Serguei Rachmaninov – Sviatoslav Richter Plays Rachmaninov – Preludes, Etudes Tableaux

Não deixo de ficar impressionado com a quantidade de gravações que são lançadas anualmente de Sviatoslav Richter, mesmo já passados vinte e um anos de sua morte. E não é pouca coisa: são caixas, com dez, doze, quinze, vinte e quatro CDs. Autorizadas, não autorizadas, realizadas ao vivo, em estúdio, dos tempos de sua fase soviética, dos tempos em que finalmente foi apresentado ao público ocidental, nossa, é muita coisa. Provavelmente devo ter mais cds dele do que qualquer outro intérprete que admiro do século XX, como Rubinstein, Heifetz, Oistrakh, entre outros. Passa da centena, com certeza, e talvez só não bata o meu acervo do velho kaiser, Karajan, do qual devo ter mais de trezentos CDs, modéstia a parte.
Mas muitos devem torcer o nariz, alguns podem dizer que isso é estratégia de marketing para as gravadoras desovarem seus acervos empoeirados. Pode até ser, mas agradeço aos céus ter acesso a esse acervo, a estes arquivos escondidos, a estas gravações ‘não autorizadas’ ou ‘autorizadas’. Servem para mostrar que o seu talento continua sendo reconhecido.
Essa série que ora vos trago mostra as gravações que Richter realizou pelo Selo Olympia, e que encontrávamos em algumas lojas de CDs na Avenida Paulista, lá nos idos da década de 1990. Era um perigo entrarmos naquelas lojas pois era certeza de que iriamos sair lá de dentro cheios de cds, mas com os bolsos vazios.
Neste CD temos os Prelúdios e os  Etudes Tableaux de Sergey Rachmaninov, peças que creio nunca terem sido postadas por aqui. Não sei o motivo. Aqui Richter está em seu elemento, e nos oferece uma interpretação segura, madura, impecável, digna dos grandes mestres. Alguém me pediu esse CD já há algum tempo, me perdoem se não atendi naquele momento, mas finalmente, aqui está ele.

01. Études-Tableaux for piano. From Op33. No9 in C sharp minor. Grave
02. Études-Tableaux for piano. From Op33. No5 in D minor. Moderato
03. Études-Tableaux for piano. From Op33. No6 in E flat minor. Non allegro
04. From Op39. No1 in C minor. Allegro agitato
05. From Op39. No2 in A minor. Lento assai
06. From Op39. No3 in F sharp minor. Allegro molto
07. From Op39. No4 in B minor. Allegro assai
08. From Op39. No9 in D major. Allegro moderato. Tempo di marcia
09. From Op39. No7 in C minor. Lento
10. Six Preludes from Op23. No10 in F sharp minor. Largo
11. Six Preludes from Op23. No2 in B flat major. Maestoso
12. Six Preludes from Op23. No4 in D major. Andante cantabile
13. Six Preludes from Op23. No5 in G minor. Alla marcia
14. Six Preludes from Op23. No7 in C minor. Allegro
15. Six Preludes from Op23. No8 in A flat major. Allegro vivace
16. Seven Preludes from Op32. No1 in C major. Allegro vivace
17. Seven Preludes from Op32. No2 in B flat minor. Allegretto
18. Seven Preludes from Op32. No6 in F minor. Allegro appasionatto
19. Seven Preludes from Op32. No7 in F major. Moderato
20. Seven Preludes from Op32. No9 in A major. Allegro moderato
21. Seven Preludes from Op32. No10 in B minor. Lento
22. Seven Preludes from Op32. No12 in G sharp minor. Allegro

Sviatoslav Richter – Piano

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9 comments / Add your comment below

