Missa de Nossa Senhora da Conceição & Credo em si bemol: Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) – Acervo PQPBach

mmao1fA música na corte de D. João VI

Missa de Nossa Senhora da Conceição para 8 de dezembro de 1810 (CPM 106) & Credo em si bemol (CPM 129).

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O Kyrie da missa é tripartido. Na primeira parte, Kyrie eleison, já temos o José Maurício bastante característico. Uma escrita vocal homofônica, em contraposição à escrita da orquestra bastante refinada e com riqueza de timbres, variando sobre um tema que se repete e se transforma. Como movimento intermediário, um extenso e impressionante fugato no Christe eleison. É um momento que realmente se consolida como uma sofisticação da mesma forma já utilizada nas duas missa anteriores. É um fugato com stretto e pedal que prepara a volta do Kyrie, apresentado como uma volta simplificada à primeira parte, seguida de uma pequena coda que finaliza o movimento.

No Gloria in excelsis, a introdução da orquestra é brilhante e festiva, sendo a mais extensa presente em obra sua até então. O coro em uníssono, remete a uma figura temática que será usada sobre mesmo texto na Missa pastoril de 1811, abrindo a escrita do coro a quatro vozes quando na repetição da palavra Gloria, e intercalado com intervenções do tenor solista. O Et in terra pax, em andamento mais lento, caracteriza-se pelos diálogos entre as madeiras e pela utilização dos cantores solistas, ligando-se diretamente a uma repetição do Gloria anterior, porém sem a introdução orquestral, que se encaminha para a coda final.

O Laudamus te é uma ária para soprano em dois movimentos: Andante e Allegro. É uma das árias mais sofisticadas que José Maurício escreveu. Ainda distante da extrema virtuosidade do mesmo trecho na Missa de Santa Cecília, de 1826, a escrita vocal está muito mais próxima da utilizada no moteto para soprano solo e orquestra Te Christe solum novimus, de 1801. É rica em modulações e coloraturas, porém sem os extremos de extensão exigidas na de Santa Cecília.

O Gratias agimus tibi é bipartido. O movimento lento, sofisticado nos diálogos das madeiras com o restante da orquestra e coro, prepara o Allegretto do Propter magnam gloriam, que será caracterizado por uma escrita contrapontística que remete a uma forma de fugato bastante simplificado. Este recurso é utilizado pelo compositor em muitas de suas obras. Um exemplo pode ser encontrado na Missa de N. Sra. do Carmo, de 1818, no mesmo momento litúrgico.

O Domine Deus é um exemplo único de sexteto solista nestes moldes em sua produção, caracteriza-se pelo virtuosismo de forte influência operística. Numa escrita vocal que remete a de compositores como Perez e Jomelli, é a estréia de um modelo de escrita para conjuntos solistas que estará presente em suas obras mais significativas. Neste movimento podemos encontrar elementos melódicos que serão utilizados em obras posteriores, como no Te Deum, de 1811.

O Qui tollis é uma ária em dois movimentos para tenor e coro concertato. A primeira parte, Andante sostenuto em sol menor, é totalmente “modinheira” na sua escrita melódica e na ambientação. O tema apresentado pelos fagotes e depois repetido pelo tenor se assemelha ao tema que será usado na introdução do Dignare Domine do Te Deum de 1811. A segunda parte pode ser considerada uma cabaletta ao estilo das óperas belcantiscas de Jomelli e Marcos Portugal.

O Qui sedes é um dueto para tenor e contralto, que mais uma vez mostra as possibilidades técnicas dos cantores da Real Capela, principalmente dos castratti.

O Quoniam é uma grande ária para baixo, escrita provavelmente para o grande cantor João dos Reis Pereira, para o qual José Maurício escreverá ainda grandes solos, principalmente o Quoniam da Missa de Santa Cecília. É o primeiro grande solo de baixo escrito por José Maurício, com coloraturas de extrema dificuldade e uma escrita orquestral em que é bem evidente o já referido trabalho de orquestração operando entre violoncelos e fagotes. A idéia melódica dos violinos na segunda parte remete a uma mesma idéia melódica utilizada na Abertura Zemira, em mi bemol maior, mesmo tom da ária.

O Cum Sancto Spiritu é talvez um dos momentos mais surpreendentes e felizes da produção mauriciana. Uma introdução lenta precede a maior e mais bem acabada fuga escrita por José Maurício. Com 218 compassos de extensão, é a prova contundente da assimilação do estilo e da linguagem grandiloqüente da Real Capela. Esta fuga surpreende pelas várias seções e progressões harmônicas que se sucedem, sem diminuir o interesse. Após o pedal, o compositor se utiliza de uma de suas marcas registradas em outros momentos de finalização de obras com fugatos: a inserção de um tema de caráter popular, cantado em uníssono pelo coro, dialogado com a orquestra. A fuga final da Missa da Conceição faz com que caia por terra a idéia pejorativa de que estes fugatos, antes ditos mauricianos, seriam a forma de escrever fugas de alguém que não teve uma formação contrapontística adequada. Isto ocorre ao vermos que estas fugas não tiveram como modelos as centro européias, difundas por Bach e Handel e que influenciaram Mozart e Haydn, sendo vistas pelas escolas alemãs de musicologia (Musikwissenschaft), no início do séc. XX, como o modelo “correto” a ser seguido. Na realidade, este tipo de fuga era o mesmo utilizado pelos napolitanos Jomelli e Perez, que serviram de modelo para brasileiros e portugueses, representando uma visão mais moderna e iluminista da forma clássica de fuga, de acordo com a idéia da simplificação do discurso musical para atender a funcionalidade.

O Credo em Si bemol (C.P.M. 129), sem data, é uma obra bem menos pretensiosa do ponto de vista de extensão e dificuldades técnicas que a Missa da Conceição. Cada texto litúrgico é tratado dentro de uma forma musical bastante concisa. A orquestração é a mesma usada para a missa, o que dá mais brilho à obra.

O Credo in unum Deum é entoado em gregoriano. Segue o Patrem omnipotenten, com um tema em uníssono apresentado pela orquestra e depois pelo coro. Esta idéia permeia toda a obra, numa espécie de rondó, vindo a ser repetida em outros momentos, deste e dos outros movimentos.

O Et incarnatus est é um pequeno solo de soprano que prepara o Cruxifixus para vozes, flautas, fagotes e trompas somente – instrumentação esta bastante peculiar. Segue-se o Et ressurexit, vindo a finalizar o movimento com o Et vitam venturi numa espécie de alla breve, em que José Maurício utiliza novamente tema de cunho popular.

O Sanctus é dividido em quatro partes: uma pequena introdução, seguida por um breve fugato em Hosana in excelsis. O Benedictus para solistas segue a prática mauriciana de ser bastante breve, não ultrapassando os 15 compassos. Após o qual, repete-se o Hosana in excelsis.

O Agnus Dei utiliza a mesma idéia musical do início do Credo, o que dá um sentido de unidade à obra. Finaliza o movimento em grande tranqüilidade, com elementos melódicos nas cordas, que remetem às obras de sua primeira fase.

(Maestro Ricardo Bernardes, cuja excelente e completa análise desta obra está AQUI)

Palhinha: ouça 01 – Missa de Nossa Senhora da Conceição para 8 de dezembro de 1810 – 1. Kyrie

.Missa de Nossa Senhora da Conceição e Credo
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
01 – Missa de Nossa Senhora da Conceição para 8 de dezembro de 1810 – 1. Kyrie
02 – Missa de Nossa Senhora da Conceição para 8 de dezembro de 1810 – 2. Gloria
03 – Missa de Nossa Senhora da Conceição para 8 de dezembro de 1810 – 3. Laudamus
04 – Missa de Nossa Senhora da Conceição para 8 de dezembro de 1810 – 4. Gratias
05 – Missa de Nossa Senhora da Conceição para 8 de dezembro de 1810 – 5. Domine Deus
06 – Missa de Nossa Senhora da Conceição para 8 de dezembro de 1810 – 6. Qui Tollis
07 – Missa de Nossa Senhora da Conceição para 8 de dezembro de 1810 – 7. Qui Sedes
08 – Missa de Nossa Senhora da Conceição para 8 de dezembro de 1810 – 8. Quoniam
09 – Missa de Nossa Senhora da Conceição para 8 de dezembro de 1810 – 9. Cum Sancto Spiritu
10 – Credo em si bemol – 1. Credo
11 – Credo em si bemol – 2. Et Incarnatus
12 – Credo em si bemol – 3. Crucifixus
13 – Credo em si bemol – 4. Et Ressurrexit
14 – Credo em si bemol – 5. Cujus Regni
15 – Credo em si bemol – 6. Et Vitam Venturi
16 – Credo em si bemol – 7. Sanctus
17 – Credo em si bemol – 8. Hosanna
18 – Credo em si bemol – 9. Benedictus
19 – Credo em si bemol – 10. Hosanna
20 – Credo em si bemol – 11. Agnus Dei

Missa de Nossa Senhora da Conceição e Credo – 2008
Orquestra Sinfônica Brasileira da Cidade do Rio de Janeiro, maestro Roberto Minczuk
Coro Sinfônico do Rio de Janeiro, maestro Julio Moretzsohn

História, vida, discografia do Pe. José Maurício, AQUI

Partituras e outros que tais? Clique aqui

 

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Boa audição.

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Avicenna

Dominica in Palmis – Office, Passion et Messe pour le Dimanche des Rameaux – Lobo de Mesquita (1746-1805) – Acervo PQPBach

2expliuDominica in Palmis – Office, Passion et Messe pour le Dimanche des Rameaux

(Domingo de Ramos)

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Dominica Palmis em 1782, na sua beleza e singularidade de estilo é uma peça vital na história da música clássica brasileira.

Para ilustrar a realização de cerimônias e procissões no Domingo de Ramos, este trabalho é surpreendente em sua sinceridade direta, na profundidade e na sensação eufórica que ele inspira. O credo, a peça central do trabalho, oferece uma consistência excepcional, com um brilho harmônico e instrumental desenvolvido pelo coro 4 vozes mistas e orquestra (cordas, sopro e continuo). (http://www.lanuittransfiguree.com/pages/catalogue/cdr_lobo.htm)

José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, 1746- Rio de Janeiro, 1805)
01. Dominica in Palmis (1782) – 1. Asperges me/Domine hyssopo
02. Dominica in Palmis (1782) – 2. Miserere
03. Dominica in Palmis (1782) – 3. Hosanna
04. Dominica in Palmis (1782) – 4. Collegerunt
05. Dominica in Palmis (1782) – 5. Et venient romani
06. Dominica in Palmis (1782) – 6. Sanctus, Benedictus
07. Dominica in Palmis (1782) – 7. Hosanna
08. Dominica in Palmis (1782) – 8. Pueri hebraerum I
09. Dominica in Palmis (1782) – 9. Pueri hebraerum II
10. Dominica in Palmis (1782) – 10. Gloria Laus
11. Dominica in Palmis (1782) – 11. Israel es tu Rex
12. Dominica in Palmis (1782) – 12. Cætus
13. Missa – 1. Introito: Domine ne longe
14. Missa – 2. Kyrie
15. Missa – 3. Credo
16. Missa – 4. Offertorium: Improperium
17. Missa – 5. Sanctus, Benedictus
18. Missa – 6. Hosanna
19. Missa – 7. Agnus Dei

Manoel Joaquim Moreira
20. Memento mei Deus
Anonyme
21. Motets

Dominica in Palmis – Office, Passion et Messe pour le Dimanche des Rameaux – 1999
Ensemble Musica Antiqua & Choeur Henri Duparc
Directeur: Jean-Paulo Salanne
Production: La Nuit Transfigurée

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Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!

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Avicenna

Domingos de Farias Machado (Sto. Amaro da Purificação, 1819 – Salvador, 1872): Novena de Nossa Senhora da Purificação (Acervo PQPBach)

35crh8oNovena de Nossa Senhora da Purificação
Coral Santa Cecília & Músicos convidados
2º Tenor solista: Caetano Veloso

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Padre Jerônimo Pinto Nogueira – Santo Amaro – BA 1789-id. 1854, compositor, regente e flautista, foi o responsável pelo ensino de música nas escolas de Santo Amaro, por volta de 1820. Em 1830, aproveitando o seu prestígio como pároco da cidade, pediu que cada família colocasse, pelo menos, dois filhos para estudarem música. Com esta iniciativa, formou vários músicos.

Um deles, o mais importante, foi o autor da Novena, Domingos de Farias Machado. Domingos nasceu em Santo Amaro – BA em 1819 e faleceu em Salvador no dia 4/7/1872.

Além de excelente aluno do Pe. Jerônimo, Domingos diplomou-se em Farmácia. Foi proprietário e redator-chefe do jornal O Patriota. Escreveu “A Crise Financeira”, sátira política. Publicou em 1858 ‘Impressões Religiosas’ e em 1859 ‘Harpa do Trovador’. Compôs um Memento em 1854 para os funerais do seu Mestre Pe. Jerônimo..Autor do “Canto de Guerra do Voluntário Baiano” (1866) e do poema sinfônico “A Tomada de Vileta”, composto para festejar uma vitória brasileira na guerra do Paraguai.

Domingos de Farias Machado é o autor da Novena de Nossa Senhora da Purificação de Santo Amaro na Bahia.

Estas informações estão contidas na Enciclopédia da Música Brasileira Erudita, Folclórica e Popular.

Segundo o Professor Édio Souza “…não se tem dele notícia biográfica completa. Tornou-se Domingos de Farias Machado um personagem quase lendário, cuja obra mais conhecida é a Novena, executada todos os anos nas festas de fevereiro em Santo Amaro.”

Nelson Varon Cadena escreveu no jornal A Tarde de 4/11/81: “A notícia mais velha que se tem dele é de 1847 como jornalista ao fundar um novo órgão de imprensa intitulado ‘O Rabeco’, onde se percebe a sua afinidade com a música. É como jornalista panfletário a sua maior fama”.

Gustavo Viana em artigo de 7/3/1945 em A Tarde escreveu: ‘Domingos de Farias Machado, exímio musicista patrício, foi excelente compositor, poeta, jornalista, dramaturgo, uma inteligência verdadeiramente privilegiada’.

É o que temos sobre o autor.

(Roberto Sant’Ana, extraido do encarte.)

Domingos de Farias Machado (Sto. Amaro da Purificação, BA, 1819 – Salvador, 1872)
Novena de Nossa Senhora da Purificação
01. Purgatione
02. Christus Ejus
03. Veni Sancte Spiritus
04. Ave Maria
05. 1ª Jaculatória (solista: Fernando Portari)
06. Ladainha/Pater et Spiritus
07. Sancta Maria (solista: Fernando Portari)
08. Ramos
09. Consolatrix (solista: Fernando Portari)
10. Regina
11. Agnus Dei
12. Tota Pulchra (solista: Luiz A. Vilas Boas)
13. 2ª Jaculatória (solista: Caetano Veloso)
14. 3ª Jaculatória (solista: Luiz A. Vilas Boas)
15. 4ª Jaculatória (solista: Luciano Fiúza)
16. Tantum Ergo
17. Hino

Novena de Nossa Senhora da Purificação – 1997
Coral Santa Cecília & Músicos convidados
Regente: Pino Onnis
2º Tenor solista: Caetano Veloso

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Mais outro CD do acervo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!

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Boa audição.

Avicenna

Concerto no Páteo do Colégio, SP: Stile Antico Orquestra Barroca e Grupo Vocal (Acervo PQPBach)

2yynwvqNum 20 de abril de 2005 o Maestro David Castelo regeu o Stile Antico Orquestra Barroca e Grupo Vocal no Páteo do Colégio, no centrão da cidade de São Paulo, onde a cidade foi fundada.

Com instrumentos de época. On period instruments.

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Pois somente os ouvintes deste PQPBach têm o privilégio de conhecer esta apresentação que foi muito bem gravada porém não comercializada.

Pois então apresentamos tamanha obra!

Stile Antico Orquestra Barroca e Grupo Vocal
Anônimo (Séc. XVIII)
01. Sicut cedrus – 1. Sicut cedrus – Sicut cedrus
02. Sicut cedrus – 2. Sicut cedrus – Dedi suavitatem
03. Sicut cedrus – 3. Sicut cedrus – Et sicut cinnamomum
04. Sicut cedrus – 4. Sicut cedrus – Dedi suavitatem
Marcos Coelho Neto, (Vila Rica [Ouro Preto], 1740-1806)
05. Himno a Quatro – Maria Mater Gratiae
06. Ofertório de Nossa Senhora da Assunção – Assumpta est Maria
José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe [Serro], 1746- Rio de Janeiro, 1805)
07. Dominica in Palmis – partes
Anônimo (Salvador-BA) (1759?)
08. Herói, Egrégio, Douto, Peregrino 2. Ária
Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813)
09. Missa Abreviada em Ré – 1. Kyrie – Kyrie I, Christe, Kyrie II
10. Missa Abreviada em Ré – 2. Gloria – Gloria
11. Missa Abreviada em Ré – 3. Gloria – Domine Deus
12. Missa Abreviada em Ré – 4. Gloria – Quoniam
13. Missa Abreviada em Ré – 5. Gloria

Concerto no Páteo – 2005
Stile Antico Orquestra Barroca e Grupo Vocal
Maestro David Castelo

Mais um CD gentilmente cedido pelo musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!
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.Boa audição.

 

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Avicenna

Marcelo Fagerlande no Museu Imperial – Música Portuguesa e Brasileira do Século XVIII para Cravo (Acervo PQPBach)

auytzdMarcelo Fagerlande no Museu Imperial de Petrópolis.

Espineta Mathias Bostem, 1785, Lisboa

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O Museu Imperial é conhecido por reunir um dos mais importantes acervos do Brasil Império, em exposição no palácio neo-clássico, construído em Petrópolis por D. Pedro II em 1845, para ser sua residência de verão. Em meio a telas, cristais, mobílias, tapetes e jóias, uma peça da coleção atrai o olhar dos visitantes, principalmente dos músicos. Trata-se de um pequeno instrumento preservado na Sala de Música do palácio: uma espineta construída em 1785 por Mathias Bostem, em Lisboa.

