Franz Schubert (1797-1828): Sonata D. 960 / Fantasia Wanderer D. 760 (Brendel)

Franz Schubert (1797-1828): Sonata D. 960 / Fantasia Wanderer D. 760 (Brendel)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Schubert, com certeza, jamais foi negligenciado por Alfred Brendel. Mas suas sonatas para piano, com algumas exceções, foram e são. No ensaio de Brendel de 2015, A Lifetime of Recordings, ficamos sabendo com incredulidade que Otto Erich Deutsch, que catalogou a obra de Schubert, ouviu pela primeira vez a Sonata D. 958 — hoje considerada a primeira parte de uma trilogia de despedida — quando o próprio Brendel a tocou em Viena na década de 1960. Diz-se que Rachmaninoff nem sabia que existiam sonatas para piano de Schubert. Embora eu seja um habitué de recitais de piano, nunca ouvi uma Sonata de Schubert ao vivo. Como sublinha Brendel, a descoberta tardia destas obras é em função da sua originalidade desconcertante: comparadas com as sonatas clássicas de Haydn, Mozart e Beethoven, ou com as sonatas românticas de Chopin, Schumann e Brahms, elas são inclassificáveis. Charles Rosen (outro notável pianista-autor) joga a toalha em seu deslumbrante The Classical Style, cujo penúltimo parágrafo conclui que Schubert “se destaca como um exemplo da resistência às generalizações”. Um dos projetos indispensáveis de Brendel tem sido o de promover as Sonatas para piano de Schubert. Ele gravou e regravou essas obras. E o fez da forma mais sublime que se possa imaginar.

E o que dizer da Wanderer? Que obra espetacular! A Fantasia Wanderer é uma obra para piano em quatro movimentos composta por em novembro de 1822. Esta fantasia é considerada como a composição de Schubert para piano mais exigente tecnicamente, e uma das poucas a exigir virtuosismo. Schubert disse mesmo Das Zeug soll der Teufel spielen (O diabo devia tocar isto), fazendo referência à sua própria incapacidade de executá-la.

Franz Schubert (1797-1828): Sonata D. 960 / Fantasia Wanderer D. 760 (Brendel)

Sonata In B Flat Major, D. 960
1 1. Molto Moderato 14:38
2 2. Andante Sostenuto 8:54
3 3. Scherzo (Allegro Vivace Con Delicatezza) 3:57
4 4. Allegro, Ma Non Troppo 8:30

5 Fantasia In C Major, Op. 15 D. 760 “Wanderer Fantasy” 21:04

Alfred Brendel, piano

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Brendel faz uma pose de goleiro pra nóis tudo

PQP

.: interlúdio :. Charles Mingus: Let My Children Hear Music

.: interlúdio :. Charles Mingus: Let My Children Hear Music

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Pô, Mingus! The shoes of the fisherman`s wife are some jive ass slippers? Como uma obra tão espetacular pode ter um título tão… Sei lá. Alguém sabe de alguma referência que o explique? O nome original era Once upon a time, there was a holding corporation called Old America

Let My Children Hear Music é um álbum lançado pela Columbia Records em 1972. A música é composta para grande orquestra de jazz e Mingus trabalhou com vários arranjadores, orquestradores e maestros, principalmente Sy Johnson e Alan Raph, para realizar algumas de suas composições mais ambiciosas. O resultado é extraordinário. Comprei este álbum pela primeira vez aos 17 anos e logo vi que ele tinha tudo: beleza, swing, majestade e emoções que abrangem a comédia, a alegria e até o terror. Mingus me apresentou a um mundo musical de possibilidades ilimitadas. Todos os instrumentos conhecidos e desconhecidos do jazz aparecem aqui (incluindo violoncelo, trompa, fagote e uma seção inteira de baixos com arco em algumas músicas), assim como toda estratégia de vanguarda, e ainda assim tudo soa totalmente natural, com melodias e harmonias gloriosas. Tal como Welles, William Blake e muitos dos génios subestimados ou ignorados, Mingus era um verdadeiro dissidente. Ele era ao mesmo tempo progressista e conservador, intensamente comprometido em conservar a melhor música do passado, insistindo para que ela fosse ouvida, e um vanguardista. Enfim, era um artista com perfeita noção da posição em que está inserido. Temos faixas sensacionais neste disco, quase todas elas, mas nada se compara a The Shoes, na minha opinião.

Bem, naquela época não se costumava colocar a nominata de todos os músicos envolvidos, mas consegui os dos principais solistas:

Lonnie Hillyer – trumpet
Julius Watkins – French horn
Bobby Jones – tenor saxophone
Joe Wilder – trumpet
Charles McCracken – cello
Charles McPherson – alto saxophone
James Moody – tenor saxophone
Sir Roland Hanna – piano
Snooky Young – lead trumpet throughout
Dannie Richmond – drums

Charles Mingus: Let My Children Hear Music

1 “The Shoes of the Fisherman’s Wife Are Some Jive Ass Slippers” – 9:34
2 “Adagio ma Non Troppo” – 8:22
3 “Don’t Be Afraid, the Clown’s Afraid Too” – 9:26
4 “Taurus in the Arena of Life” – 4:17 (on CD reissue)
5 “Hobo Ho” – 10:07
6 “The Chill of Death” – 7:38
7 “The I of Hurricane Sue” – 10:09

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Mingus: gênio absoluto

PQP

Homenagem a Maurizio Pollini: “Schumann & Schoenberg – Concertos para Piano”

Homenagem a Maurizio Pollini: “Schumann & Schoenberg – Concertos para Piano”
Maurizio Pollini e esposa – “Marilisa”.

Mestre incontestável do piano, Maurizio Pollini deixou imenso e diversificado legado, em trajetória musical de mais de 60 anos… Nascido em Milão, Itália, 1942, numa família de artistas – pai violinista e arquiteto; mãe cantora e pianista; e irmão escultor; aos 14 anos, já executava os estudos de Chopin e, aos 18 anos, venceu célebre “Concurso Internacional Chopin”, VI edição – 1960, com Arthur Rubinstein na presidência de honra, sendo mais jovem concorrente…

Solidez, clareza e precisão acompanharam carreira e performances, muitas vezes, levando à controvérsia, quanto às sensibilidade e lirismo de suas interpretações, o que fica a critério do público e inúmeros registros, em áudio e vídeo… No entanto, parece indiscutível seu comprometimento musical, sua obsessão pela excelência e profundidade… Assim, teve trajetória musical marcada por exigente repertório, distanciando-se de quaisquer tipos de leveza ou pirotecnia, apesar dos amplos recursos: “Pollini tinha mais desenvoltura, aos 18 anos, que quaisquer dos jurados”, disse Rubinstein, em Varsóvia, 1960…

Maurizio Pollini, vencedor da “VI Edição do Concurso Internacional Chopin”, Varsóvia – Polônia, 1960.

Então, buscou denso caminho; mergulho em mundos pouco acessíveis, das asperezas da última fase de Beethoven, ou da música dodecafônica e contemporânea… Assim, seus registros apresentavam combinações inusitadas, como reunir concertos de Schumann e Schoenberg, que sugerimos nesta edição…

Também realizou cursos em composição e direção, com breves incursões, na década de 1980, com a ópera “La Donna del Lago”, de Rossini; ou acompanhando o filho Danieli, em concertos para piano. Mas, sua atuação como pianista prevaleceu… E durante os chamados “anos de chumbo”, década de 1960, engajou-se politicamente, filiando-se à esquerda democrática italiana; além de propor popularização da música erudita, com programas gratuitos em fábricas e universidades, junto com Claudio Abbado. Motivos de reflexão permanente, ao longo da carreira…

Maurizio Pollini e Claudio Abbado em ensaio c/orquestra.

E disse, ao “The Guardian”, em 2011: “A arte, em si, tem sempre caráter progressista e necessário, mesmo que pareça absolutamente inútil, em termos práticos”… “de certa forma, a arte representa o ato de ‘sonhar’, para uma sociedade: se dormir ou sonhar são de vital importância para um ser humano; da mesma forma, uma sociedade não sobreviveria sem a arte…”

Dado a precocidade, após “Concurso de Varsóvia”, o jovem Pollini, então, aluno de Carlo Vidusso, decidiu ampliar repertório no lugar de iniciar carreira internacional… E convites eram muitos… Assim, por algum tempo, passou a ler, conviver informalmente com Arturo Benedetti Michelangeli, célebre pianista, e jogar xadrez… E aliou ao repertório tradicional, de Schubert, Chopin, Schumann e Beethoven; autores do século XX, como Stravinsky, Bartók, Schoenberg e Webern; além de modernistas do pós-guerra, como Stockhausen, Boulez e Luigi Nono – delineando estilo, como músico e intérprete…

E com amigo de longa data, maestro Claudio Abbado, realizou inúmeras parcerias, vindo também a atuar com Karl Bohm, Riccardo Muti, Daniel Barenboim e Riccardo Chailly… Artista aclamado, conquistou dois prêmios “Grammy”: em 1980, com “Piano concertos 1 + 2”, de Bartók, com “Chicago Symphony Orchestra”, direção Claudio Abbado; e em 2007, curiosamente, com a integral dos “Noturnos”, de Chopin, apesar da controversa discussão entre seus lirismo e desenvoltura técnica… Também gravou notáveis integrais das sonatas de Beethoven e do “Cravo Bem Temperado”, vol. 1, de JS Bach…

Maurizio Pollini e Claudio Abbado – dois grandes amigos…

No final de 2016, “Deutsche Grammophon” lançou conjunto com 55 CDs e DVDs, celebrando 75 anos do pianista… Muito discreto, Pollini dizia: “Minhas decisões na escolha de repertório basearam-se sempre na convicção de que nunca me cansaria de tocá-lo”… E teve períodos que preferiu concertos ao vivo, do que gravar. E disse, à revista “Gramophone”: “Temos que conviver com fato de que uma performance tem permanência artificial, pois nossas ideias estão sempre mudando”… Assim, “um registro deve ser aceito como documento de um momento. (Por isto), quase nunca ouço meus discos antigos…”

E nos últimos anos, embora afastado, permaneceu atento à política italiana, ao questionar com franqueza, especialmente, a esquerda, pela qual tanto se mobilizou… E a música, seu meio natural, permaneceu ponto de partida e chegada, razão de sua existência e referência de vida…

Maurizio e o filho, Daniele Pollini – pianistas.

Família de pianistas, Maurizio Pollini foi casado, por 56 anos, com Maria Elisabetta – apelido “Marilisa”, e o filho, Daniele, com quem realizou alguns concertos e gravações…  E do rigor, cultivado ao longo da carreira, nos últimos anos, descontraiu-se pouco mais, adicionando “bis” e autografando CDs nos recitais, então, interagindo afetivamente com seu imenso público… Assim, apaziguava-se e celebrava a vida!

Para Download: “Schumann & Schoenberg Piano Concertos”, com “Die Berliner Philharmoniker”, direção Claudio Abbado.

Robert Schumann: “Konzert für Klavier und Orchester”, op. 54

01 1. Allegro affettuoso (15:04) – 02 2. Intermezzo (Andantino grazioso) (05:30) – 03 3. Allegro vivace (10:28)

Arnold Schoenberg: “Concerto for Piano and Orchestra”, Op.42

04 1. Andante (04:36) – 05 2. Molto allegro (02:31) – 06 3. Adagio (06:02) – 07 4. Giocoso (moderato) (06:03)

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Capa “Deutsche Grammophon” – Maurizio Pollini e “Die Berliner Philharmoniker”, direção Claudio Abbado.

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“Falecido, aos 82 anos, é lembrado entre os maiores músicos dos últimos 50 anos. E na Itália, teatro “alla Scala”, de Milão, fez especial referência – entre seus mais atuantes solistas…”    

“Em singela homenagem do blog PQP Bach…”

Alex DeLargue

Viva Pollini (1942-2024): Johannes Brahms – Concerto para Piano Nº 1 – Pollini, Böhm, Wiener Philharmoniker

Morre o homem, vive o Mito. Acho que é essa a expressão que se usa quando um grande pessoa morre, daquelas pessoas que realmente contribuíram de alguma forma para tornar este nosso triste planeta mais agradável de se viver.

Maurizio Pollini nos deixou mas ficou sua obra e seu talento, imortalizado em diversos discos, que irão nos acompanhar no resto da jornada de nossas vidas. E é um destes discos, talvez uma das melhores gravações já realizadas deste imortal concerto, que trago para os senhores, para entenderem a dimensão e o tamanho do artista que nos deixou. Tivemos o privilégio de ter acesso a essas gravações.

