de um CD com sete cantatas da veneziana Barbara Strozzi anexo ao livro Safo Novella, de Silvana Scarinci. A musicóloga paranaense (acho que ela é paranaense) estudou academicamente a vida e o legado dessa que foi a mais significativa compositora mulher do barroco e responsável pelo surgimento da cantata: cantata entendida não na sua forma barroco-tardia – dividida em movimentos, escrita para coro e orquestra e ligada a temas sacros – e sim como uma ária operística solta, de duração às vezes não tão curta quanto as de óperas, e destinada à execução em salões (e não em teatros). Tais cantatas não estavam vinculadas às formas em voga na ópera ou mesmo a formas-canção e atendiam à contingência de sua criadora, que não podia circular pela sociedade sem importunações devido à sua condição de cortesã, sublimada através da expressão da poesia de Safo. Saiba mais sobre o livro e o CD aqui.
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Barbara Strozzi (1619-1677): Safo Novella
1. Giusta negativa – 04:44
2. L’astratto – 10:01
3. Lagrime mie – 10:42
4. Amor dormiglione – 03:03
5. Appresso ai molli argenti – 14:01
6. Moralità amorosa – 04:51
7. Hor che Apollo – 14:30
Intérpretes
Marília Vargas (soprano),
Luis Otávio Santos e André Cavazotti (violinos barrocos),
Sérgio Álvares (viola da gamba) e
Silvana Scarinci (tiorba)
CVL (publicado originalmente em 28.01.2011 — link revalidado em 2016 por Ranulfus, com insistência de PQP em 8 de março de 2019).
PS.: Recomendo aos estudiosos de música barroca e também da problemática dos gêneros na música a aquisição do livro, que contém as partituras de todas as peças do disco.
CVL / Ranulfus / PQP
Agora sim
Muito bom post. Recomendo a todo mundo.
Eu bloqueei os comentários por acidente. Só vi agora à tarde.
Repito o que disse no post do Calimério: voltaste com tudo, hem, rapá?
😉
A edição do livro está muito bonita mas, para quem não puder comprar ou está muito aflito para ler, segue o link da tese da Silvana Scarinci (não sei se são exatamente iguais, não tenho o livro ainda): http://cutter.unicamp.br/document/?code=vtls000406399
que belo cd! uma beleza de post… ainda não tinha ouvido essa comppositora. a gente se habitua ao ambiente sacro do barroco, e sempre que ouve música profana é uma experiência muito diferente.
Barbara Strozzi… Hildegard von Bingen… Preciso conhecer mais compositoras de música antiga. Se alguém sugerir outras para que eu possa procurar agradeceria muito.
Obrigado mesmo pela brilhante arqueologia musical, caro CVL. Acho que o próximo desafio vai ser usar os textos aqui do blog como fonte de pesquisa num trabalho de monografia XD
Obrigado, Carlão. Em breve, postarei obras de outra mulher, uma contemporânea brasileira.
Para o Carlão saint-säens:
conheço kássia, considerada por muitos como a primeira compositora do ocidente, erroneamente, já que morava no império bizantino. Aliás, a história dela(lenda ou não) é uma aventura à parte. Acho que existem poucos cedês gravados com obras dela; um deles está postado no avax, sem separação de faixas…
abraço
Adorei o cd, prefiro as cantatas às óperas, um abraço 😉
O link não está mais funcionando :((
Daremos um jeito nisso em poucos dias, Ludmilla – pois esta é mesmo uma postagem muito especial, mesmo entre tantas também especiais!
Que preciosidade.