Este raro instrumento, após a restauração, foi utilizado para gravar o CD Marcelo Fagerlande no Museu Imperial, como resultado de um projeto desenvolvido a partir de 1990, que contemplou, além destas etapas, a apresentação do artista em concerto à luz de velas. Assim foi possível proporcionar ao público não só a apreciação visual da espineta, mas tambem a audição de seu som peculiar e único – já que ela é, no mundo inteiro, a única peça do gênero que restou da produção do seu fabricante. O Museu Imperial preserva assim não só a materialidade do patrimônio nacional sob sua guarda, mas revela ainda a essência mais significativa destes objetos, no caso a sonoridade eterna da música que ultrapassa as fronteiras do tempo. Esta é a nossa missão. (Maria de Lourdes Parreiras Horta, Diretora do Museu Imperial)

O artesão Mathias Bostem (Carlos Mathias Bostem ou Bosten), natural da Alemanha, nasceu um pouco antes de 1740 e faleceu em 1806, em Lisboa. Radicado na capital portuguesa, foi, desde 1769, o responsável pela manutenção dos cravos do Palácio Real e, entre 1770 e 1790, acumulou também o cargo de “cravista da Real Câmara”. Dos muitos instrumentos que construiu apenas quatro sobreviveram: um pianoforte em estado original, dois cravos convertidos na época em pianofortes e a espineta pertencente ao Museu Imperial. Este é, portanto, o único exemplo de instrumento de cordas pinçadas do construtor, constituindo uma preciosa herança de sua arte.

Classificada como espineta arqueada, o instrumento manufaturado por Mathias Bostem, típico de uso doméstico, é na realidade um cravo de corpo oblíquo em relação ao teclado e com apenas um registro (de 8′), ou seja, um único jogo de cordas. Possui 61 teclas (de sol -1 a sol 5), o que era habitual em Portugal na década de 1780. A decoração do instrumento foi realizada na primeira metade do século XIX: sobre o fundo em madeira dourada foram pintadas grinaldas em vermelho, máscaras no estilo renascentista tardio e tufos de instrumentos musicais; a parte principal do tampo, quando aberto, revela a pintura de uma paisagem. Já a superfície do espelho – parte que fica imediatamente acima do teclado – é revestida de um folheado de mogno com grinaldas de flores em forma de campainhas, em buxo e contém a data, local e assinatura de seu construtor. O tampo harmônico é feito de madeira de conífera e o teclado é revestido de marfim (teclas naturais) e de ébano maciço (teclas acidentais) (G. Doderer e J.H. van der Meer, Cordofones de tecla portugueses do século XVIII, Fundação Calouste Gulbenkian, 2005). Somente para efeito de gravação adaptou-se um registro de alaúde dividido, retirado em seguida à conclusao dos trabalhos.

O instrumento, medindo 1,83 m x 0,88 m x 0,60 m, pertenceu a José da Cunha Porto e foi doado ao Museu Nacional de Belas Artes, Rio de janeiro, em 1902. Este museu, por sua vez, transferiu-o ao Museu Imperial em 1940. Foram realizadas restaurações em 1971, 1972, 1975 e 1990.

Alem de Mathias Bostem, diversos outros construtores foram responsáveis por uma considerável produção de cravos, clavicórdios e pianofortes em Portugal na segunda metade do século XVIII. A presença destes instrumentos certamente contribuiu para o desenvolvimento da música de teclado naquele país, considerada a vertente instrumental mais significativa da música portuguesa do período. Assim, nada melhor que algumas obras de compositores desta época para fazerem soar novamente a rara espineta do Museu Imperial. Ao lado destes foram incluídos Carlos Seixas – autor da primeira metade do século XVIII e um dos maiores nomes portugueses que compôs para o teclado – e os brasileiros Luís Álvares Pinto e José Maurício Nunes Garcia, mais conhecidos por suas obras sacras, mas aqui representados por composições tecladísticas.

Carlos Seixas, compositor e virtuoso do órgão e do cravo, foi a principal figura da música portuguesa do século XVIII. Com apenas 14 anos sucedeu a seu pai como organista da Catedral de Coimbra e dois anos depois se mudou para Lisboa, onde conquistou a posição de organista da Real Capela, que manteve até sua morte prematura. Acredita·se que o terremoto de 1755 em Lisboa tenha feito desaparecer uma grande parte de sua obra e de seus manuscritos. Há autores que afirmam que suas sonatas para teclado seriam bem mais numerosas do que as 88 atualmente conhecidas. Estas obras, entretanto, são exemplos típicos da ambigüidade estilística do período de transição entre o barroco e o classicismo e confirmam que sua maior importância foi como compositor de teclado. A convivência com Domenico Scarlatti em Lisboa, a partir de 1720, quando ambos eram membros da Capela Real, levou a muitas especulações, mas o relato de Mazza em seu Dicionário (1794) aponta para a admiração do italiano, que teria “reconhecido o gigante pelo dedo” e concluído “vossa mercê é que me deve dar lições”.

Francisco Xavier Bachixa foi um compositor a respeito de quem pouco se sabe. Seu nome aparece como cantor de igreja no livro de entradas da Irmandade Santa Cecília de Lisboa. Teria sido pai de Joaquim Felix Xavier Baxixa, cravista e pianista, que esteve a serviço da Capela Real no Rio de Janeiro nas primeiras decadas do século XIX.

José Maurício Nunes Garcia foi o mais importante compositor do periodo colonial brasileiro. Neto de escravas, despertou cedo para a música, possivelmente em um coro como menino cantor, talvez na Catedral e Sé. Sendo mestiço e pobre, José Maurício ingressa na carreira sacerdotal, para que possa ascender profissionalmente como músico. Em 1798 assume o posto de mestre-de-capela da Catedral do Rio de Janeiro, tendo permanecido no cargo com a criação da Real Capela, após a chegada de D. João VI, em 1808. Este foi um periodo que compõe sem descanso para atender ao extenso calendário de solenidades. Entretanto em 1811, após a chegada de Marcos Portugal – o mais importante compositor português da época – passa a compor cada vez menos, culminando com o retorno de D. João VI a Portugal, em 1821, e com o início do período mais dramático de sua vida. É justamente neste momento que escreve o Methodo de Pianoforte, uma coleção de 30 pequenas peças para o cravo ou piano – Lições e Fantasias – elaboradas para atender à educação musical de dois de seus filhos, José Maurício e Apolinário. As duas Lições aqui gravadas são transcrições próprias do Réquiem, de 1816.

João de Souza Carvalho, considerado um expoente de sua geração em Portugal, compôs, além de música para teclado, cerca de 15 óperas e diversas obras sacras. Após estudar na Itália, de 1761 a 1767, Souza Carvalho foi nomeado professor do Seminário da Patriarcal em Lisboa, onde foi mestre de músicos notáveis, como Leal Moreira, Baldi, Bontempo e Marcos Portugal.

Luis Álvares Pinto, natural de Pernambuco, foi um dos primeiros músicos brasileiros a estudar na Europa, tendo sido aluno de contraponto de Henrique da Silva em Lisboa. De volta ao Brasil, terminou seu tratado Arte de Solfejar em 1761. Foi Mestre de Capela da Igreja da Irmandade de Nossa Senhora do Livramento e, provavelmente, da Igreja de São Pedro dos Clérigos, ambas em Recife. Além de músico foi poeta, pintor e pedagogo. Das inúmeras obras musicais citadas na época só chegaram aos nossos dias o Te Deum, um Salve Regina e cinco Motetos. Em 1776 escreveu as Lições de Solfejos aqui gravadas – pequenas peças contrapontísticas a duas vozes, que finalizam um volume de teoria musical, encontrado por Ernani Aguiar na biblioteca do príncipe D. Pedro Gastão de Orleans e Bragança em Petrópolis. São obras que possivelmente serviam a jovens iniciantes do teclado no cravo ou no órgão.

Francisco Xavier Baptista, compositor, cravista e organista que viveu em Lisboa, foi o primeiro organista da Sé desta cidade. É o autor das únicas obras para teclado impressas em Portugal durante o século XVIII, a coleção Dodeci Sonate, Variazione, Minuetti per Cembalo. O volume contém a Sonata II que encerra o programa.

2hi741wÉ com emoção que relançamos este CD, remasterizado e com nova apresentação, tantos anos após seu surgimento. Que a música dos autores portugueses e brasileiros, recriada através do som especial deste instrumento, possa continuar encantando por muito tempo. (Marcelo Fagerlande, junho de 2008 – www.marcelofagerlande.com.br)
(extraído do encarte)

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Marcelo Fagerlande no Museu Imperial
José António Carlos de Seixas, (Coimbra, 1704 – Lisboa, 1742)
01. Sonata nº 37 em mí menor – 1. Allegro
02. Sonata nº 37 em mí menor – 2. Adagio
03. Sonata nº 37 em mí menor – 3. Minuet
04. Sonata nº 27 em ré menor – 1. Allegro
05. Sonata nº 27 em ré menor – 2. Minuet
06. Sonata nº 27 em ré menor – 3. Adagio
07. Minuet em fá menor (da Sonata nº 42)

Francisco Xavier Bachixa (Portugal, ? – 1787)
08. Sonata em ré menor – Allegro
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
09. Fantasia nº 2 em fá maior
10. Lição nº 11 em ré maior – Allegretto
11. Lição nº 12 em ré menor – Allegretto

João de Sousa Carvalho (Portugal, 1745 – c.1799)
12. Toccata em sol menor – 1. Allegro
13. Toccata em sol menor – 2. Andante

Luis Álvares Pinto (Recife, 1719 – 1789)
14. Lições de Solfejos nº XXII, XXIII e XXIV
Francisco Xavier Baptista (Portugal, ? – 1797)
15. Sonata II em sol maior 1. Allegro
16. Sonata II em sol maior 1. Allegro moderato con variazoni

Marcelo Fagerlande no Museu Imperial – Música Portuguesa e Brasileira do Século XVIII
Gravação original: 1990
Remasterizado e revisão de edição: 2008
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Avicenna

Edmundo Hora: Estes nossos Brasis: Música para fortepiano no Brasil dos séculos XVIII e XIX (Acervo PQPBach)

30lo4e1Estes nossos Brasis: Música para fortepiano no Brasil dos séculos XVIII e XIX

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A invenção do “Fortepiano” deu-se em Florença na Itália, no final do século XVII, por Bartolomeo Cristofori (1655-1731) e a grande novidade que esse instrumento propunha era a capacidade de se realizar uma dinâmica “forte” e “piano” por meio do seu teclado sensitivo.

Os primeiros instrumentos já possuíam o formato conhecido de hoje, ainda que em dimensões bem menores. Uma grande variedade de modelos existiu, porém todos eles possuíam os Martelletti (martelinhos) que foram se modificando com o passar dos séculos, à medida que mais sonoridade foi requerida. O seu primeiro nome foi Clavicembalo con Martelletti… (Cravo com martelinhos…), que era capaz de tocar forte e piano. Essa nova maneira de se tocar revolucionou a música para os instrumentos de teclados, promovendo então nova estética musical. Assim, numa melodia, os “crescendos e diminuendos” podiam ser realizados permitindo uma semelhança com a voz cantada.

Ao final do século XVIII, nos países de língua alemã, esses instrumentos já haviam percorrido um grande caminho adquirindo novos recursos técnicos. Na Áustria, compositores como J. Haydn (1732-1803) e W. A. Mozart (1756-1791) compuseram muito do seu repertório para esse novo “instrumento expressivo”.

Já no início do século XIX, com a chegada da família Real Portuguesa ao Brasil, precisamente em 1808, a cidade do Rio de Janeiro adquiriu o status de capital do Reino, transformando-se da noite para o dia, num grande centro político e cultural. Porém, ainda na segunda metade do século XVIII, atividades musicais foram ali muito praticadas e a figura do Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) projeta-se como o mais importante compositor e tecladista da época, ficando, por um determinado período, como o responsável pelas atividades na Capela Real da Corte. Contudo, muito pouco podemos afirmar sobre a formação musical do nosso Padre músico, e até o presente momento, que ela tenha sido adquirida pelo contato com o músico mineiro Salvador José de Almeida.

O ano de 1816 registra a chegada ao Brasil de Sigismund Neukomm (1778-1858), compositor austríaco e aluno de J. Haydn. De suas atividades como instrumentista e compositor, constava também a tarefa de ensinar música aos futuros monarcas D. Pedro (1798-1834) e sua esposa D. Leopoldina (1797-1826). Nessas funções ele permaneceu por 6 anos, legando ao nosso repertório de câmara uma vasta quantidade de músicas nas mais diversas formações, destacando-se o Les Adieux à ses amis bresiliénnes, obra escrita em 1821, como despedida aos seus amigos que aqui ficaram. Na Corte do Rio de janeiro, Neukomm travou amizade com José Maurício, reconhecendo nele o talento, a virtuosidade na composição e nos instrumentos como o Cravo e o Órgão. Assim, é natural supor-se que com essa vivência e troca de influências ambas as partes lucraram, e José Maurício pôde aperfeiçoar-se em suas atividades artísticas seja como compositor, seja também como instrumentista ao Fortepiano.

Posteriormente, e mais precisamente em 1817, a chegada ao Rio de Janeiro de D. Leopoldina, a esposa austríaca de D. Pedro, coloca o ambiente musical brasileiro na vanguarda de uma nova tendência estética, a futura música “romântica”. Dentre os diversos conteúdos de sua bagagem, a presença de um Fortepiano austríaco e sua posterior utilização, pode ser considerada como uma justificativa razoável para se executar num instrumento europeu músicas com influência brasileira. Assim, entre outras obras, tomamos a liberdade de acrescentar ao nosso programa musical os 3 Lundus, demonstrando uma vertente de miscigenação ocorrida na linguagem instrumental, como sendo a gênesis da futura música brasileira.

Reunir obras instrumentais de diferentes autores e épocas num só programa é sempre um desafio que se impõe ao intérprete contemporâneo, ainda mais em se tratando de repertório Brasileiro de concerto e de salão. O “sonho” de todo o instrumentista tecladista brasileiro sempre foi o de encontrar material suficiente para um programa de concerto, já que as fontes são escassas, limitando significativamente a margem de escolha. Felizmente nos últimos anos, tem aparecido um expressivo número de obras o que toma a nossa tarefa um pouco mais cômoda.

Também de relevante significado na interpelação é a questão da afinação e do temperamento como recurso expressivo para o instrumento utilizado. Ao se optar por um sistema de temperamento desigual, evidenciaram-se ainda mais as características tonais, favorecendo-se as “cores” dos textos musicais escolhidos. E neste campo, devemos mencionar que muito já tem sido demonstrado através de fontes históricas, da importância e da influência no plano sensorial deste elemento para a reconstrução sonora no plano estético-estilístico. Em contrapartida à proposta do sistema mesotônico de afinação, característico do séc. XVII, em que se dá preferência à beleza e à perfeição das terças maiores em seu estado puro, construiu-se, no século XVIII, diversas propostas desiguais de afinação, possibilitando-se as enarmonias e modulações, evidenciando-se as cores e “afetos” à cada tonalidade. Dessa maneira, inspirado nas orientações históricas, construímos um sistema desigual de afinação no qual os diferentes campos tonais são ressaltados, buscando melhor traduzir o conteúdo sentimental de cada obra.

Compartilhem do nosso sonho! Edmundo Hora, 2003.

Edmundo Hora, fortepiano
Johannes Chrysostomus Wolfgangus Theophilus [Lat. Amadeus] Mozart (Austria, 1756-1791)
01. Fantasia em dó menor, Kv 396
Franz Joseph Haydn (Germany, 1732-1809)
02. Adágio em Fá Maior, Hob. XVI:21
Anônimo (Sabará, MG, final do séc. XVIII)
03. Sonata 2ª (Sabará) – 1. Allegro
04. Sonata 2ª (Sabará) – 2. Adágio
05. Sonata 2ª (Sabará) – 3. Rondó
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
Lições extraídas do Compêndio de Música e Método de Pianoforte, Rio 1821
06. – 1. Lição 9ª – Andantino em Dó Menor (Iªparte)
07. – 2. Lição 3ª – Andantino em Mí Maior (IIªparte)
08. – 3. Lição 5ª – Allegretto em Sol Maior (Iªparte)
09. – 4. Lição 11ª – Allegretto em Ré Maior (Iªparte)
10. – 5. Lição 12ª – Allegretto em Ré Menor (Iªparte)
11. – 6. Lição 6ª -Allegro Maestoso em Lá Maior (IIªparte)
Antonio Vieira dos Santos (Porto, 1784 – Morretes, PR, 1854)
12. Lundum da Bahia em Ré Maior (da coleção “Cifras de Música “), ajeitado por E. Hora
Anônimo bahiano (séc. XVIII e XIX)
13. Lundum em Lá Menor – com naturalidade de conversa
14. Lundum em Lá Maior – allegro
Sigismund Ritter von Neukomm (Salzburg, 1778 – Paris, 1858)
15. Les Adieux à ses amis Brésiliènes à Rio de Janeiro, em Mib Maior (Rio, 7 de abril de 1821)

Música para fortepiano no Brasil dos séculos XVIII e XIX – 2003
Edmundo Hora

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Avicenna

Cantares do Império: Luiza Sawaya (Voz) & Achille Picchi (Piano) – Acervo PQPBach

1zx0e81Canções portuguesas e brasileiras da época do Império, na voz de Luiza Sawaya acompanhada ao piano por Achille Picchi.