Karl Böhm nos deixou há muito tempo, quarenta e três anos, para ser mais exato, e um pouco antes de vir a falecer entrou no estúdio com o jovem Pollini e gravou o Concerto para Piano nº 1, de Brahms, um dos concertos mais emblemáticos já escritos para o instrumento. E tinha de ser com a maior das orquestras, a Filarmônica de Viena, orquestra que dirigiu por décadas. Essa gravação me foi apresentada há não muitos anos, mas desde o primeiro momento entendi que era muito especial. Gilels, Richter, Rubinstein, Kovacevich, todos estes gigantes do piano deixaram registradas suas interpretações desse concerto, todas com seus méritos, com certeza, e Pollini sem dúvida, com essa gravação, escreveu seu nome no panteão dos grandes intérpretes dessa obra.

Alguns anos mais tarde ele gravou os dois concertos de Brahms com seu grande amigo, Claudio Abbado, e mais recentemente, com Christian Thielemann. Ouvi essa última gravação hoje de tarde, também excelente, mas a presença de Böhm aqui é o grande diferencial. O velho maestro conduz os filarmônicos austríacos com sabedoria, como não poderia deixar de ser, tantas as vezes em que ele dirigiu não apenas essa orquestra, mas também esse concerto. Grande músico que já era, Pollini entendeu que tinha um grande parceiro ao seu lado, e se portou de forma digna, nos apresentando uma interpretação muito expressiva, porém sem cair em sentimentalismos exagerados.

Escrevi esse texto no calor do momento, em tempo recorde,  a pedidos do nosso mentor PQPBach. Meu acervo é muito grande, e é complicado encontrar certas gravações que não ouvimos há muito tempo. Consegui esse arquivo com o colega Rene Denon, também um fã de Pollini. No correr da semana vou tentar atualizar os links de minhas postagens antigas com o grande pianista.

Descanse em Paz, maestro Maurizio.

01. Piano Concerto No. 1 Op. 15- I. Maestoso
02. Piano Concerto No. 1 Op. 15- II. Adagio
03. Piano Concerto No. 1 Op. 15- III. Rondo. Allegro non troppo

Maurizio Pollini – Piano
Wiener Philharmoniker
Karl Böhm – Conductor

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FDP

Mozart (1756-1791): Concertos para piano Nos. 23 & 19 – Maurizio Pollini (piano) – Wiener Philharmoniker & Karl Böhm & Frédéric Chopin (1810 – 1849): Estudos, op. 10 & 25 – Maurizio Pollini (piano) ֍

Mozart (1756-1791): Concertos para piano Nos. 23 & 19 – Maurizio Pollini (piano) – Wiener Philharmoniker & Karl Böhm & Frédéric Chopin (1810 – 1849): Estudos, op. 10 & 25 – Maurizio Pollini (piano) ֍

Homenagem ao grande pianista

Maurizio Pollini (1942 – 2024)

A notícia surgiu logo de manhã, no grupo de WhatsApp, e depois se confirmou ao longo do dia nas mídias sociais e jornais on line: Maurizio Pollini è morto.

Maurizio Pollini, pianist who defined modernism, dies at 82

Eu não consigo deixar de lembrar o punch line da anedota sobre o político: Pois sim, morreu para você, filho ingrato! É assim que nos sentimos, na morte de certos artistas. Apesar de tudo, a arte e seus efeitos sobre nós continuarão, por mais algum tempo.

O pianista Maurizio Pollini, através de suas gravações, especialmente aquelas das décadas de 1970, 80 e 90, tem feito parte de meu universo musical desde o início e suas interpretações certamente ajudaram a moldar minhas preferências musicais.

O disco mencionado na postagem, dos concertos de Mozart, é de 1976, quando comecei a comprar meus primeiros LPs. Aqui está minha lista de joias, que levaria para aquela ilha deserta:

Estudos de Chopin (1972); Prelúdios de Chopin (1975); Últimas Sonatas para Piano de Beethoven (1976); Concertos de Mozart (1976) e Imperador, de Beethoven (1979), ambos com Böhm regendo a Filarmônica de Viena; Concertos para piano Nos. 1 e 2, de Bartók (1979), com Abbado regendo a Sinfônica de Chicago, o Quinteto com piano de Brahms (1980), com o Quarteto Italiano, as Sonatas para piano Nos. 2 e 3, de Chopin (1986); Últimas Sonatas para piano de Schubert (1989) e um disco no qual Pollini gravou ao vivo algumas Sonatas para piano de Beethoven, especialmente a Waldstein (1998). Os discos de Chopin ainda tenho em uma caixota, que tem também as Polonaises, feitos pela Microservice, Disco é Cultura.

Veja o que foi lembrado sobre o Pollini (nunca consegui chamá-lo Maurizio…) neste dia:

Harris Goldsmith, a critic who made a specialty of writing about the piano, called Mr. Pollini’s playing “almost entirely geometric” and said he was “a musical counterpart of Mondrian.” Harris Goldsmith, um crítico que se especializou em escrever sobre piano, chamou a interpretação de Pollini de “quase inteiramente geométrica” e disse que ele era “uma contraparte musical de Mondrian”.

Conductor and composer Boulez tried to describe Mr. Pollini for the New York Times in 1993. “He does not say very much, but he thinks quite a lot,” Boulez said. “I find him very concentrated on what he is doing. He goes into depth in the music, and is not superficial, and his attitude as a musician is exactly his attitude as a man. He is as interesting as anyone could be.” O maestro e compositor Boulez tentou descrever Pollini para o New York Times em 1993. “Ele não diz muito, mas pensa bastante”, disse Boulez. “Acho ele muito concentrado no que está fazendo. Ele se aprofunda na música, e não é superficial, e sua atitude como músico é exatamente sua atitude como homem. Ele é tão interessante quanto qualquer um poderia ser.”

Pollini não tocava música de Bach ao piano por razões intelectuais, uma vez que o compositor não as havia escrito para piano. Mas, para nossa fortuna, ele reconsiderou isso posteriormente.

“The important thing with him was the structure, the idea, and not so much the sound or the instrument,” Mr. Pollini told Newsday. “And Bach himself made many, many transcriptions of his work, taking it from one instrument and giving it to another. And so I finally decided that the piano was all right.” “O importante com ele era a estrutura, a ideia, e não tanto o som ou o instrumento”, disse Pollini ao Newsday. “E o próprio Bach fez muitas, muitas transcrições de sua obra, pegando-a de um instrumento e dando-a a outro. E então finalmente decidi que o piano estava bem.”

Graças a essa mudança de atitude temos uma gravação feita em 2009 do Primeiro Livro do Cravo Bem Temperado.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Concerto para Piano No. 23 em lá maior, K 488

  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Allegro assai

Concerto para Piano No. 19 em fá maior, K 459

  1. Allegro vivace
  2. Allegretto
  3. Allegro assai

Maurizio Pollini, piano

Wiener Philharmoniker

Karl Böhm

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FLAC | 228 MB

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MP3 | 320 KBPS | 126 MB

O disco com os Estudos de Chopin foi gravado em setembro de 1960 pela EMI, no famoso Studio No. 1, Abbey Road, Londres, mas não chegou a ser lançado na época. O produtor foi Peter Andry e o disco foi lançado em 2011 pelo selo Testament, em homenagem a Andry. Vale a pena a comparação com a agora consagrada gravação feita posteriormente, para o selo Deutsche Grammophon.

Frédéric Chopin (1810 – 1849)

Études, op. 10 & 25

Maurizio Pollini, piano

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MP3 | 320 KBPS | 163 MB

Além de grande artista, ele também esteve atento aos movimentos políticos, chegando a se filiar ao Partido Comunista Italiano por um tempo. “Corre-se o risco de estar em um compartimento fechado como um pianista de concerto”, disse Pollini em 1975. “Acho que um artista deve manter os olhos abertos para o que está acontecendo ao seu redor.”

Definitivamente, uma ótima sugestão para artistas e amantes das artes em geral.

René Denon

Maurizio Pollini (1942 – 2024)

Frédéric Chopin (1810-1849): Ballades, Fantaisie Op. 49, Prélude no. 25 (Pollini)

Frédéric Chopin (1810-1849): Ballades, Fantaisie Op. 49, Prélude no. 25 (Pollini)

Tive um colega no saudoso Jornal da Tarde que costumava dizer: “escrever sobre quem a gente admira é a coisa mais fácil do mundo; escrever sobre quem a gente ama e idolatra é a coisa mais difícil”. Sentado na frente do computador para tentar botar pra fora algo sobre Maurizio Pollini (1942-2024), que nos deixou ontem, só posso concordar contigo, meu caro Eduardo. Pollini sempre esteve lá, desde o começo, meu big bang particular, quando o tempo e o universo nasceram. Se a chama da música foi acesa na minha vida por dois outros pianistas, Vladimir Horowitz e Glenn Gould, em um par de CDs que meu irmão trouxe de uma viagem a Nova York, Pollini foi o primeiro amor, o primeiro herói, um símbolo daquilo de mais belo e precioso que a humanidade produziu nesse rochedo que vaga pelo Sistema Solar. Se comecei a entender o que era o mundo pelas doces vozes de meus pais e irmãos me acalentando, foi com os discos de Pollini que comecei a entender o que era a música, esse Mistério de beleza e verdade que expressa aquilo que não se pode colocar em palavras (e, muitas vezes, também aquilo que se pode).

E, puxa, que sorte imensa poder passar o resto da vida navegando e mergulhando no oceano de gravações que maestro Pollini deixou, num arco que perfaz uns bons quatrocentos anos de música — grande artista que é — eu ia escrever “foi”, mas a verdade é que um ser iluminado como Pollini sempre “é”, nunca deixará de “ser” —, explorou um universo que foi do barroco a compositores do nosso tempo.

Claudio Abbado, Luigi Nono e Maurizio Pollini: che trio!

Uma vida e uma carreira marcadas por integridade artística, respeito aos compositores, generosidade para com os colegas e, dando corpo a tudo isso, uma humildade de alguém que compreendeu que a arte é aquilo que nos salva da barbárie, que nos dá asas e nos torna imortais. Quando Pollini tocava, não era sobre ele, era sobre a música. Uma lição tão essencial, tão básica, e também tão esquecida nesses tempos de likes, engajamentos e que tais.

Sem querer escorregar e fazer desse texto um detestável “eubituário”, conto que tive a sorte de vê-lo algumas vezes, em diferentes salas na capital alemã, ao longo de nove anos. Sempre, em todas elas, me pegava olhando em volta, para a Philharmonie enchendo aos pouquinhos, ou sentindo o cheiro das novíssimas poltronas das Pierre Boulez Saal, e pensando: cacete, vou ver o Pollini! Era sempre um sonho virando realidade. E foi sempre absolutamente excepcional.

Pollini na Pierre Boulez Saal, em Berlim, 2019. Foto deste blogueiro

Dito tudo isto, que gravação escolher para homenageá-lo? É quase como se perguntar “qual tijolo escolho para mostrar a beleza e a grandiosidade da Muralha da China” ou qualquer coisa que o valha. Resolvi seguir o coração e trazer as Quatro Baladas do mestre polonês. Se de alguma forma Chopin personifica em sua obra o que é o piano, a beleza e as possibilidades desse maravilhoso instrumento, Pollini também o faz com o estupendo repertório de gravações que deixou. Não existe maior testemunho do que se pode fazer com essas 88 teclas do que o legado fonográfico de Maurizio Pollini.

E aqui Pollini voa pelas harmonias chopinianas como um condor cruzando a Cordilheira dos Andes! Que maravilha são essas baladas, que coisa assombrosa é o pianismo desse homem, e quanta beleza, quanta poesia… Pollini mostra que a dicotomia entre técnica e sensibilidade é uma falácia, é um dilema que simplesmente não existe quando se trata dos grandes mestres. Sua técnica é um negócio de outro planeta, mas nada soa como virtuosismo superficial.  A arquitetura de uma sonata de Beethoven, de uma Mazurka de Chopin ou de um Klavierstück de Stockhausen ganha, em suas mãos, uma expressão límpida e viva, prenhe de sentido e de verdade. Se existe aquilo que chamam de Deus, é com certeza Pollini que ele(a) escuta quando chega do trabalho e se senta em sua nuvem preferida para ouvir algo belo e esquecer que deu merda com essa tal de humanidade.

Grazie, maestro!

