Nestes dias em que as comportas da música erudita foram abertas e jorra música por todos os lados é preciso se disciplinar. Tenho música para ouvir pelos próximos 20 anos. E acredito que esta não seja apenas a minha condição. Há outros com este mesmo “problema”. Geralmente posto aquilo que ouço. Isso me disciplina a ouvir aquilo que está em minhas mãos. Se assim não proceder, o prejuízo torna-se imenso. Foi assim que eu procedi para postar este CD com o compositor tcheco Leoš Janáček, patrício de Dvorak. A música de Janáček está repleta de um forte tom folclórico. Janáček pertence a uma geração de compositores que procuraram um maior realismo e uma maior conexão com a vida cotidiana, combinada com uma utilização mais abrangente de recursos musicais. Neste magnífico CD temos a Sinfonieta para Orquestra e Prelúdios de suas principais óperas. A Sinfonieta em particular foi feita em homenagem às Forças Armadas da Checoslováquia. Após ouvir uma banda de metais, Janáček encontrou uma tema motivador para compor a peça. Segundo Janáček, a obra enfatizava “o homem livre contemporâneo, a beleza, alegria, determinação e força para lutar pela vitória”. Uma boa apreciação desse importante material!
Leoš Janáček (1854-1928) – Sinfonietta for Orchestra e Preludes to Operas
Sinfonietta for Orchestra
01. I. Allegretto-Allegro-Maestoso
02. II. Andante-Allegretto-Maestoso
03. III. Moderato-con moto-Tempo primo-Prestissimo-Moderato
04. IV. Allegretto
05. V. Andante con moto-Maestoso-Allegretto-Allegro-Maestoso-Adagio
Prelude to The Makropulos Affair
06. Prelude to The Makropulos Affair
Prelude to Katya Kabanova
07. Prelude to Katya Kabanova
Prelude to The House of the Dead
08. Prelude to The House of the Dead
Prelude to Jealousy (Jenufa)
09. Prelude to Jealousy (Jenufa)
The Pro Arte Orchestra
Charles Mackerras, regente
Carlinus
Eu AMO Janacek.
Eita, não acredito, PQP! Olha só o verbo que eu acabo de usar pra falar deste post, no último parágrafo do meu comentário ao post do CVL, do Eli-Eri Moura. Outra dessas acho que nem combinando!
Carlinus, você nem imagina o presente que me deu!
Em 1990 eu precisei viajar e deixei uma pessoa cuidando da minha casa. Na volta estava tudo no lugar… menos a Sinfonieta de Janacek, que era um dos meus discos mais queridos à época. A pessoa jurou que não tirou o disco de lá… mas o fato é que fiquei esses 20 anos sem ouvir. Não encontrava essa bendita peça em lugar nenhum – até que hoje você apareceu com ela! 😀
Como disse no comentário ao post Eli-Eri/CVL, e hoje nem é meu aniversário!!
Obrigado pelo comentário, Ranulfus. De nada. Estamos aqui para servir.
Abração a todos!
Janácek é sensacional e a Sinfonietta é extremamente fodástica.
Curiosidade: a Sinfonietta foi escrita originalmente para um festival de ginástica e atletismo, ligado ao movimento esportivo (e nacionalista) Sokol. Só foi dedicada às Forças Armadas da Tchecoslováquia depois de pronta.
Eu entendo bem o problema de sobrar música e faltar tempo para ouvir. Disciplina!! Mas é tão difícil… Passei por uma enxurrada de sinfonias de Mahler e nem consegui ouvir um décimo do que planejei inicialmente… O set do Gary Bertini ainda está me esperando e no meu CD player que comporta 5 CDs de cada vez ainda está com uma das cinco gravações da quarta que lá botei para “comparar”. E agora este site… e tem algumas coisas que baixo mesmo do Youtube (estou com os concertos 3 e 5 de Beethoven interpretados pelo Immerseel e mais dois trios, onde ele se une ao Bylsma,,, no pen drive onde estoco as coisas que levo para ouvir no carro).
Bom, agora Janacek. Parece que ele tem um par de quartetos porretas. Eu conheço bem pouco a música dele. Começaremos pela Sinfonietta (pelo nome deve ser pequena…). Das óperas parece que há uma com animais… raposas… Ainda bem que o Mackerras é o regente. Parece que ele era o cara para reger Janacek, certo?
Uma pergunta: pelo tamanho do arquivo, o mp3 deve ser de maior compressão. Como vocês escolhem a taxa de compressão dos arquivos?
De qualquer forma, valeu a postagem!
Abraços
Mário
Esta sinfonietta aparece no volume 1 da trilogia 1Q84, de Hakiro Murakami, como uma música que toca no rádio de um taxista. Em outro momento do livro um dos protagonistas faz um comentário sobre O cravo bem temperado, de Bach. Essas referências musicais talvez sejam o que há de melhor no livro de Murakami.