.: interlúdio:. Ketil Bjørnstad (1952) – The Nest

(Fanfarras)

P.Q.P. Bach anuncia a entrada de Otto Mahler na insigne e ínclita equipe de postadores do blog.

(Fanfarras, parem agora, por favor, Chega.)

Mahler teve poucos irmãos. Eles eram apenas:

– Isidor Mahler 22 Mar. 1858, Kaliste 1859
– Ernst Mahler 18 Mar. 1862, Jihlava 13 Apr. 1875, Jihlava (heart disease)
– Leopoldine Mahler 18 May 1863, Jihlava 27 Sep. 1889, Vienna
– Karl Mahler 27 Aug. 1864, Jihlava 28 Dec. 1865, Jihlava
– Rudolf Mahler 17 Aug. 1865, Jihlava 21 Feb. 1866, Jihlava
– Alois-Louis Mahler 6 Oct. 1867, Jihlava 14 April 1931, Chicago Bookkeeper and (Sales)
– Justine Mahler (married to Arnold Rosé) 15 Dec. 1868, Jihlava 22 Aug. 1938, Vienna
– Arnold Mahler 19 Dec. 1869, Jihlava 15 Dec. 1871, Jihlava
– Friedrich Mahler 23 Apr. 1871, Jihlava 15 Dec. 1871, Jihlava
– Alfred Mahler 22 Apr. 1872, Jihlava 6 May 1873, Jihlava
– Otto Mahler 18 June, 1873, Jihlava 6 Feb. 1895, Vienna – Musician
– Emma Mahler (married to Eduard Rosé) 19 Oct. 1875, Jihlava 15 May 1933
– Konrad Mahler 17 Apr. 1879, Jihlava 8 Jan. 1881, Jihlava

Otto era músico e o irmão mais velho, Gustav (de 1860), ora atribuia-lhe excepcional talento, ora largava-lhe as patas. Otto era músico e, pior, era compositor. Vamos novamente: o irmão mais velho, Gustav (de 1860), ora atribuia-lhe excepcional talento, ora largava-lhe as patas, dizendo que suas composições eram uma merda.

Resultado: Otto suicidou-se aos 22 anos. Isto é que diz a história oficial. Pura mentira, pois Otto não apenas está alive and kicking como manda CDs para mim. Logo logo, ele terá login e senha, algo que Gustav Mahler nunca teve! Rá, rá, rá, rá!

Ketil Bjørnstad é um pianista e compositor norueguês. Seria um pianista clássico, chegou a apresentar-se, aos 16 anos, interpretando com a Filarmônica de Oslo o notável Concerto Nº 3 para piano e orquestra de Béla Bártok. Mas, ainda jovem, Bjørnstad descobriu o jazz e aderiu com entusiasmo o “European Jazz”.

É hoje um conhecido artista da gravadora ECM, mas também é escritor, tendo publicado cerca de 20 livros (sobretudo romances) além de livros de poesia e ensaios.

The Nest é tão diferente que eu não sei bem o que dizer. O disco é belíssimo, agrada-me muito, mas a concepção é perturbadora e pressinto intenções que não reconheço. E por que desejo tanto classificar este trabalho? Não sei.

Otto Mahler nos envia um artigo que traduzo parcialmente:

Partes da música de The Nest foram escritas para uma peça sobre Sigrid Undset (1882 – 1949), autora norueguesa ganhadora do Nobel, enquanto as canções sobre poemas de Crane foram compostas depois. A vida de Sigrid foi trágica: casamento infeliz, uma filha com retardo mental e um filho morto na II Guerra Mundial. Já Crane morreu afogado no mar num aparente suicídio, depois de lutar contra a família, a pobreza e a discriminação por ser homossexual. A música composta por Bjørnstad é inspirada por estas tragédias. Nesse sentido, são utilizados fragmentos de melodias.

E Otto completa já sem traduzir:

Ketil Bjornstad não reduz aos fragmentos apenas uma melodia, talvez nos reduza ao melhor de nós mesmos. Basta apurar os ouvidos para estas tonalidades, e descobrir o mundo de um escritor, poeta, romancista e compositor e pianista único.

Ketil Bjørnstad – The Nest – 2002

1 Nest (Preludium)
2 In Shadow
3 Window
4 Bridge I
5 Bathers
6 Hope I
7 Excile
8 Circle
9 Darkland
10 Forgetfulness
11 Joy
12 Bridge II
13 Old Song
14 Hope
15 Memory
16 Fear
17 Next (Postludium)

Words from the poetry of Hart Crane (1899 – 1932)

Anneli Drecker vocal
Nora Taksdal viola
Eivind Aarset guitars
Kjetil Bjerkestrand synthesizers, samplers, percussion
Ketil Bjørnstad piano, synthesizers

Recorded in Rainbow Studio, Oslo, Norway, August-December 2002

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE [link atualizado 06/11]

PQP (com OM)

9 comments / Add your comment below

  1. Caro mano
    agradeço o convite, a acolhida e a postagem. Pelo visto vc ouviu e gostou do Cd. Então vai gostar dos outros dele onde faz esta junção entre poesia e música. Para mim é uma composição devastadora. A altura do meu irmão carrasco Gustav Mahler.
    Otto Mahler

  2. Bem vindo, Mano Otto, espero que suas próximas postagens sejam de tão boa qualidade quanta esta com a qual você está estreando no blog.

  3. Caro Cvl
    obrigado pela acolida. É de Philip Glass – Corvo Branco – com libreto em português – direção de Robert Wilson. É sobre os descobrimentos portugueses. É opera longa e pesada, mas rara. Estou pensando não fixar uma linha, mas ir tecendo dialogos com meus manos mais velhos se não for poroblema.
    Otto Mahler

  4. Caro Cvl
    obrigado pela acolida. É de Philip Glass – Corvo Branco – com libreto em português – direção de Robert Wilson. É sobre os descobrimentos portugueses. É opera longa e pesada, mas rara. Estou pensando não fixar uma linha, mas ir tecendo dialogos com meus manos mais velhos se não for problema de dicção musical.
    Otto Mahler

  5. Santo Otto Mahler,

    O senhor é um mártir da fraternidade. Não sei se eu agüentaria tanto Mahlertírio, com a coroa do suicídio, sendo tão moço!

    Não obstante, a vingança, doce prato, serve-se fria… e virtualmente! Do alto de seu novo posto entre os deuses do OlimPQPo, soyez bienvenu!

    Seu criado,
    Rameau

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