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Frédéric Chopin (1810-1849)

1.  Ballade No. 1 in G minor, Op. 23
2. Ballade No. 2 in F major, Op. 38
3. Ballade No. 3 in A flat major, Op. 47
4. Ballade No. 4 in F minor, Op. 52
5. Prelude Op. 45 in C sharp minor, No. 25
6. Fantasia in F minor, Op. 49

Maurizio Pollini, piano

Pollini em Varsóvia, logo após vencer o VI Concurso Internacional de Piano Chopin, em 1960

Karlheinz

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Integral dos Concertos para Piano (Pollini / Abbado)

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Integral dos Concertos para Piano (Pollini / Abbado)

Maurizio Pollini faleceu hoje, dia 23 de março de 2024, aos 82 anos. Certamente, foi o pianista que mais ouvi tocar em meus 66 anos e o que maior prazer me causou. Meu pai começou tudo quando eu ainda era adolescente. Como esquecer da série de concertos de Mozart gravados por Pollini com Karl Böhm? Depois vieram seus imbatíveis Concertos para Piano de Brahms, a música moderna, as Sonatas de Schubert — sua Fantasia Wanderer… — as últimas Sonatas de Beethoven e depois a integral. E Debussy e Chopin. Eu não estou aqui para medir pianistas, mas não creio ter havido melhores do que S. Richter e Pollini. Ah, e como esquecer quando o vi em Londres? Como esquecer do discurso que minha mulher — uma muito talentosa e inteligente musicista — fez no intervalo, falando sobre como ele dava sentido a cada nota que tocava? O fato é que estou triste, apesar de termos registrados grandes momentos deste enorme artista. Jamais escreverei um RIP para ele, pois agora mesmo estou ouvindo estes CDs que ora posto. Não vou te deixar descansando, Maurizio. Esqueça.

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Integral dos Concertos para Piano (Pollini / Abbado)

The Piano Concertos (Live Recordings)

Concerto For Piano And Orchestra No. 1 In C Major
1. Allegro Con Brio 17:16
2. Largo 11:13
3. Rondo. Allegro [Scherzando] 8:59

Concerto For Piano And Orchestra No. 2 In B Flat Major
1. Allegro Con Brio 13:33
2. Adagio 7:41
3. Rondo. Molto Allegro 7:31

Concerto For Piano And Orchestra No. 3 In C Minor
1. Allegro Con Brio 16:07
2. Largo 10:07
3. Rondo. Allegro 9:28

Concerto For Piano And Orchestra No. 4 In G Major
1. Allegro Moderato 17:18
2. Andante Con Moto 5:17
3. Rondo. Vivace 10:00

Concerto For Piano And Orchestra No. 5 In E Flat Major, “Emperor”
1. Allegro 20:29
2. Adagio Un Poco Moto – Attacca: 7:48
3. Rondo. Allegro 10:35

Maurizio Pollini, piano
Berliner Philharmoniker
Claudio Abbado

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A luz mais constante do céu musical da minha vida se apagou. Grazie, maestro. (Karlheinz)

PQP

J. S. Bach (1685-1750): Toccatas – Claire Haungci (piano) ֎

J. S. Bach (1685-1750): Toccatas – Claire Haungci (piano) ֎

 

BACH

Toccatas

Claire Huangci, piano

 

 

Uma música sublime aliada à imagem criada pelos retratos de um rechonchudo senhor com sua peruca reforça uma imagem de Bach como um homem maduro, já depois de seus sessenta anos, genial em sua consumada arte de compor obras primas perfeitas.

Claire Huangci

Mas houve um jovem Johann Sebastian que explorava seus talentos e sua virtuosidade nos teclados diversos, apossando-se das obras estabelecidas nas gerações precedentes e ensaiando suas próprias criações. As peças desse disco – toccatas – são desses anos de juventude. Veja o que diz sobre elas o ótimo Karl Geringer: Entre as obras que Bach produziu em seus anos de formação merecem menção uma fantasia e um grupo de toccatas. Ele sentia-se atraído pelo caráter livre e rapsódico dessas formas, que lhe ofereciam uma boa oportunidade para contrastes espetaculares entre as seções individuais. A lógica inflexível e as proporções bem equilibradas de composições ulteriores estão ausentes na maioria dessas peças, mas [elas] exibem o ardor e a fértil imaginação características do jovem gênio.

Como prelúdio ao conjunto das sete toccatas deixadas pelo jovem Bach, a ótima e também bastante jovem pianista Claire Huangci interpreta o arranjo para piano da famosa Toccata e fuga em ré menor feito por Ferruccio Busoni.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Toccata e Fuga em ré menor, BWV565 (Arr. F. Busoni for piano)

  1. Toccata
  2. Fuga

Toccata em sol menor, BWV915

  1. Introdução – Adagio
  2. Allegro
  3. Adagio
  4. Fuga

Toccata em mi menor, BWV914

  1. Introdução – Un poco allegro
  2. Adagio
  3. Allegro

Toccata em dó menor, BWV911

  1. Introdução – Adagio
  2. (Allegro)

Toccata em sol maior, BWV916

  1. Introdução
  2. Adagio
  3. Allegro e presto

Toccata em ré menor, BWV913

  1. Introdução – Presto
  2. Tema – Presto
  3. Allegro

Toccata em fá sustenido menor, BWV910

  1. Introdução
  2. (Adagio)
  3. Presto e staccato

Toccata em ré maior, BWV912

  1. Introdução
  2. Allegro
  3. Adagio
  4. Presto – Fuga

Claire Huangci, piano

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FLAC | 226 MB

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MP3 | 320 KBPS | 164 MB

O álbum começa com a tocata mais famosa da história da música, embora não seja o tipo de obra que estamos acostumados a ouvir tocada em uma gravação de piano solo. A transcrição de Ferruccio Busoni da mundialmente famosa Tocata de Ré menor de Bach, que pega a obra normalmente ouvida em um poderoso órgão barroco e a toca de maneira romantizada em um teclado de piano, fornece um início cativante, parecendo soprar as teias de aranha das teclas, aguçando o nosso apetite pelo Bach original e as suas sete tocatas. Todas foram escritas durante os anos de Bach em Weimar e dão-lhe vida como um compositor bem versado na arte séria do contraponto barroco, mas que contrasta esta maestria com execuções virtuosas e improvisadas e passagens lentas e sonhadoras. [tradução feita com a ajuda do Chat PQP]

Aproveite!

René Denon

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J S Bach (1685-1750): Toccatas – Stepan Simonian, piano

Bach 339 anos !!! – Johann Sebastian Bach (1685-1750): Kammermusik 5 CDs (Musica Antiqua Köln / Reinhard Goebel)

Bach 339 anos !!! – Johann Sebastian Bach (1685-1750): Kammermusik 5 CDs (Musica Antiqua Köln / Reinhard Goebel)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Johann Sebastian Bach, se isto fosse possível, estaria completando hoje 339 anos de idade. Eu diria que são 339 anos muito bem vividos. Após um post mortem um tanto obscuro, Papai Bach retornou no século XIX para ocupar definitivamente o posto de um dos grandes gênios da humanidade, uma das provas de que o ser humano pode ser grandioso sem provocar guerras e violência.

Ouço Bach desde antes dos dez anos de idade, quando saí do banheiro aos gritos perguntando que música era aquela que meu pai pusera na vitrola — era o Concerto Nº 3 de Brandenburgo. Comemoro hoje com 5 gloriosos CDs na música de câmara de Bach fantasticamente bem interpretados por interpretados por Reinhard Goebel e sua turma, atualmente desfeita. O correto é comemorar com cerveja, pois Johann Sebastian a amava e produzia toneladas dela.

Não dá pra resistir ao timbre do violino barroco de Reinhard Goebel, e à precisão de Robert Hill. Impecável também está o violoncelista Jaap Ter Linden interpretando as Sonatas para Viola da Gamba.

Bach 339 anos !!! – Johann Sebastian Bach (1685-1750): Kammermusik 5 CDs (Musica Antiqua Köln / Reinhard Goebel)

CD 1

01 Sonata No 1 in B Minor for Violin and Harpsichord – BWV1014 – I. Adagio
02 Sonata No 1 in B Minor for Violin and Harpsichord – BWV1014 – II. Allegro
03 Sonata No 1 in B Minor for Violin and Harpsichord – BWV1014 – III. Andante
04 Sonata No 1 in B Minor for Violin and Harpsichord – BWV1014 – IV. Allegro

05 Sonata No 2 in A Major for Violin and Harpsichord – BWV1015 – I. [ohne Satzbezeichnung]
06 Sonata No 2 in A Major for Violin and Harpsichord – BWV1015 – II. Allegro assai
07 Sonata No 2 in A Major for Violin and Harpsichord – BWV1015 – III. Andante un poco
08 Sonata No 2 in A Major for Violin and Harpsichord – BWV1015 – IV. Presto

09 Sonata No 3 in E Major for Violin and Harpsichord – BWV1016 – I. Adagio
10 Sonata No 3 in E Major for Violin and Harpsichord – BWV1016 – II. Allegro
11 Sonata No 3 in E Major for Violin and Harpsichord – BWV1016 – III. Adagio ma non tanto
12 Sonata No 3 in E Major for Violin and Harpsichord – BWV1016 – IV. Allegro

13 Sonata No 4 in C Minor for Violin and Harpsichord – BWV1017 – I. Siciliano ( Largo)
14 Sonata No 4 in C Minor for Violin and Harpsichord – BWV1017 – II. Allegro
15 Sonata No 4 in C Minor for Violin and Harpsichord – BWV1017 – III. Adagio ma non tanto
16 Sonata No 4 in C Minor for Violin and Harpsichord – BWV1017 – IV. Allegro assai

17 Sonata No 5 in F Minor for Violin and Harpsichord – BWV1018 – I. Largo
18 Sonata No 5 in F Minor for Violin and Harpsichord – BWV1018 – II. Allegro
19 Sonata No 5 in F Minor for Violin and Harpsichord – BWV1018 – III. Adagio
20 Sonata No 5 in F Minor for Violin and Harpsichord – BWV1018 – IV. Vivace

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CD 2

01 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1019 – I. Allegro
02 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1019 – II. Largo
03 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1019 – III. Allegro
04 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1019 – IV. Adagio
05 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1019 – V. Allegro

06 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1020 – I. Ohne Satzbezeichnung
07 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1020 – II. Adagio
08 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1020 – III. Allegro

09 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1022 – I. Ohne Satzbezeichnung
10 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1022 – II. Allegro e presto
11 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1022 – III. Adagio
12 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1022 – IV. Presto

13 Fugue for Violin and Harpsichord – BWV1026 – Allegro

14 Suite for Violin and Harpsichord – BWV1025 – I. Fantasia
15 Suite for Violin and Harpsichord – BWV1025 – II. Courante
16 Suite for Violin and Harpsichord – BWV1025 – III. Entree
17 Suite for Violin and Harpsichord – BWV1025 – IV. Rondeau
18 Suite for Violin and Harpsichord – BWV1025 – V. Sarabande
19 Suite for Violin and Harpsichord – BWV1025 – VI. Menuett
20 Suite for Violin and Harpsichord – BWV1025 – VII. Allegro

21 Sonata for Violin and Bass Continuo – BWV1021 – I. Adagio
22 Sonata for Violin and Bass Continuo – BWV1021 – II. Vivace
23 Sonata for Violin and Bass Continuo – BWV1021 – III. Largo
24 Sonata for Violin and Bass Continuo – BWV1021 – IV. Presto

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CD 3

01 Sonata for Violin and Basso Continuo in E minor, BWV1023 – I – Adagio ma non tanto
02 Sonata for Violin and Basso Continuo in E minor, BWV1023 – II – Allemande
03 Sonata for Violin and Basso Continuo in E minor, BWV1023 – III – Gigue

04 Sonata for Violin and Basso Continuo in C minor, BWV1024 – I – Adagio
05 Sonata for Violin and Basso Continuo in C minor, BWV1024 – II – Presto
06 Sonata for Violin and Basso Continuo in C minor, BWV1024 – III – Affettuoso
07 Sonata for Violin and Basso Continuo in C minor, BWV1024 – IV – Vivace

08 Sonata for Violin and Basso Continuo in A major, BWV Anh.153 – I – Allegro
09 Sonata for Violin and Basso Continuo in A major, BWV Anh.153 – II – Largo
10 Sonata for Violin and Basso Continuo in A major, BWV Anh.153 – III – Allegro assai
11 Sonata for Violin and Basso Continuo in A major, BWV Anh.153 – IV – Adagio
12 Sonata for Violin and Basso Continuo in A major, BWV Anh.153 – V – Allegro

13 Sonata No.1 for Viola da Gamba and Harpsichord in G major, BWV1027 – I – Adagio
14 Sonata No.1 for Viola da Gamba and Harpsichord in G major, BWV1027 – II – Allegro ma non tanto
15 Sonata No.1 for Viola da Gamba and Harpsichord in G major, BWV1027 – III – Andante
16 Sonata No.1 for Viola da Gamba and Harpsichord in G major, BWV1027 – IV – Allegro moderato

17 Sonata No.2 for Viola da Gamba and Harpsichord in D major, BWV1028 – I – Adagio
18 Sonata No.2 for Viola da Gamba and Harpsichord in D major, BWV1028 – II – Allegro
19 Sonata No.2 for Viola da Gamba and Harpsichord in D major, BWV1028 – III – Andante
20 Sonata No.2 for Viola da Gamba and Harpsichord in D major, BWV1028 – IV – Allegro

