Claude Debussy
Préludes
Hiroko Sasaki, piano
O número 790 da 11th Avenue de NYC fica próximo a endereços famosos para os amantes da música – Carnegie Hall, Lincoln Center for Performing Arts e, uns três quarteirões dali, a Broadway.
Foi neste lugar que a pianista Hiroko Sasaki terminou a sua busca por um piano para realizar a gravação dos Prelúdios, de Debussy. O projeto já vinha amadurecendo há muitos anos e finalmente ela estava na fase de encontrar um instrumento adequado para realiza-lo, assim como o imaginava. No endereço citado, há uma firma de restauração de pianos de concerto e para colecionadores, a Klavierhaus. E foi buscando entre os pianos lá dispostos que ela avistou um piano realmente diferente – vermelho com uma suntuosa decoração de apliques folheados a ouro, Chinoiserie – à Louis XV.
Ela o experimentou quase que por diversão e se apaixonou por ele. O instrumento é um piano Pleyel, construído em 1873 pela Pleyel, Lyon & Cie, de Paris. Foi construído em uma estrutura original de cravo, que o coloca ainda mais em uma situação sui-generis.
Hiroko conta que tocou alguns dos prelúdios no lindo piano e percebeu que havia encontrado o instrumento para realizar o seu projeto. Nem tudo estava perfeito, no entanto. Havia limitações, especialmente no volume de som a que nos acostumamos perceber nas interpretações de alguns prelúdios. Mas, os outros aspectos falaram mais alto e adaptações foram feitas pela pianista. O antigo piano lhe revelou coisas sobre essa música que ela ainda não percebera. Assim, espero que você ao ouvir o disco também descubra ou reencontre aspectos que essa maravilhosa música certamente pode lhe oferecer.
A famosa pianista Mitsuko Uchida arranjou para que a garota de Hiroko Sasaki, de 13 anos, deixasse o Japão para estudar na Yehudi Menuhin School, na Inglaterra. Aos 16 anos ela foi estudar com o lendário Leon Fleisher, no Curtis Institute, completando seus estudos em 1994. Além de carreira solo, Hiroko faz parte de um conjunto camerístico, o Amadeus Trio, ao lado de David Teie e Timothy Baker.
Essa postagem também faz parte das comemorações pelos 160 anos do nascimento de Claude Debussy (#DEBUSSY160) e eu escolhi esta gravação dos Prelúdios, que eu tanto gosto. É claro, esta é apenas uma gravação entre tantas, mas a cada audição, mesmo de não tão famosos intérpretes, consigo desfrutar dessa maravilhosa música.
O que você não pode deixar de ouvir?
Em se tratando dos Prelúdios, há muitos pequenos tesouros sonoros com os quais você pode se deleitar. A Catedral Submersa, no primeiro livro, certamente chama a atenção e gruda na memória. Mas há outros também, como o hiperativo Le vent dans la plaine. Mais um dos meus favoritos é Les sons et parfums tournent dans l’air du soir, pelo seu nome e atmosfera inebriante.
No livro 2, não deixe de passar pela Puerta del Vino, com toda a sua espanholice e deixe-se carregar pelos últimos dois – Les tierces alternées (o único título sem poesia, ou com poesia concreta) e os Fogos de Artifício, comemorando um 14 de julho, viva a França!
Claude Debussy (1862 – 1918)
Préludes – Livre 1
- Danseuses de Delphes
- Voiles
- Le vent dans la plaine
- Les sons et les parfums tournent dans l’air du soir
- Les collines d’Anacapri
- Des pas sur la neige
- Ce qu’a vu le vent d’ouest
- La fille aux cheveux de lin
- La serenade interrompue
- La cathedrale engloutie
- La danse de Puck
- Minstrels
Préludes – Livre 2
- Brouillards
- Feuilles mortes
- La puerta del vino
- Les fees sont d’exquises danseuses
- Bruyeres
- General Lavine – eccentric
- La terrasse des audiences du clair de lune
- Ondine
- Hommage a S. Pickwick Esq. P.P.M.P.C
- Canope
- Les tierces alternees
- Feux d’artifice
Hiroko Sasaki, piano
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MP3 | 320 KBPS | 165 MB
When acclaimed pianist Hiroko Sasaki was looking for an instrument to record the Debussy Preludes on, she happened to spot a strange looking instrument, which turned out to be a Pleyel concert grand built in 1873, and she instantly fell in love with it. The piano, built in a beautifully ornamented harpsichord case, offers her the special sonorities, dynamics and colours that she thinks are essential in Debussy, who himself owned a Pleyel piano, his favourite instrument.
The result is fascinating, the familiar music is clothed in a new sound, the pianissimos seem to come from “a piano without hammers”, as Debussy wanted it. But an instrument needs a master to sound great, and Hiroko Sasaki does marvels with these 24 character pieces, full of atmosphere, caprice and imagination.
“exquisite proportion, rare poetic understatement, and a connoisseur’s in-depth grasp of many unusual textual options.”
— Musical America
Debussy: Preludes Books I and II review – beautiful sound Debussy would have recognised
Hiroko Sasaki’s performances, on an immaculately restored piano from 1873, have a sense of rightness about them
— Andrew Clements
Não perca, especialmente descubra que as fadas são dançarinas exóticas!
René Denon
Se você gostou dos Prelúdios de Debussy, não deve deixar de visitar essa postagem aqui:
Paul Jacobs foi um pianista muito especial… As suas outras gravações de obras de Debussy para o selo Nonesuch poderão ser encontradas nas duas próximas postagens: