Nicolai Rimsky-Korsakov (1844-1908): Scherazade e A Grande Páscoa Russa

Sem planejamento nenhum, estou promovendo um verdadeiro Festival Russo no blog. Como disse, é casual; deve ser uma fase.

Na casa de meu pai, o toca-discos estava sempre ligado. Como mais ouvidos estavam Chopin, Concertos para Piano de Mozart, o Beethoven da middle age e duas músicas que meu amava loucamente: Quadros de uma Exposição e Scherazade. É absolutamente alto o número de vezes que ouvi esta obra do grande compositor e maior ainda orquestrador Rimsky-Korsakov em várias gravações, pois meu pai comprava discos como garrafas de leite. Por isso, talvez possa garantir que Ozawa trata muito bem uma das histórias da princesa que narrava para não morrer.

Lembrei que ainda não postei um disco espetacular de outro do Grupo dos Cinco: um de quartetos de Borodin. Os membros do nacionalista Grupo dos Cinco eram Rimsky-Korsakov, Mily Balakirev, Borodin, César Cui e Modest Mussorgsky. Acho que tanto Rimsky-Korsakov como Borodin era militares… É um mundo estranho e morto…

Grande CD!

Scheherazade, Op. 35

1. Rimsky-Korsakov – The sea and Sindbad’s ship (9:52)
2. Rimsky-Korsakov – The story of the Calendar Prince (11:34)
3. Rimsky-Korsakov – The young prince and the young priness (9:21)
4. Rimsky-Korsakov – Festival at Bagdad – The sea – The ship goes to pieces against a rock surmounted by a bronze warrior (The shipwreck) (12:33)

Russian Easter Festival Overture, Op. 36
5. Rimsky-Korsakov – Russion Easter, Op. 36 – Overture on sacred Russian themes (14:58)

Rainer Honeck, violin
Wiener Philharmoniker
Seiji Ozawa

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

PQP

9 comments / Add your comment below

  1. Obaaaaaa!!!!! Acho que você anda lendo meus pensamentos, PQP!! Faz 4 ou 5 dias que espiei o que havia de Rimsky aqui – também querido de infância, e mesmo tendo depois criado certa resistência ao romantismo, no fundo nunca perdi o amor por obras como a Sheherazade, que são esses rios de melodia em metamorfoseando-se sem fim… Mas enfim: a Sheherazade eu tenho aqui bem razoável, e tem tanta coisa pra baixar, mas… lembrei da PÁSCOA RUSSA, a fascinação dessa sugestão de sinos e mais sinos e cantos de monges que eu não sei por que me fez chorar convulsivamente quando ouvi a primeira vez, trazendo da revistaria o disquinho da coleção da Abril, naquele * de mundo do interior do Paraná… Aí reparei que a Páscoa Russa não estava no blog e pensei “que pena…” Bom, vai ver que a pena era de um anjo qualquer de passagem, que deu um jeito de comunicar meu desejo a canais competentes… VALEU!! 😀

  2. Acho Scherazahe uma composição transcendental, perfeita… É impossível não cativar logo na primeira audição. Korsakov já seria imortalizado mesmo que só tivesse escrito essa composição.
    Um fato interessante sobre Scherazade é que Korsakov não gostou nenhum pouco do grande sucesso da obra, chegando a proibir não só sua execução, mas também que fosse utilizada em um balé. Parece que seus esforços não foram suficientes para conter o enorme sucesso da obra…

    P.S.: Com excessão de Borodin, que era químico, médico e foi professor na Academia Militar de São Petersburgo, todos os outros eram militares de carreira. Todos eram compositores autodidatas.

    1. 1. “Todos eram compositores autodidatas”. E aposto que estarão de pé quando grande parte dos de formação acadêmica estiver esquecida. EM ARTE, pensar um pouco enriquece, pensar demais aleija…

      2. Engraçado isso de compositores quererem impedir a execução de suas obras que se tornaram mais queridas: também Saint-Saëns com o Carnaval dos Animais. (Sendo Saint-Saëns outro dos meus ‘melódicos queridos’ às vezes perseguido pela crítica por ‘se rebaixar’ a cuidar de produzir… sons agradáveis, rsrs)

      1. Caro Ranulfus,

        Somos dois então! Passei por aqui também há pouco tempo procurando a mesma obra! Mas na verdade por um professor de percussão sinfônica ter me falado sobre o final dela.

        De qualquer maneira, ainda não ouvi uma coisa do Korsakov que não tenha gostado, desde à popular Scherazade, passando pelo grande trabalho de Neemme Jarvi com a “sinfonia” Antar, o hino dos orquestradores que é o Capricho Espanhol, e terminando no infelizmente pouco conhecido Concerto para Piano. Vamos para mais uma então!

        P.S.: Saint-Säens é um dos meus três preferidos também, mas o Grupo dos Cinco vem não muito depois da lista. Até hoje não ouvi coisa mais melódica que as Polovetsian Dances de Borodin com coral…

  3. Sheherazade, mesmo quem nunca colocou um disco ou CD clássico para ouvir, vai gostar, com certeza.
    Para quem está se iniciando na música, note como são usados os mesmos acordes “na ida e na volta” em alguns trechos, isso dá um efeito fantástico se bem utilizado.

Deixe um comentário