  1. Olá!!
    Richter, Sviatoslav, não Karl, sempre foi sinônimo de espetacular interpretação. Seus discos, no entanto, causam trepidação. Podem trazer som imaculado, mas também pode ser aquela gravação feita em condições inadequadas, no sanatório de alguma cidade russa, com a música acompanhada de tosses infindáveis. E tem também o próprio, voluntarioso Richter. Ouvi umas sonatas de Schubert com andamento tão lento que pareciam infindáveis. Mas, sempre vale o risco. Certamente não tenho tantos discos como você (minha coleção de Karajan fica na casa das dezenas…) mas do Richter, Sviatoslav, tenho o Concerto Nr. 2 de Brahms, acompanhado pelo Leisndorf regendo a Orquestra de Chicago, a dobradinha Rach2&Prokofiev5, um disco com Scherzos + alguns Prelúdios de Chopin (selo Alto ou Regis, relançamento), Variações de Beethoven + um disco de Sonatas 3, 4 & 27, no mesmo selo e também as Suites de Handel, gravadas em parceria com o Gavrilov.
    Uma coisa que diferenciava Richter dos demais, especialmente nos dias de hoje, está no fato de gravar apenas aquilo que ele apreciava. Há uma anedota contando que Shostakovitch teria comentado de uma gravação feita de algumas de suas peças pelo Richter, que estaria maravilhoso, mas que a gravação não estava “completa”. Ou seja, ele teria escolhido algumas. A resposta de Richter dá o calibre do artista. Teria dito que Shostakovich deveria estar feliz por ele ter escolhido e tocado algumas de suas peças, aquelas das quais ele teria gostado. Parece que o Sviatoslav continuo assim… Este CD traz algumas peças de uma coleção, outras da outra e assim…
    Bem, veremos o disco…
    Abraços
    PS: Tenho também um disco no qual ele acompanha o DFD em Lieder de Schubert…

    1. geralmente todo gênio é voluntarioso, meu caro Mário. Assim que possível trago mais coisas dele. Escolhi esse do Rach pois já haviam me pedido há algum tempo atrás.

      1. Gostei bastante das escolhas dele. O disco é do mesmo selo dos que eu mencionei, Regis (ou Alto, não entendi se por que há dois, deve ser coisa do mercado ou de impostos).
        Estarei de olho para as próximas postagens.
        Percebi uma postagem com o Karajan dos tempos da EMI. Essa foi uma boa fase para HvK e Strauss, Richard, era uma das suas especialidades…
        Abração!

  2. Caro FDP Bach, estou entre os admiradores de Sviatoslav Richter, sobretudo suas leituras de Schumann e Prokofiev. Nesse texto faz-se menção a uma loja da Avenida Paulista que, nos anos 90, vendia o acervo do selo Olympia/Melodiya. Se me permite, darei o meu breve testemunho. Naquela época eu visitava a Livraria Belas Artes, não exatamente por causa de livros, mas com o intuito de revirar o acervo de CDs importados com um vasto leque de opções de música russa (e ucraniana, armênia, etc), sobretudo do século XIX, mas também do século XX. Graças aos tantos CDs que comprei nessa livraria (fechou em 2005), pude conhecer compositores raros como Arensky, Taneyev, Karlowicz (polonês), Medtner, Myaskovsky, entre outros, e pude aprofundar as minhas descobertas em torno de Shostakovich, Prokofiev, Glazunov, Khachaturian, etc. Tudo isso sem falar na grandeza dos intérpretes – Rozhdestvensky, Fedoseyev, Mravinsky, Igor Oistrakh, Gilels, além do próprio Richter, etc…
    Abraços e obrigado.

    1. Pois é, Marcelo, foi nesta mesma Livraria que deixava boa parte de meu salário. O legal é que eles abriam todos os dias. lembro de ter entrado ali num domingo de noite, antes de assistir a uma sessão em alguma das salas do Cine Belas Artes.

  3. este site está me “dando um norte” no mundo da música clássica, eu amo escutar este estilo desde a pré-adolescência mas sempre me senti muito perdido nele.
    Continuem com o bom trabalho!

    obs: o que acham de Lazar Berman interpretando Liszt?
    tem alguma recomendação de álbum com as composições Janáček?

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