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O século XIX caracteriza-se pela profunda e vasta revolução cultural denominada Romantismo, movimento de mil faces que mergulha suas raízes no século precedente. Prevalece o individual, que se alimenta da volta à Natureza, à Pátria e ao exotismo, estabelecendo uma nova estética centrada no “eu”. Daí a valorização do nacionalismo, onde se incluem as manifestações culturais.

Obedecendo ao pensamento romântico de buscar a autenticidade nacional na música do povo, a exemplo dos russos fortemente impregnados de elemento popular, Cesar das Neves, Gualdino de Campos e Teophilo Braga, em Portugal, realizam um dos mais completos trabalhos na área. Entre 1893 e 1898 publicam mais de 600 canções portuguesas e brasileiras nos 3 volumes do ‘Cancioneiro de Músicas Populares’, documentando não só o texto mas sobretudo a música, de cantos religiosos, de trabalho, canções políticas, de teatro, de dança, modinhas de salão, lundus e, finalmente, diversos hinos. (extraído do excelente encarte que comenta cada música).

Este CD apresenta 22 dessas canções na voz de Luiza Sawaya, acompanhada ao piano por Achille Picchi.

Cancioneiro de Músicas Populares de Cesar das Neves, Porto 1893/1898
01. Hino da Abdicação – Hino Nacional Brasileiro, vol. I, nº 145 (Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva (S. João da Parnaíba, Piauí, 1786-Piraí, RJ, 1852 / Francisco Manuel da Silva (Rio de Janeiro, 1795-1865))
02. A Floreira, vol. II, nº 182 (canção)
03. Trovas e danças nºs 1 e 2, vol. III, nº 533 e nº 534
04. Meu anjo, escuta, vol. I, nº 101 (canção, com texto de Gonçalves Dias)
05. Marcia bela, vol. III, nº 509 (modinha)
06. Ai, que riso que me dá, vol. II, nº 286 (lundu)
07. A Dália, vol. III, nº 541 (dança de roda)
08. Despedida de Coimbra, vol. I, nº 122 (barcarola)
09. Moqueca, vol. III, nº 506 (lundu brasileiro)
10. A partida, vol. II, nº 220 (canção, com poesia de Soares de Passos)
11. Melodia popular d’Anadia, vol. I, nº 32 (fado)
12. Ru-Chu-Chu, vol. I, nº 31 (cantiga das ruas)
13. Cancao das morenas, vol. III, nº 519 (fado)
14. Os teus olhos, vol. II, nº 196 (canção)
15. Os pratos na Cantareira, vol. III, nº 512 (dança)
16. Cruel saudade, vol. II, nº 195 (modinha do Vidigal)
17. Oh, querida, eu gosto de ti, vol. III, nº 342 (cantiga)
18. Serenata à morena, vol. III, nº 356 (fado)
19. Yayá, vol. III, nº 589 (canção)
20. Maria Cachucha, vol. I, nº 72 (cantiga)
21. A Indiana, vol. II, nº 189 (romance)
22. A saloia, vol. II, vol. 177 (canção)

Cantares do Império – 1991
Luiza Sawaya (Voz) – Achille Picchi (Piano)

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Avicenna

Grupo de Música Histórica Klepsidra: Música Profana no Brasil (Séculos XVIII e XIX) – Acervo PQPBach

Dedicado à restauração sonora de obras antigas, o Grupo Klepsidra utiliza instrumentos históricos como o cravo, a flauta doce e a viola da gamba, e apresenta um panorama da música colonial latino-americana, em peças de caráter religioso e profano.

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Formado por Roberto Sussumo Anzai (flauta, gamba), Tiche Puntoni (cravo), Eduardo Klein (flauta, gamba), Beatriz Chaves (flauta) e Eduardo Areias (voz), o grupo foi fundado em 1992 por Eduardo Klein e Tiche Puntoni. Embora a maior parte de sua atenção seja dedicada a peças anteriores ao século XVIII, seu interesse engloba também a música atual, escrita para instrumentos considerados históricos. (Extraído da internet)

Música Profana no Brasil (Séculos XVIII e XIX)
Luis Álvares Pinto (Recife, 1719 – 1789)
01. Quatro lições de solfejo do “Músico e Moderno Sistema para Solfejar sem Confusão” (1776) – Parte1
02. Quatro lições de solfejo do “Músico e Moderno Sistema para Solfejar sem Confusão” (1776) – Parte2
03. Quatro lições de solfejo do “Músico e Moderno Sistema para Solfejar sem Confusão” (1776) – Parte3
04. Quatro lições de solfejo do “Músico e Moderno Sistema para Solfejar sem Confusão” (1776) – Parte4
Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830) & Domingos Caldas Barbosa (Rio de Janeiro, 1738 – Lisboa, 1800)
05. Você trata o amor em brinco
Daniel Gottlieb Steibelt (Alemanha,1765-Rússia, 1823)
06. Bacanal (C. 1800)
Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830)/Aria de Thomás Antônio Gonzaga, o Dirceu
07. Marília de Dirceu – Ária
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
08. Fantasia Nº 1 do “Método de Pianoforte” (1821)
Antônio José da Silva (Rio de Janeiro, 1705-Portugal, 1739)
09. Convida, embora convida
10. De mim já se não lembra
João Martins de Souza Barros (início séc. XIX)
11. Dei um ai, dei um suspiro
Antonio Vieira dos Santos (Porto, 1784 – Morretes, PR, 1854)
12. Solo Inglês – Peça do “Cifras de Música para Saltério” (C. 1823)
13. Minuete de Corte – Peça do “Cifras de Música para Saltério” (C. 1823)
14. Zabumba Alegre – Peça do “Cifras de Música para Saltério” (C. 1823)
Anônimo séc. XIX
15. Deixa Dália, flor mimosa
Cândido Ignácio da Silva (1800-1838)
16. Busco a campina serena (C. 1835)
Anônimo séc. XIX
17. Lundu para teclado (C. 1848)Daniel Gottlieb Steibelt (Alemanha,1765-Rússia, 1823)
18. Bacanal II (C. 1800)
Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830)/Aria de Thomás Antônio Gonzaga
19. Os mares, minha bela
Anônimo séc. XIX
20. Landum
Antonio Vieira dos Santos (Porto, 1784 – Morretes, PR, 1854)
21. O Desterro do “Cifras de Música para Saltério” (1823?)
Antônio da Silva Leite (Porto, 1759 – 1833)
22. Aonde vais, linda negrinha (Xula Carioca)

Música Profana no Brasil (Séculos XVIII e XIX) – 2002
Grupo de Música Histórica Klepsidra

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Avicenna

Lobo de Mesquita (Missa a 4 Vozes) & João Rodrigues Esteves (Stabat Mater) & Pe. José Maurício (Moteto para a Semana Santa) – Acervo PQPBach

2je19ixPassiflora Coerulea (ilustração da capa)

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Diz a lenda que no final do século XVI jesuítas encontraram o maracujazeiro, cuja flor foi designada flor da paixão (passiflora). O nome se deve às suas diferentes partes e ao seu formato, que faz lembrar os instrumentos da paixão de Jesus Cristo (sofrimento e morte). As cinco pétalas e as cinco separas simbolizam os dez apóstolos (omitindo Judas e Pedro). A coronha púrpura representa a coroa de espinhos e o ovário de 3 carpelos, o cálice do Senhor. Os cinco estamens seriam as cinco chagas de Cristo e as folhas, as mãos de seus perseguidores. As gavinhas representam as cordas usadas para atá-lo. A flor da paixão costumava ser oferecida somente ao Papa e às personalidades importantes. Sua presença nas casas era considerada como portadora da paz.

(As anotações abaixo, quando não em itálico, são de José Maria Neves, 1998, extraídas do encarte)

José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita

Segundo Harry Crowl, a informação de que esse compositor nasceu em 1746, filho natural de José Lobo de Mesquita e sua escrava Joaquina Emerenciana é uma fantasia criada pelo pesquisador Geraldo Dutra de Moraes, nos anos 70. Nenhum documento que comprove esse fato foi localizado até hoje.
A Missa para a benção de quarta-feira de cinzas é o manuscrito datado mais antigo encontrado em Minas até agora, 1778.

Muitos musicólogos citam Lobo de Mesquita como o melhor compositor setecentista brasileiro e como aquele que sintetiza melhor as características da da escola que foi um dia chamada de Barroco mineiro. Tal fato pode ser explicado pela grande quantidade de obras deste compositor conservadas nos mais diversos arquivos de manuscritos musicais, não apenas em Minas Gerais, mas também nos Estados de São Paulo, Goiás e Rio de Janeiro. A própria preservação da documentação, quase sempre em cópias da segunda metade do século XIX e mesmo nos inícios do século XX, atesta a presença da música deste compositor no repertório de corporações musicais atuastes em vilas e cidades do interior do país, até meados do século XX. Entretanto, a afirmação de que Emerico foi o melhor – e que não se leia aqui nenhum indício de afirmação do contrário – resulta do quase total desconhecimento, até bem recentemente, das obras de outros compositores que atuaram nas Minas Gerais da segunda metade do século XVIII, e não de estudos comparativos que analisassem a técnica e o estilo deste compositor e seus contemporâneos.

Esta Missa para Quarta-feira de Cinzas é, ao lado dos ofícios destinados ao Domingo de Ramos (Domica in Palmis), exemplo pouco comum de utilização da totalidade do texto litúrgico na composição musical. Para o Domingo de Ramos e para Quarta-feira de Cinzas, deveriam ser musicados não apenas os chamados Ordinário e Próprio do dia (Kyrie, Sanctus e Agnus Dei, e Intróito, Gradual e Ofertório), mas também os textos para os ritos específicos do dia, a saber: Bênção e Procissão de Ramos e Benção e Distribuição das Cinzas.

O sentido da cerimônia está claramente explicitado pelo ritual religioso e pelos textos das diversas partes da cerimônia: os fiéis colocam cinzas sobre suas cabeças (gesto que já aparece no Antigo Testamento) em sinal de arrependimento e dor, como primeira etapa de percurso em busca de purificação. Deste modo abre-se o tempo da Quaresma, que prepara para a chegada da Páscoa. Os diferentes momentos da cerimônia falam exatamente da necessidade de penitência, no pedido de perdão, na certeza de que a misericórdia de Deus traz a salvação.

Quando se compara as obras de Lobo de Mesquita escritas para vozes e instrumentos com aquelas escritas para coro, observa-se de imediato que há forte distinção estilística entre elas. Enquanto as primeiras mostram-se mais “modernas”, porque mais marcadas pelo classicismo da melodia acompanhada (em algumas obras, com forte influência da linguagem musical italiana), as obras para coro mostram-se mais influenciadas pela estética do barroco, com toque polifônico. Guardadas as devidas distâncias, pode-se dizer que, quando escrevem para coro, aproximam-se de compositores de universos bem diferentes, como os paulistas de Mogi das Cruzes, os mineiros da segunda metade do século XVIII e mesmo seus sucessores da primeira metade do século XIX. É como se, na escrita coral, eles revelassem atitude musicalmente mais conservadora, enquanto buscavam linguagem mais moderna quando escreviam para solistas ou para coro com acompanhamento orquestral. Mas é preciso que se diga que em Emerico, como na maioria dos compositores setecentistas brasileiros, a escrita coral não se revela primordialmente polifonia; o tratamento é mais harmônico, em blocos sonoros, e apenas em momentos específicos aparecem fórmulas de cunho limitativo, às vezes pequenos fugatos, que aproximam esta música de suas origens polifonias do barroco português.

João Rodrigues Esteves

Comentando a respeito, Harry Crowl acrescenta que João Rodrigues Esteves foi um dos compositores portugueses enviados D.João V a Roma para estudar música. Todas as suas obras encontradas até o momento apresentam características do estilo polifônico romano do sec. XVII. É importante lembrar que esse estilo aparece em obras de compositores conhecidos dessa época, como nas obras Dixit Dominus, Salve Regina, Nisi Dominus (1707), de Haendel; no Stabat Mater (1715), de Domenico Scarlatti, em várias obras de Alessandro Scarlatti e também, Antonio Caldara. Essas composições sempre visavam a obtenção de algum posto importante em Roma, ou eram encomendas de patronos locais ligados à Igreja Católica.

É de João Rodrigues Esteves o Stabat Mater que aparece agora neste CD. Ainda que não seja exemplo da monumentalidade policoral da música religiosa da corte de Dom João V, esta obra revela bem a fineza polifonia do barroco português, que consegue, entretanto, ser comedido em virtude de sua abordagem direta do texto poético. A alternância entre solos, polifonias a duas e três partes e massas polifônicas mais densas dá à obra variedade e riqueza de escolas.

O texto do Stabat Mater (de autoria atribuída a Jacopone da Todi, por volta de 1300) tem duas utilizações litúrgicas principais: é o Hino do ofício das Vésperas e é a Seqüência da Missa da comemoração das Sete Dores de Nossa Senhora (por isso, com estrutura literária semelhante ao Dies irae da Missa dos Defuntos e ao Lauda Sion da Missa do Santíssimo Sacramento). O poema tem dez estrofes de três versos de sete sílabas e trata especificamente do sofrimento da Mãe que sofre ao pé da cruz, da qual pende o seu Filho.

Padre José Maurício Nunes Garcia

As cinco peças incluídas neste disco apresentam facetas bem diferentes da produção de José Maurício, embora todas elas destinem-se a um mesmo ciclo litúrgico: a Semana Santa. Enquanto estrutura (e funcionalidade) litúrgico-musical, aqui aparece um Gradual (para ser cantado após a Epístola, funcionando como uma meditação sobre o que ela enunciou), dois Responsórios (que funcionam também como comentários poéticos a cada uma das nove leituras que, em grupos de três, encerram cada um dos Noturnos do ofício das Matinas) e dois Motetos. Destaque-se, no que se refere à forma poético-musical, a estrutura dos Responsórios, que, para uso dos chamados Ofícios de Trevas, sempre são compostos de três partes: um Moderato inicial, que é seguido de um Allegro, completado com um Andante, concluindo-se a obra com a repetição do Allegro (A-B-C-B).

Os responsórios In Monte Oliveti e Judas mercador pessimus são, respectivamente, o primeiro e o quinto das Matinas de Quinta-feira Santa (também chamada de Ofício de Trevas, como as Matinas de Sexta-feira da Paixão e de Sábado Santo). O texto do Domine tu mini lavas pedes foi colocado em música por muitos compositores e está sempre pensado para acompanhar o gesto do celebrante que, na noite de Quinta-feira Santa, lava os pés de doze homens, representando o gesto de Jesus com o grupo dos Apóstolos. O texto relata exatamente esta cena bíblica.

O moteto Sepulto Domino é um dos casos mais interesantes do repertório sacro musical. Ele faz parte de conjunto que, traz como denominação Quarteto (ou Coros) para a Procissão do Enterro do Senhor. Este conjunto maior representa três momentos de uma mesma cerimônia: antes do Sermão do Descendimento da Cruz, que antecede a Procissão do Enterro, o coro canta o moteto Spiritus cordis nostri. Em diversos momentos da Procissão, o cortejo pára e é cantado um conjunto de cantos que atrai enormemente o povo que acompanha a festividade: este ciclo inicia-se com um terceto feminino (as Marias Beús do interior do país) que canta: Heu, Domine Salvator Nostri (Ai, Senhor nosso Salvador), que prepara o primeiro moteto: Pupili facti sumus. A seguir, a cantora que representa a Verônica canta, sem acompanhamento, o O vos omnes, mostrando ao povo o sudário com a reprodução da face de Jesus. Este ciclo é concluído com o moteto Cecidit corona. Tradicionalmente, ao final da Procissão do Enterro, entram na Igreja apenas o esquife contendo a imagem de Cristo morto, os celebrantes e o coro, que canta o último moteto da coleção, que é precisamente o Sepulto Domino, que relata a cena do sepultamento. O que há de absolutamente curioso neste fato é que, no repertório de igreja, todas as obras servem de oração ou de meditação e têm função pública, sendo dirigidas também ao povo que as ouve. No final da Procissão do Enterro, entretanto, isto não ocorre; o coro não canta o Sepulto Domino diante da comunidade dos fiéis, fazendo-se apenas para a imagem de Cristo.

José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, 1746- Rio de Janeiro, 1805)
Missa a 4 Vozes para Quarta-Feira de Cinzas (1778)
01. Para a benção da Cinza: Exadi nos Domine/Gloria Patri/Sicut erat
02. Enquanto se dá a Cinza: Immutemur habito
03. Introito: Misereris omnium/Misereri mei Deus/Quoniam in te confidit/Gloria Patri/Sicut erat
04. Kyrie
05. Gradual (tractus): Domine ne memineris
06. Ofertório: Exaltabo te Domine
07. Sanctus-Benedictus
08. Agnus Dei

João Rodrigues Esteves (c.1700-Lisbon, after 1751)
09. Stabat Mater – 1. Stabat Mater
10. Stabat Mater – 2. Quis est homo
11. Stabat Mater – 3. Quis non posset contristari
12. Stabat Mater – 4. Pro peccatis suae gentis
13. Stabat Mater – 5. Eia Mater
14. Stabat Mater – 6. Fac ut ardeat cor meum
15. Stabat Mater – 7. Sancta Mater
16. Stabat Mater – 8. Fac me vere
17. Stabat Mater – 9. Juxa crucem tecum stare
18. Stabat Mater – 10. Virgo virginum plecara
19. Stabat Mater – 11. Fac ut portem

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
20. Moteto para a Semana Santa – 1. Gradual para Domingo de Ramos
21. Moteto para a Semana Santa – 2. In Monte Oliveti
22. Moteto para a Semana Santa – 3. Domine tu mihi lavas-pedes (1799?)
23. Moteto para a Semana Santa – 4. Judas Mercator Pessimus (1809)
24. Moteto para a Semana Santa – 5. Sepulto Domino (1789?)

