Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 4 “Romântica”

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Anton Bruckner é um dos grande amores de PQP. E ainda mais com Celibidache… Já viram, né? Celi não gostava de estúdios (eu também prefiro tudo ao vivo), suas gravações são quase todas como esta, um registro de um concerto. E seus concertos eram arrasadoramente belos e perfeitos. À frente da Filarmônica de Munique, o regente celebrou triunfos em todo o mundo, principalmente quando interpretava obras de Anton Bruckner. A esta preferência, Celibidache justificava-se da seguinte forma: “Bruckner é ainda um homem desconhecido. Ele é o maior compositor de sinfonias da história da música, mas isso o mundo não sabe. A forma com a qual ele abarca a orquestra é algo que só ele consegue”.

Assim como Nikolaus Harnoncourt, o romeno Celibidache foi um grande inimigo de Herbert von Karajan. Se Harnoncourt ficou quieto e retirou-se para não ser mais prejudicado profissionalmente por esta figura invejosa, Celibidache tirava o maior sarro de Herbie von K. HvK não suportava o sucesso de crítica de Harnoncourt e podia alcançá-lo em Viena, mas Celi parecia viver em uma bolha de ironia em Munique, fazendo piadas com o amor ao dinheiro e os equívocos na abordagem de algumas obras por parte de HvK. Há vídeos inacreditáveis disso. Hoje, poucos críticos sérios falam em Karajan e há um certo consenso de que a melhor orquestra de todos os tempos poderia ter sido exatamente esta Filarmônica de Munique quando sob o exigente e detalhista Celi. Alguns dizem ele que torna tudo lento. É verdade. Mas ouça. Com ele você nota detalhes dos quais nem desconfia ouvindo alguns outros maestros.

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 4 “Romântica”

Symphony No. 4 In E Flat Major “Romantic” (Edition: Robert Haas)
1 I. Bewegt, Nicht Zu Schnell 21:56
2 II. Andante Quasi Allegretto 17:35
3 III. Scherzo: Bewegt – Trio: Nicht Zu Schnell, Keinesfalls Schleppend 11:04
4 IV. Finale: Bewegt, Doch Nicht Zu Schnell 27:52

Münchner Philharmoniker
Sergiu Celibidache

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Celi em 1995, pouco antes de falecer num enfarto
Celi em 1995, pouco antes de falecer num enfarto

PQP

5 comments / Add your comment below

  1. Sou apaixonado por esta Sinfob=nia de Bruckner, e a versão de Celi é fantástica… Só não a considero a melhor que conheço por achar que, realmente, o último movimento ficou leeeentoooo demais… Mas discordo das críticas indiscriminadas à Karajan – ele pode ter sido prepotente e mesmo um ser humano insuportável, mas, fora tropeços homéricos (seu barroco é ridículo, muitas abordagens em classicistas e modernos são questionáveis), ele tem muitos méritos em repertórios importantes – seu Beethoven é exemplar (especialmente as Sinfonias de 63), e seu Bruckner tb é muito bom !! Abraço a todos!!

  2. Detesto este regente, dirige quase tudo como uma tartaruga,modificando os tempos musicais,péssimo dos péssimos…. Só concordo com ele em relação a Bruckner, e suas maravilhosas sinfonias.Já Karajan é um ótimo regente,mesmo sendo prepotente,arrogante,pedante,invejoso ou sei lá o que,no frigir dos ovos,ou seja, nas gravações, era bom.Se fosse assim, ninguém ouviria Wagner,um dos maiores gênios musicais,só por causa da sua personalidade…………

  3. Gravações ao vivo. Sim, muito importantes. Só é pena, muita pena, é ouvir tantas tosses… Se é para tossir, o que é um sintoma de estar a apanhar uma seca (talvez só os portugueses entendam esta expressão), o melhor é não irem, ou estragarem, os concertos. 🙁

  4. Bruckner teve evolução muito retardada como compositor devido em parte
    ao seu atraso mental e falta de cultura e formação. É um caso raro de gênio
    em música e pouca inteligência em tudo o mais. Foi homem de devota re-
    ligiosidade católica. Sua arte é, em pleno séc.XIX uma expressão máxima
    do catolicismo barroco. O recurso material para essa expressão foi a arte
    sinfônica de Wagner, ao qual Bruckner dedicou devoção extrema sem entender as bases filosóficas do drama musical wagneriano e até sem
    tomar conhecimento delas.
    Durante a vida teve pouco sucesso porque não podia, como wagneriano,
    enfrentar a ditadura musical de Brahms em Viena.

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