Postado originalmente em junho 2010
Sempre achei este um dos discos mais malucamente, esquisitamente encantadores entre os mais de mil vinis que cheguei a ter – tanto que foi logo o segundo vinil a que apliquei as artes de ripagem ensinadas pelo mestre Avicenna.
Infelizmente boa parte dele está também entre o pior do que tenho em matéria de ruídos indevidos, e nem mesmo com essas artes consegui eliminar um ruído grave, surdo, regular, que atravessa a primeira faixa do Quinteto de Françaix e avança um pouco pela segunda. Aliás: consegui eliminá-lo totalmente em várias tentativas, mas sempre ao custo de fazer dos timbres da trompa e do fagote uma caricatura irreconhecível.
Ora, direis, a peça de Françaix já é mesmo toda caricatural – antes de conhecê-la nunca imaginei que uma trompa podia produzir semelhantes gargalhadas roucas e zombeteiras… Mas é uma caricatura encorpada, consistente, e com o ruído eliminado tinha virado uma espécie de trilha de game japonês… Não, senhores, desculpem, mas aposto que é melhor agüentar um ruído estranho a mais, de entremeio aos arrulhos fantasmagóricos iniciais daquela trompa, do que ainda ouvir tal timbre se decompondo como uma lesma em que se jogou sal!
Enfim: mesmo em seus momentos mais meditativos ou sentimentais, este disco inteiro me parece pura alegria – o verdadeiro sentido da palavra divertimento, como o PQP disse há algum tempo de outro disco. Portanto, me apresso a deixar vocês com a música!
20th Century Wind Music for Wind Instruments
The Vienna Symphony Woodwinds
Kamillo Wanausek (flauta), Friedrich Wächter (oboé), Richard Schönhofer (clarinete), Ernest Mühlbacher (trompa), Leo Cermak (fagote) – com Hans Graf, piano
Francis Poulenc (1899-1963): SEXTUOR
A1 Allegro vivace
A2 Divertissement: Andantino
A3 Prestissimo
Albert Roussel (1869-1937):
A4 DIVERTISSEMENT op.6
Jean Françaix (1912-1997): QUINTET
B1 Andante tranquillo
B2 Presto
B3 Tema (andante) – variations
B4 Marcia francese
Jacques Ibert (1890-1962):TROIS PIECES BREVES
B5 Allegro
B6 Andante
B7 Assez lent – Allegro scherzando
. . . . . BAIXE AQUI – download here
Ranulfus
Estou aguardando a postagem da “outra abordagem do sax” que você prometeu.
Olá, Afonso, tentarei programar a postagem do sax pra terça (20/07) de manhã.
A propósito, lá você terá também a oportunidade de ter uma peça de Jacques Ibert mais substanciosa que estas “3 peças breves”, muito agradáveis e não ralas, mas REALMENTE breves, rsrs
Êêêê!!! Nem posso reclamar mais de back up. Download agora.
rapaz, depois dessa propaganda todinha dizendo que o disco é massa e um dos mais malucos que já ouviu.. eu fui baixar e quem disse?
nada!
é algum problema? ou será que é no meu pc?
fiquei intrigado com o comentário, gostaria muito de conferir essa maluqueza..
valeu
Olá Humberto
Estou baixando o arquivo para conferir, mas desde já menciono que pode ter sido problema no seu processo de download, pois 60 pessoas já baixaram essa segunda versão, e nenhuma outra acusou nenhum problema! Que tal tentar de novo?
Quanto à maluqueza… vamos ver se você também acha! O que soa maluco pra um nem sempre soa maluco pra outro! Mas conhecer vale a pena sempre, não é mesmo?
Abraço & boa sorte com o arquivo!
Eu procurava por esta peça de Françaix a horas… sempre lamentei o link ter expirado sem eu ter visto antes e eis que uma jóia ressurge… Obrigado pela revalidação.
espetacular.
Maravilhoso!! Lindíssímo.
Decidi eternizá-lo
http://thepiratebay.se/torrent/7127935/20th_Century_Wind_Music_for_Wind_Instruments
O download pode ser feito pelo free software http://www.bitcomet.com/
Esqueci de dizer, para quem não conhece, basta instalar o bitcomet, ir no link http://thepiratebay.se/torrent/7127935/20th_Century_Wind_Music_for_Wind_Instruments e clicar em magnetic link, o windows vai perguntar qual software você quer escolher para fazer o download, selecione o bitcomet instalado – o download pode ser parado e continuado no ponto em que parou anteriormente, ou seja, sem perda.
Barulho surdo(existe isso? intermitente, ou barulho de fundo, pode ser falta de antena, não?
manuel
Sim, sim, “surdo” é uma qualidade muito usada ao falar de sons – especialmente graves e abafados. Quanto a este específico, se deve provavelmente a um defeito da prensagem do vinil. Em nenhum momento esse som foi captado por antena, foi extraído por mim mesmo de um toca-discos de qualidade para a placa de som do computador. E prensagens mal feitas, que deformavam sutilmente certas áreas dos discos, não eram incomuns. Em grande medida, a indústria brasileira de vinil era bem vagabundinha, não tinha o mesmo controle de qualidade das indústrias europeias.
Peço desculpas…eu quiz dizer fio terra, ao invés de antena! Porém a sua explicação, Ranulfus, dirime qualquer duvida!
abraços
manuel