Calíope – 1998
Conjunto Calíope
Director: Júlio Moretzsohn

Este CD é uma colaboração do maestro, compositor e musicólogo Harry Crowl Jr.
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Modinhas e Lunduns dos Séculos XVIII e XIX – Segréis de Lisboa (Acervo PQPBach)

a42244Modinhas e Lunduns dos Séculos XVIII e XIX
Segréis de Lisboa

Com instrumentos de época. On period instruments.
To my friend Duckjammy

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Instrumentos originais usados nesta gravação:
Pianoforte – H. Van Casteel, Lisboa, 1763
Guitarra inglesa – Domingos José de Araujo, Braga, 1812

A presente gravação oferece uma selecção do repertório criado para os salões desta sociedade luso-brasileira da viragem do século XVIII para o XIX. Parte desse repertório destinava-se a pequenos conjuntos instrumentais, e era composto muitas vezes por virtuosi da orquestra da Real Câmara de Lisboa, como o violinista Pedro António Avondano ou o flautista espanhol António Rodil, cujas obras se tornaram tão populares que foram objecto de edições impressas de ampla circulação.

Um dos instrumentos solistas mais populares neste período foi a guitarra inglesa, com forma peróide e dez cordas, a qual permaneceu em uso em Portugal muito depois de ter sido esquecida nos restantes países europeus e acabou por isso por ser conhecida como guitarra portuguesa.

António Pereira da Costa foi o autor de uma das raras colecções impressas de obras para este instrumento. Quanto à “Marcha da Retirada” de João José Baldi, trata-se de um exemplo divertido de como uma melodia que entra no ouvido se pode desligar do seu contexto original, à medida que a sua circulação aumenta: a peça, muito provavelmente destinada a ser tocada de forma despreocupada na salinha de qualquer menina de boa família, não é senão um arranjo para cravo da feroz canção revolucionária francesa “Ça ira“…

Mas o género favorito deste repertório de salão é sem dúvida a Modinha, um tipo de canção solista em que as influências da aria cantabile e da canzonetta da tradição operática napolitana se misturam com as doces e sensuais melodias afro-brasileiras, originalmente cantadas pelos escravos negros e gradualmente adaptadas pelos compositores profissionais, tanto no Brasil como em Portugal. No final do século XVIII as modinhas eram já compostas às centenas e circulavam, não só em colecções manuscritas mas também em séries impressas de publicação periódica, como o popular Jornal de Modinhas, editado em Lisboa pelos franceses Milcent e Maréchal.

Os autores iam do poeta mulato e boémio Domingos Caldas Barbosa a cantores da Capela Real como o Tenor Policarpo José António da Silva, a virtuosi instrumentais de renome como o violinista espanhol José Palomino, a músicos de Igreja como António da Silva Leite e a compositores de Ópera distintos como o próprio Marcos Portugal.

2jfwpwkQuanto aos arranjos, as modinhas eram habitualmente escritas para uma ou duas vozes, com um acompanhamento instrumental que podia ser uma simples linha de baixo contínuo, uma parte integralmente realizada para um instrumento obbligato como o cravo, a guitarra ou a guitarra portuguesa, ou até um pequeno conjunto de câmara que podia ir mesmo a um quarteto de cordas com cravo (como exemplo deste último caso veja-se, designadamente, “Menina que vive à moda”, de Palomino, uma canção especificamente composta como Música de cena para uma peça para o teatro da Rua dos Condes, em Lisboa).

A qualidade das modinhas luso-brasileiras foi unanimemente elogiada pelas descrições de diversos viajantes europeus no Brasil, vários dos quais transcreveram exemplos deste género nos seus livros. Um discípulo de Haydn que esteve temporariamente ao serviço da Corte no Rio de Janeiro, Sigismund Neukomm, publicou ele próprio uma colecção de modinhas com acompanhamento de piano, e a fama destas canções chegou mesmo ao próprio Beethoven, que as incluiu na sua colecção de Volkslieder.

Particularmente interessante pela sua evidente natureza inter-cultural é o Lundum, um sub-género no seio da Modinha caracterizado pelo seu ritmo acentuadamente sincopado e por textos que com frequência tendem a conter sugestões eróticas mal disfarçadas. Para grande espanto de alguns dos visitantes estrangeiros mais puritanos, estas canções de forte influência e abordando temas habitualmente considerados inaceitáveis em boa sociedade não pareciam gerar objecções por parte das classes mais elevadas da realidade luso-brasileira, em geral tão conservadoras em quaisquer outros domínios.

Rui Vieira Nery (extraído do encarte)
Universidade Nova de Lisboa
1993

Modinhas e Lunduns dos Séculos XVIII e XIX
António Cláudio da Silva Pereira (Portugal, 1780-1820)
01. Tenho um bicho cá por dentro (modinha)
Jose Forlivesi
02. Hei-de amar a quem me ama (modinha)
Antônio da Silva Leite (Porto, 1759 – 1833)
03. Vem cá, por que foges (modinha)
Domingos Caldas Barbosa (1740-1800) / Anônimo
04. Triste Lereno (modinha)
Antonio Pereira da Costa (Portugal, 1697?-1770)
05. Serenata IV em dó maior
Antonio Galassi (Italie, c.1750-Portugal, 1790)
06. Marcia prejura as leis de amor (modinha)
Pedro Antonio Avondano (Lisboa, 1714-1782)
07. Minueto em lá maior
Domingos Caldas Barbosa (1740-1800) / Anônimo
08. Eu nasci sem coração
09. Quando eu não amava (modinha)
Gabriel Fernandes da Trindade (Ouro Preto ,1799/1800-Rio de Janeiro, 1854)
10. Graças aos céus de vadios (lundum)
Policarpo José António da Silva. (Portugal, fl.1770 – ca.1790)
11. De amor sobre as aras (modinha)
António Rodil (Portugal, 1710?-1787)
12. Duetto II en sol maior, allegro/vivo
Anónimo
13. Ganinha, minha Ganinha (lundum)
José Palomino (Spain, 1755-1810)
14. Menina que vive à moda (modinha)
João José Baldi (Portugal, 1770 – 1816)
15. Marcha da retirada (cemb.)
José Palomino (Spain, 1755-1810)
16. Sinto amor de dia em dia (modinha)
Pedro Antonio Avondano (Lisboa, 1714-1782)
17. Minueto em ré maior
Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830)
18. Vem meu bem que eu te perdoo (modinha)
Anónimo
19. Menina, você que tem? (lundum)
Domingos Schiopetta (Portugal, sécX VIII-XIX)
20. Quando a gente está com gente (lundum)
Anônimo / Ludwig van Beethoven
21. Seus lindos olhos (modinha)
José Francisco Édolo (Porto, 1792 – ?)
22. Tranquiliza, doce amiga (modinha)
António Rodil (Portugal, 1710?-1787)
23. Duetto em si bemol maior (moderato/minuetto)
Manuel Telles (? – ?)
24. Quando a vejo enfadadinha (lundum)
Alexandre José Pires (1ª metade XIX)
25. Sussurrando amigas auras (modinha)
Joaquim Manoel Gago da Camara (fin du XVIII siècle)
26. Quando te peijo
Anónimo
27. Minha Lília, quem disfruta (modinha)

Modinhas e Lunduns dos Séculos XVIII e XIX – 1993
Segréis de Lisboa
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Um CD do acervo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!

Boa audição.

caminhos

 

 

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Avicenna

Sarau das Musas: A Canção Brasileira nos Salões , 1830-1930: Léa Vinocur Freitag & Eduardo Villaça (Acervo PQPBach)

350sc4zA canção brasileira nos salões, de 1830 a 1930.

“Num salão esmeram-se várias artes: a de receber ou preparar um ambiente de cordialidade e espírito; a de entreter a palestra ou cultivar o humour; dançar uma valsa ou cantar uma ária, declamar ou inspirar versos, criticar com graça e sem maledicência, realçar a beleza feminina nas últimas invenções da moda …”
Wanderley Pinho, in “Salões e Damas do Segundo Reinado”.

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Léa Vinocur Freitag (Canto) – Eduardo Villaça (Piano)
Araújo Porto Alegre/Cândido Ignácio da Silva (1800-1838)
01. Lá no Largo da Sé
Anônimo
02. Róseas flores d’alvorada
Almeida Garret/Antonio Carlos Gomes (Campinas, 1836-Belém, 1896)
03. Suspiro d’alma
Bittencourt Sampaio/Antonio Carlos Gomes (Campinas, 1836-Belém, 1896)
04. Quem sabe
Dr. Velho Experiente (pseudônimo de Carlos Gomes)/Antonio Carlos Gomes (Campinas, 1836-Belém, 1896)
05. Conselhos
Osório Duque-Estrada/Alberto Nepomuceno (1864-1920)
06. Trovas
Rose Méryss/Arthur Napoleão (1843-1926)
07. Adieu, je pars
Anônimo
08. Morena, morena
09. Foi numa noite calmosa
10. A Casinha Pequenina
José Alves Pinto
11. Muqueca Sinhá (Bendegó)
Ernesto de Souza/Chiquinha Gonzaga (1847-1935)
12. A Morena
Leopoldo Fróes (1882-1938)
13. Mimosa
Corrêa Vasques/Rosina Mendonça
14. Teu Olhar
Francisco Patti/Marcelo Tupinambá (1892-1958)
15. Canção Nupcial
Alberto Costa (1886-1934)
16. Serenata
17. Canto da Saudade

Sarau das Musas (A Canção Brasileira nos Salões – 1830-1930) – 1998
Léa Vinocur Freitag (Canto) – Eduardo Villaça (Piano)

CD gentilmente cedido pelo musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!
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.Boa audição!

guarda da rainha

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Avicenna

Padre José Maria Xavier (1819-1887) – Ofício de Trevas vol. 1 (Acervo PQPBach)

2cx3pz Originalmente postado pelo CVL em abril de 2009. Repostagem pelo Avicenna.

Para solicitar a ativação de algum link, deixe sua mensagem clicando no quadradinho em branco no lado superior direito desta postagem.

Outro achado de um de nossos visitantes, chamado Geraldo: o desconhecidíssimo mineiro Padre José Maria Xavier, que eu também não conhecia e que – apesar de ter vivido no séc. XIX – é classicista de primeira linha. Tudo bem que, ao ouvir este CD, parece que se trata mesmo de Mozart, mas esse era o gosto dominante em música sacra nos tempos do império e principalmente nos cafundós do judas, como era a pacata São João Del Rei, terra do padre (isso valia para qualquer cidade longe do Rio).

Comentários de Paulo Cesar Machado dos Santos:
Compositor e instrumentista, foi discípulo de seu tio Francisco de Paula Miranda com quem aprendeu canto, violino e clarineta. Estudou no Seminário de Mariana, ordenando-se padre em 1846. Designado a trabalhar em Rio Preto, retornou à sua terra natal, São João del-Rei, por motivos de saúde. Além do sacerdócio, exerceu múltiplas funções como vigário forâneo e lecionou música em várias escolas da cidade. Filiado a todas as associações religiosas, foi padre comissário da Ordem Terceira do Carmo e, também, capelão da Irmandade de Nosso Senhor dos Passos e da Confraria de Nossa Senhora do Rosário. De sua vasta obra são conhecidas mais de cem composições, executadas, tradicionalmente, em solenidades religiosas são-joanenses, especialmente na Semana Santa, na Novena de Nossa Senhora da Boa Morte e no Natal. As peças Matinas do Natal e Missa nº 5 foram editadas em Munique, na Alemanha, fato raro na música oitocentista brasileira. O compositor nasceu em 1819 e faleceu em 1887.

Comentários de Harry Crowl:
Não há nada de barroco nem no Pe. José Maria Xavier, nem nos compositores coloniais anteriores a ele. Quando estudava no Seminário de Mariana, em meados do sec.XIX, J.Ma. Xavier ficou encantado com a obra do Pe. João de Deus de Castro Lobo, que falecera em 1832. JMXavier procurou escrever numa linguagem parecida, mas já com influência muito forte da ópera italiana introduzida pela corte no Rio, na época de D.João VI e D.Pedro I. Essa influência estava também presente na música de João de Deus. Só que no caso do último, o domínio da orquestração e da instrumentação e a eventual disponibilidade de músicos fez de sua obra algo muito mais elaborado. Tive a oportunidade de tocar viola com a Orquestra Ribeiro Bastos, em São João del Rei, em várias semanas santas, na década de 90. Toquei inclusive esse Ofício algumas vezes. É uma obra de grande força dramática e de escrita muito simples para a orquestra, pois a prática instrumental no Brasil no tempo do Império, especialmente no interior, já era amadora. Porém, São João Del Rei foi a única cidade no Brasil que conseguiu manter viva essa tradição. Vale muito a pena dar uma chegada até lá na época da semana-santa. É uma excelente oportunidade para se entender como a música funcionava dentro da liturgia católica até o final do sec.XIX, antes do estabelecimento do moto próprio, em 1906.

Ofício de Trevas – vol 1
Pe. José Maria Xavier (São João del Rey, 1819-1887)
Ofício de Trevas 1. Ofício de Quinta-feira Santa – Antiphona – Zelus Domus Tuae
Ofício de Trevas 2 :Ofício de Quinta-feira Santa – Responsorium I – In Monte Oliveti
Ofício de Trevas 3. Ofício de Quinta-feira Santa – Responsorium II – Tristis Est
Ofício de Trevas 4. Ofício de Quinta-feira Santa – Responsorium III – Ecce Vidimus
Ofício de Trevas 5. Ofício de Quinta-feira Santa – Responsorium IV – Amicus Meus
Ofício de Trevas 6. Ofício de Quinta-feira Santa – Responsorium V – Judas Mercator Pessimus
Ofício de Trevas 7. Ofício de Quinta-feira Santa – Responsorium VI – Unus Ex Discipulis Meis
Ofício de Trevas 8. Ofício de Quinta-feira Santa – Responsorium VII – Eran Quasi Agnus Ínnocens
Ofício de Trevas 9. Ofício de Quinta-feira Santa – Responsorium VIII – Una Hora
Ofício de Trevas 10. Ofício de Quinta-feira Santa – Responsorium IX – Seniores Populi
Ofício de Trevas 11. Ofício de Sexta-feira Santa – Antiphona – Astiterunt Reges Terrae
Ofício de Trevas 12. Ofício de Sexta-feira Santa – Responsorium I – Omnes Amici Mei
Ofício de Trevas 13. Ofício de Sexta-feira Santa – Responsorium II – Velum Templi
Ofício de Trevas 14. Ofício de Sexta-feira Santa – Responsorium III – Vinea Mea
Ofício de Trevas 15. Ofício de Sexta-feira Santa – Responsorium IV – Tamquan Ad Latronem
Ofício de Trevas 16. Ofício de Sexta-feira Santa – Responsorium V – Tenebrae Factae Sunt
Ofício de Trevas 17. Ofício de Sexta-feira Santa – Responsorium VI – Animam Meam
Ofício de Trevas 18. Ofício de Sexta-feira Santa – Responsorium VII – Tradiderunt Me
Ofício de Trevas 19. Ofício de Sexta-feira Santa – Responsorium VIII – Jesum Tradidit Impius
Ofício de Trevas 20. Ofício de Sexta-feira Santa – Responsorium IX – Caligaverunt Oculi Mei Laudes
Ofício de Trevas 21. Ofício de Sexta-feira Santa – Antiphona – Posuerunt Super Caput Ejus
Ofício de Trevas 22. Ofício de Sexta-feira Santa – Christus Factus Est

Ofício de Trevas – vol 1 – 2004
Orquestra Sinfônica de Minas Gerais & Coral Lírico Palácio das Artes
Maestro Marcelo Ramos
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Boa audição.

CVL + Avicenna

Padre José Maria Xavier (1819-1887) – Ofício de Trevas – Vol. 2 (Acervo PQPBach)

352i2y1REPOSTAGEM

Avicenna se encantou com o primeiro volume do Ofício de Trevas.

Mas, como bom mineiro-persa, perguntou aos ventos do oriente qual a origem do nome “Ofício de Trevas”. Alguma conotação com o post-mortem? Ou com rituais cabalísticos?

Quem responde é o Maestro Marcelo Ramos:

“A tradição que envolve o ofício é antiqüíssima. Esta denominação de Trevas está envolvida num contexto ritualístico, extremamente rico em simbologia, e merece uma justificativa litúrgica. Desde o séc. VII, celebra-se com orações as exéquias do Senhor. No séc. VIII, a liturgia franco-romana já conhecia o apagar das luzes durante o ofício. Desde o séc. XII, o nome “Ofício de Trevas” indicava a oração noturna (matinas e laudes) do ofício divino nos três dias que antecedem o Domingo da Ressurreição. As matinas e laudes rezadas seguidas contam 14 salmos, nove leituras (incluindo três lamentações do profeta Jeremias) e nove responsórios. É “de trevas” pois, no decorrer dele, apagam-se sucessivamente as 14 velas em memória das trevas que cobriram a Terra na morte do Senhor. Para esse fim, é usado um candelabro triangular com 15 velas.

A vela da ponta, a décima quinta, representa o Cristo. As outras representam os onze apóstolos e as três Marias. Segundo vários autores medievais, apagar uma vela após cada salmo significa o abandono de Jesus por seus seguidores, principalmente no horto. A liturgia antiga colocava a última vela acesa atrás do altar para trazê-la de volta mais tarde, talvez ao amanhecer, simbolizando assim a morte do Senhor; em São João del-Rey (MG) esta tradição permanece intocada. Em Portugal, a décima quinta vela no alto do candelabro é conhecida como galo ou galo das trevas.

No final do ofício, cantado em latim, era costume fechar os livros com força exagerada ou bater os pés no chão com veemência, simbolizando o terremoto que acompanhou a morte de Jesus e a destruição de Jerusalém.”

Avicenna apresenta o Segundo volume do “Ofício de Trevas”, composto pelo Padre José Maria Xavier (1819-1887, S. João del-Rey, MG), com a Orquestra e Coro dos Inconfidentes, regidos pelo Maestro Marcelo Ramos, gravado na Sala Sérgio Magnani, Palácio das Artes, Belo Horizonte, em dezembro de 2005.