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CD 4

01 Viola Da Gamba Sonata No. 3 – BWV1029 – I – Vivace
02 Viola Da Gamba Sonata No. 3 – BWV1029 – II – Adagio
03 Viola Da Gamba Sonata No. 3 – BWV1029 – III – Allegro

04 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1019a – I – Presto
05 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1019a – II – Largo
06 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1019a – III – Cantabile
07 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1019a – IV – Adagio
08 Sonata for Violin and Harpsichord – BWV1019a – V – Presto

09 Sonata No. 1 for Flute and Bass Continuo – BWV1033 – I – Andante-Presto
10 Sonata No. 1 for Flute and Bass Continuo – BWV1033 – II – Allegro
11 Sonata No. 1 for Flute and Bass Continuo – BWV1033 – III – Adagio
12 Sonata No. 1 for Flute and Bass Continuo – BWV1033 – IV – Menuett I,II

13 Sonata No. 2 for Flute and Bass Continuo – BWV1034 – I – Adagio
14 Sonata No. 2 for Flute and Bass Continuo – BWV1034 – II – Allegro
15 Sonata No. 2 for Flute and Bass Continuo – BWV1034 – III – Andante
16 Sonata No. 2 for Flute and Bass Continuo – BWV1034 – IV – Allegro

17 Sonata No. 3 for Flute and Bass Continuo – BWV1035 – I – Adagio
18 Sonata No. 3 for Flute and Bass Continuo – BWV1035 – II – Allegro
19 Sonata No. 3 for Flute and Bass Continuo – BWV1035 – III – Siciliano
20 Sonata No. 3 for Flute and Bass Continuo – BWV1035 – IV – Allegro assai

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CD 5

01 Partita for Solo Flute in A minor – BWV1013 – I – Allemande
02 Partita for Solo Flute in A minor – BWV1013 – II – Corrente
03 Partita for Solo Flute in A minor – BWV1013 – III – Sarabande
04 Partita for Solo Flute in A minor – BWV1013 – IV – Bouree (Anglaise)

05 Sonata No.1 for Flute and Harpsichord in B minor – BWV1030 – I – Andante
06 Sonata No.1 for Flute and Harpsichord in B minor – BWV1030 – II – Largo e dolce
07 Sonata No.1 for Flute and Harpsichord in B minor – BWV1030 – III – Presto-Allegro

08 Sonata No.2 for Flute and Harpsichord in Eb major – BWV1031 – I – Allegro moderato
09 Sonata No.2 for Flute and Harpsichord in Eb major – BWV1031 – II – Siciliano
10 Sonata No.2 for Flute and Harpsichord in Eb major – BWV1031 – III – Allegro

11 Sonata No.3 for Flute and Harpsichord in A major – BWV1032 – I – Vivace
12 Sonata No.3 for Flute and Harpsichord in A major – BWV1032 – II – Largo e dolce
13 Sonata No.3 for Flute and Harpsichord in A major – BWV1032 – III – Allegro

Reinhard Goebel – Violin
Robert Hill – Cembalo
Jaap Ter Linden – Cello
Henk Bouman – Cembalo
Wilbert Hazelzet – TransversFlöte

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Este é o Deep Purple

PQP

J. S. Bach (1685-1750): Toccatas BWV 913-5 / Suite “aufs Lautenwerk” BWV 996 / Sonata BWV 964 (Hantaï)

J. S. Bach (1685-1750): Toccatas BWV 913-5 / Suite “aufs Lautenwerk” BWV 996 / Sonata BWV 964 (Hantaï)

IM-PER-DÍ-VEL !!! 

Amanhã tem níver de Papai Bach. São 339 anos entre nós. Então, nada como um Hantaï para comemorar. Ele é um dos principais mensageiros de Bach em nosso conturbado planeta. Não há muito o que pensar aqui. Há uma escassez mundial de bons cravistas — por alguma razão, todo mundo parece estar gravando Bach no piano — mas simplesmente não há comparação, toda a beleza das obras para teclado de Bach só são reveladas no cravo, na minha opinião. Hantaï é um apaixonado por essa música e este é um notável CD. Hantaï revela um enorme amor por essa música — atributo não tão comum quanto você imagina — e nos traz esplêndidas interpretações delas. E não esqueça: Bach é comemorado com cerveja! Sempre!

J. S. Bach (1685-1750): Toccatas BWV 913-5 / Suite “aufs Lautenwerk” BWV 996 / Sonata BWV 964 (Hantaï)

Suite For Lute In E Minor, Bwv 996 (Bc L166) (15:12)
1 1. Praeludio (Passagio – Presto) 2:13
2 2. Allemande 3:05
3 3. Courante 2:20
4 4. Sarabande 3:55
5 5. Bourrée 0:58
6 6. Gigue 2:32

7. Prelude For Keyboard In D Major (Six Little Preludes No. 4), Bwv 936 (Bc L67) 1:41

Toccata For Keyboard In D Minor, Bwv 913 (Bc L144) (14:04)
8 [Introduction] 0:45
9 [Adagio] 2:06
10 Thema 3:31
11 [Adagio] 3:24
12 Allegro 4:11

Toccata For Keyboard In E Minor, Bwv 914 (Bc L145, 163) (7:24)
13 [Introduction] 0:34
14 Un Poco Allegro 1:33
15 Adagio 1:58
16 Fuga: Allegro 3:08
17 Fantasia For Keyboard In G Minor, Bwv 917 (Bc L140) 2:13

Toccata For Keyboard In G Minor, Bwv 915 (Bc L148) (9:14)
18 [Presto] – Adagio 1:16
19 Allegro – Adagio 3:40
20 Fuga 4:16

Sonata Arranged For Keyboard In D Minor (after Bwv 1003, Possibly By J.G. Müthel), Bwv 964 (Bc L184) (22:09)
21 Adagio 3:46
22 Thema: Allegro 6:59
23 Andante 5:39
24 Allegro 5:40

Harpsichord – Pierre Hantaï

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Pierre Hantaï tem grandes fãs em nosso blog. Sou um deles!

PQP

Frederick Delius (1862-1934): Concerto para Violino e outras peças (Tintner)

Frederick Delius (1862-1934): Concerto para Violino e outras peças (Tintner)

Ouvi este disco umas 4 vezes. Fiquei bem feliz de ouvi-lo, mas nada permaneceu na minha cabeça. Nada. Parece ser o CD ideal para se pensar em outra coisa sem ser muito incomodado. Não pensem que isto é uma critica. Se fosse, não o teria ouvido tantas vezes. O grande Georg Tintner não se importa em “chafurdar na névoa impressionista”. Ele mostra um Delius muito lírico e sutil, com harmonias lindas que nos fazem sonhar ou dormir. O concerto para violino é, como diz Tanya Tintner no encarte, uma espécie de solilóquio meditativo para violino e orquestra que deveria soar como “uma improvisação maravilhosa”. É bastante cansativo para o instrumentista, pois o violinista tem que tocar durante a maior parte da peça, mas não é uma demonstração de virtuosismo, mas sim de musicalidade. Philippe Djokic toca a obra de modo convincente.

Frederick Delius (1862-1934): Concerto para Violino e outras peças (Tintner)

1 Irmelin – Prelude 4:47

2 Koanga – La Calinda 4:32

3 A Village Romeo and Juliet – The Walk to the Paradise Garden 11:30

4 Fennimore and Gerda – Intermezzo 5:28

Violin Concerto
5 With moderate tempo – 05:38
6 Maestoso – 15:13
7 Allegretto 06:43

8 On Hearing the First Cuckoo in Spring 7:48

9 Summer Night on the River 6:13

10 Sleigh Ride 6:20

Recorded At – Cathedral Church Of All Saints, Halifax
Violin – Philippe Djokic
Conductor – Georg Tintner
Orchestra – Symphony Nova Scotia

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Frederick Delius (1862-1934)

PQP

Francis Poulenc (1899-1963) – Gloria & Stabat Mater — Boston SO, Battle, Ozawa

Francis Poulenc (1899-1963) – Gloria & Stabat Mater — Boston SO, Battle, Ozawa

O compositor francês Francis Poulenc (1899-1963) é injustamente uma presença pouco frequente pelos programas de concerto mundo afora, apesar de ser um compositor de primeiríssima linha, com obras de diversos estilos e formações. Este disco joga luz sobre uma faceta cintilante da música de Poulenc, suas obras sacras, com dois verdadeiros tesouros: o Gloria (1960), uma de suas peças mais festejadas, e o Stabat Mater (1950).

O mestre PQP Bach já declarou sua admiração por esse repertório neste belíssimo disco de Richard Hickox, Catherine Dubosc, Westminster Singers e a City of London Sinfonia. Já o discaço de hoje vem do outro lado do Atlântico, com um time de muito respeito: a soprano Kathleen Battle, o coro do Festival de Tanglewood e Seiji Ozawa à frente da Orquestra Sinfônica de Boston. Tem coisas que só a Deutsche Grammophon faz por você, não é mesmo?

Estreia de Seiji Ozawa com a Sinfônica de Boston, Tanglewood, 1964

Gloria, para soprano, coro e grande orquestra, é baseado no texto de mesmo nome do Ordinário da Missa segundo o rito romano. Foi uma encomenda da Fundação Koussevitsky em homenagem ao regente Sergei Koussevitsky — que foi diretor da Sinfônica de Boston por um quarto de século — e sua esposa Natalia. A orquestra, aliás, foi responsável pela estreia da obra, em 1961, sob regência de Charles Munch. Uma obra interessantíssima, de cores stravinskyanas.

Já o Stabat Mater coloca em cena a prece (ou sequentia, para ser mais exato) católica de mesmo nome que narra as dores de Maria durante a crucificação de Cristo. Também para soprano, coro e orquestra, é dividido em doze partes e joga muito com as estruturas e formações (o coro chega a soar a capella mais de uma vez), com texturas que se desdobram umas dentro das outras. Deve ser uma experiência e tanto escutá-la ao vivo…

Enfim, um disco muito bom, de sonoridade brilhante e muita beleza. Pessoal de Boston na ponta dos cascos, um coro inspirado e Ozawa — um gigante da batuta que nos deixou no último dia 6 de fevereiro, aos 88 anos — at his finest. Meu destaque pessoal fica por conta do arraso que é a interpretação de Kathleen Battle, com sua linda voz de timbre quente, como se fosse um anjo divino anunciando palavras sagradas de algum lugar fora do tempo.

Fra Angelico, “A Crucificação”, (ca. 1420-23)

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Francis Poulenc (1899-1963)

Gloria

1 – Gloria in excelsis Deo
2 – Laudamus te
3 – Domine Deus, Rex coelestis
4 – Domine Fili, Domine Deus
5 – Domine Deus, Agnus Dei
6 – Qui sedes ad dexteram Patris

Stabat Mater

7 – Stabat Mater dolorosa
8 – Culus animam gementem
9 – O quam tristis
10 – Quae moerebat
11 – Quis est homo
12 – Vidit suum
13 – Eia, Mater
14 – Fac ut ardeat
15 – Sancta Mater
16 – Fac ut portem
17 – Inflammatus et accensus
18 – Quando corpus morietur

Kathleen Battle, soprano
Tanglewood Festival Chorus
Boston Symphony Orchestra
Seiji Ozawa, regência

Kathleen Battle: que voz!

PS: Você sabia que o simpático teatro do Festival de Tanglewood, em Lenox, Massachussets, se chama Seiji Ozawa Hall?

Nada como tomar um mate e comer Pastelinas ao cair da tarde em Massachusets ouvindo um Poulenc dos bons

Karlheinz

D. Shostakovich: Sinfonia N° 8 (Slatkin)

D. Shostakovich: Sinfonia N° 8 (Slatkin)

Além de ser um extraordinário maestro, Leonard Slatkin é uma subcelebridade do twitter (ou X). Ele costuma divulgar as capas mais horrendas de discos de vários gêneros. Também conta piadas e comemora encontros com os maiores músicos, coisa normal em sua vida. E, por trás de tantos interesses e alegria esconde-se um espetacular artista. Haitink e Mravinsky estabeleceram padrões de referência tão elevados para as gravações desta sinfonia que apenas uma leitura excepcional ou que apresente a obra sob uma nova luz válida pode esperar competir. Slatkin não bate os citados, mas chega bem próximo. As partes mais tranquilas estão lindas, mas aquelas que são mais febris ou urgentes são subestimadas. Vale a audição, sem dúvida. Eu curto muito este CD.

