W. A. Mozart (1756-1791): Réquiens, K. 626, em duas versões inteiramente diferentes

Como diversão, aqui vão duas gravações do justamente célebre Réquiem de Mozart. O portento vem em duas versões totalmente diferentes: uma com instrumentos modernos, outra com instrumentos originais. Para meu gosto, apesar de respeitar o grande regente que foi Karl Böhm, a transparência e delicadeza torna a gravação de Koopman muito melhor do que o pesado registro lá dos anos 70. Acho que esta é uma batalha ganha pelos modernos admiradores das coisas antigas. Meu argumento é simples: admito que os contemporâneos possam dar sua interpretação contemporânea à música antiga, mas é forçoso admitir que o compositor escreveu as obras para os instrumentos de época, desconhecendo o que ocorreria no futuro. Se nossas salas de concertos já são museus sonoros, nada mais natural que os timbres originais sejam respeitados, penso.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – Réquiem, K. 626 (2 versões)

01 – Requiem – Kyrie
02 – Dies Irae
03 – Tuba Mirum
04 – Rex Tremendae
05 – Recordare
06 – Confutatis
07 – Lacrimosa
08 – Domine Jesu
09 – Hostias
10 – Sanctus
11 – Benedictus
12 – Agnus Dei – Lux Aeterna

Wiener Staatsopernchor
Norbert Balatsch, dir.

Edith Mathis, soprano
Julia Hamari, contralto
Wieslaw Ochman, tenor
Hans Haselbock, órgão
Karl Ridderbusch, baixo

Wiener Philharmoniker
Karl Böhm, regente

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01 – Requiem – Kyrie
02 – Dies Irae
03 – Tuba mirum
04 – Rex tremendae
05 – Recordare
06 – Confutatis
07 – Lacrimosa
08 – Domine Jesu
09 – Hostias
10 – Sanctus
11 – Benedictus
12 – Agnus Dei – Lux aeterna

Barbara Schlick, sopran
Carolyn Watkinson, alt
Christoph Prégardien, tenor
Harry van der Kamp, bass

Amsterdam Baroque Orchestra
Koor van de Nederlandse Bachvereniging
Ton Koopman

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A dúvida: instrumentos originais -- utilizar ou não?
Os instrumentos originais custam caro, né, seu PQP?

PQP

7 comments / Add your comment below

  1. Ótima postagem! Mas penso um pouco diferente, PQP, quanto às interpretações. Na questão do gosto pessoal, prefiro as interpretações com instrumentos contemporâneos, soam com mais força, mais emoção, mais intensidade. Alguns preferem a clareza, outros, a intensidade, sou dos últimos. Aqui, prefiro a de Bohm.
    E também penso, é uma visão pessoal, que o compositor, claro, compôs para os instrumentos da época, mas, mesmo não sabendo como soaria no futuro, compôs pensando em ser executado em um futuro, na maioria das vezes. O compositor deveria, é claro, saber que os instrumentos não se manteriam sempre os mesmos, que seriam modificados, melhorados, como estavam sendo modificados na época em que compôs. Penso que é algo natural, inerente à música, executar com os melhores instrumentos disponíveis, e que o compositor também compôs pensando nisso, que, num futuro, sua música poderia ser melhor executada, no sentido de se possuir instrumentos mais potentes, com melhores recursos técnicos etc. Beethoven nos demonstra isso de forma bastante clara, a meu ver.

    1. Concordo e não concordo. A questão não é só do timbre, da afinação e da intensidade sonora dos instrumentos da época e dos instrumentos românticos tardios (fundamentalmente, uma orquestra sinfônica é composta de instrumentos do final do século 19). Igualmente importante é questão do andamento (“velocidade”), da ornamentação, da articulação (“fraseado”), do uso do vibrato, etc. Vibrato em demasia faz uma “lambança, uma maçaroca” num conjunto de cordas. Não aguento ouvir Vivaldi pelo conjunto I Musici. Fica beeem melhor com L’Europa Galante, Academia de Música Antiga, ou a orquestra do Festival de Música Antiga de Juiz de Fora. Quanto a Bach no piano, gosto muito da Helene Grimaud. Excelente também é o Bach de Rousset ou Hantai no cravo de época. Também são excelentes as gravações com instrumentos de época das obras de Beethoven, Brahms, Wagner, Berlioz Liszt, e mesmo Rimsky-Korsakov e Ravel (refiro-me às gravações do regente Jos van Immerseel e sua orquestra Anima Eterna).

  2. Já pra mim pouca diferença faz ter instrumentos de época ou não. O que conta numa performance é a própria performance, quer dizer, como o(s) músico(s) toca(m). É o que acho. Não adianta nada ter instrumentos de época, mas ainda assim ser muito leviano, muito frio, ou cometer algum erro na execução da música, talvez.

    P.S. PQP, não me leve a mal, não, mas você não acha que o título da postagem daria a entender que Mozart compôs dois réquiens?…

  3. Nunca tinha parado pra escutar, acreditam? Maravilhoso!

    Poderia fazer um pedido indevido, aqui? As Bodas de Fígaro (Le nozze di Figaro) – que por mais que eu procure, não acho para baixar -, estão com o link off, vocês não poderiam arrumar? Faz falta…

    Obrigado galera, tenho conhecido trabalhos maravilhosos \o/ por vocês xD

  4. Caro P.Q.P.

    Você teria algum Requiem de Mozart que não fosse completado pelo Süssmayr ?

    Sou louco para conhecer outras versões. Mas a completada pelo Süssmayr é tão ubiquita que quase me sinto sem opções.

    Enquanto isso, a melhor execução do Requiem que conheço (entre todas as que tenho) é a regita pelo Herreweghe:
    http://digitalk7.com/mus/Classical/Mozart/Requiem%20(Philippe%20Herreweghe,%20La%20Chapelle%20Royale,%20Collegium%20Vocale,%20Orchestre%20de%20Champs%20Élysées)/

    Todas as que tenho estão dentro da minha coleção de Mozart:
    http://digitalk7.com/mus/Classical/Mozart/

  5. O velho problema: musica antiga com instrumentos antigos ou modernos? Bom, se alguem aqui fosse fazer um documentario sobre a chegada de Don João VI ao Brasil, como seria? Trataria da armada lusitana, fugindo das guerras napoleonicas, chegando as costas brasileiras em submarinos atomicos, porta-avioes, caças F-15, o rei vestindo Mario Aramni e um relogio Rolex ou chegaria numa esquadra de caravelas e gales com trajes de algodao e peruca?

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