Ofício de Trevas – vol II
Pe. José Maria Xavier (São João del Rey, 1819-1887)
Ofício de Trevas 23. Matinas de Sábado Santo – Antiphona: In pace in idipsum
Ofício de Trevas 24. Matinas de Sábado Santo – Responsorium I: Sicut ovis
Ofício de Trevas 25. Matinas de Sábado Santo – Responsorium II: Jerusalem surge
Ofício de Trevas 26. Matinas de Sábado Santo – Responsorium III: Plange quasi virgo
Ofício de Trevas 27. Matinas de Sábado Santo – Responsorium IV: Recessit pastor noster
Ofício de Trevas 28. Matinas de Sábado Santo – Responsorium V: O vos omnes
Ofício de Trevas 29. Matinas de Sábado Santo – Responsorium VI: Ecce quomodo
Ofício de Trevas 30. Matinas de Sábado Santo – Responsorium VII: Astiterunt reges terrae
Ofício de Trevas 31. Matinas de Sábado Santo – Responsorium VIII: Aestimatus sum
Ofício de Trevas 32. Matinas de Sábado Santo – Responsorium IV: Sepulto Domino
Ofício de Trevas 33. Matinas da Ressureição – Invitatório
Ofício de Trevas 34. Matinas da Ressureição – Responsorium I: Angelus Domini
Ofício de Trevas 35. Matinas da Ressureição – Responsorium II: Cum transisset sabbatum
Ofício de Trevas 36. Matinas da Ressureição – Laudes do Tempo Pascal: Haec dies
Ofício de Trevas 37. Matinas da Ressureição – Antiphona Final: Regina Coeli
Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813)
Ofício de Trevas 38. 8ª Leitura de Sábado Santo

Ofício de Trevas – Volume 2 – 2005
Orquestra e Coro dos Inconfidentes
Maestro Marcelo Ramos
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Boa audição!

Avicenna

Modinhas Imperiais: Adélia Issa (voz) & Alexandre Pascoal (piano) – Acervo PQPBach

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REPOSTAGEM

Ramilhete de 15 preciosas modinhas de salão brasileiras, do tempo do Império, para canto e piano, seguidas por um delicado Lundu para piano-forte; cuidadosamente escolhidas, prefaciadas, anotadas e dedicadas ao seu ilustre e genial amigo, o maestro Heitor Villa-Libos, por Mário de Andrade, S. Paulo 1930. (Dedicatória que Mário de Andrade escreveu no prólogo do seu livro “Modinhas Imperiais”)

Transcorridos cinquenta anos da publicação do livro de Mário de Andrade “Modinhas Imperiais” (Casa Chiarato, H. G. Miranda Editora, S. Paulo, 1930) a gravadora Eldorado lança agora, sob o mesmo título, a versão sonora do livro de Mário de Andrade.

Este disco bem poderia ser o primeiro de uma série que tivesse por propósito ilustrar a história da música brasileira, já que foi através da modinha e do lundu, nos fins do século XVIII, que surgiram os primeiros sinais de fusionamento sonoro de que resultou esse produto cultural a que chamamos Música Brasileira. Assim como não seria lícito nomear de brasileira a música dos índios ou o baticum dos escravos africanos importados nos três primeiro séculos de colonização, do mesmo modo seria absurdo pretender que brasileira fosse também a ária sete e oitocentista importada nos nossos salões coloniais, de onde proviria a nossa modinha.

Cumpre ter presente que a música do Brasil não teve, como a música dos países europeus de civilização mais estratificada um back-ground racial que a precedesse. Não houve, por parte dos compositores italianos, franceses ou alemães qualquer preocupação de serem nacionais, pois o caráter nacional de suas escolas musicais já vinha condicionado pela raça e pelo desenvolvimento lógico de suas respectivas civilizações.

A modinha brasileira originou-se do formulário melódico europeu. Nas primeiras modinhas brasileiras é facilmente identificável a presença de Gluck, Mozart, Rossini, Donizetti, Bellini. E mesmo no repertório modinheiro dos fins de oitocentos e começo de novecentos nota-se ainda o acentuado gosto nacional pelo cantábile melodramático italiano. E foi certamente a permanência desse cantábile que levou Mário de Andrade a dizer que a nacionalidade brasileira da modinha se processou ao contato dessa melódica européia e apesar dela … (extraído da capa do LP)

Palhinha: ouça algumas modinhas enquanto contempla algumas das melhores telas em arte Naïff.

Modinhas Imperiais
Anônimo/Thomaz Antonio Gonzaga
01. Acaso são estes
Anônimos
02. Escuta, formosa Márcia
Cândido Ignácio da Silva (1800-1838)
03. Busco a campina serena
04. Quando as glórias que gozei
Anônimos
05. Vem cá, minha companheira
06. Se te adoro
07. Vem a meus braços
08. Róseas flores d’alvorada
Frederico de Varnhagen (Sorocaba, SP 1816 – Viena, Áustria 1878)
09. O coração perdido
Anônimos
10. Deixa dália, flor mimosa
Padre Telles
11. Eu tenho no peito
João Martins de Souza Barros
12. Dei um ai, dei um suspiro
Emílio do Lago/J. A. B. Júnior
13. Último adeus de amor
Antonio José dos Santos Monteiro (Rio de Janeiro, RJ, c.1830 – c.1890)/Vilela Tavares
14. Que noites eu passo
Anônimos
15. Hei de amar-te até morrer
16. Lundum

Modinhas Imperiais – 1980
Adélia Issa (voz) & Alexandre Pascoal (piano)
LP de 1980, digitalizado por Avicenna

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Boa audição.

rji7gm

 

 

 

 

 

 

 

 

 

.Avicenna

Brazilian Adventures – Ex Cathedra (Acervo PQPBach)

Brazilian AdventuresBrazilian Adventures
Missa Pastoril para a noite de Natal
(Pe. José Maurício Nunes Garcia)

Missa a 8 Vozes & Instrumentos
(André da Silva Gomes)

REPOSTAGEM

Será útil aqui dizer algo sobre o termo barroco. A palavra é de origem portuguesa, significando uma pérola mal formada. Foi usado pela primeira vez, pejorativamente, no século XVIII para descrever a música de Rameau!

Somente no século XIX é que os historiadores usaram o termo barroco para descrever um período estilístico, mais ou menos entre 1600 a 1750.

No Brasil houve uma floração tardia da música e da arquitetura barroca, especialmente em Minas Gerais (FC Lange cunhou o termo barroco mineiro), onde as técnicas-continuo musicais barrocas, baixo cifrado, estrutura, abordagem a textos combinados com uma realização arquitetônica e artística, e misturou-os com uma nova linguagem clássica que estava sendo ansiosamente importado da Europa. Por algum tempo, a frase barroco brasileiro foi confusamente intercambiada com o termo música colonial brasileira.

(Jeffrey Skidmore, extraído e traduzido do encarte)

Brazilian Adventures
Anonymous
01. Matais De Incêndios – 1. Matais De Incêndios
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
02. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 01. Kyrie
03. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 02. Gloria
04. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 03. Laudamus Te
05. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 04. Gratias Agimus
06. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 05. Qui Tollis
07. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 06. Qui Sedes
08. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 07. Cum Sancto Spiritu
José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, hoje Serro, MG, 1746- Rio de Janeiro, 1805)
09. Tercio – 2. Padre Nosso
10. Tercio – 3. Ave Maria
11. Tercio – 4. Gloria
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
12. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 08. Credo
13. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 09. Et Incarnatus
14. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 10. Crucifixus
15. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 11. Et Resurrexit
Pe. Theodoro Cyro de Souza (Caldas da Rainha, Portugal, 1761 – Salvador, Brasil, ?)
16. Ascendit Deus
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
17. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 12. Sanctus
18. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 13. Hosanna I
19. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 14. Benedictu
20. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 15. Hosanna II
21. Missa Pastoril Para A Noite De Natal – 16. Agnus Dei
Anonymous
22. Matais De Incêndios – 2. Para Abrasar Corações
André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844)
23. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 01. Kyrie I
24. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 02. Christe
25. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 03. Kyrie II
Luis Álvares Pinto (Recife, 1719 – 1789)
26. 5 Divertimentos Harmônicos – #1 Beata Virgo
27. Lição de Solfejo #25
28. 5 Divertimentos Harmônicos – #5 Oh! Pulchra Es
André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844)
29. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 04. Gloria I
30. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 05. Et In Terra Pax
31. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 06. Gloria II
32. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 07. Laudamus Te
33. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 08. Gratias Agimus
34. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 09. Domine Deus
35. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 10. Qui Tollis
36. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 11. Quoniam Tu Solus Sanctus
37. Missa A 8 Vozes & Instrumentos – 12. Cum Sancto Spiritu

(Curiosamente, o 1º movimento do Tercio de Lobo de Mesquita – Diffusa est gratia – não foi incluído)

Brazilian Adventures – 2014
Ex Cathedra Choir & Ensemble
Maestro Jeffrey Skidmore

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Avicenna

Collegium Musicum de São Paulo – 40 anos (Acervo PQPBach)

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Collegium Musicum de São Paulo
40 anos: 1962 – 2002

REPOSTAGEM

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Collegium Musicum de São Paulo – 40 anos
Jacob Obrecht (Franco-Flemish, 1457/8-1505)
01. Parce Domine
Loyset Compère (French, c.1445-1518)
02. O Vos Omnes
Thomas Tallis (England,c.1505-1585)
03. O Sacrum Convivium
William Byrd (England, 1540 or late 1539 – 1623)
04. Ave Verum Corpus
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
05. Immutemur Habitu
06. Inter Vestibulum
Anton Bruckner (Austria, 1824-1896)
07. Locus Iste
08. Ave Maria
Ernst Widmer (Aarau, Suiça 1927-1990, viveu na Bahia)
09. Salmo 150
Ernst Mahle (Stuttgart, Germany 1929-hoje em Piracicaba, SP)
10. Arca de Noé
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
11. Laudate Pueri – Salmo 112 (Les Chant des Oyseaux)

Collegium Musicum de São Paulo – 40 anos – 2001
Diretor: Abel Rocha

Outro CD do acervo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!


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Avicenna

O Amor Brazileiro – CD 2/2: Modinhas & Lundus do Brasil – (Acervo PQPBach)

s3oi76REPOSTAGEM

A moda e a modinha são, desde pelo menos o século XVII, testemunhas privilegiadas do complexo movimento de troca cultural entre Brasil e Portugal. Não há certeza sobre sua procedência, apesar das calorosas discussões que até o presente envolvem a questão: uns as declaram portuguesas, outros, brasileiras. Mais importante que a resposta conclusiva, porém, talvez seja a relevância que tiveram na história destes paises, e os acréscimos que ambos lhes fizeram, transformando-as finalmente nas diferentes manifestações da música popular que perduram até hoje.

Vários autores indicam o século XVI como origem do gênero, embora não esclareçam com precisão os mecanismos de transformação ocorridos desde os ancestrais ayres, tonos, tonadilhas, coplas, seguidilhas, xácaras, modos e, especialmente, serranilhas, até a moda e a modinha. Fato é que a diversidade de sua ascendência resultou na variedade da estrutura estrófica e rítmica da modinha, mantendo-lhe a unidade, a “feição e caráter de canção acompanhada, de fundo lírico e sentimental”, segundo Mozart de Araújo.

Mesmo esta unidade não pode ser observada sem que se façam ressalvas que 10pq5cjevidenciem as diversas transformações que a modinha sofreu desde suas primeiras manifestações até seu encontro com o lundu que, junto com a modinha, deve ser considerado alicerce sobre o qual se ergueu a música brasileira em suas diversas manifestações.

Viajantes europeus foram a principal fonte de informações sobre o lundu (londu, iandu, lundum, etc.), descendente direto do batuque africano, primitivamente uma válvula de escape para os escravos. Seus relatos descrevem-no como dança à qual a umbigada (movimento em que os pares fazem bater um no outro a região do umbigo) conferiria um caréter lascivo.

No século XVII o lundu teria perdido seu caráter coreográfico, transformando-se em música para ser cantada, que declarava, agora expressamente, seu caráter brasileiro. A umbigada transforma-se então em reverência, e o lundu volta a ser dançado, desta feita nos salões da sociedade. Da mesma forma que a modinha, nascida na Corte e criada em berço abastado, integrou-se com o correr do tempo de
forma definitiva à musicalidade popular, falando então diretamente às classes menos favorecidas, o lundu abandonou aos poucos, pelo seu intenso convívio com as modinhas, o caráter intrinsecamente popular e passou a fazer parte da realidade cotidiano das sociedades cultas.

210gl0gA modinha, nascida na excelência dos músicos de corte e habitante inicial dos palácios, mistura-se aos poucos ao lundu, emprestando-lhe às vezes o lirismo árcade lusitano e tomando para si o rítmo sincopado afro-brasileiro.

As peças que comentaremos em seguida são exemplos característicos das diversas etapas dessas transformações, sem que no entanto se possa sempre discernir com clareza a modinha popular da mais culta, o lundu africano do lundu-canção, o lírico do satírico.
Guilherme de Camargo, 2004 (extraído do encarte)

Anonyme/M. Lopez de Honrubias, 1657
01. Marizápalos a lo humano
Antonio José da Silva (1705-1739)
02. De mim já se não lembra
Anonyme, Lisbonne (c. 1700-1750)
03. Vilão do sétimo tom
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
04. Marília bela/Já que só estou dando ais
05. Se fores ao fim do mundo
06. Os me deixas que tu dás
07. Você se esquiva de mim

Domingos Caldas Barbosa (1740-1800) & Leal Moreira (1758-1819)
08. Os teus olhos e os meus olhos
Thomaz Antonio Gonzaga (Porto,1744-Ilha de Moçambique, 1810), musicada por compositor anônimo da mesma época (Marcos Portugal?)
09. Ah! Marília que tormento/Os mares minha bela
10. Sucede, Marília bela/Já, já me vai Marília

Anonyme (Recueilli par Von Martius entre 1817 et 1820)
11. Landum
12. Acaso são estes

Anonyme (Recueilli par Mário de Andrade, 1930)
13. Lundum para piano
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
14. Beijo a mão que me condena
15. Lição 5ª
16. Você trata amor em brinco

J. F. Leal (fins du XVIIIème siècle, début XIXème)
17. Esta noite
Joaquim Manoel Gago da Camara (fin du XVIII siècle, début XIXème. Arrangé pour chant et piano par Sigismond Neukomm)
18. Desde o dia em que eu nasci
19. Vem cá, minha companheira
20. Por que me dizes chorando
21. Estas lágrimas sentidas

Xula carioca
22. Onde vás linda negrinha
Cândido Ignácio da Silva (1800-1838)
23. Lá no largo da Sé velha

O Amor Brazileiro – CD 2 de 2 – 2004
Ricardo Kanji, flûtes
Rozana Lanzelotte, pianoforte
Vox Brasiliensis
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Avicenna

Música do Brasil Colonial: Compositores Mineiros dos Séculos XVIII e XIX – Brasilessentia Grupo Vocal e Orquestra (Arquivo PQPBach)

2d0ktfrREPOSTAGEM

Música do Brasil Colonial: Compositores Mineiros é o álbum que apresenta o Brasilessentia Grupo Vocal e Orquestra, sob a regência de Vitor Gabriel, interpretando obras sacras de compositores do século XVIII e XIX, entre eles, José Joaquim Emerivo Lobo de Mesquita, Marcos Coelho Neto e João de Deus de Castro Lobo. De valor histórico inestimável, a gravação ilustra um trabalho concebido e prestigiado pelo diretor do Museu Inconfidência de Ouro Preto, Minas Gerais, o Professor Rui Mourão, para a preservação, organização, catalogação, transcrição de obras e divulgação do acervo de manuscritos
(extraído do encarte)

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Música do Brasil Colonial: Compositores Mineiros
José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, 1746- Rio de Janeiro, 1805)
01. Ladainha em Fá: 1. Andante
02. Ladainha em Fá: 2. Andante
03. Gradual Christus Factus Est
04. Responsório de Santo Antônio: 1. Andante Largo
05. Responsório de Santo Antônio: 2. Allegro
06. Responsório de Santo Antônio: 3. Andante
07. Responsório de Santo Antônio: 4. Moderato
08. Responsório de Santo Antônio: 5. Allegro
Marcos Coelho Neto, (Vila Rica [Ouro Preto], 1740-1806)
09. Antífona Salve Regina: 1. Andante Moderato
10. Antífona Salve Regina: 2. Andante
11. Antífona Crucem Tuam
Anônimo Mineiro séc XVIII
12. Motetos de Passos: 1. Miserere
13. Motetos de Passos: 2. Popule meus
14. Motetos de Passos: 3. Bajulans
15. Motetos de Passos: 4. Exeamus ergo
16. Motetos de Passos: 5. O vos omnes
17. Motetos de Passos: 6. Angariaverunt
18. Motetos de Passos: 7. Filiae Jerusalem
19. Motetos de Passos: 8. Domine Jesu
Francisco Gomes da Rocha (1746-1808, Vila Rica, MG)
20. Spiritus Domini: 1. Andante vivo
21. Spiritus Domini: 2. Allegro
22. Spiritus Domini: 3. Andante
23. Spiritus Domini: 4. Allegro II
José Joaquim da Paixão (Lisboa, c. 1770 – Funchal, c. 1820)
24. Moteto O Vere Christe: Andante ma non tropo/ Allegro
Pe. João de Deus de Castro Lobo (Vila Rica, 1794 – Mariana, 1832)
25. Stabat Mater: 1. Andante Moderato
26. Stabat Mater: 2. Dolorosa – Moderato

Música do Brasil Colonial: Compositores Mineiros dos Séculos XVIII e XIX – 1997
Gabriel, Vitor (dir) Brasilessentia Grupo Vocal e Orquestra
Maestro Vitor Gabriel
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Avicenna

O Amor Brazileiro – CD 1/2: Sigismund Neukomm (1778-1858) – Acervo PQPBach

331n8uaREPOSTAGEM

O Amor Brazileiro: Sigismund Neukomm

“… fico aqui durante algum tempo, quem sabe para sempre… Sinto-me muito bem e minha situação na corte portuguesa do Brasil é muito agradável. O Rei e sua família são muito bons para mim” (S. von Neukomm, Rio de Janeiro 18/3/1817)

Em 1808 D. João VI havia instalado no Rio de Janeiro a única corte real jamais existente na América Latina. Amante das artes e privado da riqueza cultural de que dispunha em Lisboa, graças principalmente ao ouro extraído do Brasil, ambicionava incrementar as atividades artísticas no Novo Mundo. Paradoxalmente, o destino quis que o mesmo Napoleão que havia causado a sua fuga de Lisboa ajudasse esse projeto. Após a queda do imperador, um grupo de artistas que o apoiava decidiu deixar a Franca; assim chega ao Brasil em 1816 a Missão Artística Francesa, reunida pelo Embaixador do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve, o Marquês de Marialva. A Missão era composta de artistas notáveis, como os pintores Jean Baptiste Debret, Nicolas Taunay, Joachim Lebreton, os escultores Auguste Marie Taunay, Marc e Zépherin Ferrez e o arquiteto Grandjean de Montigny.

