Excelentes solistas, coro e orquestra. Brilhante regência de Christoph Spering.
Em março de 1791, Mozart regeu em Viena um de seus últimos concertos públicos; tocando o Concerto para piano n.º 27 (KV 595). Poucos dias antes, batera a sua porta um desconhecido, que se recusou a identificar-se e deixou Mozart encarregado da composição de um Réquiem em Ré menor. Deu-lhe um adiantamento e avisou que retornaria em um mês. Mas pouco tempo depois, o compositor é chamado de Praga para escrever a ópera A clemência de Tito, para festejar a coroação de Leopoldo II. Quando subia com sua esposa Constanze na carruagem que os levaria a esta cidade, o desconhecido ter-se-ia apresentado outra vez, perguntando por sua encomenda. Posteriormente supôs-se que aquele sombrio personagem era um enviado do conde Walsegg-Stuppach, cuja esposa havia falecido. O viúvo desejava que Mozart compusesse a missa de réquiem para os ritos fúnebres no enterro de sua esposa, mas faria crer — como parece que já fizera antes — aos presentes que fora ele quem compusera a obra.
Diz-se que Mozart, obsedado pelas ideias de morte desde o falecimento de seu pai, Leopold, debilitado pela fadiga e pela doença que lhe atingia, muito sensível ao sobrenatural devido às suas vinculações com a franco-maçonaria e impressionado pelo aspecto misterioso do homem que encomendou a missa, terminou por acreditar que este era um mensageiro do Destino e que o réquiem que iria compor seria para seu próprio funeral.
Mozart, ao morrer, conseguiu terminar apenas três secções com o coro e composição completa: Introito, Kyrie e Dies Irae. Do resto da sequência deixou os trechos instrumentais, o coro, vozes solistas e o cifrado do contrabaixo e órgão incompletos, deixando anotações para seu discípulo Franz Xaver Süssmayer. Também havia indicações para o Domine Jesu e Agnus Dei. Não havia deixado nada escrito para o Sanctus nem para o Communio. Seu discípulo Süssmayer completou as partes, escreveu música onde faltava, compondo, por exemplo, completamente o Sanctus. Para o Communio, simplesmente utilizou dos temas do Introito e do Kyrie, à maneira de uma reexposição, para dar sentido integral à obra.
A obra teve a sua estreia em Viena, 2 de Janeiro de 1793, num concerto em benefício da viúva de Mozart, Konstanze Weber.
W.A. Mozart (1756-1791): Requiem K.626
Requiem (Completed By Franz Xaver Süssmayr)
1) I – Introitus – Requiem
2) II – Kyrie – Kyrie
3) III – Sequentia – Dies Irae
4) III – Sequentia – Tuba Mirum
5) III – Sequentia – Rex Tremendae
6) III – Sequentia – Recordare
7) III – Sequentia – Confutatis
8) III – Sequentia – Lacrimosa
9) IV – Offertorium – Domine Jesu
10) IV – Offertorium – Hostias
11) V – Sanctus – Sanctus
12) VI – Benedictus – Benedictus
13) VII – Agnus Dei – Agnus Dei
14) VIII – Communio – Lux Aeterna
Requiem Autograph Fragments
15) III – Sequentia – Dies Irae
16) III – Sequentia – Tuba Mirum
17) III – Sequentia – Rex Tremendae
18) III – Sequentia – Recordare
19) III – Sequentia – Confutatis
20) III – Sequentia – Lacrimosa
21) IV – Offertorium – Domine Jesu
22) IV – Offertorium – Hostias
23) VIII – Communio – Amen
Chorus Musicus Köln
Das Neue Orchester
Christoph Spering
PQP
Oi!
Encontrei essa imagem curiosa com os grandes compositores. Consegui identificar alguns e outros tive algumas duvidas quanto a identidade. Veja
http://davidsbuendler.freehostia.com/composers.jpg
Consegue identificá-los?
Bom dia! Faz algum tempo que não os visito, e hoje dei de cara com essa postagem maravilhosa. Ainda não ouvi esse pessoal mas sei que ali só tem fera! Obrigada!
Lembro-me da cena de “Amadeus” em que Salieri ajuda Mozart a compor o “Confutatis”, sempre que o escuto. Cena genial foi aquela!
PQP, por acaso seria possível trazer esse Réquiem dos mortos? (Perdoe o trocadilho).
Procurei no blog por suas gravações, e essa me pareceu a mais interessante.