Leonard Slatkin

D. Shostakovich: Sinfonia N° 8 (Slatkin)
1 Adagio; Allegro; Adagio 26:30
2 Allegretto 6:12
3 Allegro Non Troppo 5:55
4 Largo 9:43
5 Allegretto 13:06

Composed By – Dmitri Shostakovich
Conductor – Leonard Slatkin
Orchestra – Saint Louis Symphony Orchestra

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Uma capa horrível selecionada pelo grande Slatkin!.

PQP

Aniversário de Bach com promoção especial

Nos vídeos abaixo, você pode saber exatamente do que se trata. A surpresa é que você pode usar o cupom PQPBACH e receber 30% de desconto no concerto do dia 21 de março aqui em Porto Alegre, cidade de PQP Bach… Alguma vantagem nós, porto-alegrenses, merecemos ter. Afinal, já basta a gente sofrer há quase 4 anos com um bolsonarista na prefeitura. Mil vezes 339 anos com Bach do que 4 com o Melo.

Ah, e Bach se comemora com cerveja. Ele a amava e produzia em quantidades industriais — música e cerveja.

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 4 (Haitink / London Symphony)

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 4 (Haitink / London Symphony)

O número de vezes que Bernard Haitink gravou a 4ª Sinfonia de Bruckner com diversas orquestras… Garanto que ele gravou em Viena, Londres (esta aqui, ao vivo) e Amsterdam (claro) e que deve ter apresentado a obra pela Europa inteira. Obviamente, era um especialista no compositor e ele novamente não nos decepciona, realizando uma gravação redonda e bela, apesar de mais branda que o habitual. Também, este é um registro quando o grande maestro já tinha 82 anos. O primeiro movimento está sensacional, mas depois parece que a coisa cai um pouco. Contribui para isso o fato de que achei o som meio ruim. O som está seco e os instrumentos (particularmente as madeiras, percussão e cordas graves) soam abafados. O resultado está longe do “som sensacional” que o LSO Live costuma apresentar. Um dos prazeres da música de Bruckner é o grandioso e visceral som orquestral que sua música atinge. Esta versão soa estranha. Mas é Haitink, né?

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 4 (Haitink / London Symphony)

Symphony No. 4 In E Flat Major, “Romantic” (1874-80)
1 Bewegt, Nicht Zu Schnell 20:33
2 Andante Quasi Allegretto 15:07
3 Scherzo, Bewegt – Trio: Nicht Zu Schnell, Keinesfalls Schleppend 11:11
4 Finale: Bewegt, Doch Nicht Zu Schnell 22:17

Composed By – Anton Bruckner
Directed By – Bernard Haitink
Orchestra – The London Symphony Orchestra
Score Editor – Leopold Nowak

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Grande Haitikão da Massa!

PQP

Iánnis Xenákis (1922-2001): Anaktoria · Morsima-Amorsima · Oophaa · Charisma · Mists · Mikka / Mikka «S» (Octuor De Paris)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Eu gosto de Xenákis. Ele faz com que nossa sensibilidade se expanda para regiões desconhecidas. E boas. Iánnis Xenákis foi um engenheiro, arquiteto, teórico musical e compositor grego, naturalizado francês. É considerado como um dos mais influentes compositores do século XX. Como arquiteto, Xenakis é conhecido principalmente por seu trabalho junto a  Le Corbusier. Os dois trabalharam juntos na construção da Sainte Marie de La Tourette. Já o Pavilhão Philips na Expo 58 foi concebido exclusivamente por Xenákis. Apaixonado pela antiguidade grega, “nascido com vinte e cinco séculos de atraso”, Xenakis foi um criador da vanguarda mais radical. Compositor, arquiteto, engenheiro, entusiasta da matemática e da informática, foi pioneiro em vários domínios, como a música eletroacústica ou a computação musical. Os seus espetáculos de luz e som conquistaram um vasto público e a vitalidade de sua obra, composta por quase 150 peças, jamais desvaneceu.Pondo em causa os princípios dos movimentos mais importantes da música do pós-guerra, Xenakis inventou uma grande parte das técnicas composicionais que caracterizam a segunda metade do século XX. Autor de um método de composição baseado na matemática e na representação gráfica da notação musical, Xenakis revolucionou a noção de som musical, estando o seu conceito de massas sonoras na origem de timbres inauditos.

Nascido na Roménia de pais gregos, sua família retornou para a Grécia quando tinha dez anos. Lá estudou engenharia em Atenas. Os estudos foram interrompidos pela ocupação nazista. Participou na resistência grega na Segunda Guerra Mundial e na primeira fase da Guerra Civil Grega como membro da companhia de estudantes Lord Byron do Exército de Libertação do Povo Grego. Em Janeiro de 1945, foi ferido por um obus, perdendo um olho, o que lhe desfigurou parte do rosto. Em 1946 finalizou os estudos de engenharia, mas foi perseguido e condenado à morte devido ao seu ativismo político, fugindo para França em 1947. Estabelecido em Paris, em 1948 ingressou no estúdio do famoso arquiteto Le Corbusier, como engenheiro calculista. Em 1956, publicou sua teoria da música estocástica, baseada na teoria dos jogos de John von Neumann, entre outras fontes. Seu livro “Formalized Music: Thought and Mathematics in Composition” é considerado como um dos mais importantes trabalhos teóricos sobre música do século passado.

Iannis Xenakis (1922-2001): Anaktoria · Morsima-Amorsima · Oophaa · Charisma · Mists · Mikka / Mikka «S» (Octuor De Paris)

1 Anaktoria
Ensemble – Octuor De Paris*
13:07

2 Oophaa
Harpsichord [Clavecin] – Elisabeth Chojnacka
Percussion – Sylvio Gualda
12:23

3 Charisma
Cello – Pierre Strauch
Clarinet – Alain Damiens
4:11

4 Mists
Piano – Claude Helffer
12:00

5 Mikka / Mikka «S»
Violin – Maryvonne Le Dizès*
6:22

6 Morsima-Amorsima
Ensemble – Membres De L’Octuor De Paris*
Piano – Jacqueline Méfano
10:48

“Anaktoria” for 2 violins, viola, cello, double bass, clarinet, horn and bassoon, composed in 1969.
“Oophaa” for harpsichord and percussion, composed in 1989.
“Charisma” for clarinet and cello, composed in 1971.
“Mists” for piano, composed in 1981.
“Mikka” and “Mikka «S»” for solo violin composed in 1972 & 1975.
“Morsima-Amorsima” for violin, cello, double bass and piano, composed in 1956-62.

Tracks 1, 6 recorded in 1972. Tracks 2, 3 recorded in 1990. Track 4 recorded in 1985. Track 5 recorded in 1984.
Tracks 2, 3, 4: Radio France recordings.

Tracks 1 to 5 published by Salabert, track 6 published by Boosey.

Durée totale: 59’10

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Iánnis Xenákis

PQP

Gabriel Pierné (1863 – 1937): L’ œuvre pour violon & piano – Gaëtane Prouvost, violino & Laurent Cabasso, piano ֍

Gabriel Pierné (1863 – 1937): L’ œuvre pour violon & piano – Gaëtane Prouvost, violino & Laurent Cabasso, piano ֍

Gabriel Pierné

Obra para violino e piano

Gaëtane Prouvost, violino

Laurent Cabasso, piano

 

Esse disco deve agradar especialmente aos amantes de violino e música francesa. Do programa eu conhecia apenas a sonata para violino e piano, de um lindo disco gravado pela espetacular dupla Gérard Poulet e Noël Lee. O resto do programa é feito de peças soltas e uma suíte. Um noturno, uma dança espanhola e duas fantasias. A suíte é intitulada Impressions de music-hall e há uma versão para orquestra, uma suíte de balé. Uma das fantasias, a Fantasie Basque, também existe em versão para violino e piano. Eu gosto muito da sonata e o resto do programa é charmoso e elegante.

A violinista Gaëtane Prouvost estudou na França, aperfeiçoou-se na Juilliard School, mas seu maior professor foi o grande violinista Zino Francescatti, herdeiro das técnicas de Paganini.

Veja o que o site do selo do disco diz: ‘Os contemporâneos de Pierné o consideravam um dos mais importantes defensores do espírito francês. Ao morrer, em 17 de julho de 1937, deixou um vasto catálogo de mais de 150 obras. Dentro desta coleção imponente, pode-se perguntar sobre a importância das cerca de uma dúzia de obras para violino e teclado. No entanto, a surpreendente consistência destas contribuições, que se enquadram em três blocos claramente distintos, separados por várias décadas, permite-nos vislumbrar a natureza profundamente representativa do seu conjunto de obra.

Esta gravação faz mais do que apresentar ao ouvinte estas partituras que combinam brilhantemente a mais pura arte musical com o prazer auditivo: é um convite a uma viagem ao âmago da arte subestimada deste mestre’. [tradução feita com a ajuda do Chat PQP]

Gabriel Pierné (1863 – 1937)

Sonata para violino e piano, Op. 36

  1. Allegretto
  2. Allegretto tranquillo
  3. Andante non troppo – Allegretto un poco agitato

Nocturne en forme de valse Opus 40 N°2

  1. Noturno

Impressions De Music-Hall Opus 47

  1. N° 1: Rideau
  2. N° 1 Bis: Girls. French Blues
  3. N° 2: Little Tich, L’Excentrique
  4. N° 3: Berceuse – Hommage À Bobby, Petit Chien Savant
  5. N° 4: Clowns Musicaux – Les Fratellini

La Danseuse Espagnole

  1. Dança Espanhola

Fantaisie Impromptu

  1. Fantasia

Fantaisie Basque Opus 49

  1. Fantasia Basque

Gaëtane Prouvost, violino

Laurent Cabasso, piano

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FLAC |270 MB

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MP3 | 320 KBPS | 148 MB

Laurent e Gaëtane adoraram conhecer o bosque do PQP Bach nos arredores de Praga

Para saber mais sobre a violinista, acesse esse site aqui…

Aproveite!

René Denon

.: interlúdio :. Best of Barbara – 20 Chansons ֍

.: interlúdio :. Best of Barbara – 20 Chansons ֍

Caríssimo visitante!

Para a devida apreciação deste lindo disco sugiro um pouco de imaginação e um pequeno investimento – uma fração da sua verba destinada às artes, entretenimento e gastronomia. Compre uma garrafa de vinho rouge, um pouco de queijo, algumas uvas, uma baguette e alguns croissants. Veja com seus fornecedores mais próximos, adequando os itens sugeridos à sua própria realidade.  Arranje tudo e coloque para tocar a música da postagem. Se estiver em companhia de uma chère personne, encore mieux…

Eu descobri essa cantora e compositora de chansons ouvindo um disco que foi postado um dia destes, chamado Amour fou. Lá há uma linda canção chamada Dis, quando reviendras-tu?, composta por alguém chamada apenas Barbara. Sai então em busca dessa (pelo menos para mim) enigmática Barbara e descobri um ícone da chanson.

A vida de Monique Serf foi repleta de grandes sofrimentos, crescendo num período conturbado da história, com o agravante de ter sofrido abusos de parte de seu pai. Mesmo assim, essa incrível artista deixou um legado de canções que refletem esse período, mas que indicam também para uma capacidade inesgotável de perdão, de busca pela paz e de confiança no futuro. Se desejar ir além da simples audição das lindas canções e buscar as motivações e os significados que as impregnam, não se decepcionará. Veja, por exemplo, as histórias por trás de canções tais como Göttingen, Nantes, Si la photo est bonne, Ma plus belle historie d’amour e a minha preferida de agora, Dis, quand reviendras-tu?.

“Barbara” (nome artístico de Monique Andrée Serf) foi uma cantora e compositora francesa cuja identidade judaica influenciou sua música. Nascida em Paris em 1930, Barbara e sua família esconderam-se em diversas cidades francesas durante a ocupação alemã. Após a guerra, Barbara estudou música em Paris, alcançando a fama na década de 1960, após sua estreia em Bruxelas. Barbara era amada na França devido ao seu estilo musical melancólico, seu pathos como uma artista sofredora e suas atitudes únicas e inconformadas. Bárbara tornou pública a sua identidade judaica e a sua canção popular “Göttingen” apoiou a reconciliação franco-alemã. Ela tocou o coração do povo francês ao cantar “As crianças são iguais em Paris e Göttingen. Oh, que o tempo do sangue e do ódio nunca mais volte” e foi homenageada postumamente por seu trabalho.

Para saber mais, veja este site aqui ou este outro aqui.

  1. L’aigle noir
  2. Göttingen
  3. Ma plus belle histoire d’amour
  4. Mon enfance
  5. Une petite cantate
  6. Dis, quand reviendras-tu ?
  7. La dame brune
  8. Joyeux Noël
  9. Le mal de vivre
  10. La solitude
  11. Parce que je t’aime
  12. À mourir pour mourir
  13. Si la photo est bonne
  14. Pierre
  15. Au bois de Saint-Amand
  16. Nantes
  17. Drouot
  18. Du bout des lèvres
  19. Madame
  20. Chapeau bas

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MP3 | 320 KBPS | 149 MB

Preste atenção e aproveite!

René Denon

Barbara

J. S. Bach (1685-1750): Cantatas BWV 131, 73, 105, 39, 93, 107, Missas Breves (Herreweghe)

J. S. Bach (1685-1750): Cantatas BWV 131, 73, 105, 39, 93, 107, Missas Breves (Herreweghe)

Este é um álbum quádruplo com um interessante cantinho do repertório bachiano. Há as Cantatas acima e as Missas Breves. A qualidade do registro de Herreweghe faz sonhar. O homem é muuuuuito bom! Excelentes cantatas, compreensiva regência, grandes cantores, orquestra perfeita.

Uma vez, disse que tinha toda obra de Bach em CDs. Alguém me desafiou a apresentar as Missas Luteranas. Respondi que as tinha. Quiseram que eu as mostrasse, pois seriam raríssimas (descobri depois que são efetivamente pouco gravadas). Então, aqui estão elas.

Na semana passada, declarei ser ateu — não vejo gravidade alguma em ser destituído de sentimentos religiosos, é uma vantagem que possuo… –, e me disseram que era por isso que tínhamos tão pouca música sacra. Deve ser uma piada, pois amo a música sacra e a temos até em demasia por aqui. Foram palavras de quem não conhece o blog.

Apenas para situar, as partes cantadas da missa católica tradicional dividiam-se em duas categorias: o Ordinário, que consistia no Kyrie, Glória, Credo, Sanctus com Benedictus e Agnus Dei, cantadas o ano inteiro (com exceção do Glória por ocasião da Quaresma e do Advento); e o Próprio, que continha o Intróito, o Gradual, o Aleluia, o Ofertório e a Comunhão – partes que, como o nome sugere, mudavam em função das comemorações que variavam de acordo com a conveniência e com o calendário litúrgico.

Quando Martinho Lutero afixou suas 95 objeções ao Catolicismo Romano na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, em 31 de outubro de 1517, acelerando o processo de Reforma da Igreja institucional, um de seus objetivos era tornar os ofícios religiosos acessíveis ao público.

Na verdade, ele não tinha grande coisa contra a música católica latina, mas propunha uma liturgia na língua da congregação, para que os fiéis participassem e o canto não ficasse restrito ao coro, num latim rebuscado onde apenas uma meia dúzia de privilegiados, donos de cadeiras cativas nas igrejas, conseguiam entender.

Desse modo, nos serviços luteranos do período barroco continuaram a ser usadas partes do Ordinário latino da Missa, em arranjos polifônicos.

O Kyrie, por exemplo, era tocado no primeiro domingo do Advento, enquanto o Glória era executado no Natal e o Sanctus nos dias mais solenes, enfim. Surgia, pois, uma espécie de “missa breve”, que, embora não tivesse despertado muito a atenção dos compositores luteranos, foi musicada quatro vezes por Johann Sebastian Bach.

Tais Missas Brevis (BWV 233 – 236) provavelmente originaram-se depois de 1735, ficando conhecidas como as missas protestantes (ou luteranas) de Bach. É lícito duvidar, porém, que as mesmas se destinassem a Leipzig. É muito mais provável que o seu destinatário fosse o conde Franz Anton von Sporcl, de Lissa, Boêmia. Tal senhor tinha o interesse em que as crenças protestante e católica se reaproximassem. Como a obra de Bach representa uma tentativa notável de fundir elementos litúrgicos das duas religiões, a versão não é de todo desprezível.

Ao contrário de outras grandes obras sacras de Bach – como a Missa em si menor, as paixões, as cantatas, ou o Oratório de Natal -, as Missas Brevis não têm despertado tanto o interesse dos pesquisadores e praticamente não são executadas. A Missa Brevis em Fá Maior, como as demais, também se divide em movimentos para coro e árias para solistas com acompanhamento orquestral, segundo o modelo das Cantatas de Igreja. Esta semelhança formal das missas com as cantatas pode ser explicada pelo fato de Bach não ter adequado algumas partes dessas missas. Tais trechos vieram de antigos coros ou árias de cantatas já compostas por ele anos antes.

A despeito das diferenças, as quatro missas possuem várias características em comum e os modelos originais da maioria dos movimentos estão preservados nas Cantatas compostas por volta de 1723/26, quando Bach residia em Leipzig.

Assim, todas as Missas Brevis começam com um coro sobre o texto do Kyrie, seguido do Gloria em que coros no início e no final emolduram árias. A Missa em Fá Maior é a que contém o menor número de paródias de movimentos de cantatas de igreja, ao passo que as em sol menor e sol maior consistem exclusivamente em tais adaptações.

Particularmente interessante na Missa em Fá Maior é o Kyrie. Nesta missa, o baixo vocal introduz como cantus firmus o Kyrie Eleison, Christe Eleison da Litânia (nome de outra peça de Bach) e, simultaneamente, a orquestra entoa a música do hino protestante Christe du Lamm Gottes, exemplo claro da intenção do compositor em mesclar elementos das liturgias católica e protestante.

J. S. Bach (1685-1750) – Cantatas BWV 131, 73, 105, 39, 93, 107, Missas Breves (Herreweghe)

CD 1

1. BWV 131 – Aus Der Tiefen Rufe Ich, Herr, Zu Dir –
2. BWV 131 – So Du Willst, Herr, Sunde Zurechnen –
3. BWV 131 – Ich Harre Des Herrn –
4. BWV 131 – Meine Seele Wartet Auf Den Herrn –
5. BWV 131 – Israel, Hoffe Auf Den Herrn –

6. BWV 73 – Herr, Wie Du Willt, So Schick’s Mit Mir –
7. BWV 73 – Ach, Senke Doch Den Geist Der Freuden –
8. BWV 73 – Ach, Unser Wille Bleibt Verkehrt –
9. BWV 73 – Herr, So Du Willst –
10. BWV 73 – Das Ist Der Vaters –

11. BWV 105 – Herr, Gehe Nicht Ins Gericht Mit Deinem Knecht –
12. BWV 105 – Mein Gott, Verwirf Mich Nicht Alt –
13. BWV 105 – Wie Zittern Und Wanken –
14. BWV 105 – Wohl Aber Dem, Der Seinen Burgen –
15. BWV 105 – Kann Ich Nur Jesum Mir Zum Freunde Machen –
16. BWV 105 – Nun, Ich Weiss, Du Wirst Mir Stillen –

CD 2

1. BWV 39 – Brich Dem Hungrigen Dein Brot –
2. BWV 39 – Der Reiche Gott Wirft Seinem Uberfluss –
3. BWV 39 – Seinem Schopfer Noch Auf Erden –
4. BWV 39 – Wohlzutun Und Mitzuteilen –
5. BWV 39 – Hochster, Was Ich Habe –
6. BWV 39 – Wie Soll Ich Dir, O Herr –
7. BWV 39 – Selig Sind, Die Aus –

8. BWV 93 – Wer Nur Den Lieben Gott Lasst Walten –
9. BWV 93 – Was Helfen Uns Die Schweren Sorgen? –
10. BWV 93 – Man Halte Nur Ein Wenig Stille –
11. BWV 93 – Er Kennt Die Rechen Freudenstunden –
12. BWV 93 – Denk Nicht In Deiner Drangsalshitze –
13. BWV 93 – Ich Will Auf Den Herren Schaun –
14. BWV 93 – Sing, Bet Und Geh Auf Gottes Wegen –

15. BWV 107 – Was Willst Du Dich Betruben –
16. BWV 107 – Denn Gott Verlasset Keinen –
17. BWV 107 – Auf Ihm Magst Du Es Wagen –
18. BWV 107 – Wenn Auch Gleich Aus Der Hollen –
19. BWV 107 – Er Richt’s Zu Seinen Ehren –
20. BWV 107 – Drum Ich Mich Ihm Ergebe –
21. BWV 107 – Herr, Gib, Dass Ich In Dein’ Ehre –

CD 3

1. Messe, Bwv233 : Kyrie
2. Messe, Bwv233 : Gloria : Gloria In Excelsis Deo
3. Messe, Bwv233 : Gloria : Domine Deus
4. Messe, Bwv233 : Gloria : Qui Tollis Peccata Mundi
5. Messe, Bwv233 : Gloria : Quoniam Tu Solus Sanctus
6. Messe, Bwv233 : Gloria : Cum Sancto Spiritu

7. Messe, Bwv236 : Kyrie
8. Messe, Bwv236 : Gloria : Gloria In Excelsis Deo
9. Messe, Bwv236 : Gloria : Gratias Agimus Tibi
10. Messe, Bwv236 : Gloria : Domine Deus
11. Messe, Bwv236 : Gloria : Quoniam Tu Solus Sanctus
12. Messe, Bwv236 : Gloria : Cum Sancto Spiritu

CD 4

1. Messe, Bwv235 : Kyrie
2. Messe, Bwv235 : Gloria : Gloria In Excelsis Deo
3. Messe, Bwv235 : Gloria : Gratias Agimus Tibi
4. Messe, Bwv235 : Gloria : Domine Fili Unigenite
5. Messe, Bwv235 : Gloria : Qui Tollis Peccata Mundi
6. Messe, Bwv235 : Gloria : Cum Sancto Spiritu

7. Messe, Bwv234 : Kyrie
8. Messe, Bwv234 : Gloria : Gloria In Excelsis Deo
9. Messe, Bwv234 : Gloria : Domine Deus, Rex Coelestis
10. Messe, Bwv234 : Gloria : Qui Tollis Peccata Mundi
11. Messe, Bwv234 : Gloria : Quoniam Tu Solus Sanctus
12. Messe, Bwv234 : Gloria : Cum Sancto Spiritu
13. Sanctus, Bwv238 : Sanctus

Agnes Mellon (Soprano),
Barbara Schlick (Soprano),
Gerard Lesne (Contratenor)
Christoph Pregardien (Tenor),
Howard Crook (Tenor)
Peter Kooy (Baixo),

Philippe Herreweghe
Collegium Vocale Ghent (Coral e Orquestra)

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Herreweghe rezando para a Família Bolsonaro ser logo presa.

PQP

Domenico Scarlatti (1685-1757): Sonatas para Cravo (Zilberajch)

Domenico Scarlatti (1685-1757): Sonatas para Cravo (Zilberajch)

Por algum motivo, até agora nada tínhamos postado de nenhum dos Scarlattis. Neste belo CD — bastante tranquilo para o padrão de Domenico –, o pianoforte utilizado por Aline Zilberajch foi fabricado na mesma época em que Scarlatti vivia, por um elemento chamado Bartolomeo Cristofori, que é considerado o inventor do piano. O encarte do CD contém uma interessante descrição do processo de criação e fabricação do instrumento, mas não nos diz se Domenico estava apaixonado por Maria Bárbara… Reconheço que até então nunca tinha ouvido falar em Aline Zilberajch, mas fiquei surpreso ao conhecer seu currículo. Sua especialidade é exatamente este período da história da música, séculos XVII e XVIII, e é uma das principais intérpretes deste instrumento. Ah, para alegria de Clara Schumann, é uma das grandes intérpretes dos seus amados Rameau, Couperin, entre outros tantos compositores franceses que viveram entre estes séculos.

Domenico Scarlatti (1685-1757): Sonatas para Cravo (Zilberajch)

1. Sonate für Cembalo f-moll K 481 (L 187): Andante è cantabile
2. Sonate für Cembalo f-moll K 386 (L 171): Presto
3. Sonate für Cembalo D-Dur K 282 (L484): Allegro
4. Sonate für Cembalo d-moll K 213 (L 108): Andante
5. Sonate für Cembalo g-moll K 43 (L40): Allegrissimo
6. Sonate für Cembalo C-Dur K 308 (L 359): Cantabile
7. Sonate für Cembalo C-Dur K 49 (L 301): Presto
8. Sonate für Cembalo C-Dur K 133 (L 282): Allegro
9. Sonate für Cembalo g-moll K 93 (336): Fuga
10. Sonate für Cembalo D-Dur K 45 (L 265): Allegro
11. Sonate für Cembalo d-moll K 32 (L 423): Aria
12. Sonate für Cembalo d-moll K 517 (L 266): Prestissimo
13. Sonate für Cembalo G-Dur K 144: Cantabile
14. Sonate für Cembalo G-Dur K 391 (L 79): Minuet
15. Sonate für Cembalo D-Dur K 490 (L 206): Cantabile
16. Sonate für Cembalo A-Dur K 220 (L 342): Allegro
17. Sonate für Cembalo E-Dur K 216 (L 273): Allegro
18. Sonate für Cembalo e-moll K 291 (L 61): Andante

Aline Zilberajch – Pianoforte

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Com muita paciência, Aline Zilberajch explica a PQP como se escreve seu nome.

