Céus, que coisa linda este registro da Missa em Si Menor! A maior obra já escrita por um ser humano ganha aqui uma versão arrasadora de cabo a rabo, de cima a baixo. Nesta gravação destacada pela Gramophone inglesa, o que me deixou abobado foi a profunda compreensão da utilização dos corais. Nunca tinha-os ouvido tão claros. A Missa é uma obra para solistas e coral das mais espetaculares e o desempenho do Dunedin Consort permite um nível de clareza e de expressão que não são normais. Os cinco solistas, os sopranos Susan Hamilton e Cecilia Osmond, o contralto Margot Oitzinger, o tenor Thomas Hobbs e o baixo Matthew Brook, respondem com performances prenhes de musicalidade. Também as texturas orquestrais são perfeitas, transparentes. Uma coisa de louco. É CD para se ouvir muito e demais.
J. S. Bach (1685-1750): Missa em Si Menor, BWV 232
Disc 1
1 Kyrie eleison (Chorus) 9:39
2 Christe eleison (Soprano 1 and 2) 4:33
3 Kyrie eleison (Chorus) 2:45
4 Gloria in excelsis Deo (Chorus) 1:42
5 Et in terra pax (Chorus) 4:23
6 Laudamus te (Soprano 2) 4:08
7 Gratias agimus tibi (Chorus) 3:04
8 Domine Deus (Soprano 1, Tenor) 5:10
9 Qui tollis peccata mundi (Chorus) 2:45
10 Qui sedes ad dextram Patris (Alto) 3:57
11 Quoniam tu solus Sanctus (Bass) 4:09
12 Cum Sancto Spiritu (Chorus) 3:47
Disc 2
1 Credo in unum Deum (Chorus) 1:46
2 Patrem omnipotentem (Chorus) 1:54
3 Et in unum Dominum (Soprano 1, Alto) 4:11
4 Et incarnatus est (Chorus) 2:55
5 Crucifixus (Chorus) 3:02
6 Et resurrexit (Chorus) 4:02
7 Et in Spiritum Sanctum Dominum (Bass) 5:27
8 Confiteor unum baptisma (Chorus) 3:40
9 Et expecto resurrectionem mortuorum (Chorus) 2:07
10 Sanctus (Chorus) 4:58
11 Osanna (Double Chorus) 2:38
12 Benedictus (Tenor) 4:55
13 Osanna – Da capo (Double Chorus) 2:39
14 Agnus Dei (Alto) 4:26
15 Dona nobis pacem (Double Chorus) 3:15
Matthew Brook
Susan Hamilton
Thomas Hobbs
Cecilia Osmond
Margot Oitzinger
Dunedin Consort
Dunedin Players
John Butt
PQP
Como disse em outro post aqui deste blog, reputo esta versão como altamente recomendável, pelas razões expressas de maneira tão feliz por pqpbach, basicamente o equilíbrio perfeito entre solistas e coro. Agradeço a vocês terem dado a mim a possibilidade de conhecer esta maravilha de gravação. Para mim Leonhardt (ainda no topo), Butt e Cohen formam a trindade santa da interpretação da “maior obra já escrita por um ser humano”.
Caros amigos,
tratei de voltar a este post para confessar que, por culpa de vocês, fui realizar uma competição entre as versões que tenho desta que é, mesmo, a “maior obra já escrita por um ser humano”. Fui ouvindo, e afunilando: Harnoncourt, as duas versões do Gardiner e as do Bruggen, as várias do Herrewegue, o Parrott, o Minkowski, o Christophers, o Junghanel, o Savall (que pena…), o Pearlman, o Cohen, o Suzuki, o Veldhoven, o Hengelbrock… Bem, Koopman quase chegou lá, mas no final restaram Butt e Leonhardt. E devo dar a mão a palmatória: se o velho vence pela piedade e reverência luterano-católicas indispensáveis a uma obra como essa, o inglês arrasa no conjunto da obra. Certamente fez muita diferença a imensamente superior qualidade na tomada do som. Mas não é só isso: a opção por um grupo vocal que quase se resume aos solistas torna a clareza dos momentos corais algo meridiano. E cada um deles tem uma enorme vontade de cantar; às vezes não parece que são apenas dez cantores! Para mim a prova dos nove chegou no Sanctus: o que é aquele baixo (Matthew Brook), meu Deus!!! Faz uns dois dias que não paro de ouvir a última faixa do Credo, o Sanctus e o Osanna. Culpa de vocês, culpa de vocês: obrigadíssimo!!!
Nossa máxima culpa. E nos orgulhamos disso. 🙂
Obrigado por essa jóia.
Ainda não conheço essa versão.
Só isso pra me tirar das cantatas.