Este disco foi gravado em 2009, para as comemorações dos 100 anos da polonesa Grażyna Bacewicz, uma pioneira dentre as compositoras mulheres. O CD envolve apenas músicos polacos e é muitíssimo bom. Zimerman e seu grupo dá interpretações de altíssima temperatura emocional às obras de sabor neoclássico de Bacewicz.
Uma grande surpresa: um CD de primeira linha dedicado a uma compositora que não tinha obras postadas aqui no PQP! Daqui dois dias, posto outro, tá?
Grażyna Bacewicz (1909-1969):
Sonata para Piano Nº 2 e Quintetos para Piano Nº 1 e 2
Piano Quintet No.1
1. 1. Moderato molto espressivo [8:19]
2. 2. Presto [4:31]
3. 3. Grave [8:02]
4. 4. Con passione [5:11]
Sonata No. 2 for Piano
5. Maestoso [6:15]
6. Largo [8:56]
7. Toccata [3:36]
Piano Quintet No.2
8. 1. Moderato [7:12]
9. 2. Larghetto [7:36]
10. 3. Allegro giocoso [5:15]
Krystian Zimerman
Kaja Danczowska
Agata Szymczewska
Ryszard Groblewski
Rafal Kwiatkowski
PQP
Estava procurando esse CD há muito tempo. Obrigado PQP!
Bacewicz é compositora de primeira ordem! Esse aí é um de meus CDs favoritos: uma compositora polonesa de altíssimo nível, mas desconhecida; uma das raras mulheres; e um de meus pianistas favoritos, com músicos que ele escolheu a dedo – assim como ele fez na sua orquestra do festival polonês.
Os últimos cento e tantos anos produziram umas 3 gerações de compositores polacos:
1) Anos 1880 – Bartók, Szymanowski, Kodaly
2) Anos 1900 – Bacewicz e Lutoslawski
3) Anos 30 – Penderecki, Górecki (meu favorito!) e Kilar.
Faltou algum?
Concordo plenamente com sua opinião sobre o CD, a compositora e os intérpretes. Só faria uma pequena correção: Bartók e Kodály são grandes compositores, mas são húngaros.
Nossassinhora, essa foi horrorosa… 😛
Valeu pela correção!
Excelente CD! Já vi muitas compositoras nesse blog, agora, a essa altura me pergunto: existem diferenças – nem que pequenas – entre a música de compositores homens e mulheres? É uma pergunta boba, mas toda vez que escuto, dá na mesma pra mim…
Certamente não. Não vejo qualquer fator que possa remotamente influenciar em algo tão elaborado e abstrato como música. Eu já acho uma reificação braba e preconceituosa dizer que certas músicas são “femininas” e outras “masculinas”, ou que a música francesa como um todo soa diferente da alemã. O que tem são caras que, por nascerem no país, aprenderam de outros caras que por puro acaso eram de lá – não está nada escrito nos genes.
Apelando para Lévi-Strauss – está tudo na cultura, não na natureza!!! 😀
Vi agora a pouco a notícia de que Zimerman simplesmente parou um de seus concertos porque estava sendo filmado por um fã com um smartphone. Parece que ele perdeu uns contratos depois que seu repertório foi pro Youtube.
Éeee vei…
Obrigado pela postagem! Sou fã incondicional da Grazyna. E tudo começou quando, numa loja de partituras em Cracóvia, há já 12 anos, comprei umas canções dela. Na altura eu estudava canto. Além disso, a minha professora de música de câmara era polaca. Coitadinha ficou encantada quando lhe apareci com a partitura à frente. 🙂
A partir daí, tenho acompanhado o que vai saindo dela. Era uma excelente compositora!