FDP

Jordi Savall (1941): Lachrimae Caravaggio

Jordi Savall (1941): Lachrimae Caravaggio

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este CD realmente EXCELENTE tem uma curiosa origem. Ele é o resultado de uma exposição de pinturas de Caravaggio, em Barcelona, no Museu de Arte da Catalunha. A maioria da música é composta ou improvisada por Jordi Savall e o XXI Hesperion sobre peças de Gesualdo, Monteverdi e Trabaci. Há também peças incluem a voz sem palavras de Ferran Savall que são cheias de sensibilidade. Enquanto ouvia a música, ficou claro que esta é perfeita para acompanhar as pinturas de Caravaggio.

Explicando melhor: o disco é uma notável coleção de improvisações sobre obras de Monteverdi, Gesualdo, Trabaci e outros músicos barrocos. O disco NÃO É uma compilação de peças específicas do barroco, apesar de seguir-lhes o estilo. Aqui e ali há toques de modernidade. Este ponto é importante para recriar, em música, o jogo de luzes e sombras presentes no trabalho e na vida de Caravaggio, tópico lembrado e explorado no ensaio de Fernandez incluído no álbum. É um trabalho belíssimo de Savall e turma.

Jordi Savall, Dominique Fernandez: Lachrimae Caravaggio

1. Cantus Caravaggio I
2. 1. Lachrimae Tristes
3. Deploratio I
4. Planetus Caravaggio I
5. Extasis
6. Fantasia (D’apres Geualdo)
7. 2. Lachrimae Invocantis
8. Sinfoinia Di Guerra (D’apres Monteverdi)
9. Pugna & Damnatio
10. Imploratio
11. Deploratio II
12. Concentus (D’apres Rossi)
13. 3. Lachrimae Dolcissima
14. Durezze E Ligature (D’apres Trabaci)
15. Medley: Passacaglia/Umbrae
16. Medley: Cantus Caravaggio II/O Lux
17. 4. Lachrimae Amara
18. Transitio
19. Medley: Passacaglia/Libertas
20. 5. Lachrimae Dolente
21. Deploratio III
22. Consonanze Stravaganti (D’apres Trabaci)
23. Medley: Cantus Caravaggio III/Extempore
24. 6. Lachrimae Gementes
25. Spiritum Morientis
26. Liberatio
27. Deploratio IV
28. 7. Lachrimae Exultantes
29. Planctus Caravaggio II
30. Medley: Cantus Caravaggio IV/In Memoriam

Jordi Savall
Ferran Savall
Le Concert des Nations
Hesperion XXI

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Caravaggio, São Jerônimo (1600)
Caravaggio, São Jerônimo (1600)

PQP

B. Strozzi, C. Monteverdi, G. Kapsberger, G. Carissimi, G. Caccini, S. d’India, L. Rossi – La bella più bella (Roberta Invernizzi, soprano / Craig Marchitelli, arquialaúde)

Aqui, temos Barbara Strozzi junto com um monte de homens do século XVII. No meio desses compositores italianos – e Kapsberger, austríaco que viveu a maior parte da vida na Itália – fica evidente que Strozzi ocupa, com Monteverdi e mais um ou dois, um lugar de destaque: não se trata, aqui, apenas de elogiar uma das raras mulheres que publicaram música naquele século, mas sobretudo de ouvir música que merece ser ouvida por suas qualidades intrínsecas.

E essas coleções de obras de autores diferentes permitem notar as diferenças: nas duas obras de Luigi Rossi, por exemplo, incluindo a “bela mais bela” que dá o nome ao álbum, temos música realmente bela, com virtuosismo vocal, mas a forma e a harmonia são bem quadradinhas, previsíveis como uma bela canção de rádio do século XX. Já nas duas obras de Barbara Strozzi, uma de tom trágico e outra de risos cômicos, há mais liberdade e menos previsibilidade. Embora não haja uma rígida separação de movimentos, Strozzi cria momentos diferentes ao longo da mesma obra, uma das características da cantata italiana, gênero do qual ela é uma das criadoras.

Temos, então, neste disco, três tipos de obras:

a) as puramente instrumentais, tocadas pelo arquialaúde ou pela teorba, instrumentos de cordas típicos da música barroca

b) as que poderíamos chamar de canções, com toda a ação em um movimento único e mais ou menos próximas da música popular;

c) as cantatas, que iniciavam um distanciamento ainda incipiente e não rígido em relação à música vocal popular.

É preciso lembrar certos detalhes do contexto histórico: por toda a Idade Média, música escrita, via de regra, era apenas a religiosa, enquanto todos os vários tipos de música popular eram de tradição apenas oral. Após a invenção europeia da imprensa, no século XVI e sobretudo no XVII começam a existir dois tipos de música impressa, sobretudo nas grandes cidades italianas (Veneza e Roma): a música instrumental, como a de Frescobaldi e Merulo, e a música vocal não religiosa, como as desses compositores aqui gravados. Também continuavam havendo cópias manuscritas, é claro, mas o fato de existirem cópias impressas dava uma respeitabilidade àquela música, fazendo com que gente, digamos, estudiosa e metódica começasse a levar aquilo a sério.

Filha adotiva de um rico poeta veneziano herdeiro de uma família de banqueiros (provavelmente filha natural, ou seja, sua mãe não era casada com seu pai, este a adotou), Barbara Strozzi teve o que poucas mulheres tiveram em sua época: apoio familiar e renda suficiente para se dedicar ao estudo da música. Impossibilitada de fazer música para a igreja ou óperas como as de Monteverdi, ela destacou-se na música de câmara de sua época, para uma ou duas cantoras acompanhada(s) por baixo contínuo.

La bella più bella – música vocal do barroco italiano

01 Strana armonia d’amore 2:44
Giulio Romano (fl. early 17th century)

02 Son ruinato, appassionato 3:45
Benedetto Ferrari (?1603/4 – 1681)

03 Toccata V [instr.] 2:14
Alessandro Piccinini (1566 – c. 1638)

04 Dolcissimo sospiro 2:44
Giulio Caccini (1551 – 1618)

05 Dalla porta d ’Oriente 1:56
Giulio Caccini

06 Torna, deh torna 4:32
Giulio Caccini

07 Ciaccona [instr.] 1:28
Giovanni Girolamo Kapsberger (c. 1580 – 1651)

Giacomo Carissimi

08 La bella più bella 2:49
Luigi Rossi (?1597/8 – 1653)

09 Piangete, aure, piangete 7:25
Giacomo Carissimi (1605 – 1674)

10 Toccata VI [instr.] 3:13
Giovanni Girolamo Kapsberger

11 A qual dardo 3:51
Luigi Rossi

12 Udite amanti, L’Eraclito amoroso 6:02
Barbara Strozzi (1619 – 1677)

13 Mi fa rider la speranza 4:08
Barbara Strozzi

14 Tasteggio soave [instr.] 4:17
Bellerofonte Castaldi (1580 – 1649)

15 Folle è ben che si crede 2:38
Tarquinio Merula (1594/5 – 1665)

16 Cruda Amarilli 2:31
Sigismondo d’India (c. 1582 – 1629)

17 Intenerite voi, lagrime mie 2:34
Sigismondo d’India

18 Aria di Sarabanda [instr.] 3:48
Alessandro Piccinini

19 Ninna nanna 5:09
Giovanni Girolamo Kapsberger

20 Ecco di dolci raggi il sol armato 2:17
Claudio Monteverdi (1567 – 1643)

Claudio Monteverdi

21 Eri già tutta mia 2:18
Claudio Monteverdi

22 Voglio di vita uscir 4:41
Claudio Monteverdi

Roberta Invernizzi, soprano / Craig Marchitelli, arquialaúde, teorba

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A encantadora Barbara Strozzi

 

Dia Internacional da Mulher – Myriam Marbé (1931-1997) – In memoriam

Se já tão pouco se ouve a música de concerto contemporânea nos palcos e plataformas mundo afora, escuta-se ainda menos a obra de suas compositoras – e se Gubaidulina, amplamente considerada a maior entre as que vivem, é menos ouvida que merece e mais admirada que apreciada, que se dirá duma compositora já falecida, que viveu seu período mais produtivo sob o jugo duma ditadura que reprimiu sua riquíssima vanguarda musical?

Nascida na mesma Bucareste em que passou toda sua vida, a extraordinária Myriam Marbé viveu os duríssimos tempos da Romênia entre guerras, do desastroso alinhamento com o Eixo na Segunda Guerra e, por fim, da paranoia duma ditadura isolacionista. Parte da “Geração de Ouro” de compositores romenos – aquela, entre outros, de Ștefan Niculescu e Anatol Vieru -, Marbé estudou com muito interesse a música folclórica de seu país e, tanto quanto pôde, o que faziam seus colegas no restante da Europa, através de partituras e gravações que cruzavam secretamente aquelas estritas fronteiras. Sustentou-se como pianista, editando filmes (!) e dando aulas no Conservatório de sua cidade natal, ainda que nunca tenha conseguido efetivar-se em seu corpo docente devido à recusa em filiar-se ao Partido Comunista. Pelo mesmo motivo, suas composições só eram conhecidas na Romênia em círculos muito restritos, praticamente secretos, pois nada que não fosse aprovado pela Comissão Estatal para Regulamentação da Criação Artística podia ser ouvido em público, e a filiação ao Partido era pré-requisito para tal. Essas imensas dificuldades de congregação, talvez, explicam a notável individualidade de estilos dos compositores daquela vanguarda romena, entre os quais a voz de Marbé é, decididamente, uma das mais distintas.

Mesmo ante tanta repressão, os membros da “Geração de Ouro” foram professores profundamente influentes, e seus alunos que emigravam traziam consigo quase tudo o que o resto do mundo deles soube por muito tempo. As poucas e invariavelmente curtas viagens que Marbé foi autorizada a fazer, sob vigilância estrita de agentes do governo, foram suficientes para que suas obras fossem recebidas com entusiasmo e crivadas de prêmios em outros países, sobretudo na Alemanha. Seu estilo único, inspirado em estruturas arcaicas, no folclore romeno e nas ricas tradições do canto bizantino, explora as possibilidades tímbricas de conjuntos instrumentais muito peculiares e experimenta com a disposição espacial de seus integrantes. Suas obras são praticamente desprovidas de grandes gestos e cacoetes, e tudo soa tão radicalmente livre que parece buscar a abolição do compasso e da própria métrica. Ainda assim, suas composições parecem-me, se me permitem o jogo de palavras, mais extáticas que estáticas e, muito mais que acabar, simplesmente evanescer.

Fui apresentado à sua esplêndida arte através da obra que abre o álbum duplo que lhes trarei a seguir, gravado durante um seminário em sua memória, e que reúne composições de Marbé e de alguns de seus alunos e colaboradores. Eu nada sabia de Trommelbass antes de escutá-la pela primeira vez, e por isso mesmo ela levou-me à lona. Da estranheza trazida pelo seu título (que não traduzirei, para poupar a quem puder de spoilers) a quem inicialmente só escuta o áspero tecido do trio de cordas, até o momento em que o título se justifica e, antes que nos recuperemos da surpresa, percebamos a peça dissipar-se no Éter, a jornada impressiona tanto quanto o contraste entre o impacto que ela nos causa e os sucintos recursos instrumentais empregados. As peças seguintes nada ficam a lhe dever. Adoro Le Jardin Enchanté (“O Jardim Encantado”), aqui executada por sua dedicatária, Carin Levine, que explora os timbres de toda família das flautas, do flautim à flauta contrabaixo, à qual se somam alguns instrumentos de percussão, também a cargo da flautista, dispostos em oito locais diferentes. Le Parabole du Grenier (“A Parábola do Sótão”, uma referência ao “Tratado de Objetos Musicais” de Pierre Schaeffer) também foi composta para um multi-instrumentista, que aqui se reparte entre piano, cravo, celesta, glockenspiel e, ainda, carrilhão. After Nau homenageia Nausicaa, filha única de Myriam, que viveu exilada durante os últimos anos da ditadura de Ceauşescu, com uma rica trama tecida por violoncelo e órgão, a inconfundível exploração tímbrica marbeiana e um notável trabalho de transfiguração (bem mais que variação) de seus temas. Song of Ruth (“Canção de Rute”), uma de suas últimas obras, lança mão de um quinteto de violoncelos para entoar uma salmódia sefardita num estilo afeito ao da Europa Ocidental, numa referência tanto à história bíblica da moabita que veio viver como estrangeira entre os israelitas, quanto às raízes do pai de Marbé, um médico microbiologista que (nenhuma surpresa) quis que ela também fosse médica, do que foi salva pela mãe pianista. Acima de todas, é Le Temps Retrouvé (“O Tempo Reencontrado”) sua composição que mais me entusiasma. O título remete ao último tomo de “Em Busca do Tempo Perdido” de Proust, e o tempo reencontrado, nas palavras da própria compositora, é aquele “livre e longo, que se desenvolve vagarosamente, e não é governado por qualquer indicação específica de andamento, nem por proporções métricas”. Escrita para um coro de voz, flauta doce e violas (de braço e da gamba) na companhia dum cravo, é duma beleza acachapante e, para mim, a mais emblemática dessa mestra maior da Música do século XX. A grandeza e sua obra e sua corajosa resistência a um regime totalitário justificam sua escolha para receber, em nome de todas as mulheres e de suas tantas lutas, nossa homenagem nesse 8 de março – e também, assim esperamos, a atenção de nossos leitores-ouvintes.