Pouco depois desembarca também no Rio o Cavalheiro Sigismund von Neukomm, o aluno preferido de Joseph Haydn e protegido de Talleyrand. Sua autobiografia e as cartas escritas ao longo de sua estadia são um testemunho do seu encanto por tudo em que encontrou no Brasil. É notória a admiração que nutria pelo Padre José Maurício Nunes Garcia (1767 – 1830), considerado o maior compositor brasileiro da época. Neukomm foi também fortemente impressionado pelos gêneros populares, o lundu e a modinha, que o inspiraram em duas de suas obras: “O Amor Brazileiro” e “L’amoureux”. Recolheu e harmonizou ainda uma coleção de vinte “modinhas”, de autoria de Joaquim Manoel da Camara, virtuose do “cavaquinho” e do violão, porém analfabeto em notação musical. Essa coletânea, impressa em 1821 em Paris sob a supervisão de Neukomm, constitui um dos primeiros registros de modinhas da história, além de ser o único testemunho da arte de Câmara e um importante documento sobre a atividade musical no Rio de Janeiro no início do século XlX.

O programa deste CD compreende a integral das obras de Neukomm para flauta transversal solo ou acompanhada de fortepiano. A maior parte das obras foi escrita quando da estadia de Neukomm no Rio de Janeiro, onde ele encontrou provavelmente o flautista virtuose Pierre Laforge, nomeado para a Capela Real e para a Câmara Real em novembro de 1816. As partes destinadas ao fortepiano deixam entrever as habilidades do compositor ao teclado. Observe-se que quatro das cinco obras foram impressas na época pela editora Breitkopf, o que permite vislumbrar o prestígio do compositor.

Fantasia para fortepiano e flauta (São Petersburgo, 11/7/1805)
Neukomm nutria estima por vários de seus colegas, a quem dedicou elegias, como a escrita em 1812 para Jan Ladislav Dussek (1760 – 1812) quando de sua morte. O compositor boêmio, que havia precedido Neukomm como pianista do Principe Talleyrand, é também o dedicatário da Fantasia gravada neste CD.

Toda a primeira seção do Largo enfatiza a tonalidade de ré menor, fortepiano e flauta alternando-se em um diálogo que cresce dinamicamente, passando por acordes de 7° diminuta. Um pedal em lá precede a modulação para si bemol maior, em que o fortepiano faz um desenho rítmico marcado, enquanto a melodia da flauta faz lembrar o discípulo de Haydn. A seção seguinte, em fá maior, é outro exemplo da habilidade melódica de Neukomm, e cabe ao fortepiano, que a desenvolve antes de preparar a nova entrada da flauta, também em fá. Uma volta ao desenho inicial e seguida por uma sequência de retardos. A última seção, bem mais movida, vai num crescendo de virtuosidade, alternando arpejos e escalas, que anunciam o tema do terceiro movimento.

O segundo movimento é escrito em 5 tempos, assim como o Andante do último Duo, uma ousadia rara naquela época! Lembramos, então, de que Neukomm era um maçon e, talvez, quisesse ilustrar a estrela de 5 pontas que está presente na fachada das lojas maçônicas.

O tema principal do terceiro movimento é marcado por uma escala ascendente, enérgica, que é alternada com arpejos descendentes, tanto no fortepiano quanto na flauta. O segundo tema, em fá, faz lembrar a doçura do tema em fá do primeiro movimento. O ápice da obra acontece no fugato final, em que o tema principal é apresentado em quatro vozes, com aumentações, até o final fortíssimo.

L’Amoureux (Rio de Janeiro, 12/4/1819)
Esta fantasia é dedicada aos seus amigos Madame e Monsieur Langsdorf, cônsules da Rússia no Brasil e em cuja chácara costumavam-se reunir, em serões musicais, os melhores músicos da época. Ali o Padre José Maurício dava expansão aos seus raros dotes de improvisador, ao mesmo tempo que lia, com Neukomm, as últimas novidades musicais chegadas da Europa.

Há no manuscrito a seguinte inscrição: “La Melancolie, modinha por Joaquim Manoel da Câmara”. Joaquim Manoel foi, depois de Domingos Caldas Barbosa, o mais famoso modinheiro do Brasil Colônia, célebre também por sua virtuosidade ao cavaquinho.

O primeiro movimento comega por um recreativo em dó maior, tonalidade predominante da obra. A modinha é apresentada em lá menor, sugestiva da “melancolia”, primeiro na flauta e depois no fortepiano. No segundo movimento, um Andantino Grazioso, flauta e fortepiano alternam-se em um diálogo cheio de humor. O Allegro final explora mais uma vez as habilidades do pianista virtuose. Como no Amor Brazileiro, a obra termina em vigorosos acordes em dó maior.

O Amor Brazileiro, capricho para fortepiano sobre um lundu brasileiro (Rio, 3/5/1819)
Desta obra, a primeira de todos os tempos inspirada em um lundu, existem dois originais manuscritos de Neukomm, um deles dedicado à Mademoiselle Donna Maria-Joaquina d’Almeida. As modinhas e lundus brasileiros faziam sucesso em Portugal, na voz de Domingos Caldas Barbosa. Acompanhando-se em sua viola de arame, o modinheiro era figura frequente nos salões da aristocracia lisboeta. Um desses lundus tem por assunto “o amor brasileiro”. Perdeu-se a música, mas salvaram-se os versos, publicados no “Viola de Lereno”, obra muito conhecida na época. O perfeito encaixe da letra com a música permite supor que daí tenha vindo a inspiração para o capricho de Neukomm.

A principal particularidade do lundu é a síncope característica, herdada de fontes africanas, que será posteriormente incorporada no tango brasileiro, no choro e no samba, gêneros tipicamente brasileiros.

O capricho começa por uma introdução em 6/8, marcada Andante grazioso. lmediatamente antes da primeira intervenção do lundu, Neukomm transforma o ritmo, acentuando a Segunda parte de cada tempo, o que prepara o ritmo sincopado. O trecho referente ao lundu recebe a indicação de Allegro e o compasso muda para 2/4. A partir de sua primeira exposição, o compositor explora o lundu à maneira de tema com variações ou de fantasia até a seção final. Ali acontece a transmutação do lundu em valsa, metáfora da aculturação a que o lundu foi submetido quando incorporado pelos salões da aristocracia carioca.

Fantasia para flauta (Paris, 10/11/1823)
Composta de uma introdução Adagio, seguida por um Allegro, a Fantasia é a unica obra que Neukomm compôs para flauta solo. O Adagio se inicia com o mesmo harpejo em ré menor da Fantasia em homenagem a Dussek. Neukomm se serve de belas melodias, progressões e modulações muito próprias, alternando o ré menor com o fá maior de conotação otimista. Explora com frequência as notas graves da flauta clássica, que não existiam na flauta barroca – o ré bemol (ou dó sustenido) e o dó.

O Allegro é iniciado por uma dramática melodia em ré menor na região grave da flauta. Mostra uma riqueza em dinâmica e contrastes entre passagens de virtuosismo e cantabile. Desde o compasso 7, e depois no compasso 106, há um fragmento melódico bastante característico, que seria uma semente do hino nacional brasileiro, composto por Francisco Manuel da Silva em 1831. O compositor brasileiro havia sido discípulo de Neukomm durante toda a sua estadia no pais. Em dois momentos Neukomm faz uso da escala cromática, eterno simbolo de “busca”, ainda tecnicamente bastante desconfortável na flauta de 5 chaves. Depois de modulações em lá menor e maior, a fantasia termina triunfalmente na tonalidade de ré maior.

Duo para flauta e fortepiano (Rio de Janeiro, 23/2/1820)
Aqui está novamente a estrela maçônica metaforizada no primeiro movimento em 5/8, bastante soturno, em mi menor. O Allegro do Segundo movimento, em forma sonata, é cheio de vitalidade. O primeiro tema, em mi menor, começa por harpejo ascendente, o segundo tema toma a forma de uma inspirada melodia em sol maior. Na Segunda parte, o piano reapresenta o tema em mi menor e, após seqüências em sétima diminuta, modula para si menor. Novas apresentações do tema na tonalidade original, até uma surpreendente modulação em dó maior, depois em mi bemol maior, mi bemol menor, sol bemol maior, até a apresentação do tema dois em mi maior pelo piano. Um “affretando” conclui o movimento.

O terceiro movimento, Adagio “com religiosidade”, é um dos momentos mais inspirados da música de Neukomm. As tonalidades de dó maior e sol maior contribuem para a paz que emana da melodia. A seção intermediária evolui através de surpreendentes modulações em mi bemol maior, dó menor, fá menor, ré bemol maior, lá bemol maior, dó menor. Depois de uma cadência em hemiola, o tema reaparece à guisa de conclusão, confiado – como no início – ao piano.

Enfim, o último movimento toma a forma de uma giga. O tema é primeiramente apresentado pelo piano, depois pela flauta. A modulação em sol sustenido menor surpreende, ainda mais pela pouca adaptabilidade à flauta. O tema é apresentado novamente em si maior, antes de uma seção solo do piano, onde aparece uma nova melodia. Os dois instrumentos dialogam antes do “da capo” final.
(Rosana Lanzelotte, extraído do encarte)

Sigismund Ritter von Neukomm (1778-1858)
01. Fantaisie pour Pianoforte et Flûte (1805) 1. Largo
02. Fantaisie pour Pianoforte et Flûte (1805) 2. Andante Con Moto
03. Fantaisie pour Pianoforte et Flûte (1805) 3. Allegro Assai
04. L’Amoureux (1819) 1. Andante
05. L’Amoureux (1819) 2. Andantino Grazioso
06. L’Amoureux (1819) 3. Allegro
07. O Amor Brazileiro (1819)
08. Fantaisie Pour Flûte (1823)
09. Duo pour Flûte et Pianoforte (1820) 1. Andante
10. Duo pour Flûte et Pianoforte (1820) 2. Allegro Agitato
11. Duo pour Flûte et Pianoforte (1820) 3. Adagio
12. Duo pour Flûte et Pianoforte (1820) 4. Allegretto

O Amor Brazileiro – CD 1 de 2 – 2004
Ricardo Kanji, flûtes
Rosana Lanzelotte, pianoforte
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Avicenna

Obras de compositores brasileiros do período colonial: André da Silva Gomes & Lobo de Mesquita (Acervo PQPBach)

1z5oievREPOSTAGEM

Obras de compositores brasileiros do período colonial

O Grupo Coral do Instituto Cultural Ítalo-Brasileiro foi fundado em 1962. Sob a direção de Walter Lourenção, apresentou-se em teatros, rádios, televisões, escolas, universidades e igrejas da Capital e do Interior, sempre com repertório renovado, visando divulgar obras de autores brasileiros e italianos, sem deixar, entretanto, de fazer incursões na literatura madrigalística, coral e folclórica de outras nacionalidades.

Em 1964 o Grupo venceu, em sua categoria, o “Concurso de Canto Coral”, instituído pela Prefeitura Municipal de São Paulo, para todos os coros do Estado.
Em 1965 recebeu da A.P.C.T. a Medalha de Prata para o melhor conjunto vocal do ano. Participou, ainda, da trilha sonora do filme “A hora e a vez de Augusto Matraga”.
No ano de 1966 colaborou intensamente com a “Orquestra de Câmara de São Paulo”, sob a direção de Olivier Toni, para as primeiras apresentações de obras de autores do “período colonial brasileiro”, especialmente “Missa em Fá”, de Emerico Lobo de Mesquita, bem como a “Cantata de 78”, de Bach. No mesmo ano colaborou ativamente com o movimento “Juventude de São Paulo”, com apresentações em São Paulo, na Cidade Universitária, além de Campinas e Salto. Juntamente com o “Coral Juvenil do Liceu Pasteur” colaborou, em fins de 1966, com a “Orquestra Filarmônica de São Paulo”, para a realização da “Disparada”, na “Temporada 66”, do Canal 9, sob a regência de Simon Blech.

Para gravar, foram escolhidas algumas peças representativas da música nacional, como os dois coros à “capela” de André da Silva Gomes (1781), primeiro “mestre de capela” da Sé de São Paulo, “Adjura nos Deus” e “Imutemur”, obras que voltaram à luz, graças às pesquisas de Régis Duprat. Comparece outro mestre do “barroco” mineiro, José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (17..-1805), com duas obras: “Oratório de Nossa Senhora”, peça devida à descoberta e restauração de F Curt Lange, e “Quatro Tractus para Sábado da Semana Santa”, quatro vozes, violoncelo obrigado e acompanhamento de órgão, do ano de 1783, proveniente de cópia antiga por Roberto Velasco, que pertencia ao arquivo do compositor Francisco Gomes da Rocha, na antiga capital Vila Rica, descoberta e restaurada por F. Curt Lange, em 1964.
(extraido da contra-capa do LP)

Obras de Compositores Brasileiros do Período Colonial
André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844)
1. Coro à capela – Adjura nos Deus
2. Coro à capela – Imutemur
José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, hoje Serro, MG, 1746- Rio de Janeiro, 1805)
3. Quatro Tratus para o Sábado da Semana Santa – 1. Cantemus Domino
4. Quatro Tratus para o Sábado da Semana Santa – 2. Vinea facta est
5. Quatro Tratus para o Sábado da Semana Santa – 3. Attende coelum
6. Quatro Tratus para o Sábado da Semana Santa – 4. Sicut
7. Ofertório de Nossa Senhora

Obras de Compositores Brasileiros do Período Colonial e Contemporâneos – 1967
Grupo Coral do Instituto Cultural Ítalo-Brasileiro. Maestro Walter Lourenção (todas as faixas)
Orquestra de Câmara de São Paulo. Maestro Olivier Toni (faixa 7)
Violoncelo: Maria Cecília Lombardi; Contra-baixo: Marco Antonio Bruccoli; Órgão: Paulo Herculano (faixas 3 a 6)
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Um LP do acervo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!

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LP de 1967 digitalizado por Avicenna

Boa audição!

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Avicenna

História da Música Brasileira – Período Colonial II – Orquestra e Coro Vox Brasiliensis (Acervo PQPBach)

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Este CD oferece uma mescla de obras religiosas e profanas do período colonial brasileiro, incluindo uma dança, canções, obras orquestrais, lições de piano e de solfejos (extraídas de compêndios teóricos), uma cantata acadêmica e uma composição religiosa para a Quarta-feira de Cinzas, produzidas nas antigas capitanias de Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

Integram este volume também exemplos musicais compostos na Europa, mas provavelmente praticados no Brasil colonial, como o Marinícolas e as canções de Marcos Portugal.
Paulo Castagna, extraído do encarte, 1999.

Anônimo (recolhido no Brasil por C.P.F. von Martius entre 1817-1820)
01. Lundu
Anônimo (Séc. XVII)
02. Mariniculas
Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830)
03. Você Trata Amor Em Brinco
Anônimo (recolhido no Brasil por C.P.F. von Martius entre 1817-1820)
04. Acaso São Estes – S. Paulo
05. Perdi O Rafeiro – S. Paulo
06. Escuta Formosa Márcia – S. Paulo
07. Foi-se Jozino E Deixou-me – Bahia
08. Prazer Igual Ao Que Sinto – Minas Gerais

Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830)
09. Marília De Dirceu – Ah! Marília, Que Tormento (Ária VIII)
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
10. Beijo A Mão Que Me Condena
Anônimo (1759)
11. Herói, Egrégio, Douto, Peregrino 1. Recitativo
12. Herói, Egrégio, Douto, Peregrino 2. Ária

José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, 1746- Rio de Janeiro, 1805)
13. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 1. Exaudi Nos, Domine
14. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 2. Gloria, Patri
15. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 3. Sicut Era
16. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 4. Immutemur Habitu
17. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 5. Misereris Mnium, Domine
18. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 6. Miserere Mei, Deus (Salmo 56)
19. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 7. Quoniam In Te Confidit
20. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 8. Gloria, Patri
21. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 9. Sicut Era
22. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 10. Kyrie / Christie / Kyrie
23. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 11. Domine, Ne Memeneris (Salmo 78)
24. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 12. Exaltabo Te, Domine
25. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 13. Sanctus
26. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 14. Benedictus
27. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 15. Hosanna
28. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 16. Agnus Dei

Luis Álvares Pinto (Recife, 1719 – 1789)
29. Lições De Solfejo 1. Lição XX
30. Lições De Solfejo 2. Lição XIX
31. Lições De Solfejo 3. Lição XXII
32. Lições De Solfejo 4. Lição XXIII
33. Lições De Solfejo 5. Lição XXIV

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
34. Lições De Pianoforte 1. Primeira Parte – Lição XII
35. Lições De Pianoforte 2. Segunda Parte – Lição V
36. Abertura Em Ré
37. Abertura da Ópera “Zemira” (1803) – Ouverture que Expressa Relâmpagos e Trovoadas

História da Música Brasileira – Período Colonial II – 1999
Orquestra e Coro Vox Brasiliensis
Regente: Ricardo Kanji

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Boa audição.

sao

 

 

 

 

 

 

 

 

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Avicenna

História da Música Brasileira – Período Colonial I – Orquestra e Coro Vox Brasiliensis (Acervo PQPBach)

1o7kmpREPOSTAGEM
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Este CD oferece uma mostra da música religiosa produzida ou praticada no Brasil, do inícios do séc. XVIII a inícios do séc. XIX, nas capitanias de Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Reunimos para isso, algumas composições recuperadas desde os trabalhos pioneiros do musicólogo Francisco Curt Lange (1903 – 1997) na década de 1940, até as mais recentes pesquisas.

