W. A. Mozart (1756-1791): Concertos para Piano Nros. 26 e 23

Meu pai amava os Concerto para Piano de Mozart. Era difícil passar uma semana sem uma longa sessão deles em nossa casa. Então, conheço todos os movimentos de todos, mas confundo a ordem deles e  fico meio maluco tentando reconhecer cada um deles. Ele certamente adoraria este CD onde Gulda e Harnoncourt dão um banho de competência.

Herbert von Karajan fez de tudo para prejudicar a carreira de Harnoncourt. E o motivo foi Mozart. Harnoncourt foi violoncelista da orquestra de Viena entre 1952 e 1969 e frequentemente dirigido por Karajan. Quando saíram as primeiras gravações de Harnoncourt dirigindo Bach, HvK ficou puto em razão das boas críticas recebidas, coisa anormal para ele, que era apenas um sucesso de público. HvK falava mal de NH e o perseguia. E Mozart foi decisivo. O primeiro concerto de NH na Áustria como chefe de orquestra aconteceu graças à Semana Mozart organizada pela Fundação Mozarteum de Salzburgo. Ele liderou o Concertgebouw de Amsterdam em 1980. Aquilo foi demais para Karajan. No dia 11 de março deste ano, a direção do Festival de Salzburgo fez uma revelação surpreendente. Disse que a vergonhosa ausência de NH de seu Festival dera-se por uma exigência de Herbert von Karajan. Ele não queria ver Harnoncourt por lá. E o mau caráter venceu a briga, fato que envergonha até hoje a entidade. Hoje, Karajan está esquecido e Harnoncourt é considerado um dos três mais importantes chefes de orquestra modernos, ao lado de Furtwangler e Mahler.

W. A. Mozart (1756-1791): Concertos para Piano Nros. 26 e 23

Konzert Für Klavier Und Orchester Nr.26 D-Dur KV 537 Krönungskonzert
1 Allegro 15:14
2 (Larghetto) 6:28
3 (Allegretto) 11:16

Konzert Für Klavier Und Orchester Nr.23 A-Dur KV 488
4 Allegro 11:38
5 Adagio 6:24
6 Allegro Assai 7:56

Friedrich Gulda, piano
Concertgebouw Orchestra
Nikolaus Harnoncourt

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O bom, o mau e o festival
O bom, o mau e o festival

PQP

5 comments / Add your comment below

  1. Não quero criar polêmica, são só dúvidas sinceras mesmo:
    1) Não é um exagero dizer que “Karajan está esquecido”? Ele pode ter cometido grandes erros como pessoa e como artista, mas deixou várias gravações memoráveis e, a meu ver, é uma das grandes referências da regência no século XX, para o bem ou para o mal.
    2) Quem exatamente considera Harnoncourt, Furtwängler e Mahler como os três mais importantes chefes de orquestra modernos? Qualquer escolha nesse sentido terá de ter, necessariamente, uma boa dose de subjetividade, não?

  2. Karajan era um ótimo regente, com várias gravações memoráveis, e vou citar apenas uma, o seu parsifal. Eu não gosto das interpretações de Celibidache, que o blog elogia muito. Portanto, cada um tem a sua opinião, e eu respeito todas elas. Parabéns ao blog, que é um dos melhores da net.

  3. O Holst do velho Herbert é muito bom, também – assim como as variações rococó de Tchai, com Slava Rostrô. Mas um topete como o dele não podia gerar reações outras que não as mais apaixonadas. Para o bem ou para o mal.

  4. Karajan ao meu ver não é um ótimo regente, mas admito que gosto bastante do trabalho que ele exerceu em 63, com o ciclo das symphonias de beethoven(apesar de não chegar nem perto de Furtwangler) .
    Em realidade quase tudo que ele gravou antes da década de 70 tem certa qualidade, o foda é que depois….

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