Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sinfonia No. 4 em si bemol maior, Op. 60 – Carlos Kleiber

Qual é o tamanho de um disco?

Esta é a primeira postagem que faço neste Blog, que já faz parte do meu dia-a-dia há muito tempo! Passar a fazer postagens é um grande passo para mim. A possibilidade de compartilhar o amor pela música desta maneira, me dá muitas alegrias! Agradeço a forma fraterna e encorajadora que fui aqui recebido! Bem, aqui vamos nós…

O disco desta postagem fere dois princípios gerais da indústria fonográfica. O Princípio da Integralidade – integral das sinfonias de Mahler, integral das sonatas para piano de Beethoven, integral dos quartetos de Schubert…

Aqui temos um disco com a Sinfonia No. 4, em si bemol maior, Op. 60, de Beethoven. Só isto. Tudo isto! O disco não faz parte de algum ciclo gravado pela orquestra tal sob a batuta do regente fulano de tal.

O segundo princípio que o disco agride é o Princípio do Contrapeso. Como os CDs foram idealizados para uma “nona sinfonia”, para que ele seja economicamente atraente, deve conter uns setenta ou mais minutos de música gravada. É por isso que vemos tantos CDs com um contrapeso além da peça principal. Uma espécie de lado B virtual, uma vez que o CD tem apenas um lado.

Nada disso aqui. Nada de appetizer ou sobremesa, apenas o main course – o prato principal!

O livreto (apenas um folderzinho) com duas folhas nos conta que a gravação foi feita ao vivo, no dia 3 de maio (Im wunderschönen Monat Mai) de 1982. Lembremos que no hemisfério norte, maio é o mês da primavera (Früling, já du bist’s!).

Vejam, Quarta Sinfonia, não uma de número ímpar, Eróica ou Sétima. Para agravar ainda mais, nada de repetição no primeiro movimento. Mas, amigos, que disco destamanho! Baita disco! Carlos Kleiber é lenda, dispensa apresentações – mas vale a pena lembrar, nada afeito a gravações. Dizem as más línguas, o homem só entrava no estúdio quando a geladeira estava vazia.

Por que um disco de pouco mais de trinta minutos é tão imenso? Veja a explicação nas palavras do próprio maestro, expressas no livreto:

Para mim, autorizar uma gravação é normalmente um horror. Mas, a performance da Bayerisches Staatsorchester tornou a aprovação desta gravação ao vivo, um prazer pessoal. Não poderíamos e não queríamos usar qualquer truque de embelezamento ou mínima correção neste retrato aural (snapshot) de uma performance. (…) Para aqueles que têm um ouvido para a vitalidade, há coisas aqui que nenhuma orquestra pode tocar tão fervorosamente e com tanto prazer ou tão inspirada e deliciosamente como esta orquestra naquele dia.

Vielen Dank!

C Kleiber.

Eu diria que a orquestra tocou febrilmente naquele dia de primavera! Portanto, aperte o cinto na cadeira ou no sofá, aumente o volume, delicie-se e redescubra esta inesquecível quarta. Se achar o disco curto, toque de novo, sem problemas!

Sinfonia No. 4, em si bemol maior, Op. 60

  1. Adagio – Allegro vivace
  2. Adagio
  3. Menuetto. Allegro vivace
  4. Allegro ma non tanto

Bayerisches Staatsorchester – Carlos Kleiber

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FLAC | 146 MB

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MP3 | 74,7 MB

Carlos Kleiber

Até a próxima!

René Denon

14 comments / Add your comment below

  1. Bela postagem inaugural, meu caro René. Bem vindo ao grupo. Sou fã incondicional do Kleiber. Infelizmente perdi recentemente um HD externo com uma caixa de uns 40 cds com gravações dele em estúdio. Felizmente ainda tenho alguns registros com este mesmo selo da Orfeo que por si só já é garantia de qualidade.
    Aliás, quando ainda conseguia ter acesso ao número de downloads realizados, aquele famosa gravação do Kleiber com a Filarmónica de Viena tocando a Quinta e a Sétima Sinfonia teve o maior número de downloads em uma postagem minha.

    1. Caro FDP Bach!
      Obrigado pelas boas vindas!
      Talvez o número reduzido de gravações (inversamente proporcional ao número de gravações do Karajan, por exemplo) tenha ajudado a criar uma enorme expectativa diante qualquer gravação do Carlos Kleiber. É claro que isso sem as boas (ótimas) qualidades não ajudaria muito.
      Achei que esta gravação ao vivo seria um bom lugar para começar…
      Abração!
      René Denon

  2. Quanto mais eu ouço essa sinfonia, mais chata ela me parece. E pra não me acusarem de só gostar das sinfonias enormes, majestosas, heróicas, eu também acho a 7ª chatíssima; gosto muito mais da 8ª.

  3. Caríssimo, muito bem-vindo, e desde já muito grato por compartilhares, como os demais confrades, maravilhas que nos enriquecem a vida!

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