A produção musical católica floresceu em todos os grandes centros urbanos da América Latina a partir de fins do séc. XVI, observando duas características básicas: 1) a assimilação das técnicas européias de composição e execução musical; 2) adaptação das mesmas às condições particulares de cada região do Novo Mundo. As pesquisas sobre esse fenômeno, intensificadas a partir da década de 1980, têm revelado, portanto, não somente música escrita e executada nessas regiões no período colonial, como também música que, em vários aspectos, exibe particularidades nem sempre encontradas na produção religiosa européia.

A música colonial latino-americana foi essencialmente vocal e religiosa, sendo raras, no período, as obras profanas ou as composições exclusivamente instrumentais, fenômeno decorrente do estabelecimento da religião católica como forma de agregação social. Foi somente no séc. XIX, depois dos movimentos de independência e das revoluções industriais, sociais e urbanas, que iniciou-se o franco desenvolvimento da música profana, instrumental e mesmo doméstica na região.

O Brasil, no período colonial (1500-1822), exibiu um desenvolvimento musical bastante tardio, em relação a outras regiões do continente. Embora existam raros exemplos relativos à primeira metade do séc. XVIII, foi a partir da década de 1770, com o avanço do processo de urbanização, que intensificou-se a produção musical religiosa na América Portuguesa.

Como parte decisiva de nosso trabalho no Projeto História da Música Brasileira, este CD tem a preocupação de apresentar não somente obras inéditas, mas de aumentar a difusão do repertório cultural da Colônia.
Paulo Castagna, extraído do encarte, 1999.

Anônimo (Séc. XVIII)
01. Asperges Me/ Domine, Hyssopo 1. Asperges Me/ Domine, Hyssopo (Alegro)
02. Asperges Me/ Domine, Hyssopo 2. Misere Mei, Deus (Moderato)
03. Asperges Me/ Domine, Hyssopo 3. Gloria Patri (Andante)
04. Asperges Me/ Domine, Hyssopo 4. Sicut Erat (Allegro)
05. Asperges Me/ Domine, Hyssopo 5. Hosana Filio David
06. Asperges Me/ Domine, Hyssopo 6. Collegerunt Pontifices
07. Asperges Me/ Domine, Hyssopo 7. Sancuts
08. Asperges Me/ Domine, Hyssopo 8. Pueri Hebraerum (Antífona)

Ignacio Parreiras Neves (Vila Rica, atual Ouro Preto, 1736-1790)
09. Antífona De N. Senhora 1. Salve Regina (Largo)
10. Antífona De N. Senhora 2. Eia Ergo (Andantino)
11. Antífona De N. Senhora 3. Virgo Maria (Adagio)

Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813)
12. Encomendação De Almas 1. Alerta, Mortais (Andante/Poco Allegro)
13. Encomendação De Almas 2. Senhor Deus (Moderato)

José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, 1746- Rio de Janeiro, 1805)
14. Ego Enem Accepi A Domino
Francisco Gomes da Rocha (1746-1808, Vila Rica, MG)
15. Novena de Nossa Senhora do Pilar 1. Veni Sancte Spiritus (Andantino)
16. Novena de Nossa Senhora do Pilar 2. Domine Ad Adjuvandum (Allegro)
17. Novena de Nossa Senhora do Pilar 3. Gloria Patri (Andante)
18. Novena de Nossa Senhora do Pilar 4. Sicut Era (Allegro)
19. Novena de Nossa Senhora do Pilar 5. In Honorem Sacratissimae virginis Mariae (Invitatorio – Allegro Comodo)
20. Novena de Nossa Senhora do Pilar 6. Quem Terra, Pontus, Sidera (Hino – Andante)
21. Novena de Nossa Senhora do Pilar 7. Virgo Prudentissima (Antífona – Allegretto)

José Alves (Portugal, sec. XVIII)
22. Donec Ponan (Andante)
André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844)
23. Veni Sancte Spiritus (Allegro Brilhante)
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
24. Tota Pulchra Es Maria (Andante Amoroso/Largo)
25. Dies Sanctificatus (Moderato)
26. Justus Cum Ceciderit (Moderato)

Anônimo (Francisco Martins?c.1620-1680)
27. Pueri Hebraeorum
Anônimo (início do séc. XVIII)
28. Ex Tractatu Sancti Augustini
Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813)
29. Moteto “Bajulans”
30. Surrexit Dominus (Allegre)

Luis Álvares Pinto (Recife, 1719 – 1789)
31. Divertimentos Harmônicos 1. Beata Virgo
32. Divertimentos Harmônicos 2. Benedicta Tu In Mulieribus
33. Divertimentos Harmônicos 3. Quae Est Ista
34. Divertimentos Harmônicos 4. Eficieris Gravida
35. Divertimentos Harmônicos 5. Oh! Pulchra Es

Anônimo (início do séc. XVIII)
36. Matais De Incêndios

História da Música Brasileira – Período Colonial I – 1999
Orquestra e Coro Vox Brasiliensis
Regente: Ricardo Kanji
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.Boa audição.

tocadores de tuba

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Avicenna

Qvadro Cervantes – 20 anos (Acervo PQPBach)

588syO QVADRO CERVANTES é considerado pela crítica especializada como o melhor conjunto brasileiro de música antiga medieval, renascentista e barroca. A excelência do conjunto tem inspirado compositores contemporâneos, que a ele dedicaram inúmeras peças.

REPOSTAGEM

Responsável pela formação de uma geração de músicos, os integrantes do Qvadro Cervantes têm sido convidados a lecionar e apresentar-se por todo o Brasil. Merece destaque a sua atuação frequente em concertos didáticos, que contribuem para a formação de novas platéias.

Ao longo de sua existência, o Qvadro Cervantes mudou seus músicos, mas não seus ideais. Atualmente integram-no: Clarice Szajnbrum (voz e percussão), Veruschka Bluhm Mainhard (flautas, voz e percussão), Niclodas de Souza Barros (alaúde, harpa, saltério, fídula„ voz e percussão) e Helder Parente (voz, sopros, viola da gamba e percussão).

A essa qualidade e a esses ideais a Brascan se associa na gravação deste disco comemorativo dos vinte anos do Qvadro Cervantes.

As CANTIGAS DE SANTA MARIA, além de serem dos primeiros documentos musicais da península ibérica, têm também grande importância pela quantidade de iluminuras apresentando os instrumentos conhecidos no século XIII. O rei Alfonso X ‘O Sábio’ (1221-1284), soberano de Castela e Léon, grande devoto da Virgem Maria, mandou compilar mais de 400 canções de louvor que descrevem milagres ocorridos por intermédio da mãe de Jesus. Nos 4 manuscritos que são conhecidos atualmente, mais de 350 destas canções estão em galego, dialeto que deu origem ao português. Algumas estão grafadas em notação mensurada, o que permite uma transcrição clara e definida sob o aspecto rítmico.

O LLIBRE VERMEIL (Livro Vermelho) contém peças musicais de caráter popular praticadas pelos fiéis em peregrinação à abadia de Montserrat e foi copiado em fins do século XIV ou princípio do século XV. No último terço do século XIX foi encadernado em veludo vermelho, originando sua denominação. Além de canções e danças de culto monofônicas, contém os primeiros exemplos de polifonia ibérica, dos quais Mariam Matrem é, sem dúvida, o mais sofisticado.

As NOTAS são música de dança, menos complexas e menos extensas que os ductios e os estampidos. Os dois exemplos provêm de manuscrito, hoje na British Library. O primeiro é composto de três frases melódicas repetidas na voz inferior segunda, enquanto a superior executa um contraponto continuamente diferenciado. O segundo exemplo tem duas frases, a princípio apresentadas na voz inferior e depois, na superior transposta uma quinta acima.

A Danza Alta, em oposição à dança baixa, exige grande disposição dos dançarinos em virtude dos saltos que a caracterizam. A peça de F. de la Torre (Cancioneiro do Palácio) apresenta uma melodia ricamente ornamentada com o suporte de duas vozes acompanhantes.

Triste Estaba el Rey David – A. Mudarra. Nesta pungente peça, o famoso vihuelista narra a tristeza do rei David ao saber da morte de seu querido filho Absalão, conforme narrada em II Samuel, 18:33.

Triste estaba el rey David
cuando le vinieron nuevas
de la muerte de Absalon.
Palavras tristes decia
saldas dei corazón.

Fantasia que Contrahaze la Harpa de Ludovico — O harpista Ludovico era cego, e gozava de prestígio entre os vihuelistas espanhóis de então, justamente porque conseguia ‘semitonar’ as cordas do seu instrumento através de uma técnica especial.

Entre as coleções espanholas de música polifônica profana dos séculos XV e XVI destacam-se, pela qualidade do material nelas contido, o CANCIONEIRO DO PALÁCIO e o de MEDINACELI. O repertório destas coleções é basicamente vocal e com textos em espanhol, em sua maioria.

De uma coleção do século XVII, ROMANCES Y LETRAS A 3 VOCES, provém uma versão musicada em espanhol do famoso soneto de Camões Sete anos de pastor.

Em 1492 Suas Majestades Católicas, Fernando e Isabel, houveram por bem expulsar da Península Ibérica uma enorme população de judeus por razões pretensamente religiosas. Estes judeus, que se encontravam desde a invasão árabe em perfeita convivência com ambas as culturas, a católica e a islâmica, são chamados de sefaraditas (em hebraico Sefared significa Espanha) e falam uma língua judaico-espanhola própria, o ladino (do espanhol latin). Nas novas terras onde aportam, mantêm alguns traços culturais que se transmitem até nossos dias pela tradição oral, tais como língua e canções. Extremamente difícil de serem datados, alguns destes cantos de amor, religiosos, de zombaria, são considerados por especialistas como anteriores à data da expulsão. Merece registro a semelhança da melodia de Adios querida com a ária do quarto ato da Traviata de Verdi, “Addio dei passato”.

Publicadas originalmente pelo “Jornal de Modinhas”, que funcionou de 1792 a 1795 em Lisboa, os duos Amor concedeu-m’um prêmio de Antonio Silva Leite, Se dos males e Você trata amor em brinco de Marcos Portugal mostram, junto com No momento da partida do Pe. José Maurício, a influência do gosto musical italiano, maltratando a língua portuguesa pelos frequentes problemas de prosódia que apresentam.
O Velludo e Chegou! Chegou? são peças publicadas para piano no início de nosso século que, por sua estrutura de melodia acompanhada, nos sugeriram a versão que apresentamos para flauta e violão. A primeira possui uma dedicatória “ao distinto flautista paulista João de Oliveira Duarte”, e a segunda é uma polka sobre o motivo da cançoneta Chegou! Chegou? cantada no Theatro Apollo por Mr. Visconti.

INSTRUMENTOS E ESTILOS
No começo era a diversidade, a multiplicidade, a riqueza: o mesmo som poderia ser reproduzido por instrumentos com formas completamente diferentes, mantendo-se os mesmos princípios de produção sonora – cordas friccionadas ou tangidas, sopros de embocadura livre ou não, palheta simples ou dupla etc.

O começo da padronização instrumental acompanha o advento da imprensa (início do século XVI) quando surgem os primeiros tratados gerais de música e métodos para instrumentos. Assim, começamos a poder reconhecer instrumentos que, apesar de tamanhos diferentes, são classificados como pertencentes a uma mesma família, com o mesmo timbre em registros diferentes (ex: viola da gamba baixo, tenor e soprano em ordem decrescente ).

Paralelamente a esta padronização ocorrem mudanças na escrita e na linguagem musical. A um modelo anterior que seria a melodia sozinha executada, por exemplo, com voz humana e flauta doce acompanhados por pedal (fídula) e percussão acrescentam-se linhas acompanhantes que se movem em blocos verticais, servindo de colunas de sustentação para a melodia (harmonia), podendo ter movimentos independentes (contraponto). (extraído do encarte, 1994)

Anônimo (copiladas a mando do rei Alfonso X ‘O Sábio’ (1221-1284)
01. Cantigas de Santa Maria 1. Des oje mais
02. Cantigas de Santa Maria 2. Como poden
03. Cantigas de Santa Maria 3. Maravillosos
04. Cantigas de Santa Maria 4. Gran dereit’
05. Cantigas de Santa Maria 5. A Madre de Deus
Anônimo séc. XIII
06. Música de Danza 1.Nota I
07. Música de Danza 2.Nota II
08. Llibre Vermeil – Mariam Matrem
Francisco de la Torre (Spain, floruit 1483–1504)
09. Cancioneiro do Palácio – Danza alta (séc. XV)
Cancioneiro de Medinaceli, séc. XVI
10. Cancioneiro de Medinaceli – Claros e frescos rios
Juan del Encina (Espanha, ca.1468-1529)
11. Oy comamos
Alonso de Mudarra (Spain, c.1510-1580)
12. Triste estaba el Rey David
13. Fantasia
Anônimo séc. XVII
14. Romances y Letras a 3 voces – Siete años de pastor
Anônimo séc. XV – XVII
15. Canções Sefaraditas – 1. Una matica de ruda
16. Canções Sefaraditas – 2. Los bilbilicos
17. Canções Sefaraditas – 3. Tres hermanicas
18. Canções Sefaraditas – 4. Noches, noches
19. Canções Sefaraditas – 5. En la mar
20. Canções Sefaraditas – 6. Hija mia, y casar te quiero yo
21. Canções Sefaraditas – 7. Adios querida
22. Canções Sefaraditas – 8. A la una
Antônio da Silva Leite (Porto, 1759 – 1833)
23. Amor condeceu-m’um prêmio
Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830)
24. Si dos males
25. Voce trata amor em brinco
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
26. No momento da partida
C.A.G. Villela (séc. XX)
27. O velludo
Mazarino Lima (séc. XX)
28. Chegou! Chegou?

Qvadro Cervantes – 1994

Um CD do acervo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!
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Boa audição.

beijo

 

 

 

 

 

 

 

 

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Avicenna

Modinhas: Música brasileira e portuguesa de salão dos séculos XVIII e XIX – Capella Brasilica (Acervo PQPBach)

6hrwjp Modinhas
Música brasileira e portuguesa de salão dos séculos XVIII e XIX.

REPOSTAGEM

Os registros de uma música produzida e executada no Brasil entre os séculos XVIII e XIX, e que não estivesse à serviço das cerimônias católicas, foram durante anos esquecidos e por isso, imaginar o repertório musical popular deste período só foi possível a partir de 1930, com a publicação das “Modinhas Imperiais” por Mario de Andrade.

A ascensão de uma classe média urbana que necessitava de música adequada a seu cotidiano, contribui para o surgimento, no Brasil e em Portugal, de um gênero musical que se popularizou entre as classes menos privilegiadas chegando aos salões da Corte Portuguesa. A Modinha se torna um fenômeno musical urbano, similar à ballad inglesa, à canzonetta italiana, à arietie francesa e à seguidilla espanhola, como observa Rui Vieira Nery no prefácio da publicação portuguesa Modinhas, Lundus e Cançonetas (2000).

Em 1963, Mozart de Araújo publica A Modinha e o Lundu no século XVIII. A importância desta publicação para a retomada da pesquisa sobre este assunto, revelou partituras colhidas de tratados setecentistas como a Nova Arte de Viola de Manoel da Paixão Ribeiro (1789), e publicações como o Jornal de Modinhas – dedicado à sua alteza real Princeza do Brazil (1792/1795), o Brasilianische Volkslieder und Indianische Melodien dos viajantes Spix e Martius (1818) e o Cancioneiro de Músicas Populares publicado por César das Neves contendo doze árias com textos do poeta Tomas Antônio Gonzaga.

O repertório selecionado para este CD foi dividido em três partes como forma de promover uma maior compreensão do estilo e permitir uma apreciação das modinhas brasileiras e portuguesas da segunda metade do século XVIII ao início do século XIX. A primeira parte inicia com o Vilão do 7º Tom, forma de dança popular que corresponde, provavelmente, ao villano espanhol, como os de autoria de Gaspar Sanz (Instrucción de Musica, 1697), citados na literatura desde a década de 1510. O manuscrito encontra-se na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, e há uma reedição moderna editada no Brasil por Rogério Budasz em 2001.

A presença da Xula, (forma mais popular do Lundum) dança que se desenvolveu no Brasil e que se popularizou em Portugal, se adapta perfeitamente às modinhas que abordam uma temática amorosa cotidiana. O amor entre brancos, negros e mulatos, às vezes se desliga de sugestões eróticas e utiliza da vivência religiosa para representar de maneira original a adoração do objeto amado como no caso da modinha Uma Mulata Bonita.

A segunda parte representa a Arcádia. O texto de Cecília Meireles já traduz o cenário perfeito onde se canta às musas pastoris Márcia, Ulina, e Marília revelando autores como Tomas Antônio Gonzaga e o mulato brasileiro Domingos Caldas Barbosa, o Lereno da Nova Arcádia Lusitana.