Myriam Lucia MARBÉ (1931-1997)

1 – Trommelbass (1985), para trio de cordas e tambor

Katharinen-Trio
Andreas Csibi, tambor

2 – Le Jardin Enchanté (1991), para flautas e percussão ad libitum

Carin Levine, flautas transversas

3 – Le Parabole du Grenier (1975-76), para um intérprete

Cristian Niculescu, piano, cravo, celesta, glockenspiel e carrilhão

4 – Le Temps Retrouvé (1982), para mezzo-soprano, flauta doce, três violas, violas da gamba contralto e tenor e cravo

Maria Jonas, soprano
Jeremias Schwarzer, flauta doce
Thomas Beimel, Larissa Gromotka e Sebastian Thien, violas
Verena Kronseder e Michael Vebert, violas da gamba
Oscar Milani, cravo

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Volker BLUMENTHALER (1951)

1 – Tableaux fugitives (1988) para contralto e orquestra de câmara, sobre texto de Charles Baudelaire

Marion Steingötter, contralto
Kammerensemble der Musikhochschule Nürnberg-Augsburg
Franz Killer, regência

Dinu GHEZZO (1941-2011)

2 – Footsteps of Cassandra (1996), para eletrônicos e três intérpretes

Dinu Ghezzo, piano
Jeremias Schwarzer, flauta doce
Guenter Priesner, saxofone

Thomas BEIMEL (1967-2016)

3 – SAETA (1998), para seis vozes femininas

Vokalsextett der Musikhochschule Nürnberg-Augsburg
Bernd Dietrich, regência

Myriam MARBÉ

4 – After Nau (1987), sonata para violoncelo e órgão

Cornelius Boensch, violoncelo
Gunther Rost, órgão

Violeta DINESCU (1953)

5 – Zeitglocken für Myriam (2000), para duas vozes e conjunto instrumental

Anne-Marie Wirz, declamação
Maria Jonas, mezzo-soprano
Trio Diritto, flautas doces
Carin Levine, flauta transversa
Verena Kronseder e Michael Weber, violas da gamba
Thomas Beimel, Larissa Gromotka e Sebastian Thien, violas
Oscar Milani, cravo

Myriam MARBÉ

6 – Song of Ruth (1997), para cinco violoncelos

Violoncelloquintett der Musikhochschule Nürnberg-Augsburg

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Gravações realizadas entre 18 e 21 de novembro de 2000 na Igreja Santa Martha em Nürnberg, Alemanha, durante o simpósio “Myriam Marbé”, organizado pela Escola Superior de Música Nürnberg-Augsburg.

Meus agradecimentos ao colega itadakimasu, que não só me alcançou gentilmente uma cópia desse raro álbum como também a mim confiou sua divulgação neste blog.

Myriam em Haarlem, Países Baixos, em 1994. Foto de Camilla van Zuylen, fornecida pelo Instituto Sophie Drinker de Bremen, Alemanha, para uso gratuito, com indicação dos direitos autorais para uso em domínio público (https://www.sophie-drinker-institut.de/galerie)

Vassily

Sofia Gubaidúlina (n. 1931): Concerto para Fagote, Detto 2, Rubaiyat, Misterioso (Popov, fagote; Monighetti, cello; Yakovenko, barítono)

Nascida em 1931 na República Soviética Tártara – onde a língua materna, além do russo, é o tártaro, idioma da família túrquica -, Sofia Gubaidúlina sempre teve uma ampla gama de interesses ligados às suas raízes. Tendo se mudado para Moscou em 1954, ela funda ali, nos anos 1970, um grupo voltado para a pesquisa de instrumentos raros da Rússia, do Cáucaso e da Ásia Central, chegando assim a ideias sonoras diferentes daquelas das grandes capitais, mesmo que naquele momento ela vivesse em uma metrópole. É possível, então, compará-la com Bartók, compositor em quem o profundo amor pela música popular significou uma relativa independência do mainstream das vanguardas de sua época – nos tempos de Bartók, isso significa que ele não se tornou um imitador de Debussy ou de Stravinsky, apesar da grande admiração por ambos; já para Gubaidúlina, isso significa que ela teve contato com as novidades ocidentais de Paris, New York e Darmstadt sem precisar correr exatamente na mesma pista que os outros.

Os instrumentos graves frequentemente têm destaque na música de Gubaidúlina: suas obras de câmara com contrabaixo e/ou violoncelo são dezenas, algumas já tendo aparecido aqui como é o caso dos Prelúdios para cello (1974), outras menos conhecidas como a Sonata para contrabaixo e piano (1975) e “Ein Engel” para contralto e contrabaixo (1994). Assim, é no meio desses interesses sonoros e preferências tímbricas que se situa uma de suas obras-primas, o Concerto para fagote e cordas graves (1975), dedicado ao fagotista Valeri Popov, que é também o solista neste álbum.

Gubaidúlina argumentou mais de uma vez que seu objetivo como compositora é utilizar a expressão musical como modo de ligação entre as pessoas nas complexas situações da contemporaneidade. No seu Concerto para Fagote, de sonoridade tão grave e peculiar mas ao mesmo tempo com humor, ela mostra que essas palavras vão além da simples retórica.

Detto II (1972), para violoncelo e orquestra de câmara, é mais uma dessas obras com destaque para os sons graves. Misterioso, para 7 percussionistas (1977) e a cantata Rubaiyat (1969), para barítono e orquestra, baseada em poemas persas, são duas obras que mostram a compositora se equilibrando entre cosmopolitismo e suas raízes na Ásia Central, sem nunca cair em orientalismos previsíveis como os dos velhos russos Rimsky-Korsakov e Glazunov.

Importante lembrar ainda que neste disco da Melodiya todas as obras e quase todas as gravações (exceto a de Misterioso, feita em 1992) são do período em que a compositora era pouco prestigiada pelos formadores de opinião soviéticos, já que sua música não corresponderia perfeitamente às exigências do realismo socialista formulado pelos tecnocratas. Mas Gubaidúlina não se curvou aos autoproclamados especialistas, preferindo seguir sua própria intuição e os conselhos de Shostakovich, que nos anos 1950, disse a ela, contrariamente aos professores do Conservatório que a criticavam: “meu desejo é que você permaneça no seu caminho incorreto” (aqui). Além de Shosta, ela teve uma pequena ajuda de outros amigos que entendiam de música mais do que os burocratas do partido: o regente Gennadi Rozhdestvensky, o compositor Alfred Schnittke e o violinista Gidon Kremer ajudaram a música de Gubaidúlina a atingir um público maior, o que tem acontecido sobretudo após 1990.

SOFIA GUBAIDÚLINA (1931):
1. Rubaiyat, Cantata for Baritone and Chamber Ensemble
Sergei Yakovenko, bariton
Chamber Ensemble
Gennadi Rozhdestvensky

2. Detto II, for Cello and Chamber Orchestra
Ivan Monighetti, cello
Chamber Ensemble
Yuri Nikolaesvsky

3. Misterioso, for 7 Percussion Instruments
Bolshoi Theatre Percussion Ensemble
Victor Grishin

4-8. Concerto for Bassoon and Low Strings
Valeri Popov, bassoon
Chamber Ensemble
Pyotr Meshchaninov

Recorded in Moscow: 1977 (1); 1977 (2); 1992 (3); 1978 (4-8)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – mp3 320 kbps

Pleyel

.: interlúdio :. Hermeto Pascoal: Slaves Mass

.: interlúdio :. Hermeto Pascoal: Slaves Mass

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Quem quiser piratear os meus discos, pode ficar à vontade. Desde que seja para ouvir uma boa música. (…) Mesmo o meu trabalho em gravadoras, o povo tem mais é que piratear tudo. Isso não é revolução. O que queremos é mostrar essa música universal. Porque isso não toca em rádio nem aparece na capa do jornal. Sabe o que Deus falou? Muita gente pensa que é só para transar. Mas, não. “Crescei e multiplicai-vos”. Isso é em todos os sentidos. Vamos crescer na maneira de ser e multiplicar o que tem de bom. Sem barreiras. A música é universal. Eu toco no mundo inteiro e é sempre lotado. Eu só cheguei a isso porque os meus discos são pirateados, estão à vontade na Internet.

O único motivo para Hermeto Pascoal não estar no Olimpo da humanidade – como Davis, Corea, Coleman ou Monk – é o fato de ter nascido na América do Sul. Fosse europeu ou norte-americano, seria um pilar da história da música e do jazz. Já é, mas a falta de reconhecimento, popularidade e admiração lhe tomam o lugar que deveria ocupar. Não que essas coisas preocupem, ou pareçam ter algum dia preocupado o velho bruxo. Hermeto é um artista que cabe naquela acepção tão cara a Adorno: um ungido pelos deuses e destinado a produzir sua arte sem que nada além importe, sem que nada se interponha. De muito criança já improvisava pífanos em galhos de mamona. Aprendeu a tocar o acordeão do pai aos 7. Isso em Lagoa da Canoa, um (hoje) município de 20 mil habitantes no estado de Alagoas.

Estas três últimas frases, de certa forma, podem definir muito bem a trajetória de Hermeto. Gênio inquieto, construtor de instrumentos, improvisador, extravagante. Seu estilo vocal de fazer jazz e misturá-lo a sonoridades típicas brasileiras – seja no estilo, como o choro, samba e baião, seja nos instrumentos, como o acordeão e a chaleira – pode tanto mostrar um maestro formidável quanto um ser humano que só pode haver dando vazão à tudo que sai de si como música. Quase como uma respiração ao contrário. Este Slaves Mass, de 1976, seu segundo álbum, foi quem sedimentou o nome de Hermeto no cenário do jazz mundial, onde se consagraria três anos depois, no festival de Montreaux. Além do talento imaginativo de Hermeto, notam-se influências de Wayne Shorter, Cannonball Adderley (a quem foi dedicada a faixa 4), Joe Zawinul (aqui, pode ser um exagero deste cão; mas não consigo escutar as notas brilhantes do Fender Rhodes sem pensar nele) e Miles Davis, principalmente no fusion de Star Trap. Sobre Miles e Hermeto, aliás, mais em breve.

A edição trazida aqui é a de 2004, que conta com três faixas bônus. Pela duração, é quase um outro disco-gêmeo, mais solto nas jams, generoso em harmonias cromáticas. Os arquivos estão compactados independentemente (a parte 2 contém apenas a última música).

Para quem conhece pouco do bruxo, um aviso: fique de ouvidos abertos. Que aos 72, segue lotando os lugares onde pisa, em qualquer uma das cinco formações utilizadas para se apresentar – Hermeto Pascoal e Grupo, Hermeto Pascoal e Aline Morena (sua esposa), Hermeto Pascoal Solo, Hermeto Pascoal e Big Band e Hermeto Pascoal e Orquestra Sinfônica. Quando não está viajando, mora em Curitiba. É o músico mais carismático, e grato, que já vi de verdade.

Muita gente confunde inovar com idade, com números. Muita gente pensa que, quando um menino pega um violão e sai cantando, o povo acha que aquilo é coisa nova. Tem muita gente de 18 anos tocando coisas velhas e quadradas. (…) Não é que o velho seja ruim. Mas o novo tem nascido tão velho.

Hermeto Pascoal – Slaves Mass (vbr)
Hermeto Pascoal: voz, piano, piano Rhodes, clavinet, flauta, sax soprano
David Amaro: guitarra, violão, violão 12
Alphonso Johnson: baixo, efeitos especiais
Raul de Souza: trombone
Chester Thompson: bateria
Airto Moreira: bateria, percussão, porcos
Ron Carter: contrabaixo acústico
Flora Purim: voz
Produzido por Kerry McNabb para a Warner

01 Mixing Pot 9’18
02 Slaves Mass 4’19
03 Little Cry for Him 2’11
04 Cannon 5’20
05 Just Listen 7’08
06 That Waltz 2’46
07 Cherry Jam 11’45
08 Open Field 4’25
09 Pica Pau [take 1] 14’20
10 Star Trap [part 2] 15’45

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Se você não amar Hermeto, vai amar quem?

Boa audição!