A terceira parte encerra um repertório com um bom exemplo da italianização da modinha na Belo Encanto da Minha Alma do portugues Antônio Joze do Rego e o casamento entre o Lundum brasileiro e a Xula portuguesa na Xula Carioca de Antônio da Silva Leite que transmite as relações interculturais de um gênero musical tão rico e abundante no tempo de D. Maria I.

(Rodrigo Teodoro de Paula, extraído do encarte)

Música brasileira e portuguesa de salão dos séculos XVIII e XIX
Anônimo do séc. XVIII
01. Vilão do 7º tom
02. Chula ponteada · Os me deixas
03. Estas lágrimas sentidas
Colhida em Minas e Goiás por Spix e Martius
04. Uma mulata bonita
Anônimo do séc. XVII
05. Ausente, saudoso e triste
Joze Mauricio (1752-1815)
06. A paixão que sinto em mim
Anônimo do séc. XVIII
07. Você se esquiva em mim
Romanceiro da Inconfidência/Cecília Meirelles
08. O país da Arcádia
Anônimo do séc. XVII
09. Marisópolis do 4º tom
Colhida em S. Paulo por Spix e Martius. Texto: Thomaz Antônio Gonzaga
10. Acasos são estes
Moda brasileira com acompanhamento de P. A. Marchal
11. Nasce o sol
Texto: Marília e Dirceu-Thomaz Antônio Gonzaga
12. Vejo Marília
Moda de improviso – José Rodrigues de Jesus
13. Já gozei da liberdade
Colhida em S. Paulo por Spix e Martius.
14. Escuta formosa Márcia
Duo Del Signor Antônio Joze do Rego, acompanhamento de P. A. Marchal. Texto Domingos Caldas Barbosa
15. Ora a Deus Senhora Ulina
Antonio Joze do Rego
16. Belo encanto da minha alma
Colhida em S. Paulo por Spix e Martius. / Antônio da Silva Leite
17. Lundum · Xula carioca

Modinhas – 2006
Capella Brasilica.
Maestro Rodrigo Teodoro
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Um CD do acervo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!

Boa audição.

deu merda

 

 

 

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Avicenna

Teatro do Descobrimento: música no Brasil nos séculos XVI e XVII (Acervo PQPBach)

34ifcx1Memória Musical Brasileira

REPOSTAGEM

.Este é um momento afortunado, pois daqui a pouco ouviremos a meio-soprano e pesquisadora Anna Maria Kieffer, o hazan David Kullock, o baixo Mário Solimene, o tenor Ruben Araujo e os músicos do conjunto Anima, Isa Taube (voz), Ivan Vilela (violas), João Carlos Dalgalarrondo (percussão), Luiz Henrique Fiaminghi (rabecas), Patricia Gatti (cravo) e Valeria Bittar (flautas doces e buzinas) em “Teatro do Descobrimento”.
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Três articulações compõem a cena, assegurando-lhe a excelência. A primeira delas é arqueológica, correspondendo à reconstrução de instrumentos, partituras, textos, maneiras de tocar e cantar que persegue a particularidade histórica das peças. É admirável, no caso, a obstinação de Anna Maria e os outros pesquisadores, pois trabalham em condições brasileiras e, apesar disso, continuam animados dessa forma superior de amor, o entusiasmo pela invenção da beleza, com que nos brindam e que é visivel também na ordem da segunda articulação, narrativa. Esta dispõe as obras executadas em secções temporais: um primeiro momento ibérico, galaico português e espanhol de cantigas que têm por tema o mar, o naufrágio e a salvação da alma, prepara o ouvinte para o maravilhoso achamento de Terra Brasilis, segunda parte correspondente ao século XVI, em que a estranheza por assim dizer minimalista dos cantos tupinambás recolhidos por Jean de Léry, os poemas votivos de José de Anchieta e o De Profundis luterano de Hans Staden anunciam a fusão festiva da terceira, o século XVII.

Aqui, com o patrocínio satírico de um Proteu tropical, Matuiú, o curupira das metamorfoses e misturas que é elevado por Anna Maria a alegoria da mescla cultural, a variação sutil sobre uma obra holandesa, o estilo faceto do poema de Gregório de Matos, o elevado judaico de Zecher asiti leniflaot El, a unção de Az Iashir Moshé, o jocoso do Baiano do Boi, o sofrido anônimo da Cantiga de Engenho, o épico da Congada fundem erudito e popular, enfim, na barca nova em que partimos por esse mar de som, descobrindo um Brasil colonial como exercício de multiplicidades felizmente avessas a toda unidade ou unificação.

Não seria necessário, por isso, falar da terceira articulação do trabalho, sua rara qualidade artística. Rigorosa e delicada, harmoniza sensibilidade, perícia técnica, teoria da música, conhecimento histórico e muita generosidade nas execuções exatas, elegantes, divertidas, melancólicas, sublimes e irônicas. Como convém a um momento afortunado que é, aliás, melhor que os outros, pois não quer passar. É difícil, é impossível mesmo, ouvir uma vez só. (João Adolfo Hansen – Cotia, 29 de março de 1999 – extraído do encarte)

Teatro do Descobrimento: música no Brasil nos séculos XVI e XVII

Poucas são as informações sobre a música e os músicos que atuaram no Brasil nos dois primeiros séculos: a maior parte delas nos vem de cartas e relatos de viajantes, além de estudos musicológicos recentes que tentam reconstruir parte do universo musical brasileiro daquele período.

Por outro lado, riquíssimo é nosso legado de tradição oral, permitindo que vestígios de determinados fatos históricos e práticas musicais antigas cheguem até nós. Recolhidos em diversas épocas e em diferentes partes do Brasil, evidenciam influências culturais presentes em nossas vertentes de formação, até mesmo antes da vinda dos europeus.

Sabemos que os portugueses chegaram ao Brasil fortemente arabizados, assim como os espanhóis; temos notícia da presença africana entre nós, desde o século XVI; impossível ignorar nossas raízes indígenas, apesar da colonização, quando em alguns centros, como São Paulo, falou-se o tupi até fins do setecentos. Notória, ainda, a presença de franceses, holandeses, ingleses e, sobretudo, judeus e cristãos-novos.

O presente trabalho foi construído levando em consideração esses elementos, como certas catedrais milenares que já foram templo romano, mesquita, sinagoga, santuário gótico, esplendor barroco, mantendo seus signos visíveis e integrados ou, melhor comparando, como um sambaqui.

Teatro do descobrimento e dos descobrimentos, o primeiro olhar, europeu, é revisto, aqui, pelo nosso, duplamente ultramarino, moderno e livre para a recriação.

…………..A VIAGEM
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O primeiro bloco – A Viagem – está ancorado em tempos medievais, quando o rei D. Diniz plantou os pinheirais em torno de Lisboa, posteriormente usados na construção naval, e as jovens galegas esperavam a volta dos namorados à beira do mar de Vigo. Prossegue mesclando cantigas do tempo das descobertas com a memória desses fatos ainda presentes em autos populares luso-brasileiros. A Marujada, Barca ou Nau Catarineta teatraliza, para muitos pesquisadores, a viagem empreendida pela nau Santo Antônio que zarpou do porto de Olinda, em 1565, levando para Portugal Jorge de Albuquerque Coelho, segundo filho do donatário da capitania de Pernambuco, e Bento Teixeira Pinto. Este, cuja identidade se funde ou se confunde com a do autor de Prosopopéia, relatou as desventuras passadas no mar:
” […] viram todos um resplendor grande no meio da grandíssima escuridão com que vinham, a que todos se puseram de joelhos, dizendo em altas vozes: Bom Jesus valei-nos! […] Virgem Madre de Deus rogai por nós!”.
Embora haja no relato de Bento Teixeira Pinto uma série de pontos em comum com a versão popular da Nau Catarineta, inclusive o episódio de canibalismo, esta mais nos parece uma síntese de muitas viagens, em diferentes tempos e lugares. O fato do Cancioneiro de La Colombina exibir em seu corpus o belíssimo ¡Ay, Santa Maria, veled-me!, incluído neste trabalho, não pode ser apenas uma coincidência.

A VIAGEM
01: Em Lixboa sobre lo mar – João Zorro, Lisboa, séc. XIII
…..Quantas sabedes amar amigo – Martin Codax, Galiza, séc. XIII
02: Ferrar panos – Tradicional, João Pessoa, PB (rec. por Mário de Andrade, 1928)
…..Meus olhos van per lo mare – Anôn. séc. XVI, Cancioneiro Barbieri
03: Parti ledo por te ver – Anôn. séc. XVI, Cancioneiro de Elvas
…..Manuel, tu não embarques – Tradicional, Penha, RN (rec. por Mário de Andrade, …..1928-29)
04: Rema que rema – Tradicional, Souza, PB (rec. pela Missão de Pesquisas Folclóricas, …..1938)
…..Sr. Piloto, nosso leme está quebrado – Tradicional, João Pessoa, PB (rec. por Mário …..de Andrade, 1928-29)
…..¡Ay, Santa Maria, veled-me! – Anôn. séc. XV, Cancioneiro de la Colombina
…. Tu, gitana, que adevinas – Anôn. séc. XVI, Cancioneiro de Elvas)
05: Romance da Nau Catarineta – Tradicional, citado por Pereira de Melo em ‘A Música no …..Brasil’, Bahia, 1909
06: Toda noite e todo dia – Anôn. séc. XVI, Cancioneiro de Elvas

TERRA BRASILIS
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O segundo bloco – Terra Brasilis – representa um mundo introspectivo e indagador para nós, brasileiros, principalmente através da releitura dos cantos indígenas, recolhidos por Jean de Léry, entre os tupinambás, e da teatralização do episódio relatado por Hans Staden que, na iminência de ser morto pelos índios, canta o De Profundis composto por Lutero. Para dar mais consistência à trama da cantoria indígena, foram acrescentados aos cinco cantos coletados por Léry vocábulos retirados do “glossário” que figura no fim de seu livro, escolhidos entre nomes de cores, pássaros, bichos do mato, céu, luas, estrelas, rios, mar, árvores e pedras.

Seguem alguns exemplos de música contrafacta, no caso, cantigas profanas do período, utilizadas por Anchieta como base de novos textos, criados por ele e destinados à catequese. O Bendito do Menino Jesus sintetiza esse mundo herdado, ao mesmo tempo sacro e profano, simbólico e realista, arcaico e atemporal, em que a dor é sinônimo de sobrevivência.

TERRA BRASILIS
07: Cantos Tupinambás – Rec. por Jean de Léry e cit. em ‘Histoire d’un voyage faict en la …..terre du Brésil’, 1595
…..Salmo 130 (De profundis) – Martin Luter, 1523, cit. por Hans Staden em ‘Warhaftige       …..Historia und Bescheibung …’, 1557
08: ¿Quien te visitò Isabel? – Pe. José de Anchieta, 1595; música: Francisco de Salinas     …..em ‘De Musica libri septem’, Salamanca, 1577
…..Xe Tupinambá guasú – Pe. José de Anchieta em ‘Trilogia’
…..Mira el malo – Pe. José de Anchieta; música: Juan Bermudo em ‘Declaración de           …..Intrumentos’, Osuna, 1555
09: ¡Mira Nero! – Pe. José de Anchieta; música: Mateo Flecha em Las Ensaladas, Praga,    …..1581
10: Bendito do Menino Jesus – Tradicional, Brejo da Madre de Deus, PE, rec. por …..Fernando Lébeis, inic. déc. 1960

……………………………………………A FLAUTA DE MATUIÚ
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O terceiro bloco – A Flauta de Matuiú – é a alegoria da fusão, representada por esta figura mítica da família dos curupiras: índio, tem a pele negra, os cabelos ruivos e os pés virados para trás. Guardião da floresta, seu rastro confunde os inimigos, enquanto mistura e transforma os elementos.

.É ele que nos conduz ao século XVII, recriando, com sua flauta imaginária, o toque dos corneteiros flamengos de Maurício de Nassau no porto de Olinda, em versão de Jacob van Eyck, acompanhada por uma rabeca brasileira.

É ele que, sub-repticiamente, se faz presente na recriação dos cânticos entoados na Sinagoga do Recife, que reuniu cristãos-novos e judeus de diversas origens, sobretudo portugueses, exilados pela Inquisição em Amsterdã. Cânticos mencionados no livro de atas da Congregação Tsur Israel, liderada pelo rabino-poeta Isaac Aboab da Fonseca que, em meio às guerras holandesas, escreve o primeiro poema hebraico das Américas, o Zecher asiti leniflaot El.

.Provavelmente um eco da flauta de Matuiú partiu com os 23 judeus de Pernambuco que, após a retirada holandesa, rumaram para a América do Norte e participaram do núcleo fundador de Nova Amsterdam, hoje Nova York. Em contra-partida, encontram-se testemunhos da presença judaica no ciclo do boi, dos quais incluimos dois exemplos: o aboio Sapateiro Novo e o Baiano do Boi. Se no primeiro as características do canto de aboio se confundem com modos orientais utilizados pelos sefarditas, enfatizando o texto explicitamente judaico, no segundo, a figura do boi-judeu emerge de ritmos afro-brasileiros, em completo sincretismo, lembrança do Sefer Tora ou toura, cujo aspecto, visto de longe pelos não judeus, remetia ao touro e ao boi.

Se os holandeses aportaram no Recife em busca, inclusive, do comércio do açúcar, em pouco tempo se deram conta da impossibilidade de mantê-lo, sem o braço escravo. Gaspar Barléu nos relata o envio de tropas de Nassau a Angola e Luanda, e as sucessivas guerras envolvendo holandeses, portugueses e africanos, na região de Massangano, pelo controle do tráfico. Do mesmo modo, descreve a embaixada do rei do Congo a Maurício de Nassau, com 200 escravos, alguns deles retratados por Eckhout. A memória destes fatos está presente em muitos congos e congadas, em todo o Brasil, embora o pesquisador Paulo Dias considere a congada referência a lutas mais antigas, de caráter tribal, e ao costume africano de enviar embaixadas.

No Brasil, a tradição aponta para um rei do Congo cristianizado (o Mani Congo, aliado dos portugueses), travando batalha com um monarca pagão ou seu embaixador, que é preso e obrigado a converter-se. Embora evidente a influência da Igreja no entrecho dos congos, neles permanecem vivas as influências africanas que subsistem no texto, nos ritmos, em muitos dos instrumentos utilizados (principalmente a marimba) e na cultura brasileira em geral.

A flauta de Matuiú perpassa ainda uma cantiga de engenho, um canto de quilombo e um refrão de maracatu, marcando sua presença, concretamente, na recriação do único texto de Gregório de Matos de cuja música se tem notícia.

A FLAUTA DE MATUIÚ
11: Variações sobre Wilhelmus van Nassouwen – Jacob van Eyck (Holanda 1648-1654), a …..partir de Philippe de Marnix, ca. 1595
12: Marinícolas / Marizápalos – Gregório de Matos Guerra (Salvador, 1636-Recife, 1695) …..ca. 1668; música: Libro de Várias Curiosidades, Perú, séc. XVII
13: Sapateiro novo – Aboio tradicional, Ceará, rec. por Leonel Silva, antes de 1928.
14: Zecher asiti leniflaot El – Isaac Aboab da Fonseca, Recife, PE, 1646. Códice Aboab da …..Fonseca da Biblioteca da Universidade de Jerusalém
15: Mi Chamocha – Isaac Aboab da Fonseca, Recife, PE, 1646. Códice Aboab da …..Fonseca da Biblioteca da Universidade de Jerusalém
16: Az Iashir Moshé – Tradicional, cantado no Recife em 1648, recriação inspirada nos …..cânticos da Sinagoga Portuguesa Shearit Israel, Manhattan, NY
17: Baiano do boi – Tradicional, Bom Jardim, RN, rec. por Mário de Andrade 1928-1929
18: Cantiga De Engenho – Tradicional, Natal, RN, rec. por Mário de Andrade 1928-1929
…..Canto de Quilombo – Tradicional Alagoas em Renato Almeida: História da Música …..Brasileira, 1926
…..Refrão do Maracatu Misterioso – Antonio José Madureira/Marcelo Varela
19: Congada – Tradicional, Ilha Bela, São Paulo, SP, rec. por Paulo Dias e Marcelo …..Manzatti, 1994
20: A Barca Nova – Tradicional, Alagoa Grande, PB, rec. pela Missão de Pesquisas …..Folclóricas, 1938

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Entre todos aqueles que contribuiram oficial e não oficialmente neste trabalho, e foram muitos, quero agradecer, especialmente, a cada integrante do grupo ANIMA: Isa Taube, Valeria Bittar, Luiz Henrique Fiaminghi, Ivan Vilela, Patricia Gatti, João Carlos Dalgalarrondo e aos cantores Ruben Araujo, David Kullock e Mario Solimene, pela sua generosa e apaixonada colaboração, bem como por sua criativa participação numa aventura comum. A todos os que nos lêem e nos ouvem, convidamos a embarcar nesta barca nova conosco. (Anna Maria Kieffer, São Paulo, março de 1999 – extraído do encarte)

Teatro do descobrimento: música no Brasil nos séculos XVI e XVII – 1999
Um CD do acervo do matuiú Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!

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acervo-1BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 405,1 MB | HQ Scans 82 MB |

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BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 155,6 MB – 1,1 h (e mais um excelente encarte de 82 MB)
powered by iTunes 10.6.3

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Boa audição.

Avicenna

PS – Destaque para:

15: Mi Chamocha – Isaac Aboab da Fonseca, Recife, PE, 1646. Códice Aboab da …..Fonseca da Biblioteca da Universidade de Jerusalém
16: Az Iashir Moshé – Tradicional, cantado no Recife em 1648, recriação inspirada nos …..cânticos da Sinagoga Portuguesa Shearit Israel, Manhattan, NY